O Avivamento Que Precisamos
O avivamento que necessitamos precisa ser genuinamente bíblico Pode-se dizer que Deus tem os seus meios apropriados para renovar o seu povo no decorrer dos séculos. Quando o povo de Deus se arrepende, ora fervorosamente, busca intensamente por sua presença e abandona práticas, atitudes e comportamentos pecaminosos, então, Deus por sua graça e misericórdia ateia fogo no coração do seu povo, manifesta a sua doce presença, opera sinais e extraordinários prodígios a ponto de convencer dezenas, centenas e milhares de corações endurecidos quebrantando-os de forma a desejarem a santificação como a primeira e a última virtude de suas vidas. Avivamentos possuem características distintas em diferentes locais, contextos, ambientes e culturas. Assim deve-se afirmar que já existe uma marca consagrada pela história. Nos tempos hodiernos, observa-se, que um endurecimento de coração caracteriza muitos dos que servem a causa do evangelho. E, neste aspecto, é convém um grande cuidado, pois não é preciso que alguém seja, necessariamente conhecido como herético ou teologicamente liberal para tornar-se nominal e indiferente. Muitas vezes a indiferença está presente em nossos cultos, em nossos púlpitos, em nossas reuniões e também em nossas convenções. O apego ao tradicionalismo, incontáveis vezes, nos induz a deixar de lado algumas operações do Espírito Santo só porque o instrumento naquele momento não está sendo “eu” ou “algum de nós”, os ministros que estão “autorizados”. Em muitos casos e lugares diversos, a falta de fervor ou a ausência de avivamento espiritual não está nos membros e congregados da igreja, mas nos líderes que se acomodam com a rotina do trabalho eclesiástico a tal ponto que, não sentem mais a necessidade do constante mover do Espírito Santo na congregação. Para alguns, se a igreja já possui um número razoável de membros, então não é necessário mais “tanta preocupação em ganhar almas”, porque “já temos garantida a manutenção da obra e dos obreiros”, diriam alguns. Como é lamentável tal pensamento, pois o mesmo expressa a total ausência de avivamento espiritual naquela igreja e, também na vida daqueles obreiros. O evangelista John R. Rice, citado pelo pastor Russel Shedd em seu livro avivamento e renovação, coloca a maior culpa pela falta de avivamento e a falta de empenho para ganhar almas nos líderes da igreja. “Não é o pecador que é duro. O problema é o pastor ou professor da Escola Dominical. Eu acho mais fácil levar o bêbado ou prostituta para Deus do que atear fogo num pregador para ganhar almas”! (SHEDD, 2004, p. 11). A declaração desse evangelista é um sinal de que há entre nós, povo de Deus a necessidade de um poderoso avivamento espiritual como Deus enviou muitas vezes durante a história de peregrinação do seu povo na terra. O avivamento que precisamos hoje envolve desde o preenchimento das necessidades básicas da vida cristã como dedicação a oração e ao estudo da palavra de Deus até uma profunda experiência com as manifestações sobrenaturais do poder de Deus na igreja. Todo cristão comprometido, engajado e interessado no crescimento da igreja deseja e busca o avivamento bíblico. Somente os acomodados e conformados com o “status quo”, é que não se interessam por avivamento. A história da igreja mostra que homens ilustres como Lutero, John Knox, Nicolau Zinzendorf, Wesley, Finney, David Brainard, Daniel Berg e Gunnar Vingrenn, dentre tantos outros, foram homens que não somente se interessaram mas também buscaram incessantemente em seus dias, um poderoso avivamento do Espírito Santo. Somente para dar um exemplo, lembremo-nos do avivamento entre os irmãos Morávios que começou em 13 de dezembro de 1727 entre um grupo de refugiados da Saxônia, debaixo da tutela do Conde Von Zinzendorf, em Hernhut (Casa do Senhor). Foi aquele pequeno grupo de crentes avivados que mostrou um interesse incomum pela oração a ponto de iniciarem uma reunião de oração que durou cem anos. E, neste período, daquele grupo de crentes que permaneceu avivado, foram enviados centenas de missionários para o mundo inteiro, inclusive para o Brasil. O avivamento que necessitamos precisa ser genuinamente bíblico centrado nos princípios do Antigo e do Novo testamento; Um avivamento cristocêntrico e não antropocêntrico e nem eclesiocêntrico. O papel principal do Espírito Santo na atual dispensação, além de convencer o homem do pecado da justiça e do juízo é glorificar a Jesus Cristo. Vivemos dias em que se glorifica homens, ministérios, líderes eclesiásticos, e até a própria Igreja; Um avivamento que mova a Igreja no cumprimento dos propósitos para os quais ela existe e está na terra; Um avivamento cuja ênfase maior seja no cumprimento cabal da grande comissão de Jesus à Igreja. Que mobilize toda a igreja à conquista das almas para o reino de Deus e não apenas para acrescentar o número no rol de membros. Precisamos de um avivamento voltado para o despertamento de uma espiritualidade equilibrada na teologia e na vida prática da Igreja; Um avivamento que “corra”, que “ande” ou siga pelos trilhos da doutrina bíblica e não expresse nenhuma necessidade de esconder ou omitir qualquer doutrina das sagradas escrituras. Um avivamento que desperte a liderança cristã para pensar e viver segundo os princípios ensinados por Jesus Cristo.