sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"Deus odeia orgulho e arrogância, mas especialmente o tipo que intimida pessoas menos privilegiadas"

"Deus odeia orgulho e arrogância, mas especialmente o tipo que intimida pessoas menos privilegiadas" Certa vez li sobre uma pessoa que visitou uma aldeia de índios ianomâmi no norte do Brasil. Ele Foi advertido pelos missionários locais a NUNCA sair das trilhas para dentro da mata selvagem. Em menos de 30 metros seria possível ficar desesperadamente perdido. Pode crer que ele nunca se aventurou para dentro daquela floresta sem um guia confiável. Mesmo se ele tivesse bússola, lanterna, ou até mesmo GPS, teria sido o auge de burrice e arrogância da parte dele ignorar aquelas advertências e arriscar-se mata adentro. Mas se ele tivesse um índio junto com ele, iria para qualquer lugar sem medo. Isaías 50.10 pergunta, “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça a voz do seu Servo que andou em trevas sem nenhuma luz, e ainda assim confiou em o nome do Senhor e se firmou sobre o seu Deus?” Em outras palavras, é melhor andar nas trevas com Jesus, do que no escuro com uma lanterna! Infelizmente, o orgulho e auto-suficiência humana fazem com que, muitas vezes, preferimos andar na luz da nossa lanterna e não na presença do Senhor. Certa vez alguém disse que orgulho é a única doença que deixa todo mundo doente, menos a pessoa que a tem. Deus odeia orgulho e arrogância, mas especialmente o tipo que intimida pessoas menos privilegiadas e “se acha”. Manifesta-se pelo espírito de independência, auto-suficiência. O livro de Obadias menor no Antigo Testamento, nos ensina lições enormes sobre arrogância, orgulho e intimidação do povo de Deus. Mas também revela um pouco da arrogância e orgulho que residem em nossos corações, e nossa carência da Sua graça para que confiemos nEle e não em nós mesmos! O ponto de partida para uma apreciação maior da graça de Deus é a compreensão das nossas próprias almas. Obadias foi escrito para dar um “chute” nos suportes que sustentam uma vida orgulhosa e auto-suficiente. Descobrimos neste livro 5 “medidas de segurança” que as pessoas usam para assegurar uma “identidade”, mas que são incapazes de preencher o vão-tamanho-Deus em cada um dos nossos corações. I. Posição (2-4) A força de Edom, país historicamente inimigo do povo de Israel, embora seu “irmão” foi sua posição inassolável nos precipícios rochosas. Sua capital, Sela ou “Petra” (rocha) foi praticamente invencível, com acesso somente por uma passagem estreita facilmente guardada por alguns soldados estrategicamente posicionados. Apesar do orgulho da sua posição, Deus declara que reduziu Edom a nada. “A soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas” (3). Certamente, seu orgulho precedeu uma grande queda (Pv 16.18). Lição que nós também devemos aprender. Segurança falsa por causa de uma posição exaltada pode ser o primeiro passo de uma grande queda. No nosso caso, Deus nos ama demais para permitir que continuemos num estado de presunção espiritual e auto-suficiência. Ele quer ser tudo em todos. Sua graça nos proporciona um privilégio incrível, embora doloroso: de cair em nós mesmos e lembrar que “sem Ele, nada podemos fazer” (Jo 15.1) II. Posses (5,6) Os tesouros dos edomitas ficavam guardados nas próprias pedras, em esconderijos quase impossíveis de serem detectados. Mas Deus, que vê tudo, anuncia que os bens de Edom, mesmo escondidos, seriam totalmente devastados, não restando absolutamente nada (6). O texto nos dá um alerta: bens materiais são transitórios, inconstantes e inseguros. Apesar das aparências, não nos dão segurança verdadeira. Podemos ter um “portfólio” diversificado, um plano de saúde dos melhores, uma poupança admirável, carros, casas e campos. Mas no fim, podemos nos tornar prisioneiros das nossas posses, possuídos pelo que possuimos, longes de Deus e com uma vida tão complexa que perdemos a simplicidade de uma vida dependente de Deus. III. Pactos e Pessoas (7) Alianças (pactos) e tratados fechados com povos vizinhos e poderes internacionais serviam como forma de proteção. Mas quando substituíam dependência do Senhor, eram traçoeiros. “Todos os teus aliados te levaram para fora dos teus limites: os que gozam da tua paz te enganaram, prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão puseram armadilhas para teus pés; não há em Edom entendimento.” (7) Se Edom tivesse seguido a voz de Deus na Aliança Abraâmica (Gn 12.1-3), eles teriam “fechado” com Israel e não com seus vizinhos pactos de proteção mútua. Teriam recebido a bênção dAquele que abençoa àqueles que abençoavam Israel. Mas em vez disso, a arrogância de Edom o levou a maltratar o povo de Israel no dia da sua necessidade. Por isso foram castigados pelo Senhor. Precisamos entender que pessoas sempre nos decepcionarão. Pactos falham. O braço da carne é muito limitado. Como disse A. W. Tozer, “Ficar desapontado em si mesmo significa ter acreditado em si mesmo” (e não em Deus!). Podemos acrescentar, “Ficar desapontado em outros significa ter acreditado em outros (e não em Deus)”. Maridos esperam que suas esposas satisfaçam suas necessidades, e vice-versa. Pais esperam que os filhos realizem os sonhos DELES. Filhos dependem dos pais, as ovelhas dos pastores, e pastores das ovelhas, o que somente Deus pode suprir. Mais cedo ou mais tarde, pessoas e “pactos” vão nos decepcionar. Por isso, nossos olhos precisam ser fixos somente no Senhor. IV. Poder Intelectual (8) Temã (v. 9) foi a cidade de Elifaz, amigo de Jó. Uz, a cidade de Jó, provavelmente ficou em Edom, e foi notada pela sua tradição de sabedoria. Mas Deus revela que sabedoria humana também não é um suporte confiável para segurança garantida. Deus diz que faria “perecer os sábios de Edom, e o entendimento do monte de Esaú.” (8). Nossa fé em tecnologia pode criar orgulho intelectual. Assim como os construtores da Torre de Babel, cremos que nenhuma montanha é alta demais para nosso intelecto superior. Mesmo assim, existe furos no “world-wide-web” de conhecimento humano. Deus, em Sua infinita graça, revela a falência do conhecimento como fim em si. Temos vírus nos nossos computadores e vírus nos nossos corações. Deve nos surpreender o fato de que os países no mundo com o maior índice de desenvolvimento tecnológico também têm os maiores índices de suicídio? Conhecimento, tecnologia e erudição não nos salvarão. Por isso, às vezes Deus precisa dar um “chute” neste suporte inconfiável. V. Poder Físico (9) “Somente os fortes sobrevivem” talvez seja o grito do Darwinismo. Maquiavel ecoa o mesmo princípio: Força equivale direito. Mas o cosmovisão que aceita orgulho e opressão como normas aceitáveis de comportamento social não escapará do juízo divino (Gary Smith, 249). Deus condena os “valentes” de Edom: seriam atemorizados e exterminados pela matança (9). Na economia divina, os mansos herdam a terra, e os humildes, o reino dos céus (Mt 5.3, 5)! Deus permite que nossa força fracasse, nossa saúde se desestabilize e nosso vigor desvaneça — tudo para lembrar que Ele quer ser a Fonte da nossa força. “Tudo posso, nAquele que me fortalece!” (Fp. 4.13). O povo de Edom caiu no engano da auto-suficiência. Em vez de confiar em Deus e Sua Palavra, confiavam em si mesmos, seus pactos, posses e poder. No fim, nada restou do seu orgulho prepotente. A segunda parte do livro, vss 10-21, mostram o que aconteceu com esse povo que desobedeceu a Palavra do Senhor e Sua aliança. Em vez de abençoar seu irmão, Jacó, Edom fez violência contra ele (10). Em vez de ajudá-lo contra seus inimigos, foi conivente com eles no saque da cidade (11). Em vez de ficar entristecido com a destruição do povo de Deus, alegrou-se e repartiu os espólios da invasão (12,13). Por isso, experimentariam o “dia do Senhor” (15), termo que descreve qualquer momento decisivo de juízo contra um povo: “o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça” (15). Como nos outros livros proféticos, condenação vira consolação no final do livro. Julgamento dá lugar à graça. A condenação dos inimigos de Israel servia de consolação do povo de Deus: “No monte de Sião haverá livramento; o monte será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades... Salvadores hão de subir no monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do Senhor (17, 21) Para nós que conhecemos a Deus por meio do Seu Filho Jesus, Deus nos ama tanto que não deixa que continuemos nos “estribando no nosso próprio entendimento” (Pv 3.5). Ele dá um santo “chute” nos suportes que nos dão uma segurança falsa, para que voltemos correndo para Ele. Deus graciosamente revela para nós o vazio dos nossos corações, para que confiemos somente nEle. Realmente é melhor andar nas trevas com Jesus, do que no escuro, mesmo com uma lanterna