domingo, 30 de dezembro de 2018

Como encontrar descanso para a sua alma

Referência: Mateus 11.28-30

INTRODUÇÃO
1) Mateus capítulo 11 revela-nos quatro retratos distintos de Cristo:
1. Jesus, o juiz que repreende – v. 21 – Jesus tinha realizado grandes milagres em Corazin e Betsaida, mas o povo reagiu com indiferença à mensagem e às obras de Cristo. Jesus, então, os repreende com palavras severas de juízo e condenação. Ilustração: Um juiz na India estava indo para a coorte quando viu uma criança brincando sobre os trilhos de um trem que se aproxima. Ele correu e salvou o menino da morte iminente. Mas seguiu para a coorte e condenou um assassino à morte. Num pequeno espaço de tempo este calheiro foi tanto salvador como juiz.
2. Jesus, o Filho que se alegra – v. 25 – Jesus mostra aqui a inescrutável sabedoria de Deus que oculta as verdades do evangelho aos sábios e entendidos deste mundo e as revela aos pequeninos. No Reino de Deus quem não se fizer como uma criança jamais poderá entrar no céu.
3. Jesus, o Deus feito carne que revela o Pai – v. 27 – Jesus mostra aqui, que ele é Deus. Ele é o criador do universo, o Rei imortal, que veio para nos revelar quem é Deus.
4. Jesus, o Deus redentor que oferece descanso para a nossa alma – v. 28-30 – Essas palavras tem trazido calma, cura e salvação para milhões de pessoas aflitas ao longo dos séculos. Aqui nós temos a oferta do Evangelho:
I. O CONVITE DE JESUS – V. 28 
Ninguém no universo tem autoridade e competência para fazer esse convite.
Observe que você não está sendo convidado para analisar uma denominação, uma igreja, uma doutrina, mas você está sendo convidado para um encontro e uma experiência com Cristo.
Os fariseus diziam: Façam! Mas a verdadeira salvação é encontrada somente em uma Pessoa. Na Pessoa de Jesus Cristo.
1. Encontro com Cristo – “Vinde a mim”
Esse convite é dirigido a todos indistintamente. Esse convite é aberto a todos os que estão cansados e sobrecarregados com o peso do pecado ou o peso do legalismo.
Esse convite não é discutir sobre Cristo, mas para um encontro com Cristo. Não é religião. Não é moralidade. Não é rito religioso. Não é caridade. Não é misticismo. Não é legalismo. Não é fuga da realidade. É um encontro com aquele que é a vida, a paz, a alegria, a salvação.
Vir a Cristo significa confiar nele. Entregar-se a ele.
2. Experiência com Cristo – “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”.
Há milhares e milhares de pessoas que são controladas pelo pecado. Vivem sob a opressão do medo, do vício, do pecado.
2.1. A escravidão do pecado – “Todos vós que estais cansados”. O pecado cansa. O pecado é um fardo. O pecado destrói as pessoas. O pecado é um fardo esmagador. Muitas pessoas não aguentam mais conviver com seus vícios. São escravas. São cativas. Estão carregando um peso cruel sobre as costas.
2.2. O peso do pecado – “… e oprimidos”. O Peregrino ao ver a cruz, seu fardo caiu de suas costas e ele ficou livre. Quando vamos a Jesus encontramos descanso para a nossa alma. Jesus oferece não apenas descanso espiritual, mas descanso físico, mental e emocional. “Deixo-vos a paz e a minha vos deu”.
II. A EXIGÊNCIA DE JESUS – V. 29 
Relembre que Jesus foi um carpinteiro em Nazaré. Certamente ele fez muitas cangas para colocar debaixo do mesmo jugo os animais de trabalho. Ao usar essa metáfora, Jesus está nos falando sobre duas coisas. Esta obrigação é para:
1. Aceitar um relacionamento com Cristo – v. 29 – “Tomai sobre vós o meu jugo”.
Há muitas pessoas que buscam se deleitar nos benefícios do evangelho, mas sem compromisso de um estreito relacionamento com Cristo. Eles desejam conhecer a paz, o perdão, o poder e propósitos em suas vidas, mas não querem compromisso com Jesus.
Eles não entendem que não há cristianismo sem compromisso com Jesus. Aquele que se une com o Senhor torna-se um só espírito com ele.
Tomar o jugo de Cristo é uma profunda experiência. A escravidão de Cristo nos liberta. O jugo de Cristo é o sinal da libertade. Quanto mais escravo de Cristo você é, mais livre você se sente.
Quando você toma o jugo de Cristo você conhece a paz com Deus e a paz de Deus.
Tomar o jugo de Cristo é tornar-se discípulo. É submeter-se a Cristo.
2. Assumir uma responsabilidade com Cristo – v. “Tomai sobre vós o meu jugo”.
O jugo fala também do serviço sob o senhorio de Cristo. Assim como dois bois trabalham debaixo do mesmo jugo, o Senhor Jesus deseja que estejamos ligados a ele no serviço do Reino de Deus. Veja Marcos 16:20.
Neste apelo evangelístico de Jesus há não somente um convite dirigido ao coração e uma obrigação dirigida à vontade, mas também uma educação dirigida à mente.
III. O DESAFIO DE JESUS AO APRENDIZADO – V. 29-30 
Vir a Jesus e tomar sobre nós o jugo é algo que acontece quando cremos. Mas o aprendizado é um processo. Quanto mais nós aprendemos de Cristo, mais nós desfrutamos da sua paz.
1. Nós devemos aprender de Cristo – v. 29
Este não é um aprendizado meramente acadêmico, mas um aprendizado de uma experiência pessoal com Cristo e seu amor. Devemos buscar a intimidade com Jesus, como João buscou. Devemos auscultar o pulsar do coração de Jesus.
Devemos aprender sobre a mansidão de Cristo. Mansidão não é fraqueza, mas poder sob controle.
Devemos aprender sobre a humildade de Cristo. A palavra “humilde” significa baixo como o chão. Isto significa curvar-se até chegar aos pés de alguém. Ser humildade é fazer como Maria que se assentava aos pés de Jesus.
2. Nós devemos descansar em Cristo – v. 29
Quanto mais nós aprendemos de Cristo, mais nós descansamos nele. Quanto mais nós temos intimidade com Cristo, mais nós encontramos descanso para as nossas almas.
Paulo diz isso de outra forma: “Agora já não sou eu mais quem vive, mas Cristo é quem vive em mim”.
Devemos lançar não apenas a nossa ansiedade sobre ele, mas toda a nossa vida, a nossa alma. Cristo é o nosso descanso. Ele é a nossa paz. Ele é a nossa cidade refúgio.
A palavra fé é colocar toda a sua alma, seu peso, seu fardo, sua vida sobre Cristo. Ilustração: Quando John Paton, o missionário que viveu nas Novas Hébridas, estava traduzindo a Bíblia para a língua nativa ele estava tentando encontrar uma palavra própria para descrever fé. Um dia, depois de um tempo de trabalho árduo, chegou em sua casa cansado e jogou todo o seu peso sobre a cadeira. Instantaneamente ele gritou: Achei a palavra para descrever fé.
CONCLUSÃO:
Conversão.
Serviço.
Discipulado.

sábado, 1 de dezembro de 2018

TULIPA - O Acróstico Soteriológico

T
A Bíblia diz que Deus criou o primeiro homem, Adão, à Sua imagem e semelhança. Deus fez um pacto com esse homem a fim de que, através da obediência aos Seus mandamentos, este pudesse obter vida. Contudo, o homem falhou desobedecendo a Deus deliberadamente, fazendo uso do seu livre-arbítrio, rebelando-se contra o seu Criador. Este pecado inicial de desobediência (conhecido como a Queda do Homem) resultou em morte espiritual e ruptura na ligação de sua alma com Deus, o que mais tarde trouxe também sua morte física. Sendo Adão o representante de toda a raça humana, todos caímos com ele e fomos afetados pela mesma corrupção do pecado. Tornamo-nos objetos da justa ira de Deus e a morte passou a todos os homens.Toda a humanidade herdou a culpa do pecado de Adão e por isso todos nascemos totalmente depravados e espiritualmente mortos. A morte espiritual não quer dizer que o espírito humano esteja inativo, mas sim que o homem é culpado (tem um passado manchado) e corrupto (possui uma natureza má). A depravação total não quer dizer que os homens são intensivamente maus (que somos tão maus quanto poderíamos ser), mas sim que somos extensivamente maus (todo o nosso ser, intelecto, emoções e vontade estão corrompidos pelo pecado).A depravação total também significa que o homem possui uma inabilidade total para restaurar o relacionamento com seu Criador. Por causa da depravação, o homem natural, por si mesmo, é totalmente incapaz de crer verdadeiramente em Deus. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas espirituais. Desde a Queda o homem perdeu o seu livre-arbítrio e passou a ser escravo de sua natureza corrompida e por isso ele é incapaz de escolher o bem em questões espirituais. Todas as falsas religiões são tentativas do homem de construir para si um deus que lhe seja propício. Porém, todas essas tentativas erram o alvo, pois o homem natural por si mesmo não quer buscar o verdadeiro Deus.Devido ao estado de depravação do homem, se Deus não tomasse a iniciativa de salvá-lo, ele continuaria morto eternamente. O homem natural sem o conhecimento de Deus jamais chegará a este conhecimento se Deus não ressuscitá-lo espiritualmente através de Jesus Cristo.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15

U
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, elas não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Deus é santo, justo e bom, ao passo que os homens são pecaminosos, perversos e corruptos. Deixados à sua própria escolha, os homens inevitavelmente seguem seu coração corrupto e criam ídolos para si. Conseqüentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a eleição.A eleição incondicional significa que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça humana e os predestinou para serem o objeto de Seu imerecido amor e para trazê-los ao conhecimento de Si mesmo. Esses, e somente esses, Deus propôs salvar da condenação eterna. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más para serem punidos pelos seus pecados. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. Deve-se ter em mente que, se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15 /Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17

L
Embora Deus tenha resolvido salvar da condenação um certo número de homens, Sua santidade e justiça exigem que o pecado seja punido. Como os escolhidos de Deus são pecadores, uma expiação completa e perfeita era necessária. Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, suportou o castigo merecido pelos pecadores e obteve a Salvação para os Seus eleitos.A eleição em si não salvou ninguém; apenas destacou alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos por Deus Pai e dados ao Filho precisavam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-se com o Seus eleitos e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada aos eleitos ou creditada a eles no momento em que são trazidos à fé nele. Através do que Cristo fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os eleitos são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitutivo, Jesus sofreu a penalidade dos pecados dos eleitos e assim removeu a culpa deles para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual ficam livres da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente pela fé na obra redentora de Cristo.A obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização. Foi planejada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e, de fato, assegurou a salvação para esses indivíduos e para ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-los a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Deus não deixou aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS: 1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9

I
Cada membro da Trindade divina – Pai, Filho e Espírito Santo – participa e contribui para a salvação dos pecadores eleitos. Deus Pai, antes da fundação do mundo, selecionou aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos – a eleição e a redenção – não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A Graça Irresistível ou Eficaz significa que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Deus aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem.Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que inevitavelmente o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito Santo cria no pecador eleito um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15

P
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu. A perseverança dos santos não significa que todas as pessoas que professam a fé cristã estão garantidas para o céu. Somente os santos – os que são separados pelo Espírito – é que perseveram até o fim. São os crentes – aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo – os que estão seguros e salvos nele. Muitos que professam a fé cristã desistem no meio do caminho, mas eles não desistem da graça, pois nunca estiveram na graça. A perseverança dos santos está diretamente ligada à santificação, que é o processo pelo qual o Espírito Santo torna os eleitos cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo em tudo o que fazem, pensam e desejam. A luta dos crentes contra o pecado dura toda a vida e, às vezes, eles podem cair em tentações e cometer graves pecados, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a afastar-se de Cristo.A Bíblia diz que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. São guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14

sábado, 24 de novembro de 2018

A Complexidade da Criação

   Desde que Charles Darwin publicou o seu livro "A Origem das Espécies", em Londres, em 1859, que a chamada teoria da evolução tem sido ensinada nas escolas e universidades como uma verdade científica. Falta-lhe, entretanto, a EVIDÊNCIA das provas. Na contramão dessa teoria, a Escritura diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Essa declaração enseja-nos algumas conclusões:

Em primeiro lugar, a matéria NÃO é eterna. Os gregos afirmavam que a matéria é eterna, mas eterno só Deus o é. O universo, feito de matéria e energia, foi criado e criado no princípio. Matéria e energia NÃO criam a si mesmas. O universo é governado por leis e leis NÃO criam a si mesmas. Que o universo foi criado, a ciência prova. O que aceitamos pela fé é que o universo foi criado pela palavra de Deus (Hb 11.3). Todas as coisas foram criadas por intermédio do Verbo divino (Jo 1.3). Ele criou todas as coisas, visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Deus fez o universo por intermédio do seu Filho (Hb 1.2).

Em segundo lugar, o mundo NÃO surgiu espontaneamente. A teoria da geração espontânea não está calçada com a VERDADE. O mundo não pariu a si mesmo. Não veio à existência por iniciativa própria. O mundo foi criado e criado por Deus. Não há contradição entre a ciência corretamente entendida e a Bíblia corretamente interpretada. Ambas têm o mesmo autor, Deus.

Em terceiro lugar, o mundo NÃO é resultado de uma grande explosão cósmica. A teoria do Big Bang não tem a seu favor a EVIDÊNCIA das PROVAS. O caos NÃO produz o cosmos nem a desordem a ordem. Seria mais fácil acreditar que ao se lançar ao ar um bilhão de letras, elas caíssem como uma grande enciclopédia do que acreditar que uma explosão cósmica produziu este universo tão vasto, com mais de noventa e três bilhões de anos-luz de diâmetro, com leis tão precisas. É preciso ter mais fé para ser um ateu do que para ser um crente. O planeta terra não está onde está porque casualmente uma explosão o deixou aqui. Na verdade, a terra está exatamente onde deveria estar. Se nós estivéssemos mais perto do sol, morreríamos queimados; se estivéssemos mais longe, morreríamos congelados. A lua, a faxineira do planeta terra, não está em sua órbita por ACASO, mas porque as mãos do criador, colocou-a rigorosamente em seu lugar. Sem as fases da lua não teríamos o fenômeno das marés e sem o fenômeno das mares, nossas praias se encheriam de lixo e a vida seria IMPOSSÍVEL no planeta terra. Nada disso é resultado do ACASO, mas obra de Deus, o criador.

Em quarto lugar, o mundo não é resultado de uma EVOLUÇÃO de milhões e milhões de anos. A verdade primeira do cristianismo é que “no princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Essa verdade tem sido atacada com rigor desmesurado, ao longo dos séculos, mas mantém-se imperturbável e sobranceira. A pá dos arqueólogos tem demonstrado, dia após dia, a veracidade dessa espantosa declaração. Hoje, alguns estudiosos têm tentado costurar uma aliança espúria entre Cristo e Darwin, defendendo a teoria do evolucionismo teísta. Essa teoria diz que Deus criou o universo através do processo da evolução. O grande problema dessa interpretação é que, necessariamente, precisa rejeitar o registro histórico da criação. Olha para o registro de Gênesis 1 e 2 apenas como um texto metafórico e mítico. Segundo essa teoria, Adão e Eva não existiram. Ora, se eles não existiram, então, não houve QUEDA. E se não houve queda, então, não houve REDENÇÃO. Se o primeiro Adão foi um mito, então, o segundo Adão também o foi. Para subscrevermos essa teoria, precisaríamos DESCONSTRUIR toda Bíblia, pois o relato da criação está presente no pentateuco, nos livros históricos, poéticos, proféticos, nos evangelhos, no livro de Atos, nas epístolas e no livro de Apocalipse. No meio dessa babel de ideias, ficamos com as Escrituras, que não podem falhar. Estribados na realidade e não em mitos, erguemos bem alto o estandarte da verdade: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.

   O livro de Jó faz uma das declarações mais fantásticas acerca da ORIGEM DO HOMEM. Eis o que está escrito: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-poderoso me dá vida” (Jó 33.4). O nosso corpo tem dois componentes bem distintos: Fomos feitos do barro e recebemos vida pelo sopro de Deus . Assim, somos corpo e alma. Nosso corpo, feito pelo Espírito de Deus, é uma máquina supermoderna. A mais sofisticada tecnologia jamais concebeu algo tão extraordinário. A mente mais brilhante jamais criou algo tão sublime. Somos um prodígio do Criador. O homem não é singular apenas pela beleza inefável de seu corpo, mas, também, e sobretudo, pela sua semelhança com o Criador. Essa semelhança não é física, pois Deus é espírito. Essa semelhança é MORAL e ESPIRITUAL. Temos consciência e relacionamo-nos com Deus, o Criador. Podemos amá-lo e glorificá-lo. Podemos buscá-lo em oração e devotarmo-nos a ele em sincera e profunda consagração.

O dr. Marshall Nirenberg, prêmio Nobel de biologia, descobriu que nosso corpo tem cerca de sessenta trilhões de células vivas e em cada uma há um metro e setenta centímetros de fita DNA, onde estão gravados e computadorizados todos os nossos dados genéticos, como a cor da nossa pele, a cor dos nossos olhos e o nosso temperamento. O dr. John Wilson, famoso oftalmólogo, disse que temos em torno de dois milhões de fios duplos encapados em cada um de nossos olhos. Se não fora assim, haveria um curto-circuito e ficaríamos cegos. Se nós pudéssemos esticar a fita DNA do nosso corpo, teríamos cento e dois trilhões de metros, cento e dois bilhões de quilômetros. Isso daria para dar várias voltas no sistema planetário. Nós somos um ser PROGRAMADO e COMPUTADORIZADO geneticamente. Falar que somos resultado de uma geração espontânea ou obra do acaso contraria essa realidade inexorável.

O rei Davi disse que Deus fez o nosso corpo de forma assombrosamente maravilhosa, entretecendo-nos no ventre de nossa mãe. Ele viu quando éramos apenas uma substância informe. É meridianamente claro que não somos produto de uma evolução de milhões e milhões de anos. A chamada teoria da evolução não possui a evidência das provas. O próprio livro "Origem das Espécies" de Charles Darwin, publicado em 1859, em Londres, possui nada menos que oitocentos verbos no futuro do subjuntivo: “Suponhamos”. O Criacionismo não é uma vertente religiosa, como muitos querem. É estritamente científico. Que o universo foi criado, a ciência prova. Que o homem foi criado, a ciência confirma. O que é matéria de fé é que nós cremos que Deus é o criador do universo. Afirmamos, portanto, com inabalável convicção, que não viemos de uma ameba nem somos parentes dos símios. Viemos das mãos do divino artífice. Somos uma obra de arte do Criador. Somos criados à sua imagem e semelhança. As digitais do Todo-poderoso podem ser encontradas em nós.

Muito embora o homem tenha sido criado perfeito, o PECADO deformou sua beleza moral. A imagem de Deus estampada em nós na criação, tornou-se a imagem de Deus DEFORMADA na QUEDA. Porém, em Cristo, somos a imagem de Deus restaurada. Agora, somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus, para as boas obras. Somos o poema de Deus, a poesia mais bela do Criador. Nossa vida deve resplandecer a beleza de Cristo. A face do Filho refletida em nós, pelo poder do Espírito Santo, deve resplandecer a glória do Pai. Somos uma obra de arte na criação e uma obra da graça na redenção. Fomos feitos perfeitos na criação e declarados perfeitos na redenção. O homem por inteiro, corpo e alma, procede de Deus e só encontra sentido na existência quando se volta para Deus.

sábado, 20 de outubro de 2018

A Mulher Rixosa, Iracunda e a Virtuosa


Pv 27.15 – “O gotejar contínuo no dia de grande chuva e a mulher rixosa são semelhantes;”

Uma das coisas capazes de irritar uma pessoa é o barulho de gota pingando continuamente! Parece uma tortura!
A Bíblia compara a mulher rixosa, com esse “pinga-pinga” que irrita. Até diz que é melhor morar no deserto – lugar de necessidade do que morar com uma mulher rixosa e iracunda:

Pv 21.19 – “Melhor é morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e iracunda.”

Mas o que significa ser uma mulher rixosa e iracunda? A palavra rixosa significa briguenta, barulhenta, e a palavra iracunda significa uma pessoa propensa a ira, irada.

Pela comparação bíblica em Pv 27.15, a mulher rixosa é aquela que não para de atormentar o marido; é aquela que a todo instante fica perturbando, reclamando ou dando bronca. É a “esposa pinga-pinga.”

Entendemos o que a Bíblia diz, porque já ouvimos relatos de maridos que preferem trabalhar no turno da noite para não ter que ficar em casa ouvindo a esposa. Alguns deles até foram dispensados mais cedo para irem para casa, mas preferiram ficar na empresa, fazendo nada, só para não ter que aquentar a “esposa pinga-pinga”.
Diante disso, compreendemos que não existe algo pior para uma esposa que ser rixosa e iracunda. Não é esse o plano de Deus para a mulher. Lembre-se que a Bíblia diz que a mulher cristã santifica o lar. Não vemos como ela pode edificar o lar sendo rixosa e iracunda.

Entendemos que diante de tantos erros e descasos do marido, a esposa se irrita e adquire esse comportamento; mas da mesma maneira que sabemos disso, o diabo também sabe e prepara situações para mexer com o humor da esposa e transformá-la em rixosa e iracunda.
É mais fácil a esposa - que acreditamos que deva ser sábia; deixar de ser rixosa e iracunda, do que o marido que não conhece a Deus ou não tem o comportamento cristão esperado.
 
É preciso combater o mal na casa para ter a santificação!

Talvez você esteja pensando que é impossível deixar de se irritar com as atitudes de seu marido e deixar de ser uma “esposa pinga-pinga”.
Nós diríamos que sem Deus é quase impossível sim! É muito difícil conseguir isso sozinha! Você vai precisar da ajuda do Espírito Santo de Deus. 
Quero lhe mostrar um mecanismo descrito na Bíblia que vai lhe ajudar contra essa irritação.

O homem é feito de corpo e alma/espírito. O corpo é o nosso meio de comunicação com o mundo. Através dele enxergamos, cheiramos e sentimos as tentações.  O espírito é a nossa ligação com Deus. A Bíblia diz que nosso espírito está ligado com o Espírito de Deus (I Co 2.11-12),  a nossa alma é quem direciona nosso corpo. A alma  é o centro de nossas emoções e vontades. É ela que nos faz buscar mais a Deus ou as coisas do mundo.
É preciso deixar que a alma, gerencie seu ser.
Estamos sempre numa batalha entre a carne e as coisas do Espírito de Deus.
Se direcionarmos o nosso espírito a buscar Deus, o nosso espírito estará mais forte e influenciará o corpo, que como "gerente", vai controlar a carne; porém se a carne for mais alimentada com as coisas do mundo, estará mais forte  e conduzirá todo o  ser para longe de Deus.

A Bíblia diz que se estivermos cheios do Espírito Santo, mataremos a vontade da carne:

"...Vivei no Espírito, e de forma alguma satisfareis as vontades da carne! Porquanto a carne luta contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne. Eles se opõem um ao outro, de modo que não conseguis fazer o que quereis. - (Gl 5.16-17)

Se for cheia do Espírito Santo, a carne não será alimentada e portanto não terá forças para conduzir o teu ser ao pecado.  Busque a Deus com toda a intensidade. Clame pelo seu Espírito, e será liberto desse desejo da carne!
A irritação é um fruto da carne e não do Espírito, portanto você precisa matá-la!

Como mulher, você  pode transformar sua casa! A mulher santifica o lar!
Busque a Deus, ore, leia a Bíblia, adore ao Senhor com um simples CD, jejue e leia livros que lhe aproximarão de Deus!
Desta forma estará  matando a carne, e a irritação não vai mais se manifestar em você; sendo assim, você deixará de ser uma “esposa pinga-pinga”.
MULHER VIRTUOSA   -  ( Provérbios 31.10-31)
   A mulher virtuosa é uma pessoa dotada de grandes qualidades; disposição habitual para a prática do bem; que possui caráter, ou tem muita virtude; honesta, valorosa, eficaz.
  É a pessoa que domina em alto grau a técnica de uma arte. Esta mulher é chamada de virtuosa. Porque ela domina bem a arte de ter uma família saudável.
Para ser virtuosa, é preciso em primeiro lugar, ordenar as prioridades certas - nutrir um relacionamento pessoal com Deus (Mt 6.33), ministrar ao marido (Pv 18.22;19.14); Cuidar dos filhos (2 Tm1.5) Cuidar da casa (Tt 2.5) e, depois, acrescentar atividades que o tempo e a energia permitirem (Pv 31.10-31). A Bíblia nos afirma que: “Casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do Senhor, vem a esposa prudente (Pv 19.14). A esposa prudente é cautelosa, tem discernimento e discrição. É uma administradora do lar. São valores que não podem ser compradas nem aprendidas. Não podem ser forçadas nem formuladas. A boa esposa é um diamante que precisa ser desenterrado. Ser esposa implica mais que simplesmente ser mulher. Nem toda mulher é uma boa esposa. No espaço de um momento ela é um tesouro a ser admirado. No espaço de uma vida é um investimento que rende dividendos para todos com quem entra em contato. A mulher virtuosa é uma dama majestosa e elegante!!!
Muitas Mulheres notáveis aparecem em toda a Bíblia, mas a esposa virtuosa aqui retratada merece elogio especial (Pv. 31:29)
Essa mulher era esposa e mãe. Durante séculos, as mulheres têm se maravilhado e vêm sendo desafiadas pela vida dela (v. 31)
A passagem descreve o tipo de esposa que toda mulher deve ser e que tipo de mulher o homem deve escolher para se casar. Muitos homens insensatos se atiram de cabeça na vala do desespero, tentando criar uma joia com pedra comum. Porém sábio é o homem que, como o minerador, sabe que só pode esperar descobrir o que Deus já criou. Não sabemos quem era aquela mulher, mas como ela era. Essa mulher virtuosa continua mais viva do que nunca. Essa mulher fora do comum era um paradigma de virtudes: digna de confiança, diligente, organizada e amorosa. Mas é surpreendente como consegue organizar as prioridades de sua vida. O marido confiava plenamente nela; os filhos adultos a elogiavam voluntariamente, e seu lar era um modelo de eficiência. Ela ainda encontrava tempo para atuar na comunidade, para ajudar o pobre e até para aumentar a renda da família por meio de investimentos sábios e gerenciamento produtivo de tudo o que era colocado sob seus cuidados. Mais ainda, era tão linda exteriormente como era sábia em seu interior! A descrição da esposa virtuosa termina com o segredo de seu sucesso (v.30). Essa mulher, em primeiro lugar, temia e reverenciava a Deus. Assim, os relacionamentos e responsabilidades eram equilibrados com sabedoria. Ela exemplifica a verdade emitida por Jesus Cristo: "buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas."(Mt. 6:33). Um olhar atento para a descrição dessa mulher pode ser de valor inestimável para ajudar todas as mulheres a estabelecerem suas próprias prioridades ao administrar o tempo, os recursos e os dons que Deus lhe deu.
As qualidades da mulher virtuosa:
• Confiável. (v.11).
• Caprichosa. (v.13).
• Organizada. (v.15).
• Aciada. (v.25).
• Sábia. (v.26).
• Dedicada. (v.27).
• E Temente ao Senhor. (v.30).
Os prestígios e privilégios da mulher virtuosa:
• Valorizada. (v.10).
• Respeitada. (v.21).
• Bem-aventurada. (v.28).
• Honrada. (v.28).
• Superior. (v.29).
• Louvada. (v.30).
• Virtuosa. (v.10).
A mulher virtuosa é aquela que:
Tem a confiança do seu marido. (v.11).
Faz o bem e não mal todos os dias da sua vida
À TODOS QUANTOS LHE RODEIAM. (v.13).
Trabalha de boa vontade. (v.13).
Cumpri a sua tarefa no lar. (v.15).
Não come o pão da preguiça. (v.27).
Conhece o seu marido. (v.23).
Tem compaixão pelos necessitados. (v.19,20).
Abre a boca com sabedoria. (v.26).
É temente ao Senhor. (v.30).

"
Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis."  ;   "Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada."  (Provérbios 31:10,30)

sábado, 15 de setembro de 2018

CRIACIONISMO - Mito ou realidade?

   "No princípio criou Deus, os céus e a terra". (Gênesis 1.1)
   Este é dos assuntos mais importantes, discutidos na academia e também na igreja: a questão da Criação. Será que este vasto universo é produto do acaso ou foi propositadamente criado, e criado por Deus?       Hoje, muitos cientistas da melhor cepa, defendem que o criacionismo não é artigo de fé, mas sim de ciência. O que nós cremos, pela fé, é que este mundo que foi criado, e a ciência prova isto, foi criado por Deus. O versículo em Gênesis 1.1, leva-nos a quatro conclusões:
   Primeira, a matéria não é eterna, como pensavam os gregos, a matéria foi criada; este mundo é feito de matéria e energia, matéria e energia não criam a si mesmas; este mundo é governado por leis, leis não criam a si mesmas; logo, alguém maior do que o universo, fora do universo, independente do universo, criou o universo e estabeleceu leis.
   Segunda conclusão, este mundo não veio à existência por geração espontânea, o mundo não pariu a si mesmo, o mundo não deu à luz a si mesmo, o mundo foi criado, e criado por Deus; no princípio, criou Deus os céus e a terra. É claro que este mundo teve um começo, no princípio, porque eterno só Deus o é, e Deus então, que tinha vida em si mesmo, tem vida em si mesmo, que não depende da criação para ser Deus, porque o era antes da criação, deliberadamente, cria todas as coisas, segundo a sua vontade, pelo poder da sua palavra, para o louvor da sua glória.
   Terceira conclusão, o mundo não é resultado de uma mega explosão cósmica. A teoria do Big Bang não tem amparo da verdade dos fatos, porque o caos não produz o cosmos, a desordem não produz a ordem. Seria mais fácil que jogando para o espaço um bilhão de letras, elas caíssem formando uma grande enciclopédia, do que acreditar que uma mega explosão produzisse um universo tão vasto, tão extraordinário, com movimentos tão precisos, com leis tão cirúrgicas. Nós, por exemplo, não estamos no planeta terra porque casualmente uma explosão nos deixou aqui; se nós estivéssemos mais longe do sol, nós morreríamos congelados, se nós estivéssemos mais perto do sol, nós morreríamos queimados. Não foi o acaso que nos deixou aqui, foram as mãos do criador. A lua não está onde está por acaso. Você sabe que a lua é a faxineira do planeta Terra. Sem a lua, não haveria o fenômeno das marés, se não houvesse o fenômeno das marés, as nossas praias se encheriam de lixo e a vida seria impossível no nosso planeta. Não foi uma explosão que deixou a lua onde ela está, mas foram as mãos do nosso glorioso criador; no princípio criou Deus os céus e a terra.
   Mas a quarta conclusão, é que o nosso universo não é resultado de uma explosão de milhões e milhões de anos. Vocês bem sabem, que em 1859, Charles Darwin publicava em Londres o seu livro: a origem das espécies. No dia da publicação já se esgota a primeira edição. De lá para cá, esta chamada teoria da evolução tem sido ensinada nas escolas, nas universidades, como uma verdade científica. Falta-lhe, entretanto, a evidência das provas. Este mundo foi criado e criado pelo nosso glorioso redentor. Este universo é tão vasto, tão extraordinário, que se você perguntar ao mais perito dos astrônomos, qual é o tamanho do universo, ele vai dizer para você que não sabe. E quando ele diz não sabe, ele não está confessando uma ignorância absoluta, porque na verdade o universo tem um limite, porque ilimitado só Deus o é.
Mas hoje, os cientistas afirmam que o nosso universo tem mais de 93 bilhões de anos luz de diâmetro, o que significa isso? Significa que se nós voássemos à velocidade da luz, 300 km/s, nessa velocidade nós demoraríamos mais de 93 bilhões de anos para ir de uma extremidade à outra do universo. Isso não é produto do acaso, isso não é resultado de uma evolução de milhões e milhões de anos, isso é obra do glorioso Deus criador. Se você pergunta, por exemplo, para um astrônomo, quantas estrelas existem? Ele vai dizer: eu não sei, mas o que eles já sabem é que há mais estrelas no firmamento do que todos os grãos de areia de todas as praias e desertos do nosso planeta. E preste bem atenção, este Deus criador conhece cada uma delas pelo nome, e quando as chama, nenhuma delas vem a faltar, este é o Deus criador, aquele quer criou este macro universo, de maneira tão colossal, de maneira tão extraordinária. A criação não é um mito, a criação é uma realidade. Hoje a ciência não está mais boquiaberta com a grandeza do macro universo, hoje a ciência está pasma com a grandeza insondável do micro universo.
O dr. Marshall Nirenberg, por exemplo, prêmio Nobel de biologia, fez uma das mais fantásticas descobertas do século passado, ele descobriu que você e eu somos um ser programado geneticamente, ele descobriu que você e eu temos em torno de sessenta trilhões de células vivas em nosso corpo, e em cada uma delas, um metro e setenta de fita DNA, onde estão gravados e computadorizados todos os nossos dados genéticos. Se você pegar a fita DNA do seu corpo e espichá-la, você terá 102 trilhões de metros de fita DNA, você terá 102 bilhões de fita DNA no seu corpo. O dr. Lewis diz que nós poderíamos empacotar na cabeça de um alfinete todos os dados genéticos dos mais de 7 bilhões de habitantes do planeta Terra. Dr. Lewis disse que códigos de vida não se originam por acaso, nem de uma evolução de milhões e milhões de anos, códigos de vida foram plantados em você pelo Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra. Portanto, a criação não é um mito, a criação é uma realidade. Isso significa que você não veio de um macaco, você não veio de um símio, você veio das mãos de Deus. Sabe o que é que a Bíblia diz? Que Deus criou você à sua imagem e à sua semelhança. Este Deus é pessoal, é o Pai, é o Filho, é o Espírito Santo. Você pode conhecê-lo, você pode amá-lo, você pode adorá-lo, você pode ser por ele perdoado, você pode ser por ele salvo pela graça. Então, eu convido você, venha conhecer este Deus, você pode conhecê-lo através de Jesus, o seu Filho, que veio ao mundo, encarnou, viveu entre nós, morreu na cruz pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, você pode receber dele a vida eterna, o perdão dos seus pecados. Adore a Jesus, sirva a Deus, e viva para a glória de Deus.
No princípio criou Deus, os céus e a terra. Gênesis 1.1

sábado, 8 de setembro de 2018

Marxismo x Cristianismo

Marxismo x Cristianismo:


“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8)


   Atualmente os países muçulmanos são o maior grupo de perseguição aos cristãos. Do ranking criado pela organização missionária Portas Abertas, quase 90% dos cinqüenta paises listados são muçulmanos. Eles estão presentes em todos os níveis desde perseguição severa até problemas ocasionais com a Igreja.
Entretanto, o primeiro lugar não pertence a um país muçulmano. Pertence à Coréia do Norte, um país governado pela ideologia marxista. A nota conferida por Portas Abertas é de 82 pontos contra 68,5 do segundo colocado, a Arábia Saudita. Uma diferença considerável. Se lembrarmos que o país já foi testemunha de um grande avivamento, chegando Pyioniang, sua capital, a possuir 13% de cristãos, nos perguntamos: O que aconteceu?
   Podemos entender a oposição muçulmana-cristã por tratar-se de duas religiões conflitantes em seus fundamentos, com uma inimizade histórica que vai desde os seus primórdios. Mas como entender que os países onde o marxismo foi adotado como ideologia o cristianismo foi perseguido de uma forma tão perversa, intensa e diabólica? Como explicar que um homem educado como judeu e protestante criasse uma ideologia tão inimiga do cristianismo? O que disse ou escreveu Karl Marx que no fim resultou em 70 anos de perseguição serrada à Igreja e que persiste até os dias de hoje?

“Examinai tudo. Retendo o que for bom” (1 Ts 5.21)
   Não é definitivamente o marxismo político que nos importa aqui, mas o marxismo como ideologia, com seus conceitos sobre o homem, sobre Deus, sobre o mundo, sobre o futuro. Quem o conhece profundamente sabe que não é a questão de um mero partido político, de uma doutrina econômica, mas de uma cosmologia que influência toda a maneira de ver a vida. Não queremos falar dos aspectos econômicos ou políticos da doutrina de Marx. Queremos apenas analisar os pontos que levaram os países que adotaram sua ideologia a perseguir, torturar e odiar aos cristãos.
   Somos cristãos e temos por base as Escrituras Sagradas como revelação única e infalível dos propósitos de Deus. Ela é o crivo e o prumo com o qual medimos qualquer afirmação, principalmente se estas se propõe a responder questões vitais como aquelas com as quais o marxismo lida. Queremos expor um pouco de Marx e sua doutrina, analisando-a à luz da Palavra de Deus
Para efeitos de compreensão estaremos usando os termos marxismo, comunismo e socialismo como intercambiáveis, reconhecendo que em uma literatura política eles possam apresentar nuances que os diferenciam.

O homem Karl Marx

   O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do seu mau tesouro tira coisas más. (Mateus 12.35)
(…) aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará. Um coração perverso se apartará de mim; não conhecerei o homem mau. (Salmo 101.3,4)
   Karl Marx seguiu o sinistro caminho de Lúcifer, tendo sido criado nas Sagrada Letras, primeiro como um judeu, depois como um protestante. Aos quinze anos ele escreveria:
   “Assim a história da humanidade nos ensina a necessidade de união com Cristo. Também quando consideramos a história dos indivíduos, e a natureza do homem, vemos imediatamente a centelha do divino em seu peito (…) A união dos crentes com Cristo pode vencer estes [desejos pecaminosos] e dar uma felicidade que um epicureu em sua filosofia simples e o pensador mais profundo nas profundezas de seu conhecimento procuram em vão, que somente alguém ligado incondicionalmente e infantilmente em Cristo pode saber e dirige-se a uma vida mais bela e elevada” (Karl Marx, Vida e Pensamento, Vozes)
   E então nos perguntamos: O que aconteceu com ele? Por que veio a tornar-se um ateu militante, um inimigo da fé cristã e desenvolver um sistema de pensamento que bania a Deus completamente? Em nome de suas teorias, sistemas políticos mataram, torturaram e perseguiram cristãos no mundo inteiro. Difícil conceber que todo este veneno tenha vertido de uma mente que um dia fora supostamente cristã. Porém, muito do conteúdo dos escritos de Marx e mesmo do subseqüente desenvolvimento de sua doutrina é um frasco contendo uma peçonha mortal para o cristianismo (Rm 3.13).
   Seria muito bom lermos alguns trechos de alguns poemas escritos por Marx já durante o tempo em que estudou na universidade de Berlim.
Com desdém jogarei minha luva
Bem na cara do mundo
E verei o colapso deste gigante pigmeu
Cuja queda não sufocará meu ardor
Então errarei divino e vitorioso
Pelas ruínas do mundo
E dando uma força ativa às minhas palavras
Me sentirei igual ao Criador (ver Isaías 14)
Eu sou tão cru como um deus e me encubro em trevas como ele
Ensino palavras que estão enredadas numa confusão diabólica e caótica
Há algo mais forte porém. Uma estranha confissão, tirada de um poema seu intitulado “O Violinista”, mas tarde declamado por ele e por seus seguidores, cujo tom sinistro realmente espanta:
Os vapores infernais elevam-se e enchem o meu cérebro
Até que eu enlouqueça e meu coração seja totalmente ligado
Vê está espada?
O príncipe das trevas
Vendeu-a pra mim.
   Entendemos rebeldia adolescente. A perda da fé na idade adulta não é incomum. A indiferença do adulto contrasta muitas vezes com a bela devoção infantil. Marx porém, como Nietzche, fez da maturidade uma guerra à fé adolescente. O sistema de pensamento por ele criado só poderia subsistir com a morte de Deus e de tudo o que o Cristianismo ensinava.
   Tendo sido cativo por treze anos em prisões comunistas, o pastor Romeno Richard Wumbrand escreveu sua famosa obra “Era Karl Marx um satanista?”. Ele lança a pergunta como tese, não como afirmação indubitável. Mas ele propõe muitas questões que procuram mostrar características estranhas de Marx, sua doutrina e os efeitos dela decorrentes, que vai muito além daquilo que seria esperado de uma filosofia.
   Não queremos fazer um ataque pessoal irresponsável, pois sabemos da importância histórica de Marx. Existem testemunhos favoráveis a seu respeito. Mas este testemunho pertenceu a alguém que o conheceu já na idade madura e nos dá um quadro um tanto sinistro de sua pessoa:
   “A impressão que ele me causou foi de alguém que possuía uma rara superioridade intelectual e ele era evidentemente um homem de uma personalidade excepcional. Se seu coração se igualasse ao seu intelecto, se ele possuísse tanto amor quanto possui ódio, eu atravessaria o fogo por ele (…) Mas é de se lamentar (…) que este homem com seu intelecto esplêndido não tivesse nobreza de alma. Estou convicto de que uma ambição pessoal perigosíssima consumiu todo o bem nele. Ele ri dos tolos que papagueiam seu catecismo proletários como ele ri dos comunistas e dos burgueses. As únicas pessoas que ele respeita são os aristocratas genuínos (…) A fim de evitar que eles governem, ele precisa de sua própria fonte de força que ele só pode encontrar no proletariado (…) Apesar de todas as suas garantias em contrário, a dominação pessoal era o objetivos de todos os seus esforços” (Testemunho pessoal de um tenente prussiano) (David McLellan op. Cit)

O Marxismo hoje

   A queda do muro de Berlim foi um símbolo histórico da queda do comunismo. A dicotomia mundial capitalismo-socialismo representada de modo tão vivo na divisão da cidade de Berlim chegava ao fim. O que viria depois era só conseqüência. A história mundial não caminhou na direção apontada por Marx, pois dizia que o socialismo e o comunismo faziam parte de um processo normal da evolução histórica da humanidade. Foi um duro golpe para uma ideologia que em setenta anos influenciara de forma ampla o pensamento de uma boa parte da comunidade das nações.
   A atual declaração de um presidente “Pátria, socialismo ou morte” demonstra contudo que o marxismo não é um defunto consumido pela terra. Sua força espalhou-se por todo o mundo, mesmo nos lugares onde ele era condenado e criou raízes profundas no pensamento e na vida prática das pessoas. Sofreu transformações como qualquer outra ideologia, mas até mesmo o cristianismo foi por ele influenciado como é patente na Teologia da Libertação e no CMI.
   O marxismo tem o vigor de um a religião e por isso ainda possui adeptos em várias camadas da sociedade, de humildes camponeses até intelectuais acadêmicos, de operários a estadistas. Assim como os que acreditam nas teorias da reencarnação e karma não precisam estar ligados à alguma religião, os que acreditam nas idéias marxistas não precisam estar em um partido político comunista ou afim.
 O marxismo é o que se pode chamar de uma cosmologia, um sistema que procurava explicar totalmente a existência à sua volta, dando-lhe um sentido racional. E esta cosmologia, em diversos pontos, entra em choque direto com as Escrituras Sagradas. Reclama sua autoridade de supostas “leis de História” e exige uma aceitação incondicional de seu credo.
  Por causa disto, não se pode dizer que o marxismo está morto. Suas idéias ainda são centrais para muitos partidos políticos, no mundo acadêmico e sem dúvida alguma Marx é citado em discussões e debate sobre diversos temas. Basta olhar na Web, em sites como vermelho.org / marxistas.org e domínio público.gov.br e ver que seus livros são recomendados e seu pensamento é claramente defendido. Quem acha que a devoção por Marx e suas teoria chegou ao fim basta ainda olhar o site recém lançado Marxismo Revolucionário Atual.(www.mra.org.br). Não será preciso dizer mais nada.

MARXISMO E ATEÍSMO
“Diz o néscio no seu coração: Não há Deus” (Salmo 14.1)
   Marx não era apenas um ateu. Era inimigo do cristianismo. Ele não deixou a religião de lado, colocou-se contra ela. Uma coisa é não acreditar que Deus exista. Outra coisa é lutar por tirar do coração das pessoas a confiança nesse Deus. Ele adquiriu todo seu arsenal anti Deus com o falso teólogo Bruno Bauer e o filósofo Feuerbach. Deles se escreveu em seus tempos de estudante
   “O ateísmo de Marx certamente era de uma espécie extremamente militante. Ruge escreveu a um amigo: “Bruno Bauer, Karl Marx, Christiansen e Feuerbach estão formando uma nova “Montagne”(grupo mais radical da Revolução Francesa) e fazendo do ateísmo o seu lema. Deus, religião, imortalidade são derrubados de seu trono e o homem proclamado Deus. E George Jung, um jovem próspero advogado de Colônia e partidário do movimento radical, escreveu a Ruge: “Se Marx, Bruno Bauer e Feuerbach juntos fundarem uma revista teológico-filosófica, Deus faria bem em cercar-se de todos os seus anjos e se entregar à autopiedade, pois estes certamente o tirarão de seu céu…” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan, Vozes, p. 54).
   Não são as idéias políticas que nos preocupam, mas toda a ideologia acessória que a acompanhou. Todos os governos estabelecidos com base no marxismo, tivessem eles o nome de comunismo, socialismo ou outro qualquer, foram inimigos implacáveis da religião. Em sua dissertação de doutorado ele escreveria que a filosofia verdadeira tinha um ódio a todos os deuses que era “ seu próprio lema contra todos os deuses do céu e da terra que não reconhecem a autoconsciência do homem como a mais alta divindade. Não deverá haver nenhum outro deus além dela” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan, Vozes, p. 49). Sua famosa frase de que a religião era o ópio do povo é suficiente para sintetizar sua posição sobre a mesma e de todos que de alguma forma o seguiram. As cruéis mortes e torturas sofridas pelos cristãos não passava de “guerra ao ópio”.
   “Posso entender”, escreveu um pastor que passou anos sendo torturado por sua fé, “Posso entender que os comunistas prendam padres e pastores como contra-revolucionários. Mas por que os padres foram forçados a dizer a missa sobre excrementos e urina, na prisão romena de Piteshti ? Por que cristãos foram torturados para tomarem a comunhão com esses mesmos elementos ? Por que a obscena zombaria da religião ?” (Era Karl Marx um satanista ?, p. 47). Sim, por quê?
   Por que após a Revolução Russa de 1917 baseada no marxismo mulheres cristãs recebiam 10 anos de prisão por causa de sua fé e prostitutas recebiam apenas 3 anos? Isto aconteceria se a doutrina marxista fosse apenas de ideologia política e econômica?
   É muito fácil derivar o ódio ao cristianismo e às religiões em geral dos escritos de Karl Marx e Friederich Engels. Não é à toa que a sua obra mais famosa, verdadeiro texto-marco da história do comunismo contenha esta assustadora afirmação “O que porém pretende o comunismo é suprimir estas verdades eternas e extirpar a religião e a moral ao invés de lhe dar forma nova” (Manifesto do Partido Comunista, Marx/Engels, Universidade Popular, Global Editora, 1986, 6ª edição, p.35). A aplicação prática desse pensamento os mártires dos países comunistas e suas famílias conhecem muito bem.

MARXISMO E A TEORIA DA EVOLUÇÃO
   “Após Ter lido A Origem das Espécies, de Charles Darwin, Marx escreveu uma carta ao seu amigo Lassalle na qual exulta porque Deus – ao menos nas ciências naturais – recebeu o golpe de misericórdia” (Marx e Engels, Diltz publ. Berlim 1972, vol 30 p. 578). A criação era um empecilho para o pensamento marxista, uma vez que o seu “materialismo dialético” não pode sobreviver diante de um Deus e uma dimensão espiritual no universo.
   Em sua própria formulação da história, Marx estabelece uma espécie de “evolução dos meios de produção”, seguindo uma ordem de Modo de produção da sociedade primitiva (coletivista) – Asiático – Escravista – Feudalismo – Capitalismo – Socialismo e Comunismo, sendo este último o grau mais avançado na escala de evolução.
   Frederick Engels, que juntamente com Marx formulou toda a ideologia escreveu um livro intitulado “Sobre o Papel do Trabalho na Transformação do macaco em homem”. Este livro é uma aplicação direta das teorias de Darwin às teorias sobre o trabalho desenvolvidas pelo Marxismo. No discurso da morte de Marx, Engels diria que “assim como Darwin descobriu a lei da evolução da natureza orgânica, Marx descobriu a lei da evolução da História humana”.
   Mesmo que Karl Marx tenha posteriormente criticado o darwinismo, este era um elemento essencial na sua doutrina. O homem não precisava mais de um Criador. Bastava milhões de anos para que compostos inorgânicos dessem origem ao ser humano. Os que mais tarde abraçariam o comunismo como o destino glorioso do mundo não hesitaria em assassinar milhares de pessoas que nada mais eram do que animais sofisticados. Sacrificar uma geração em favor das gerações futuras soava como algo altamente coerente.

MARXISMO E SEUS ATAQUES AOS FUNDAMENTOS DO CRISTIANISMO

"porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos". (Rm 1.21-22)
   Sabemos que o ataque do comunismo não é exclusivo ao cristianismo mas a qualquer forma de religião, da mesma forma que se diz do “homem da iniqüidade” que ele se levantaria “contra tudo o que se chama Deus ou se adora” (2 Ts 2.4). “O nazismo odiava o Deus de Abraão; o comunismo odiava todo tipo de deus, principalmente aquele Deus”, escreveu Alain Besançon. Por ter nascido no seio do cristianismo e por ter se propagado em países onde este era maioria, os cristãos do mundo inteiro foram vítimas dessa ideologia. É bom ressaltar que não houve na História do século XX um único país que tenha adotado o marxismo e não tenha de alguma forma perseguido a Igreja. Por quê?
   Deus, salvação, pecado, espírito eram conceitos negados por Marx e seus seguidores. Só existe a matéria e tudo o mais além disso eram invenções das classes dominantes para manter sua supremacia. Envenenado pelo ateísmo de seu tempo sua doutrina não se ateve apenas às questões políticas e econômicas. Para chegar a estas teve que formular uma concepção do mundo e da História que suplantasse o próprio Cristianismo e a história da salvação. Sua teoria filosófica era superior a tudo o que houve antes. O cristianismo não passava de uma ilusão criada pelas condições econômicas, um inimigo a ser vencido.
   E Marx não aceitava concorrência. Assim escreveu Robert Heilbroner em sua História do Pensamento Econômico. “Ele era o homem mais intolerante, mais briguento do mundo e desde o começo demonstrou-se incapaz de pensar que alguém que não seguisse sua linha de raciocínio poderia estar certo”. De uma certa forma os conceitos cristãos negados foram de alguma forma substituídos filosófica ou psicologicamente. Mas o sistema marxista nunca co-existiu pacificamente com o Cristianismo. Ou ele tentou destruí-lo ou transformá-lo, como ocorreu com a Teologia da Libertação, que nada mais foi do que um “Evangelho Segundo Marx”.
   O problema do homem não era o pecado e sim sua condição social. A redenção não viria pela cruz, mas pela mudança da sociedade, pela do modo de produção do capitalismo para o socialismo e depois pelo comunismo. O conceito de um Deus pessoal que chegou até nós através da revelação judaico-cristã foi substituído pelo termo vago “Natureza” e depois “História”. Havia sim um futuro escatológico glorioso mas que não era o resultado de uma intervenção divina de qualquer natureza e sim do próprio processo histórico sendo o estágio de comunismo inevitável.
   Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma das mais imorais que existe” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan, Vozes, p. 54). Como pois conciliar cristianismo e marxismo? Como pois acreditar em um convivência pacífica entre ambos? Andarão dois juntos se não estiverem de acordo (Am 3.3)? Eis a gênese pessoal daquilo que viria a se transformar em ódio estatal !!
MARXISMO E SUA DEVOÇÃO À HISTÓRIA
   Ele muda os tempos e as estações; Ele remove os reis e estabelece os reis; é Ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos (Daniel 2.21)
   Todo homem tem um deus. Rejeitar o Deus da Bíblia levará o homem à busca de um substituto. Friederich Nietzsche, o filósofo da morte de Deus, substituiu-o pelo que ele chamou de “super-homem”. Alestier Crowley, revoltado com o puritanismo de sua infância voltou-se para os deuses pagãos. O marxismo fez da História o seu deus. Nela ele justificou muito dos seus crimes e fundamentou suas opiniões. “A História estava a seu favor” diziam os comunistas.
   Mesmo ateus confessos como o jornalista Janer Cristaldo foi explícito em demonstrar este aspecto “religioso da História” pertinente à doutrina marxista-comunista. Ele escreveu em seu artigo “Nós,os imorais”
   Não poucos articulistas trabalham com a falsa hipótese de que os comunistas são ateus. Nunca foram. Apenas trocaram o deus cristão por um outro. No caso, uma deusa, a História. Essa deusa teve uma encarnação humana, Stalin. Tanto que, em 1953, havia comunistas que não acreditavam em sua morte, afinal um deus não pode morrer. A fé absoluta na doutrina marxista era tal que um comunista sempre olhava com piedade para quem quer que dele discordasse: o coitado nada entendia do mundo. A Parusia proletária era dada como inelutável e a humanidade toda caminhava rumo ao comunismo.
   Ao dizer que Marx havia descoberto “as leis de evolução da história humana” Engels estava sancionando um dos elementos principais da ideologia por eles criada. Já que não havia um Deus para sancionar suas opiniões e não podendo alegar algum tipo de “revelação” transcendente, eles procuraram justificar sua autoridade apelando para a História. Esta segundo eles possuía leis fixas e inexoráveis. Por conhecerem estas leis eles podiam tranqüilamente proferir o que Karl Popper chamou de “profecias históricas”, isto é, a previsão do futuro baseado nestas supostas leis. Popper denunciou esta distorção em uma conferencia de filosofia realizada em 1948
   “A revolução naturalista (…) contra Deus substituiu o nome de Deus pelo termo Natureza (…) Hegel e Marx, por sua vez, substituíram a deusa Natura pela deusa História (…) As ofensas contra Deus foram substituídas pelos atos de ‘criminosos que resistem em vão à marcha da História’ ”.
   Ao invés do Deus pessoal que “muda os tempos e as estações”; e “remove os reis e estabelece os reis;” (Dn 2.21), Marx optou por conferir à História o domínio sobre todos os acontecimentos. Em sua adolescência ele já havia descrito a história como mestra das ciências. Ele agora se curvava perante ela e a tornava senhora de todos os destinos do mundo, seja lá o que se pessoa definir como História em seu pensamento.
 Como todo bom pensador do século XIX, o conhecimento científico era o crivo, era o fundamento de todo conhecimento. Desdenhando os socialismos anteriores como sendo utópicos, Engel classificou o seu como “científico”. Isto lhe dava um certificado de verdade, como fizera o espiritismo e outras formas de pensamento. Sua base eram as ciências sociais e históricas às quais ele queria conferir uma precisão igual às das ciências exatas.
  Embora a “Miséria do Historicismo” de Karl Popper seja todo ele um estudo de grande valor nesta questão, um trecho resume bem o pensamento que está por trás dessa ideologia
  A idéia de que deveria ser possível prever revoluções como se podem prever eclipses (…) é o fundamento do historicismo: o ponto de vista de que a evolução da humanidade segue um enredo e que se conseguirmos descobri-lo, teremos uma chave para nosso futuro.
  O impacto desta visão foi bastante forte. Funcionou para Marx quase como um oráculo. Quando morou na Inglaterra ele passou vários anos prevendo uma crise no capitalismo que nunca chegava. Marcou diversas datas, até que depois de diversos logros de fato aconteceu. Seus seguidores conclamavam que o capitalismo era um moribundo e que em breve a revolução proletária atingiria o mundo todo. Tentar evitar isso era querer parar a roda da História, tal a inevitabilidade do processo.
   Ao invés de reconhecer um Deus em cuja mão estão todas as coisas, Marx preferiu uma deusa que o frustrou completamente. Hoje, quase 200 anos depois, suas previsões soam como vã utopia. A classe operária está muito longe de ser o grupo místico imaginado por ele e as condições históricas estão longe de endossar suas previsões. Suas ácidas críticas talvez continuem em alta. Mas suas esperanças não passaram de mera ilusão.

Prelúdio para a segunda parte
   O comunismo não queria apenas extinguir o cristianismo. Queria substituí-lo, tomar para si o papel de redentor da humanidade. Não poucos pensadores perceberam essa proximidade entre marxismo e religião. Mais do que uma filosofia, ele é uma crença baseada na capacidade do homem em resolver todos os seus problemas e na História como uma lei inexorável que sanciona o comunismo como sistema mundial.
   Até aqui pudemos ver sua tentativa de extinguir a fé teísta e cristã dos corações. Ainda nos resta ver suas propostas ousadas, sua tentativa de colocar-se como a panacéia universal que há de trazer felicidade eterna. Quem pensa que sabe o que verdadeiramente o marxismo/comunismo deve continuar acompanhando a segunda parte dessa matéria.

PROLETARIADO – A IGREJA DE MARX

Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. (Isaías 43.11)
   A luta de classes era para Marx o ponto central da História. Senhores e escravos, camponeses e nobres, burgueses e proletários. Para ele estes últimos eram mais do que uma simples classe social. Eles eram a representação concreta de um grupo especial que havia de ser o grande instrumento para redenção do mundo. Assim como no Antigo Testamento Israel era o povo eleito para levar os propósitos de Deus adiante e no Novo Testamento a Igreja era o “Corpo de Cristo” que recebera dele sua missão, os proletários eram o grande fenômeno histórico para efetivar as previsões do comunismo.
   Ao lermos sua descrição sobre o proletariado é fácil perceber que ele lhe conferiu um papel quase místico. Cercou-o de uma auréola de perfeição e atribuiu-lhe um papel redentor que lembra em muito o servo sofredor do livro de Isaías, cuja hermenêutica judaica sempre identificou com Israel:
“…na formação de uma classe com vínculos radicais, uma classe na sociedade civil, a formação de um grupo social que é a dissolução de todos os grupos sociais, a formação de uma esfera que tem caráter universal por causa de seus sofrimentos universais e não alega nenhum direito particular, porque é o objeto de nenhuma injustiça particular mas de uma injustiça geral. Esta classe não pode mais alegar um status histórico mas apenas humano. Ela não está em oposição unilateral às conseqüências do regime político alemão; está em oposição total aos seus pressupostos. É finalmente um esfera que não pode emancipar-se a si mesma sem se emancipar de todas as outras esferas da sociedade e assim emancipar estas mesmas outras esferas. Numa palavra, é a perda completa de humanidade e isso só pode ser recuperado por uma redenção completa da humanidade. Esta dissolução da sociedade, como uma classe particular, é o proletariado” Karl Marx, Vida e Pensamento, David MacLellan, Vozes, p. 110).
   O teólogo católico Jacques Doyon que em seu livro “Cristologia para o nosso tempo” percebeu esse atributo redentor atribuído por Marx à classe operária. Ele escreveu
   O agente desta liberdade, o “Messias” libertador, sempre conforme Marx, é o trabalhador mesmo, tornando-se consciente do seu estado de alienação e não contando senão consigo mesmo para se libertar. E isso não se conseguirá a não ser pela ação violenta, que rompe com uma ordem social desumana para a substituir por uma sociedade comunista, onde não existe diferença entre as classes sociais, mas onde todos serão uns para com os outros, irmãos e camaradas (…) em lugar do Messias divino, o redentor, conforme Marx é o proletariado.
Ainda Alain Besançon comenta sobre este fato:
Esta ideologia propõe um mediador e um redentor. O “proletariado”, o “explorado”, aquele que não tem nada, vai abrir ao mundo a porta da libertação. Ele é para as outras classes o que Israel é para as nações, o que o “remanescente de Israel” é para Israel. Ele é o servo do Senhor de Isaías que sofre e é o Cristo. Ele é o fruto da história naturalizada como o outro é da sagrada.
   Havendo rejeitado Deus, havendo rejeitado a Igreja e por fim, havendo rejeitado a Cristo, Marx precisava de um outro redentor. Para ele “os princípios sociais do cristianismo são encobertos e hipócritas enquanto o proletariado é revolucionário” (David Mclellan, op. Cit). Sua esperança estava neste grupo ou pelo menos assim ele dizia. Seu deus era uma classe social capaz de transformar o mundo. Para ele valem as palavras de Jeremias “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17.5).
O MARXISMO E A REDENÇÃO DO UNIVERSO
   Os filósofos têm interpretado o mundo de várias maneiras. O que importa é mudá-lo
Karl Marx
Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão. (Is 65.17)
   A frase de Karl Marx em epígrafe é sem dúvida muito bonita. Na verdade possui um conteúdo ideológico tão grandioso que incendiou o mundo. Toda uma geração sacrificou seus melhores anos por este “evangelho”. Os jovens queriam ser os transformadores do seu tempo, pois agora conheciam a receita. Basta lembrar o Exército Vermelho de Mao Tse Tung na revolução cultural de 1959 . Jovens seguiam matando intelectuais e burgueses crendo que através disto estariam destruindo a velha ordem e implantando a nova. No Camboja, onde não havia armas de fogo suficiente, a carnificina era feita com facas, machados e porretes.
   Não entendiam isto como um crime, mas como o caminho mais curto e necessário para “mudar o mundo”, que não aceitava as proposições de sua doutrina. Não estamos falando de especulações e sim de História real e bem documentada.
   A beleza de uma frase nem sempre é proporcional à sua verdade. A retórica pode empolgar, mas isto não significa que sempre conduzirá pelo caminho mais correto. Não há nada errado em querer melhorar as condições de vidas das pessoas e lutar por uma situação mais digna. O comunismo, porém falava em redenção em sentido mais amplo, cosmológico em seu alcance.
   A pergunta é: Pode o comunismo/marxismo ou qualquer outra doutrina transformar o mundo? Em que sentido? Até que ponto? As pretensões de Marx iam muito além de meras pretensões políticas, econômicas ou sociais mas avançavam a um grau que poderíamos descrever como religioso, redentor, salvador.
   O comunismo é a abolição positiva da propriedade privada e por conseguinte da auto-alienação humana e, portanto, a reapropriação real da essência humana pelo e para o homem… É a solução genuína do antagonismo entre homem e natureza e entre homem e homem. Ele é a solução verdadeira da luta entre existência e essência, entre objetivação e auto-afirmação, entre liberdade e necessidade, entre indivíduo e espécie. É a solução do enigma da história e sabe que há de ser esta solução” (Karl Marx, Vida e Pensamento, David MacLellan, Vozes, p. 133).
   Em seu famoso Manifesto Comunista, editado juntamente com Friederich Engels ele afirmou utopicamente, sobre a implantação do Comunismo no mundo:
“Na proporção em que a exploração de um indivíduo por outro termina, a exploração de uma nação por outra também terminará. Na proporção em que o antagonismo entre classes dentro da nação desaparece, a hostilidade de uma nação por outra terminará”
   Quem não percebe nessa afirmação uma tentativa de concretizar a promessa bíblica de paz universal profetizada em Isaías 2.4? “E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra”. O marxismo é a religião do homem, não apenas se auto redimindo como nos sistemas religiosos em geral mas redimindo tudo: o homem, as relações entre os homens, a relação entre o homem e a natureza.
   Sim, o universo precisa de uma transformação, de uma redenção. Sabemos que o pecado a tudo contaminou, a tudo corrompeu e degenerou. Mas o caminho verdadeiro da redenção não vem através de alguma filosofia, ideologia ou ação humana, mas através da ação divina que passa pela cruz e irrompe na ressurreição. Em Romanos 8.19 –23
   Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoração, a saber, a redenção do nosso corpo.
   O Novo Testamento prega uma redenção aguardada, iniciada na cruz e concretizada no Cristo ressuscitado e que se efetivará universalmente no futuro. Tudo isso através do poder de Deus e não como fruto de qualquer ação humana. Karl Marx queria rivalizar com a revelação bíblica através de sua cosmologia. Como um deus ele desejava transformar o mundo sim, mas à imagem e semelhança daquilo que foi idealizado por ele, à parte do Deus redentor.
   Quem acredita que os acontecimentos do final da década de 80 puseram um fim em todas as pretensões comunistas se engana, pois sua força vai muita além do que propostas políticas. O Curso Inicial de Comunismo Científico, foi editado em 1985, em Cuba, pelo Partido Comunista Cubano, através da “Editorial de Ciências Sociales La Habana”. Um calhamaço de 369 páginas, cópia de um velho manual do Partido Comunista da União Soviética.
   Como vemos foi utilizado não quando o comunismo/marxismo se encontrava no auge mas quanto em todo o mundo a estrutura criada ao seu redor já apresentava graves sinais de deterioração. Percebemos pelo texto abaixo não a força de uma filosofia mas algo tão intenso quanto uma religião, inspirando em seus seguidores uma fé de fazer inveja às grandes religiões mundiais e mesmo à muitas religiões de cunho missionário:
“A classe operária soviética em aliança com o campesinato e sob a direção do Partido Comunista, construiu o socialismo desenvolvido e realiza atualmente a construção do comunismo (…) Os ganhos do socialismo são grandes e reconhecidos em todo o mundo. O comunismo abre perspectivas ainda maiores, pois é a fase superior da nova sociedade. O comunismo garantirá aos povos da Terra a paz eterna, e os homens serão libertados para sempre da intranqüilidade por seu futuro e o de seus filhos. O comunismo confirmará o Reino do Trabalho na Terra, fará o trabalho livre e criador para todos e o converterá na primeira necessidade vital do homem e em fonte de sua alegria e inspiração. O comunismo criará o verdadeiro Reino da Liberdade do homem como trabalhador, como ser social, como criador e pensador, possuidor das poderosas forças sociais e da natureza. O comunismo garantirá a Igualdade e Fraternidade entre todos os homens, já que todos serão trabalhadores que se desempenharão plenamente de acordo com suas capacidades, e na mesma medida serão satisfeitas suas necessidades. O homem será outro, companheiro e irmão no mais elevado sentido da palavra. O comunismo levará a todos os homens a verdadeira Felicidade, a confiança no belo futuro e a trabalhar criativamente para que seja de grande utilidade à humanidade e a si mesmo, e dará a possibilidade de aperfeiçoar infinitamente suas qualidades físicas e intelectuais. O comunismo é o futuro luminoso de toda a humanidade”.
   É difícil ler estas palavras sem reconhecer nelas um sentido religioso, redentor e mesmo profético. Marx não as escreveu é verdade. Nem mesmo matou uma única pessoa por causa daquilo que acreditava ser verdade. Este texto todavia não está muito longe de outros textos de sua autoria já demonstrados. É fácil traçar paralelos entre as proposições de Marx e aquelas originadas à parir de seus escritos. Se “pelos seus frutos os conhecereis” como disse Jesus então conhecemos muito bem o autor de O Capital.
“A salvação marxista-leninista é otimista. Ela é comparável à salvação anunciada pela profecia bíblica. Seu objetivo é superar a natureza como ela é, o homem como ele é; chegar a um tempo messiânico de paz e justiça, em que o lobo conviva com o cordeiro, em que as disciplinas e frustrações do casamento, da família, da propriedade, do direito, da penúria sejam abolidas. Finalmente é a própria morte que é vencida: houve devaneios sobre esse tema no começo da revolução bolchevique, alimentados por certo Fedorov, um quimérico da ressurreição científica dos corpos e da imortalidade. O “ homem novo”, produto do socialismo, é um tipo de corpo gloriosos tal como a profecia bíblica entrevê. E a sua salvação está nas mãos do homem. Ela é obtida por meios políticos”. (A infelicidade do século, Alain Besançon, Bertrand Brasil, 2000, RJ)
   Produzir o homem novo tem sido uma das propostas do socialismo. Che Guevara, o ícone do comunismo mundial muitas vezes se utilizou desta expressão como o ideal a ser alcançado. Fazer o resgate do homem que se encontra “perdido” em sua condição social e torna-lo outro. Auto-redenção, mas não só ao nível pessoal e sim global através da mudança da estrutura que rodeia o homem. É uma forma de auto-salvação também “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. (Pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre), (Sl 49.7,8)
   O pensamento marxista (…) propõe o caminho para atingir uma verdadeira existência humana e nesse sentido projeta a formação de um homem novo, um indivíduo superior, plenamente antecipado e desenvolvido multifacetalmente em todos os seus aspectos, isto é, aperfeiçoado espiritual, moral, físico e esteticamente. (El marxismo y la formación del hombre nuevo, Dra. Yolanda Corujo Vallejo, Profesora Titular. Universidad de Oriente. Santiago de Cuba)
   Onde quer o marxismo se manifeste este intenção de criar o novo homem está presente. O que seria este “novo homem” é difícil de dizer, pois é uma noção muito imprecisa dentro do conceito comunista.
  FAR-SE-Á intensa difusão da teoria socialista firmada no materialismo dialético, a fim de enraizar a cultura avançada entre as massas e consolidar o sistema do socialismo científico. A luta constante contra a ideologia burguesa, individualista e mesquinha, é fundamental para forjar culturalmente o novo homem e tornar definitivamente vitoriosos os ideais do proletariado revolucionário. (Programa de um partido comunista)
(http://www.vermelho.org.br/pcdob/programa/default.asp)
   Contudo, sabemos muito bem que ela foi tomada do próprio Novo Testamento, uma expressão cristã a qual o comunismo sempre procurou roubar. Isto porque o novo homem, seja no sentido individual, seja no sentido coletivo já foi criado, quando Cristo morreu na cruz e formou uma nova humanidade a partir da união de judeus e gentios que crêem em Nele.
   Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.(Ef 2.14-16)
Ou ainda podemos citar 2 Coríntios 5.17
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

O MILENARISMO
   O que é milenarismo? Não falamos aqui simplesmente da crença de um reinado literal de Cristo sobre a terra por mil anos, conforme descrito em Apocalipse 20.1-6. Esta fundamenta-se em uma ação divina trazendo o Reino de Deus para os homens. Falamos do milenarismo como um sistema humano perfeito, implantado na terra pelo desejo e ação humanos. Hitler dizia que o Terceiro Reich iria durar mil anos. O comunismo, como vimos, mantinha esta mesma esperança. O problema é quando o homem se acha capaz de fazer o que só Deus pode fazer.
   O milenarismo está para a Vinda do Reino de Deus, assim como a auto-salvação está para a graça. No primeiro caso o homem é seu próprio salvador enquanto no segundo caso é Deus o agente. No caso do marxismo Deus foi completamente expulso de qualquer participação do mundo vindouro. No seu lugar o agente de transformação é o proletariado, é a História, é o próprio homem. Ao invés da salvação de Deus, uma salvação humana é pregada e ações são tomadas contra aqueles que se opõe.
  A idéia do futuro, Marx a toma do passado. Ele ensinava que o relacionamento dos homens entre si e dos homens com a natureza fora perfeito algum dia. Era o que ele chamava de “comuna primitiva”. Este era o seu Éden, seu paraíso perdido que fora perdido pela maior pecado que existe, segundo o marxismo – a propriedade privada. “Por que a infância da sociedade humana, onde ela atingiu o seu mais belo desenvolvimento, não exerceria um atrativo eterno como uma idade que nunca voltará?” (David MacLellan, op. Cit. ) Era este estágio inicial a base para o glorioso futuro do mundo sob o comunismo. Como disse Besançon No momento inicial era a comuna primitiva; no momento final será o comunismo, e hoje é o momento de luta entre os dois princípios. (Op. Cit.). Uma imitação humana das bases da Teologia Bíblica.
   Alguém resumiu a salvação messiânica-marxista em quatro pontos, que fornecem uma boa compreensão do que seja o milenarismo comunista: (I) a humanidade pecadora não será salva por Nosso Senhor Jesus Cristo, mas por ela mesma; (II) o método para alcançar a redenção consiste em matar ou pelo menos subjugar todos os maus, isto é, os ricos; (III) os pobres são inocentes e puros, mas não entendem seu lugar no projeto da salvação e por isso têm de colocar-se sob as ordens de uma elite dirigente, os “santos”; (IV) o morticínio redentor gerará não somente a melhor distribuição das riquezas, mas a eliminação do mal e do pecado, o advento de uma nova humanidade
   Todavia, a salvação, seja a nível pessoal, coletivo ou cósmico, é e será um ato do Deus Criador. É esta redenção que aguardamos.
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.(At 3,19-21)
   Não podemos de modo algum acreditar que algum tipo de “Reino de Deus” possa ser levado a efeito pelo homem, por mais belas que possam parecer estas aspirações. Desejamos sim a redenção. Nossa e do universo. Mas esta só será possível pela graça e poder de Deus.
   O conceito de progresso, entendido no sentido de uma transformação em profundidade do ser humano, sob a ação da história ou de uma vontade político-histórica, não pode ser aceito, pois ele faz depender da ação política uma transformação que , segundo a Bíblia, só se deve a graça divina. Quando o que só é possível pela graça divina se torna o objetivo da ação humana, esta visa realizar o impossível. (Alain Besançon, Op. Cit)

MARXISMO E DEVOÇÃO RELIGIOSA
  O meu Santo dos Santos foi feito em pedaços e novos deuses tiveram que ser instalados
Karl Marx, 10 de Novembro de 1837
   Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas (Jr 2.13)
   Entre outros autores, Vilfredo Pareto há muito tempo, em uma de suas mais desconhecidas e importantes obras, Les Systemes Socialistes (Giard, 1926, principalmente vol II, p. 332 em diante), revelou de maneira enérgica o caráter religiosos do marxismo. Pareto, depois de mostrar as contradições e as inanidades de O Capital, argumenta que o Marxismo prospera não como filosofia da história, nem como sociologia, nem como teoria econômica, e sim como forma de religião. (MARXISMO E RELIGIÃO – HEREALDO BARBUY – DOMINUS EDITORA 1963 )
Talvez isto espante a muitos. Imaginar que um sistema político de caráter ateísta possa ter algo haver com religião parece demasiadamente absurdo, um paradoxo. Mas não é assim. Diversos foram os aqueles que perceberam essa afinidade, essa característica religiosa do marxismo. Pensadores e teólogos como Arnold Toynbee, Jacques Maritain e Rodolfo Bultmann entre outros descreveram o marxismo como um messianismo e uma heresia cristã.
  Albert Camus, que muito pouco tinha de cristão, foi um desses pensadores. Ele escreveria em O Homem Revoltado:
   O ateísmo marxista é absoluto. No entanto, ele restabelece o ser supremo ao nível do homem. A crítica da religião chega a esta doutrina na qual o homem é para o homem o ser supremo. Sob este ângulo, o socialismo é um empreendimento de divinização do homem e adquiriu certas características das religiões tradicionais”.
  Ainda um outro autor, escrevendo sobre economia faria um paralelo entre Marx e Engels com os líderes religiosso.
   Caso tivéssemos que julgar sob a luz da devoção de conceitos religiosos, diríamos que Marx poderia ser considerado um líder religioso do mesmo nível de Cristo ou Maomé, e Engels como uma espécie de São Paulo ou São João. No Instituto Marx-Engels, em Moscou, eruditos debruçam-se sobre seus trabalhos com a mesma idolatria que ridicularizam nos museus anti-religiosos que há por lá; mas enquanto Marx e Engels eram canonizados na Rússia, eram crucificados na maior parte do mundo
E ele continua ainda de forma mais contundente
   Dirigindo-se ao operário abstrato, internacional, independentemente de sua língua, raça, religião, família, e de si mesmo, Marx aboliu a realidade da Nação mas por outro lado substancializou a idéia de Humanidade.O marxismo tornou-se desde então como todas as heresias e contrafacções do Cristianismo, um credo religioso de salvação internacional. Não se trata de um sistema científico mas duma religião que quer salvar o homem como gênero abstrato.
   É secundária portanto a verdade ou mentira científica do marxismo, como filosofia, como sociologia, economia ou método. (…) Se o marxismo vivesse como doutrina científica, como viveu por exemplo a teoria da geração espontânea, não poderia sobreviver a contestação os fatos e das novas perspectivas das ciências. Mas vive como esperança e como fé.
   Na medida em que a civilização ocidental se propaga, nivelando e sepultando por toda parte as culturas autoctones e levando consigo os dados do cristianismo, na mesma forma o marxismo também se propaga como a versão herética e revoltada dos ideais cristãos
.(Robert Heilbroner, História do Pensamento Econômico, Nova Cultural)
   Encarar o marxismo como uma forma de religião não foi algo realizado somente por não-comunistas. Alguns teóricos marxistas também perceberam esse elemento religioso presente na ideologia comunista. Assim escreve José Carlos Mariátegui:
   A burguesia entretém-se numa crítica racionalista do método, da teoria, da técnica dos revolucionários. Que incompreensão! A força dos revolucionários não reside na sua ciência e sim na sua fé, na sua paixão, na sua vontade. É uma força religiosa, mística, espiritual.
   Gonzáles Prada se iludia (…) ao nos pregar anti-religiosidade. Hoje conhecemos muito mais do que na sua época sobre religião. (…) Sabemos que uma revolução é sempre religiosa. A palavra religião tem um novo valor, um novo sentido. Serve para designar alguma coisa além de um rito ou uma igreja. Não importa que os soviéticos escrevam nos seus panfletos propagandísticos que “a religião é o ópio dos povos”. O comunismo é essencialmente religioso. (José Carlos Mariátegui, Sete ensaios sobre a realidade peruana (1928), Lima, Amauta, 1976)

O terrível perigo das idéias erradas
   Reiteramos que nosso alvo não é fazer qualquer crítica política. Se em algum momento nos utilizamos de alguma citação que esteja relacionada a isto, foi apenas incidental. Estamos plenamente cientes de que os crimes cometidos contra cristãos e pessoas inocentes não podem generalizadamente ser atribuído a qualquer um que simpatize com as idéias de Marx.
Apenas queremos mostrar que os conceitos marxistas apresentam inúmeros pontos de divergência com o cristianismo. Essas divergências são muito patentes, pois onde quer que o marxismo tenha sido semeado, ele buscou destruir o cristianismo em sua prática ou em sua essência. Qualquer tentativa de unir as ideologias será um logro. As divergências são muitas e são essenciais. Deixemos que o próprio Marx fale.
   Por causa desta divergência devemos levar as obras teóricas o mais possível a sério. Estamos firmemente convencidos de que não é o esforço prático, mas antes a explicação teórica das idéias comunistas que é o perigo real. Tentativas práticas perigosas, mesmo aquelas em larga escala, podem ser respondidas com canhão. Mas as idéias conseguidas por nossa inteligência, incorporadas ao nosso modo de ver, e forjadas em nossa consciência, são correntes que nós mesmos não podemos romper sem partir nossos corações; elas são demônios que não podemos vencer sem nos submetermos a eles. (David MacLellan, op. Cit.)
   Se um pouco de fermento leveda toda a massa (1 Co 5.6), imagine muito fermento o que não fará? Deus nos conceda sabedoria e graça para discernimos as sutilezas enganadoras, as propostas ilusórias. Sabemos que muitos tomaram o caminho do marxismo idealizando ajudar e servir ao próximo. Porém, de nada vale o ímpeto quando se corre pela estrada errada. Não basta o zelo. É preciso também o entendimento.