quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Exemplo de Whitefield para os Cristãos Hoje :

Para o mundo de língua inglesa, o século XVIII foi um período monumental de despertamento espiritual. Martyn Lloyd-Jones chamou este tempo de “a maior manifestação do poder do Espírito Santo desde os dias apostólicos”.2 Essa era provou ser tempo sem precedentes de esforços evangelísticos e renovação espiritual. Seus efeitos se estenderam por dois continentes e foram especialmente dramáticos, dada a letargia espiritual que permeava a igreja e a cultura da época. Este tempo provou ser nada menos que uma “segunda reforma”.
Desde o século XVII a pregação do evangelho havia se esfriado em toda a  Europa, mas especialmente na Inglaterra. A igreja estatal já estava em declínio espiritual. O presbiterianismo havia se enfraquecido, e os batistas gerais começavam uma escorregadia descida do arminianismo para o unitarianismo.
Diversos fatores causaram tais dias de sequidão. Muitas igrejas não exigiam mais uma membresia regenerada e eram descuidados quanto a quem admitiam à Mesa do Senhor. O puritanismo sofreu um golpe devastador quando o parlamento aprovou o Ato de Uniformidade em 1662, que dividiu permanentemente a Igreja da Inglaterra de todas as demais igrejas protestantes, dali em diante conhecidas como “Dissidentes”.3 Debaixo de Carlos II, este decreto determinou uma forma mais católica de orações públicas, o sacerdócio, os sacramentos, e outros ritos na Igreja da Inglaterra. Pastores puritanos foram obrigados a abandonar as suas ordenações originais e serem reordenados sob essa nova forma da igreja do estado.
A crise que se fomentava chegou ao ápice em 24 de agosto de 1662, no dia de São Bartolomeu, quando dois mil ministros puritanos foram enxotados de suas igrejas. Em um só dia, a maior geração de pregadores do evangelho foi despedida do púlpito e proibida de pregar. Esses pastores puritanos sofreram restrições ainda maiores com a aprovação do Ato De Conventicle, em 1664. Foram banidos da pregação em campos ou condução de cultos particulares de adoração nos lares dos párocos. Restrições ainda maiores vieram com o Ato das Cinco Milhas, em 1665, que proibia os pastores expulsos de chegar mais perto que cinco milhas das suas antigas igrejas, bem com de qualquer cidade ou vilarejo em que tivessem pastoreado anteriormente.
Essa perseguição foi retirada em 1689 pelo Ato de Tolerância, sob Guilherme e Maria [William e Mary], mas até chegar esse tempo a maioria dos principais pastores puritanos já havia morrido. Proibidos de serem enterrados em cemitérios adjacentes às igrejas inglesas, muitos pastores puritanos foram sepultados em um cemitério separado, não conformista, em Bunhill Fields, fora de Londres. Incluídos nesse cemitério desprezado estavam pessoas de renome como John Bunyan, John Owen, Isaac Watts e Thomas Goodwin. Considerados párias indignos, estes homens de Deus eram sepultados fora dos limites da cidade. A influência puritana havia declinado fortemente.
Ao mesmo tempo, muitos púlpitos anglicanos altamente estimados ensinavam uma corrupção moralista e legalista da justificação pela fé. Tal declínio doutrinário deixava a igreja inglesa com pouco apetite pela pregação da Palavra. Havia desvanecido qualquer interesse pelos perdidos. Como os Apóstolos no Jardim de Getsêmane, os pastores ingleses tinham  deixado de vigiar e eram acalantados em profundo sono. As convicções bíblicas foram substituídas pelas filosofias seculares prevalecentes. Havia verdadeira fome na terra por ouvir a Palavra de Deus.
Foi nesse vazio espiritual que Deus levantou o evangelista inglês George Whitefield. Como um raio vindo de um céu sem nuvens, Whitefield subiu ao palco mundial como o mais prolixo arauto do evangelho desde os dias do Novo Testamento. Deus deu poder a Whitefield para se tornar como uma lâmpada de chamas fortes, colocada sobre uma montanha, no meio do negro império de Satanás.
Esta figura poderosa, de incomum fervor evangélico, encabeçou um ressurgimento cristão sem precedentes. Sua retumbante voz foi catalisadora de despertamento espiritual, à medida que sua pregação tomou conta das Ilhas Britânicas como tempestade, dando choques elétricos às colônias americanas. Através de seu zelo evangelístico, Whitefield atiçou as chamas do avivamento até que se espalhassem no coração de incontáveis homens e mulheres. Pode-se afirmar que mediante a sua pregação, as Ilhas Britânicas foram salvas do que seria equivalente à Revolução Francesa. E do outro lado do Atlântico, uma nação nasceria com o despertar de sua proclamação do evangelho.
Dados os muitos males que contaminam a igreja de hoje, a presente geração necessita uma forte dose de George Whitefield. Ao olharmos o cristianismo dos dias atuais, existe muito pelo qual ser grato, especialmente à luz do ressurgimento reformado dos anos recentes. Contudo, tem se tornado uma tendência para muitos deste movimento se afastar em uma clausura calvinista, tendo pouco impacto sobre o mundo a seu redor. Whitefield, mediante seu intenso envolvimento com o mundo e sua fervorosa proclamação do evangelho, tem muito a nos ensinar sobre aquilo que tem de ser desesperadamente recobrado.
Temos muitos apologetas pobres, dando palestras inócuas em nossos púlpitos hoje em dia. A necessidade da hora é de calorosos proclamadores de Deus e de sua graça salvadora – não apenas explanadores filosóficos. É muito fácil nos emaranharmos nas teias das pressões sociais e políticas que deslocam nosso dever principal de pregar a Cristo. Na presente hora, é necessário recuperar a profunda crença de Whitefield na soberana graça de Deus, junto com um desejo zeloso de chamar os perdidos ao arrependimento e fé em Cristo. Whitefield via como maior necessidade do ser humano o estar bem diante de Deus. Whitefield cumpria o chamado de Deus, de conclamar com paixão a um mundo perdido que perecia, para que cressem no evangelho. Nós também precisamos fazer o mesmo.

terça-feira, 1 de abril de 2014

RESUMO DA LIÇÃO 01 - Profetas Menores - Oséias - Joel - Amós.

Profetas Menores - Oséias - 
Seu ministério começa ser descrito por uma das cenas mais comoventes do AT. Seu casamento com a prostituta Gômer. Analisando o caráter profético de Oséias, identificamos ser ele um santo homem de Deus. Com certeza vivia acima dos padrões daquela sociedade corrupta. Provavelmente possuía alta reputação. Só que, quando pela primeira vez Deus falou com Oséias, a mensagem não poderia ter sido mais impactante (Os 1.2):
"Vai,toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituições, porque a terra se prostituiu, desviando-se doSenhor" 
. Este termo “mulher de prostituições” em seu original remonta um tempo futuro, e não presente ou passado, isso nos mostra que com quase absoluta certeza Gômer não era prostituta quando Oséias se casou com ela. Uma melhor tradução seria “mulher com tendência a prostituir-se”. Outro fator que fortalece esta interpretação é que é fornecida a filiação de Gômer, e somente era citado a filiação na Bíblia quando a pessoa possuía algum destaque na sociedade, e nunca para uma prostituta. Que terrível e assombrosa maneira de se iniciar um ministério profético. Vale a pena reforçarmos que a prostituição da terra abrange as duas áreas: (1) A prostituição era religiosa, com o povo de Israel traindo ao Deus Jeová para adorar e servir aos baalins e, (2) a prostituição também era física, mas alguns dos ritos religiosos do baalismo incluía fornicação religiosa, procurando com isso fazer com que os baalins dessem fertilidade a terra. Não é de se admirar que tal prática religiosa chamasse tanto a atenção do povo, pois a imoralidade fazia parte dela sob o aspecto e a forma de religião.
Oséias teve três filhos com aquela mulher, e cada um teve o nome escolhido por Deus onde possuía um significado:
- Sobre essa cultura, Deus ordenou que Oséias chamasse seu filho pelo nome de
Jezreel. Esse nome possuía um significado claro: Deus trazia a mensagem para aquele povo que chegaria ao fim a dinastia de Jeú (Os 1.4). 
- E tornou a conhecer a sua mulher Gômer e ela concebeu a uma filha, que recebeu o nome de Ló Ruama. Deus não mais de compadeceria de Israel para lhe perdoar (Os 1.6) mas da casa de Judá Deus se compadeceria (Os1.7).
Oséias então tornou a conhecer sua mulher após ter desmamado sua filha, e ela concebeu a um menino a quem deu o nome de Ló Ami. Este filho trazia a mensagem a Israel de que, por ter adulterado com outros deuses, havia quebrado a aliança feita com seu Deus e não seria mais considerado como povo. 
Esse casamento de Oséias e Gomer tem um imenso significado para nós. Podemos afirmar com clareza que é possível identificar nesta união um tipo de Cristo e da Igreja. Oséias, profeta, representa o Cristo que deixou a sua glória para buscar e salvar o que se havia perdido. Gomer, figura o crente, outrora pessoa de prostituições mas que aceitou o amor no esposo e a renúncia da velha da vida, mas por fraqueza agiu com infidelidade, dando vazão ao juízo do noivo. Aleluias. Já neste quadro inicial da profecia de Oséias, vemos que Deus manifestou-se como um Deus de juízos, mas entenderemos ao longo de seu ministério que por diversas vezes Deus se revelou como um Deus de infinito amor, que a todo tempo esforçou-se para que o povo se arrependesse e fosse restaurado. Aleluias! Mas Deus termina esta primeira fase do ministério de Oséias com uma promessa maravilhosa: “Todavia, os números dos filhos de Israel serão como a areia do mar, que não se pode medir e nem contar, e no lugar onde se dizia ‘vós não sois meu povo’ se dirá ‘vós sois filhos do Deus vivo’. Israel e Judá se congregariam novamente e teriam sob si uma única cabeça. Esta afirmação do versículo 10 nos traz diversas considerações: (1) Afirmar que o número dos filhos de Israel seria como a areia do mar, faz lembrar a promessa e a aliança de Deus com Abraão, e (2) vemos que essa promessa teria cumprimento por causa de um novo tipo de relacionamento que Deus instauraria com os habitantes, eles não seriam mais apenas “povo”, mas "filhos" do Deus vivo. Aleluias…

JOEL - Uma praga de gafanhotos havia devastado a terra de Judá. Enquanto Joel, filho de Petuel, meditava nesta calamidade, veio-lhe a palavra do Senhor. Transformou-se em um grande profeta que proclamava a seu povo as divinas implicações desta catástrofe. O livro, que traz o seu nome, registra o sermão de Joel nesta ocasião.

O profeta descreve a praga comparando-a a um exército humano que, em seu avanço, deixa atrás de si terra assolada (1:4-12; 2:2-10). Joel sabe que no ataque desta praga Deus estava operando. Sim, é o exército do Senhor (2:11), e o dia da invasão é o dia do Senhor - o dia do juízo de Deus contra um povo pecaminoso (1:15; 2:1, 11). O profeta insta com o povo a que se converta, e ao mesmo tempo expressa a esperança de que Deus se arrependa e se abstenha de castigar (1:14; 2:12-17).
Não há dúvida de que o ministério de Joel teve maior êxito do que o de muitos dos outros profetas, visto como o perdão de Deus (2:18-27) indica que o povo se arrependeu de coração. "E aquele que é do norte (isto é, os gafanhotos) farei partir para longe de vós... E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto" (2:20, 25) são promessas que o profeta faz em nome de Deus.
Contudo, o sermão de Joel ainda não havia terminado. Havia pela frente juízos ainda mais terríveis para o mundo que não reconhecia a sabedoria de Deus nem tampouco aceitava os padrões comuns de ética das nações pagãs (3:2-8). Deus, misericordiosamente, enviará seu Espírito sobre toda a carne (2:28, 29), porém as nações gentias serão julgadas e castigadas (3:1, 2, 9-16). O povo de Deus será libertado desta ira (2:32). Então Judá e Jerusalém gozarão de maravilhosa prosperidade e serão abençoadas eternamente com a presença divina (3:18-21).
Mediante estas palavras, Joel expressa a esperança humana e a promessa divina de que Deus é soberano neste mundo, e fará que sua vontade se cumpra na terra como no céu. Os reinos deste mundo "vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre" (Apocalipse 11:15).
AUTOR
A respeito de Joel, filho de Petuel, nada se sabe em definitivo. Joel significava o Senhor é Deus, e era nome comum, de origem hebraica, no tempo do Antigo Testamento. As numerosas referências que Joel faz acerca de Jerusalém (1:14; 2:1, 15, 32; 3:1, 6, 16, 17, 20, 21) parecem indicar que ele residia nessa cidade.
Não podemos determinar a data da praga dos gafanhotos, a qual constitui o pano de fundo histórico deste livro. Há divergências quanto à data em que foi escrito, embora possamos afirmar que o livro não depende em nada da sua data; sua mensagem se aplica ao homem de nossos dias.

AMÓS - A grande proclamação feita no início de sua profecia (1:2) fixa o tom da mensagem de Amós. A voz de Deus, como a de um leão que ruge, será ouvida desde Sião no dia do juízo. Sob o respeitável manto da prosperidade material, Amós põe a descoberto a massa putrefata do formalismo religioso e a corrupção espiritual (5:12, 21). Aponta a total indiferença para com os direitos humanos e para com a pessoa humana (2:6), e assinala a deterioração da moral e da justiça social (2:7, 8). O profeta tinha um remédio para o mal que ameaçava a vida da nação. O homem devia buscar a Deus, devia arrepender-se e estabelecer a justiça a fim de poder viver (5:14, 15). Todavia, para ressaltar o aspecto irremediável da situação, o profeta Amós adverte que os responsáveis pelo mal que açoitava a terra não se "afligiam" pelo desastre que se avizinhava (6:6). Em conseqüência, outra coisa não esperava a Israel senão a destruição (9:1-8). O dia do Senhor não será uma vindicação de Israel, segundo acreditavam algumas pessoas daquele tempo, mas uma confirmação das exigências do caráter moral de Deus contra os que o haviam rejeitado. Somente quando esta verdade fosse reconhecida é que se estabeleceria o esplendor do reino davídico. Porém esse dia era inevitável (9:11-15). A mensagem de Amós é, em grande parte, um "clamor de justiça".

AUTOR -  Natural de Técoa, local situado a vinte quilômetros ao sul de Jerusalém, Amós era pastor e também cultivava sicômeros (figos silvestres) 1:1; 7:14, 15). Enquanto cuidava do gado, recebeu o chamado de Deus para exercer o ministério profético. Profetizou no reino do norte durante breve período na segunda metade do reinado de Jeroboão II (785-744 a.C.), rei de Israel, e durante o reinado de Uzias (780-740 a.C.), rei de Judá (1:1).