LIVRO DE ÊXODO :
Capítulo
1º: O nome “Êxodo” significa “Partida”, ou “Saída”, e
refere-se ao ponto mais dramático, envolvente, e cruciante vivido pelo povo de
Israel no período do Velho Testamento. Aquelas setenta pessoas
recebidas pelos egípcios prazerosamente, com as benesses de José, como primeiro
ministro daquele Estado, multiplicaram-se muito, até chegar a cerca de 2
milhões de descendentes – e então deixaram de ser bem-vindas naquela terra,
onde passaram a ser extremamente maltratadas, rebaixadas à condição social de
escravas. Passaram a ser obrigadas a trabalhos pesados, debaixo do
chicote de feitores, eram abusadas moral e fisicamente, e tiveram até que
sofrer a amargura de ver seus filhos recém-nascidos serem mortos, lançados ao
Rio Nilo.
Capítulo 2º: Apesar
de sentenciado à morte, Moisés, divinamente protegido, foi inicialmente
guardado às ocultas pelos seus pais, e depois, ao ser lançado nas águas do
Nilo, foi graciosamente acolhido pela filha do Faraó, e assim recebeu ele a
educação digna de um nobre, e foi chamado príncipe entre os egipcios, e assim
foi sua vida até alcançar seus 40 anos.
Foi
então que, visitando o seu povo, sentiu a gravidade da situação de seus irmãos.
O homem criado com todas as regalias e privilégios da corte egípcia não
se conformou com o estado lastimável em que se encontravam os seus, de sua
raça. Chegou ao ponto em que matou a um egípcio que ferira a um hebreu,
e, vendo que o caso se tornara de conhecimento público, passou a ser perseguido
pelo Faraó, e isto o obrigou a fugir para o deserto de Midiã.
Às
vezes, o que acontece conosco também é sentir um chamado de Deus, mas atropelar
os divinos planos, fazendo-se coisas que não são dignas, e assim cavando-se
covas para nós mesmos, deixando a enorme lacuna para Deus preenchê-la.
Assim
foi que Moisés teve que passar outros 40 anos de sua vida num deserto,despojado
de seus títulos, lançado à margem do mundo. Seu tempo era usado
para meditar e meditar, e certamente orar e orar ao Deus de Abraão, Isaque e
Jacó. Desta forma foi que Deus usou o tempo e o local desértico para
mostrar a ele que nada mais lhe restara em sua vida, e o seu gesto heróico de
nada valeu. Suas possibilidades todas se esgotaram, e mal ele
pôde colocar-se a salvo no final de todo o seu drama.
Capítulo 3º: Deus,
porém, não se havia esquecido de suas promessas feitas aos seus pais, os
Patriarcas hebreus. Se de um lado, Moisés considerava-se um inútil, um
homem de ideais fracassados, sabemos que o poder de Deus se aperfeiçoa na
fraqueza humana. Quando sabemos que nada somos, isto é sinal de que o que
daí advier passa a ser lucro, e tudo então pode acontecer. Deus se
agrada do nada que somos, e quando o reconhecemos, Ele passa a ter caminho
livre para ser tudo para nós.
A
glória de Deus não é compartilhada com homens que se vêem como se foram
autossuficientes, e o Senhor tem prazer em levantar aos abatidos.
Foi neste contexto histórico que Ele Se
revelou a Moisés. No monte Sinai (também chamado monte Horebe),
iniciou-se um diálogo que mudou completamente a vida de Moisés, e, por
consequência, também o destino de seu povo.
Moisés
ficou conhecendo o Senhor através de uma sarça que ardia em fogo, e não se
consumia. Ali, começou ele a ouvir a voz de Deus. Pela primeira vez
na história do mundo, o Senhor revelou o Seu próprio nome, dizendo “Eu sou o
que Sou”, de onde vem o grande e tradicional nome de JAVÉ, ou, como pronunciam
alguns, JEOVÁ.
Consolando
a Moisés, o Senhor se mostra misericordioso, e atento às necessidades de um
povo sofrido, escravo, e carente de libertação.
Capítulo 4º: Deus nunca deixou desamparados aqueles a quem Ele enviou. O Seu grande poder é um dos sinais de que Ele tem falado. Obras maravilhosas seguem àqueles que obedecem ao seu mandado.
Com
Moisés não foi diferente. A vara em suas mãos, de repente se
transformou em uma serpente, e quando Moisés, debaixo da ordem divina, a toma
pela cauda, eis que a mesma novamente se transformou em uma vara. A
mão de Moisés é colocada dentro de sua veste, e dali sai toda coberta de
branco, como leprosa. Torna então a colocá-la por dentro da sua veste, e
eis que a sua mão está sã novamente. Deus fala ao profeta que, em não
sendo suficientes esses dois milagres para convencer ao Faraó, outro milagre
lhe seria dado… e fica implícito que outros ainda surgiriam para cumprir
o propósito divino.
O
estado de nulidade em que Moises se encontrava o deixara negativista, ao ponto
de pedir a Deus que enviasse outra pessoa em seu lugar, mas o Senhor não
aceitou tal escusa, e chegou até a irar-se contra o profeta.
Uma
desculpa dada foi a de que Moisés tinha dificuldade para falar – significando
com isto que ele era pobre de dicção, lerdo e hesitante para pronunciar as
palavras. Deus ainda o convence de que irá enviar a Arão, seu irmão, ao
seu encontro, o qual teria boa fluência verbal. O Senhor ainda abre
uma exceção inédita dentro da história do dom profético: As
palavras de Deus seriam dadas a Moisés, e este, por sua vez, as falaria a seu
irmão Arão, o qual passaria a ser como que o profeta de Moisés.
Indo, pois, a caminho do Egito, logo se cumpre o prometido pelo Senhor, pois
Arão vem ao seu encontro. Ambos vão ao povo, e ali se manifestam os
primeiros milagres prometidos por Javé, dessa vez, já no Egito.
Capítulo 5º: Moisés e Arão comparecem perante Faraó,
deixando-lhe o recado de que o Senhor quer receber-lhes adoração no deserto,
caminho de três dias, a fim de que não sejam feridos os egípcios com
pestilência e com espada.
O
Faraó simplesmente ignorou à “pretensão ousada” dos hebreus, e desprezou a
ordem do Senhor Javé. Passou, doravante, pois, a exigir-lhes as mesmas
tarefas, o mesmo número de tijolos, mas sem fornecer-lhes a palha.
O povo começa a se desesperar, desconfiando de Moisés e da ordem que lhes tinha
sido dada, duvidando de que realmente era de Deus.
Capítulo 6º. Após Moisés estar junto ao Faraó como
se descreve no capítulo 5º, vemos que o Faraó se mostrou não somente
inflexível, como ainda fez maior a carga de trabalho para os israelitas, sob
alegação de que estes estavam “ociosos”. Isto fez o clima se tornar
instável entre Moisés e o seu povo. Sabedor disto, como sabe de todas as coisas, Deus
novamente fala com Moisés, incentivando-o a voltar a falar com o Faraó.
Como que a dar mais um passo na revelação progressiva, Deus revela o seu nome
(6:6): Javé, o grande Eu Sou. Javé, ou ainda, Jeová, é uma desinência do verbo
ser, na língua hebraica. Deus associa este seu nome com a revelação
de que Ele é “o que Sou” (3:14).
Se
pensarmos a fundo, o verbo ser denuncia mais do que simples existência. É ser.
Não é algo que simplesmente existe. É alguém, e mais do que isto,
alguém que era, é e sempre será. Naquele tempo os povos todos
tinham cada um o seu deus, cada qual com o seu nome. Dagom, deus
dos filisteu, Quemós, deus dos amonitas, Baal, deus dos fenícios, e assim
por diante. Quando Deus diz “Eu sou o que Sou”, Ele está
lançando aos homens que Ele é o único que sempre existiu e que vive
eternamente, o único Deus verdadeiro, o único digno de ser adorado,
Aquele que nunca abdicou de Sua glória, e nem compartilha da Sua glória
com outro deus ou conjunto de deuses. O único Deus de fato e de direito,
que nem deve explicações a respeito de Si mesmo, pois se os homens nunca se
tivessem desviado dEle, não estariam fazendo a pergunta que Moisés levantou: – qual
é o nome dEle? (3:13).
Moisés
se reanima e decide voltar, então a falar com o Faraó, acompanhado de Arão.
O povo, porém, não estava ainda crendo,
e nem se deixou absorver pela mensagem de libertação que o Senhor lhes estava
dando. Absorto em seus problemas, deixava-se levar pelo
descontentamento e pela ansiedade. Olhando para suas
limitações humanas de escravos do Egito, o povo israelita deixou-se privar do
consolo que Deus estava lhes ofertando, inicialmente pela Sua Palavra, e que
depois ainda lhes confirmaria, demonstrando um terrivelmente grande poder e
força que culminaria por arrancar o Seu povo das garras da
escravidão. Assim devemos nós também crer que Ele nos provê o
escape quando estamos em aflição.
Capítulo 7º.
Moisés retruca com Deus, dizendo que
não tem facilidade para falar. Entendemos que o problema aventado
aqui é algum problema de dicção, o que alguns apontam como
gagueira. Deus ainda entendeu o problema, mas não desistiu de
enviar a Moisés. Arão o acompanharia, para expressar, junto ao
Faraó, todas as palavras que Moisés lhe viesse a dizer da parte de
Javé. Mesmo assim, o Senhor adverte que o Faraó não deixaria o povo
ir, porque Ele mesmo faria o coração do rei do Egito resistir, mesmo depois de
várias demonstrações de atos poderosos (7:5). Moisés e Arão, então, resolvem obedecer
a Deus e vão até o Faraó. Arão lança sua vara ao chão, e esta se transforma
em serpente.
Inicia-se uma série de pragas derramadas
sobre a terra do Egito. Essas pragas têm um caráter corretivo
e denotam que os egípcios são pecadores, devedores a Deus, a Quem não deram a
devida honra e a glória. Através dessas pragas, Deus Se
revela como Aquele que tem o poder de tirar e de tornar a dar a saúde aos
povos, que tem o direito e o poder de doar e de retirar as bênçãos do
suprimento diário, e que tem o poder de dar e também de tirar a vida.
Os magos do Egito também fazem o mesmo
milagre com suas varas, como que a disputar, como que a aceitar o desafio, e
entrar em concorrência, intentando demonstrar que as trevas, às quais estes
representavam, também tinham poder de tornar varas em serpentes.
Um detalhe importante, porém, acontece: a serpente que assim se
transformou da vara de Arão, então, devora as serpentes que foram lançadas na
terra pela magia de James e Jambres (magos do Faraó, conf. II Tm
3:8). Os magos eram enganadores que, por meio de astúcias, truques
secretos, magia (negra ou branca, ou ainda outro tipo), tentavam opor-se, não
somente a Moisés e Arão – mas contra o próprio Javé, ao Deus de Israel, e assim
tentaram copiar os milagres que o Senhor realizou, insinuando que não ficavam a
dever nada, nenhum tributo a Javé, e que o Faraó não devia se impressionar com
os representantes dos hebreus.
Aconteceu, então, a primeira praga: As águas do Egito foram transformadas
em sangue.
A
resistência dos magos se fez presente por duas vezes: conseguiram
copiar os feitos da 1ª. e da 2ª praga. Isto nos traz uma lição
importante: Satanás, que domina o reino das trevas, não deve ser
subestimado, pois que logra, às vezes, até a se fazer de anjo de luz.(Gálatas
1:8). Ele ainda detém em suas mãos, algum poder que o próprio Deus
a princípio lhe conferiu, mas não é detentor de todo o poder, ele não é
todo-poderoso. Este atributo pertence somente a Javé.
Após
o falso milagre dos magos do Egito, transformando água em sangue, o Faraó
endureceu o seu coração e não deixou o povo de Israel se ir.
Interessante é notarmos que a cada praga
lançada sobre o Egito, as crenças daquele povo são colocadas abaixo, lançadas
ao chão. Os egípcios reverenciavam muito ao rio Nilo, ao ponto de
deificá-lo, simplesmente pelo fato que o mesmo lhes representava fartura em
suas colheitas. Do mesmo rio, surgem rãs, como que a revelar que o seu
“deus” Nilo lhes falhara.
Assim
também nós precisamos ter cuidado com o que reverenciamos. As bênçãos de
Deus não devem assumir proporção de valores que tomem o lugar da nossa
adoração, dentro de nossos corações. Em nossos corações há espaço
para adoração apenas suficiente para ali caber o Senhor – e nenhum outro.
Capítulo 8º. Tal
e qual aconteceu com a 1ª. praga, Moisés profetizou, e Arão estendeu sua vara,
e concretizou-se a segunda praga: rãs começaram a subir do rio, e a invadir as casas, padarias, e
subiram até sobre o Faraó, nos seus conselheiros, no palácio.
Os
magos também lograram imitar esse prodígio, mas o mal estava já aumentando
muito rapidamente, de modo a ficar cada vez mais insuportável.
Faraó
promete deixar ir o povo, mas logo que se sente aliviado, após a oração de
Moisés, (pois as rãs cessaram de se multiplicar, e voltaram ao rio e a se
comportar naturalmente) endureceu-se novamente, e voltou atrás de sua promessa
aos hebreus.
Houve,
então o evento da terceira praga, a dos
piolhos. Os magos tentaram, através de
suas ciências ocultas, fazer o mesmo, mas não o conseguiram. Disseram,
então, ao rei: -“ Isto é o dedo de Deus”, mas o faraó não quis lhes
ouvir. Desta praga em diante, os magos não puderam imitar mais nada
do que o Senhor fazia.
Note-se que o Senhor continua a derrubar por terra
os pontos de apoio da fé dos egípcios. Sabemos que o bezerro de ouro foi uma
herança maldita do Egito, pois foi através das pragas seguintes que veremos o
gado dos egípcios perecer. Não haverá outro deus no coração do homem,
além do Senhor. Os infratores desta máxima sempre pagarão caro por suas
contravenções das leis espirituais de Deus.
Veio
então a quarta praga,
a das moscas. Grandes enxames de moscas invadiram o
palácio do Faraó. Novamente o Faraó diz deixar o povo ir-se, mas
aliviado dos tormentos, voltou a endurecer-se. Inicialmente, o Faraó
permite que os israelitas vão adorar a Javé, contanto que seja dentro do
território do Egito. Moisés retruca que os sacrifícios a Javé são
abominação para os egípcios, e isto não daria certo, pois os egípcios poderiam
querer apedrejar o povo de Israel.
O
fato é que prestar sacrifícios dentro do Egito significaria apresentar bois e bezerros na terra do Egito, e Deus não ordenou
que assim fosse e nem aceitaria algo assim, pois seria equivalente a alguém que
se converte, mas ainda permanece no mundo.
Faraó, então, concorda com o êxodo, mas
adverte que os israelitas não deveriam ir muito longe. Isto seria
como o pecador que se converte, mas não se distancia de vez do
pecado. Seria como não renunciar totalmente, mantendo certa
distância para poder voltar ali mais tarde, ou de vez em
quando. Deus, porém, ordenou um êxodo para valer, para nunca
mais voltarem para a escravidão que representa o pecado.
Capítulo 9º. Neste capítulo, são narrados os fatos
que sucederam com o derramar de mais três pragas sobre o Egito.
A quinta praga, na sequência, seria a da morte sobre os rebanhos egípcios que estavam nos campos: cavalos, jumentos e camelos. Nada aconteceu com esses rebanhos dos israelitas. Faraó mandou verificar, e constatou que nenhum animal dos israelitas morreu, e mesmo assim endureceu o seu coração, e não deixou o povo ir. Esta praga nos traz a lição da soberania de Deus. Não cai um só pássaro sem que o Senhor o consinta. O gado egípcio era objeto de adoração, e morrera até porque Ele considera justo tirar de nós tudo o que idolatramos.
A quinta praga, na sequência, seria a da morte sobre os rebanhos egípcios que estavam nos campos: cavalos, jumentos e camelos. Nada aconteceu com esses rebanhos dos israelitas. Faraó mandou verificar, e constatou que nenhum animal dos israelitas morreu, e mesmo assim endureceu o seu coração, e não deixou o povo ir. Esta praga nos traz a lição da soberania de Deus. Não cai um só pássaro sem que o Senhor o consinta. O gado egípcio era objeto de adoração, e morrera até porque Ele considera justo tirar de nós tudo o que idolatramos.
A sexta praga que sobreveio foi a da sarna. Tal como a terceira, esta veio sem aviso. Nem os
magos podiam parar de se coçar, pois nem eram capazes de imitar o milagre, como
passaram a constituir parte das vítimas do julgamento (II Timóteo
3:8-9). Interessante
notar que desta vez foi o Senhor quem endureceu o coração do rei do Egito
(v.12). O endurecimento voluntário começou então a ser punido com o
endurecimento judicial do céu. Em 7:13; 7:22; 8:15; 8:19; 8:32 vemos o
próprio Faraó tomando este caminho difícil, e depois disso, em 9:12; 10:1;
10:20 e 10:27 o Senhor mesmo tomou a iniciativa e tornou endurecido o coração
do monarca egípcio.
A sétima praga foi a da saraiva. Uma terrível chuva de pedras, que veio a matar
servos e gado deixados no campo. Os egípcios, servos do Faraó que
começaram a crer nas profecias de Moisés como genuinamente palavras da boca de
Deus Javé, recolheram todos estes para suas casas rapidamente. Com a
saraiva, vieram também trovões, e fogo corria pela terra, e tais elementos,
misturados, matava o que encontrasse pela frente no campo.
Também as plantações, relva e árvores foram danificadas. O
plantio do linho e da cevada ficaram extremamente prejudicados. O
trigo e o centeio, até aqui, AINDA não foram atingidos, devido ao fato de
estarem cobertos.
O Faraó promete novamente deixar o povo ir
adorar ao Senhor, mas cessados os efeitos da saraiva e da trovoada, o seu
coração outra vez se endureceu.
Capítulo 10°. O Senhor recomeça a falar com Moisés,
dizendo que Ele mesmo, Javé, tinha agravado o coração do Faraó, a fim de que os
milagres operados no Egito ficassem por memorial, para sempre na memória do
povo hebreu, de vez que esse povo resgatado da escravidão lhe pertencesse para
sempre, por direito e de fato, e que esse custoso processo jamais fosse
esquecido por esse povo que ele tanto amou.
A oitava praga prometida foi a dos gafanhotos. Moisés e Aarão vão até a presença
do Faraó, e lhe profetizam a chegada de mais esta praga, por causa do endurecimento
do coração deste. O Faraó os ouve, e os seu conselheiros o
aconselham a deixar ir os homens, e assim se lhes é prometida a liberação
apenas dos homens, e lançam fora os dois profetas hebreus.
Vieram,
então, os gafanhotos numa nuvem imensa que cobriu a face de toda a terra do
Egito, de modo que toda a colheita que tinha escapado da saraiva foi devorada
por esses insetos. Faraó diz então se ter arrependido, mas logo que
Moisés ora, um forte vento oriental soprou, levando todos aqueles gafanhotos ,
e novamente veio o endurecimento de coração.
A nona praga foi a das trevas. Este foi um
golpe diretamente enviado contra o deus Ra, que os egípcios adoravam, que é o
Sol. Em seguida, logo após haver a praga dos gafanhotos ter sido
afastada, Moisés estende a mão para o céu, e vieram espessas trevas em
toda a terra do Egito, por três dias. A impressão que nos
dá a descrição é que não se enxergava um palmo adiante do
nariz. As pessoas não se enxergavam umas às outras, nem aos
caminhos que teriam de andar naquele dia. Ninguém se levantou
sequer para sair de casa. Foram 3 dias de inércia, de inoperância,
inatividade e de confusão.
Interessante notar que essas trevas desmoralizaram
o poder do deus egípcio Amom-Ra, que era o Sol. O Senhor se mostra
maior que todos os deuses egípcios, operando estas dez pragas.
Faraó
então consente que o povo vá (desta vez liberou também as mulheres e crianças),
mas fez restrição quanto ao gado. Moisés, respondendo, replicou que teria
de haver sacrifícios no deserto, e fez menção firme de que nenhuma cabeça de
animal pertencente aos hebreus ficaria no Egito. Este confronto
levou a um impasse: o Faraó ordenou que Moisés não veria mais o seu
rosto, sob ameaça de morte. Moisés apenas concorda que não mais se verão.
Capítulos 11º e 12º. Passado algum tempo (indefinido, que alguns crêem ser um ano), o Senhor retorna outra vez a Moisés, dizendo que haveria mais uma e última praga, e que então o povo seria deixado livre das garras da escravatura egípcia.
O
Senhor Javé anuncia a morte dos primogênitos do Egito. Nenhum deles
escaparia, exceto aqueles que obedecessem ao mandado sobre o Cordeiro Pascal e
seu sangue.
Cada
casa dos hebreus deveria sacrificar um cordeiro, ou metade dele se fosse uma
família pequena, contanto que dividisse a carne do mesmo com seu vizinho.
Um
cordeiro sem mancha, macho de um ano, deveria ser separado das ovelhas no 10º
dia do mês, devendo ser sacrificado no 14º dia daquele mesmo mês
(11:6). O sangue desse cordeiro teria de ser colocado nas
duas ombreiras e na verga da porta das casas em que o comessem.
Para
comerem essa primeira Páscoa, o cordeiro deveria ser assado, nada cru e nem
cozido em água, sendo que nada dele poderia sobrar após essa ceia pascal.
O cordeiro imolado, diga-se de passagem, era uma pré-figura do grande Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo, nosso Senhor Jesus
Cristo. Em Isaías 53:6-7 lemos assim a respeito de Jesus:
“Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre ele
a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a
sua boca; como um cordeiro foi
levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele
não abriu a sua boca.”
Os hebreus que habitavam no Egito,
certamente que viviam na idolatria, e já estavam esquecidos das promessas
feitas a Abraão, Isaque e Jacó. No Egito conheceram outros deuses,
e viviam já distanciados do Senhor Javé. O episódio do
bezerro de ouro que foi feito na ausência de 40 dias de Moisés no monte
Sinai prova isto.
Para
resgatar o seu povo do pecado, foi enviado Jesus, o Filho de Deus, que foi “ferido pelas nossas
transgressões, moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre Ele e pelas suas pisaduras fomos sarados”. (Isaías 53:5).
Os
israelitas deveriam comer pães asmos por 7 dias. Pães asmos, porque este
tipo de pão não contém fermento. Como o pecado fermenta a alma e deve ser
tirado do meio do povo, assim o Senhor determinou que não houvesse este
elemento na massa dos pães. A razão imediata da ausência do
fermento nos pães é que o povo teria que partir apressadamente, no meio da
noite, do Egito, levando tudo o que tinham consigo, para ir comendo pelo
caminho os pães que tivessem feito antes da partida – logo, esses pães não
deveriam conter fermento, o que leveda e estraga a massa, pois teriam de durar
bastante, conservando a condição de comestível.
Outro
elemento que fez parte da ceia da Páscoa foram as ervas amargosas. Estas
deveriam estar presentes naquela ceia para lembrar aos israelitas que eles
passaram muitos maus dias, dias de opressão, de sofrimento, de agonia, e alguns
até morreram ali na condição de escravos.
À
meia noite do 14º dia do mês de Abibe (também chamado de Nisã, que coincide com
o nosso calendário em março/abril), o Senhor feriu a todos os primogênitos do
Egito, inclusive o filho do Faraó. Naquela noite, o Faraó chamou a
Moisés e a Aarão e ordenou que o povo hebreu se levantasse naquela mesma hora,
e saíssem do Egito.
O
povo, que já estava preparado, a postos para àquela hora, saiu depressa, pela
manhã (12:22), conforme o Faraó mesmo lhes tinha dito.
Assim
foi instituída a Páscoa. O Senhor ordenou aos filhos de Israel que
a celebrassem anualmente, e assim foi que Israel passou a ser uma nação.
Antes eram apenas os descendentes dos filhos de Jacó, e então passaram a
ser possessão de Deus, povo comprado pelo poder do Todo-Poderoso El
Shaddai, o Senhor dos Exércitos, o grande Eu Sou, raça eleita, nação
escolhida pelo Senhor, herdeiros das bênçãos mais excelentes oriundas das mãos
do Deus dos céus, terra e mar.
Nota arqueológica: Acharam-se inscrições
indicativas de que Totmés IV, sucessor de Amenotep II não foi o primogênito
deste, e nem obrigatoriamente seu herdeiro do trono. Amenotep II
foi Faraó nos anos 1450-1420 AC. As cartas de Amarna, escritas a
Amenotep III e Amenotep IV, seus descendentes, pediram auxílio urgente ao
Faraó, indicando que naquele tempo a Palestina estaria caindo em poder dos
chamados de “habiru”, que estavam capturando fortalezas, tomando cidades,
destruindo governadores, saqueando todo o país, que prestava tributos ao rei do
Egito. Muitos entendem ser claro que a palavra “habiru” significa
“hebreus”, e que, portanto, tais cartas estariam descrevendo a conquista da
terra de Canaã por Josué.
Não
desfrutamos de plena certeza, contudo, se isto é decisivo, porque houve um
outro Faraó, Merneptá (1238-1229 AC), cujo primogênito também não
veio a assumir o trono, deixando este para um outro que nem era reconhecido
necessariamente como seu herdeiro.
As
datas, e as cartas de Amarna, porém, nos fazem propender a aceitar Amenotep II
como o Faraó do Êxodo.
Capítulo
13º -
A CONSAGRAÇÃO DOS PRIMOGÊNITOS
- Como uma das primeiras exigências de Deus para com o seu povo
liberto da escravidão, da opressão que lhes representou o Egito, e para que
sempre fosse lembrado o fato de que custou a morte dos primogênitos, Deus lhes
fala que além da instituição da Páscoa do Senhor, os filhos de Israel
deverão consagrar todos os primogênitos, tanto de homem como de
animal. Por causa do fato ocorrido no Egito, Deus se vê
pronto a exigir que o Seu povo reconheça o Seu senhorio, e consagre todo o primogênito a Ele, quer de
animais quer de crianças – todos deveriam ser resgatados com um cordeiro.
O
Seu povo deveria saber que suas vidas foram salvas pelo resgate da Expiação do
pecado, e que deveriam então ser consagradas ao serviço de Deus. Este seria um
sinal que teria de ser obedecido de geração a geração, ensinado dos pais para
os filhos.
A
CAMINHO DO DESERTO -
Deus então ordenou que os israelitas
não fossem pelo caminho mais curto para a Canaã. Teriam sido poucos dias
de viagem, mas o povo não estava preparado para encontrar povos guerreiros
muito valentes, homens de alta estatura, e a decisão divina foi que fossem
caminhar pelo deserto, a fim de serem provados. Ali, os
egípcios viriam ao seu encontro, à beira do Mar Vermelho, para serem afogados,
e nunca mais representassem uma ameaça para aquele povo resgatado.
O
mais importante dessa jornada pelo deserto é que o deserto, local de muito
pouca água, clima seco, quente de dia e frio pelas noites, abrigava uma porção
de ameaças, de modo que era de muito difícil a sobrevivência, MAS DEUS PARA LÁ
OS LEVOU A FIM DE MOSTRAR, mais uma vez, QUE ELE É O DEUS DOS IMPOSSÍVEIS.
Muitas
vezes Deus nos prova a fim de que sejamos fortalecidos, e assim estejamos em
condições de ser mais atentos a Ele, mais crentes no Seu poder e misericórdia.
Desde
então a Bíblia nos narra o aparecimento da coluna de nuvem durante os dias e a
de fogo durante as noites, revelando, além do cuidado paternal de Deus,
guiando-os e protegendo-os do inóspito clima desértico, também uma mostra da
majestade divina, pois Cristo estava com a Igreja do deserto (I Cor. 10:9).
Capítulo
14:
DEUS ANIQUILOU OS EXÉRCITOS EGÍPCIOS - Açulado pelo Senhor mesmo, o Faraó
(14:4) endureceu o seu coração outra vez, e enviou um exército poderoso para
matar ou capturar o povo de Israel. Ao longe, o povo
resgatado viu que vinha o exército de seu opressor egípcio, e se desesperou,
mas o Senhor colocou entre estes uma coluna de nuvem que, naquela noite,
escureceu o caminho dos egípcios e clareou o dos hebreus. Apesar que não havia humanamente rota de
escape, o povo estava à beira-mar e ali Moisés estendeu o seu cajado e
levantou sua mão para o mar, e este se abriu, deixando-lhes um caminho aberto
entre dois muros de água ao lado. Levou toda uma noite para o povo
passar a pé enxuto pelo mar Vermelho.
Talvez pensando que aquilo era apenas um
fenômeno da natureza que facilitou a passagem dos israelitas, o exército
egípcio seguiu-o pela passagem do mar. A narrativa nos revela que
os dois grupos estavam muito próximos um do outro, pois que puderam observar
que as rodas dos carros militares egípcios estavam emperrando, caindo suas
rodas, detendo assim a estes. No verso 14:25, notamos que até
puderam ouvir os egípcios dizerem: – “Fujamos da face de Israel, porque o
Senhor (Javé) peleja contra os egípcios” – mas já era tarde para voltarem , e
quando o povo de Israel passou, o mar voltou ao seu normal, fechando a passagem
e matando todo o exército perseguidor. Não restou um só deles.
Nota: O mar Vermelho é o mar que abre dois grandes sulcos que banham a
costa da península vizinha ao Egito (na época, ainda território egípcio).
Do lado do deserto de Mídiã, este seria o local onde se procurou, no fundo do
mar, provas de que os egípcios foram ali afogados, e foram encontrados restos
de carros de guerra com rodas folheadas a ouro e a prata, usadas para rodagem
dos mesmos. Somente ali, e não no local tradicionalmente tido como Monte
Sinai, é que encontramos duas praias: uma do lado egípcio, e outra do
lado árabe, onde se pode aceitar que cerca de 2 milhões de pessoas (600 mil
homens mais mulheres e crianças) com seus animais poderiam ser acomodados.
Ali se vêem várias evidências incontestáveis: 2 colunas de pedra erigidas
por Salomão, cada uma de um lado do mar Vermelho, como memorial da passagem
pelas águas, restos de carros egípcios no mar, um pico de montanha de 60
m de altura, no alto do qual se percebe ser escuro, e que o mesmo foi queimado,
além de um altar com pinturas estilo egípcio de vários bezerros, entre
outras provas, o que vai de encontro com o que Paulo afirma em Gálatas
4:25.
A
lição que nos fica é que, quando estamos andando no caminho que Deus nos
preparou, Ele assume o comando, e coisas imprevisíveis, maravilhosas e
impossíveis de acontecer vêm a ocorrer, mas preparem-se, pois estamos
caminhando com o Deus que tudo pode, e situações muito difíceis poderão
surgir. Qual será a nossa reação? Podemos ficar (a)
desesperados e chorar, gritar, (b) pasmados e boquiabertos, profundamente
admirados, (c) inertes sem reação, e nem saber o que fazer, só olhando ou (e)
simplesmente confiar em Deus e apurar o nosso passo para acompanhá-Lo mais de
perto. Cremos que a melhor alternativa é a última. Creiamos
no Senhor que faz o mar de nossas vidas abrir-se. O nosso mar se nos
abrirá. Tenhamos a mesma confiança que
levou Moisés a dizer ao povo as palavras de Êxodo 14:13,14.
Capítulo
15: ISRAEL FESTEJA O LIVRAMENTO E CAMINHA
NO DESERTO - Depois que recebemos um grande
livramento, o que é natural fazermos? Como nossos corações não
ficam alegres, e gratos a Deus, não ?
Pois
foi o que Moisés fez, aos seus 80 anos de idade, compondo e cantando junto com
o povo, o cântico escrito nas linhas do capítulo 15.
Os
filhos de Israel reconheceram que aquilo não foi um acidente – foi a mão
poderosa dAquele que já tinha demonstrado os seus sinais e maravilhas na terra
do Egito. A Sua mão não se encolheu, e nem tampouco Ele se escondeu
na hora mais necessária, mas mostrou que é Deus vivo, terrível em obras e
poderoso para salvar.
Um
detalhe nos mostra este cântico de Moisés, que não podemos deixar passar
despercebido: os outros povos ouvirão o que houve.
Naquela parte do deserto, ainda era
comum haver caravanas com camelos e outros animais. Os povos que
estavam por ali por perto tinham costume de manter sentinelas em locais altos e
estratégicos, de onde podiam observar quaisquer movimentações a quilômetros de
distância. Certamente que alguns nômades e alguma caravana
próxima puderam ver a maravilha resultante da mão poderosa de
Jeová. Ele, o grande EU SOU, passou a ser amplamente conhecido
entre os povos vizinhos. Os filisteus foram um desses povos que
souberam o que houve no Egito e no mar Vermelho (I Samuel 4: 5-8).
Miriã, irmã de Moisés, tomada de alegria pelo
livramento, canta e dança na presença de Deus e do povo.
Algumas mulheres, embevecidas do mesmo espírito, seguem-na.
Diz Êxodo 15:22, que após deixarem o Mar
Vermelho, andaram 3 dias pelo deserto, e então começaram a sentir as
dificuldades que um deserto traz: (1) a falta dágua; (2) acharam um lugar com
água, mas eis que as águas estavam com um forte sabor que as denunciava serem
impróprias para se beber. Por causa disso, o povo denominou aquele
lugar de Mara (hebr:amarga).
Com
sede, cansados e sem banho, depararam-se com umas águas que, se bebessem,
poderiam adoecer e até mesmo morrer. Toda esta condição lhes
parecia o fim da trilha.
O
povo murmurou contra Moisés. É como alguém que recebeu um grande
livramento há 3 dias atrás, mas já se esqueceu de que o mesmo Deus que os
livrou dos egípcios é quem os guiou pelo deserto.
Lição: É uma reação natural de
nosso físico que nos venhamos a aborrecer por causa de coisas que aparentemente
estão dando erradas, mas temos de considerar que o Senhor é fiel acima de tudo,
e que as circunstâncias adversas são apenas desafios para a nossa fé.
Quem superar o seu mau temperamento, a vontade de murmurar, de reclamar, de
extravasar o pessimismo com demonstrações de impaciência, ou até mesmo de
explodir, será recompensado por Aquele que tudo sabe, e que espera que sejamos
aprovados no teste da vida.
Clamando Moisés ao Senhor, Ele
mostra a Moisés uma árvore que então foi apanhada e lançada nas águas de
Mara. Estas, milagrosamente, se tornaram potáveis. A árvore
representa a vida que no deserto parecia impossível, mas que estava ali, sobrevivendo
ao clima estéril e desértico. A árvore, para ser lançada nas águas,
teve de ser cortada ou arrancada da terra. Essa árvore ainda
representava a Cristo, que teve sua vida cortada para salvar e dar vida a uma
grande multidão de pessoas. As águas amargas somos nós, povo que
não dava bom fruto para Deus, mas quando Cristo entrou em nós, nos tornamos
pessoas doces. Por causa de Cristo somos transformados e já não
mais andamos representando a morte e nem a enfermidade, mas a vida.
De
Mara os israelitas foram para Elim, onde acharam 12 fontes de águas e 70
palmeiras. Até hoje vemos um oásis com palmeiras em local já próximo ao
que hoje reputamos por legítimo monte Sinai.
Capítulo
16º:
De Elim,o povo tomou a direção do
Sinai, passando pelo deserto de Sim, um mês após saírem do Egito.
Começou então a lhes faltar
pão. Já haviam consumido o estoque de pães asmos que assaram no
Egito, e o trigo que haviam trazido de lá.
Como
já temos observado, o deserto representa a escassez de água e excessiva falta
de recursos. Longe de ser um lugar de fartura ou abundância de víveres.
A
primeira atitude que Deus esperava de ser povo resgatado da escravidão, seria,
então, que , tendo em memória ainda recente a execução de tantos
milagres, a próxima dificuldade fosse encarada com fé e esperança nos
corações. A mesquinhez, o medo do infortúnio e a murmuração foram as
reações que manifestaram quando começou a lhes ameaçar a
fome. Esse povo realmente era muito esquecido e pouco
consciente daquilo que Deus pôde, pode fazer e faz por ele.
Para
não deixar aquele povo desamparado, mesmo que mostrando este ser ingrato, Deus
iniciou, então, a destilar o Maná a cada noite, e o mesmo era colhido pelas
manhãs. Maná é mostra de que o Senhor é o nosso provedor de pão, e
não o esforço de nossas mãos. Não é o nosso trabalho, ou salário,
ou o nosso lucro que nos sustenta, mas Aquele que faz cair as chuvas sobre a
terra. Para o Seu povo, onde não há chuva, há o orvalho das noites.
O
maná descia com o orvalho das noites, e quando este evaporava pelas manhãs,
ficava uma camada fina de algo redondo como a semente do coentro, mas que
também era doce como um bolo de mel. Colhiam um ômer (*) por cabeça
e o dobro na véspera do sábado.
– Ômer: medida de capacidade, que antigamente significava algo
semelhante a 3,7 litros.
Lição:
O Senhor é Jeová-Jiré, o nosso pastor. Nada nos faltará, quer nos pastos
verdejantes, quer no deserto. Precisamos crer nesta
palavra. Os israelitas que não quiseram crer pereceram no deserto e
não herdaram a terra de Canaã que Javé lhes prometeu. Precisamos
crer que o deserto é a oportunidade para Deus operar mais em nossas vidas,
senão vejamos:
a) Quando
as águas estiverem amargas, uma árvore apontada por Deus nos servirá de remédio,
para torná-las doces.
b) Quando faltar água, esta
brotará da Rocha.
c) Quando
as serpentes picarem o povo de Deus, bastará olharmos para a cruz, e seremos
salvos.
d) A
coluna de fogo nos aquecerá durante as noites.
e) A
coluna de nuvem nos abrandará o calor do deserto durante os dias de travessia
ali.
f) O
anjo do SENHOR irá à frente para nos guiar pelo caminho.
g) O maná cairá do céu, nos dando
o alimento suficiente para um dia todo.
h) Quando
um exército inimigo vier nos atacar, O SENHOR é a nossa Bandeira (Jeová Nissi)
e pelejará por nós, desde que estejamos andando em obediência à Sua direção.
Lição: Se estamos passando por um deserto desta vida, vamos aproveitar
este momento para meditarmos sobre o que Deus fez, está fazendo e promete
fazer-nos, para nunca nos esquecermos de que estamos sendo preparados e
treinados por Ele para estarmos em condições à altura de entrarmos na Terra
Prometida. Lembremo-nos de que quanto maior for a nossa
dificuldade, maior será o cuidado de Deus ao nos socorrer.
Capítulo 17º : Daí veio a próxima parada: Refidim, já bem próximos do monte Sinai. Segundo as últimas descobertas arqueológicas, este lugar dista c. 24 horas de jornada a pé, desde o monte Horebe. Então faltou-lhes água, e contenderam com Moisés. Moisés, atormentado pela disputa de palavras que o povo lhe impunha, ainda feriu a rocha, e esta se fendeu e dela jorrou água. Até hoje vemos ali uma rocha fendida, e do meio de sua fenda, deixa abaixo de si as marcas de erosão das águas que ali correram.
Lição:
Não devemos duvidar da Palavra de Deus, e nem do seu cuidado
paternal. Por onde Ele nos conduzir, ainda que pareça local de
tentações, Ele não nos deixará ficar sem o seu socorro no momento aprazível.
O ATAQUE DOS AMALEQUITAS
- Então vieram os amalequitas, povo que habitava ao
sul do mar Morto, em peleja contra Israel, em Refidim. Moisés, Arão
e Hur subiram ao monte para usar de autoridade espiritual, e sustentar a Israel
na peleja. Josué liderava homens escolhidos para lutarem.
Moisés levantou suas mãos, e naquela posição teve de permanecer até o por do
sol. A vitória foi dada a Israel, que desfez a Amaleque pela espada.
Amaleque
então foi amaldiçoado pelo Senhor, devido ao fato de saber que Deus estava com
o povo hebreu que saiu do Egito, e mesmo assim, intentou o mal contra
este. O primeiro ataque de Amaleque foi de surpresa, sem chance de
defesa para o povo do Senhor, vindo à guerra sem escrúpulos, e assim afrontou,
mais que a um povo, ao Deus que resgatou e andava à frente desse
povo. Amaleque era um povo que observou os movimentos de Israel pelo
deserto, e por certo achou que este seria muito bom para ser saqueado e
eliminado, pois que representava um povo numeroso, e uma ameaça, e um
impedimento de poderem usufruir de toda a água porventura tirada do deserto.
Lição: Embora
possamos até dizer que vivemos em um país livre, que estamos livres da
perseguição de inimigos, podemos estar certos de que desde o dia em que nos
tornamos servos de Deus, e amigos de Cristo, já temos todo o inferno como nosso
inimigo, e este pelejará contra nós até o fim de nossos dias nesta terra, mas
graças a Deus que nos dá a vitória em nome de nosso Senhor e Salvador
Jesus. Por isso escrito está que haverá guerra do Senhor contra Amaleque
de geração em geração (Ex. 17:16). Precisamos estar bem
fortalecidos contra as astutas investidas de Satanás contra nossas vidas.
Capítulo
18:
Em 18:5 lemos que o sogro de Moisés veio até onde este
estava, e o texto nos diz que já estavam, então, junto ao “Monte de
Deus”. Cremos que este era o monte Sinai, local onde Moisés
recebeu pela primeira vez a Palavra que Deus lhe falou, do meio da sarça
ardente (Vd. Ex. 3:12). Isto significa que o povo já estava bem
próximo de receber a Lei e os Dez Mandamentos revelados. Até então, era
um povo sem lei oficial.
O
sogro de Moisés, Jetro, ouviu todas as coisas que o Senhor tinha feito para
libertar o povo de Israel, e se alegrou ao sabê-lo. Ofereceu Jetro,
então, sacrifícios para Deus (Ex.
18:12).
JETRO DIZ A MOISÉS PARA DELEGAR
AUTORIDADE:
Por
não ter uma lei que determinasse diretrizes para julgamentos retos, o povo
ficava em pé diante de Moisés, desde a manhã até a tarde, a fim de
receberem uma palavra de Deus sobre como decidir essas questões.
Jetro
então disse a Moisés que, a fim de que este não se desgastasse demais nesta
obra, e que se constituíssem homens capazes, tementes a Deus, honestos, que
detestassem a avareza, líderes sobre mil, sobre cem, sobre 50 e sobre 10, a fim
de julgarem os negócios de menor importância, deixando os casos de maior
complexidade para Moisés – e foi o que ele fez.
Capítulo
19:
O SENHOR SE APRESENTA AO POVO
- Estando os israelitas já acampados no deserto à
beira do monte Sinai (o qual se situava entre outras montanhas, elevando-se
mais alto, como um pico).
Moisés
subiu ao monte, e o Senhor Javé começa a lhe falar com muito carinho que Ele,
ao livrar os israelitas dos egípcios, estava tomando um povo sobre suas asas
como uma águia que, tirando seu filhote do ninho no seu tempo de aprender a
voar, leva-o sobre as suas asas (19:3, 4). As águias assim fazem
quando percebem que seus filhotes, devido à fraqueza e à inexperiência, despencam
das alturas no seu aprendizado. A fim de evitar a queda livre do filhote
aprendiz, as águias mergulham até que voem por baixo destes, e os sustentem no
ar, levantando-os novamente, e até deixá-los um lugar seguro – e isto
acontecerá até que o filhote aprenda a voar bem por si só.
O
Senhor diz também, como numa declaração de amor que, se o povo concorda com
isto, fazendo aquilo que lhe agrada, Ele, de coração cheio, fará àquele Israel
um povo de Sua propriedade particular, e mais, que os fará um reino sacerdotal,
e um povo diferente dos outros povos, santo como Ele é, diferente e fazendo a
diferença (19:4, 6).
Cabe
aqui mostrar algumas diferenças entre Deus Javé e o povo. Muito
diferentes um do outro. Israel parecia apenas um povinho
muito grosseiro, sem modos, rebelde, cheio de vontades próprias, mas sem eira e
nem beira, necessitado de muitos cuidados. O Senhor, por
outro lado, lhes vinha como um Grande Guerreiro que matou com suas próprias
mãos os exércitos do faraó, numa tentativa de conquistar o seu
coração. Tal história parece-se com um romance medieval, em
que cavaleiros apaixonados lutavam na arena para, quando vitoriosos, voltarem
da luta para se apresentarem àquela lady pretendida de seu coração.
Assim o Senhor se apresentou diante do povo, depois de ter lutado pela vida
deste, usando Moisés como seu porta-voz.
Moisés
expõe tal proposta ao povo, que responde: – “Tudo o que o Senhor tem falado,
faremos”. Parecia que Israel havia aceito tal convite de
amor, que vinha colorido e soava como uma proposta de casamento.
Nos
versículos 10 a 15 vemos que o Senhor expõe suas condições para que tal
aconteça: 2 dias de consagração, e no 3º dia ambos se
apresentariam: o povo, dentro de certa área estipulada, e o Senhor,
no monte Sinai.
Chegado o dia marcado, cheios de expectativa, tudo começou com relâmpagos vindos do céu sobre o monte Sinai. Todos então ouviram
um som de trombetas muito forte, ao ponto de
estremecer a todo o povo que estava no arraial. Entendemos que eram anjos
arautos, anunciando a chegada do Grande Rei de toda a terra, céus e mar.
Veio, então, o convite para Moisés subir ao monte, que estava se
encobrindo de nuvens.(v.16)
O
monte estava fumegando, porque o Senhor desceu sobre ele com fogo, e tremia muito mesmo, como num
terremoto. O som das trombetas aumentava seu volume cada vez mais.
Este
foi um cartão de visitas de Deus. É oportuno notar que, apesar de
tudo isso, nem mesmo Moisés viu a Deus face a face (João 1:18).
Moisés falava com Deus, e o Senhor lhe respondia em voz alta (v.19), cumprindo o prometido
em 19:9.
A
fim de que o povo, ainda mal preparado para falar com Deus face a face, não
fosse consumido por tais manifestações, o Senhor permite-lhes que apenas um
pequeno grupo de israelitas subissem ao monte: Moisés, e Arão.
Capítulo
20: OS DEZ MANDAMENTOS: Deus,
então começou a passar para Moisés os Dez Mandamentos.
É uma suma, digamos assim, um prefácio resumindo os pontos mais importantes que
a Lei iria depois descrever melhor, e entrar em mais outros detalhes. E
assim começou Deus a falar o Decálogo:
1º Mandamento:
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da
servidão. Uma longa história do nosso planeta mostraria que
outros deuses intentaram se posicionar no lugar de Deus, mas o Senhor está
reivindicando legalmente para si esse trono na Terra.
2º Mandamento: Não terás outros deuses
diante de mim. Na verdade, não existem outros deuses, mas UM único
Deus, Javé. Isto significa, nem imagem, nem de escultura, nem
qualquer outra criatura, nem coisa alguma ocupe o lugar de Deus no coração de
Seu povo escolhido. A lei mostra ser basicamente espiritual,
e leva em consideração pensamentos e propósitos do coração. Nada
menos que o amor é exigido, sem o qual, uma obediência exterior é pura
hipocrisia.
Nota: Jesus,
anos mais tarde, nos disse que amar a Deus acima de tudo, e ao nosso próximo como
a nós mesmos embasa e resume toda a Lei e os Profetas (modo de se referir
ao Cânon Sagrado usado na época, cf. Mateus 22:34-40).
3º Mandamento:
Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. O seu povo não deverá
proferir votos falsos. Seu nome é empenhado quando o
pronunciamos. Não deverá ser objeto de zombaria, de
menosprezo, ou mesmo de displicência.
4º Mandamento: Lembra-te do dia do sábado para
o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o 7º dia
é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra … porquanto abençoou o
Senhor o dia do sábado e o santificou. (Ex
20:8-11). Esse era o dia determinado por Deus para que fosse
separado e diferenciado dos demais dias da semana, a fim de que, cessando o
labor e concentrando-se nas coisas que dizem respeito a Deus, à vida eterna, e
às espirituais, e todo homem assim estivesse voltando sua mente, e abrindo-a
para que o Espírito Santo pudesse nela trabalhar, formando o caráter do servo
de Deus. A passagem do sábado para o domingo – controvérsias
à parte, a igreja primitiva foi-se apegando ao primeiro dia da semana, e o 7º
dia foi substituído pelo primeiro, no decorrer do tempo. Temos que
notar, porém, que a consagração do 7º dia da semana veio com a Lei Mosaica, numa
dispensação diferente da dispensação da Graça de Cristo, que hoje vivemos (vd.
A primeira Páscoa foi comemorada no 1º dia da semana, ANTES da instituição do
Sábado pela Lei).
Ler Oséias 2:11, Isaías 1:13-14 e Hebreus 8:5-ss. e Colossenses 2:16-17.
Até
aqui, vemos que os 4 primeiros Mandamentos nos chamam a atenção para a Deus,
convocando-nos à adoração e dedicação ao Senhor.
A
partir do 5º mandamento, vemos que o enfoque é dirigido para a pessoa de nosso
próximo, como segue:
5º Mandamento:
Honra a teu pai e à tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o
Senhor, teu Deus, te dá. É o primeiro mandamento com promessa,
prometendo longevidade.
6º Mandamento: Não matarás.
Temos de considerar o respeito e o valor que Deus dá às vidas que Ele
criou. Ele somente dá a vida, e é Ele quem tem o direito de
tomá-la.
7º Mandamento: Não adulterarás.
Significa literalmente: não poluirás, não mancharás. O casamento de um homem
com uma mulher nos remete para o casamento de Cristo com a Sua
Igreja. O casamento é uma forma que Deus usou para nos
mostrar que a fidelidade conjugal é não somente necessária, como também é
pré-figura da aproximação, do cortejo, e do compromisso que a Igreja deve
manter com o seu noivo, Cristo.
8º Mandamento: Não furtarás.
Aqui temos o princípio do respeito para com os pertences de nosso
próximo. Este mandamento é complementado pelo décimo, que nos
pede mais do que não furtar. Significa não subtrair do
próximo as alegrias, mesmo que sejam estas pequenas, as quais Deus lhe deu
através dos bens que este possuir em suas mãos.
9º Mandamento: Não dirás falso testemunho
contra o teu próximo. A calúnia é um veículo de tremenda destruição
do que de mais precioso temos, mais que o ouro ou a prata: o nosso
nome. Levantar-se precipitadamente contra alguém alegando
suposições como se fossem verdades, ainda que embasadas em indícios, também se
enquadram em quebra a este mandamento.
Este
mandamento quer nos dizer, em outras palavras: – Não use a sua boca para
destruir. Isto é especialmente grave quando se trata de destruir
pessoas que são nossos irmãos na fé, pois Paulo nos escreve em I Cor. 3:16, 17
– “Não sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em
vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá, porque
o templo de Deus, que sois vós, é sagrado”.
10º Mandamento: Não cobiçarás (1) a casa;
(2) a mulher; (3) o servo, ou empregado; (4) a serva ou empregada; (5) o boi,
que representa, entre outras coisas, o alimento; (6) o jumento – que
representava um veículo de transporte. Todas as coisas que são
propriedade, aliança ou posse do próximo. Isto implica em ausência
de cobiça dentro do coração, que implicaria em isenção do espírito nestas
coisas, e na prática, o mesmo deve se expressar exteriormente.
O
povo ficou aterrorizado pelas tão fortes manifestações da Presença de Deus ali,
naquele lugar (v.18), e pediram a Moisés que só este último falasse com o povo,
pois que temiam ser mortos ao ouvirem a voz de Deus.
Moisés, então, lhes responde que não era
para se temer, pois aquelas manifestações tinham vindo diante deles para que
lhes fosse difundido o temor do Senhor, porque Ele de fato é terrivelmente
grande, demais para homens pecadores se susterem diante de Sua Presença, mesmo
para os contritos e arrependidos do coração.
Moisés
então sobe à escuridão do pico do Monte Sinai, onde havia fumaça, nuvens, fogo,
relâmpagos e tremor de terra, enquanto o povo ficou de pé , ao longe (v. 21).
Diversas
leis, então, foram reveladas a Moisés, e estas são deixadas para Israel já
começar a obedecê-las. Temos a nítida impressão de que os próximos
3 capítulos já tinham sido falados por Deus neste primeiro contato direto com o
Seu povo.
É de
se notar que sete (7) dos mandamentos são negativos, deixando apenas três (3)
deles como positivos. Na verdade, se atentarmos bem para o
que o Senhor nos ordena fazermos, e entrarmos no espírito da Lei, não nos
restará mandamento negativo a nos alertar quanto ao nosso
procedimento. De fato, Jesus nos chama a atenção para
unicamente dois mandamentos, dos quais dependem toda a Lei e os Profetas.
Capítulos
21 a 23:
OS ESTATUTOS DE DEUS
- Esta seção
se abre com a expressão: – “Estes são os estatutos que lhes proporás”…
Na verdade, é o primeiro compêndio de leis que são editadas para que o povo
possa ser regido pela justiça divina, e também para dar maior suporte aos
anciãos que julgariam o povo para aliviar a carga de Moisés.
São leis civis por excelência, mas tinham a ver apenas com o povo de
Israel, seu proceder diante de Deus e dos homens. Parece ser um
tipo de Livro de leis de diretrizes para que o povo comece a orientar o
seu comportamento segundo os padrões do Deus Javé, Aquele que os tirou do
Egito, e que agora tem um compromisso com Seu povo, e o Seu povo com Ele.
Muito
embora algumas palavras desta seção pareçam dirigidas somente àquelas condições
contemporâneas da peregrinação pelo deserto, nota-se claramente que os princípios usados por Deus são
eternos: justiça, misericórdia, respeito mútuo entre as pessoas,
valorização da vida, etc.
Atente-se
para o detalhe: A Lei foi escrita para um povo com costumes de sua época
extremamente arraigados em sua cultura. Difícil foi mudar essa
cultura.
Temos
de considerar que algumas dessas leis, que por exemplo, dizem respeito à escravatura, tiveram que ser escritas porque a
escravidão ainda era um costume muito arraigado na sociedade daquela
época. Algumas pessoas vendiam a sua liberdade, ou a
liberdade de seus filhos, ou o direito de propriedade sobre algum escravo, e
isto precisava ser mais controlado, pois muitos abusos eram cometidos
então. A Lei veio, pois, para humanizar esta relação
interpessoal, assim como teve de regulamentar os casos de poligamia. Não era esta a plena vontade de Deus,
mas por causa da dureza dos corações, algo teria de ser feito para amenizar a
dureza dessas práticas, e por isso vemos 21:2 e outros textos que nos mostraram
a assim chamada de “Vontade Permissiva de Deus”.
A LEI DO TALIÃO: Em 21:12 lemos algo que nos revela a Lei do Talião: quem ferir alguém, e esta pessoa chegar a morrer, o autor
do crime também deveria morrer.
Como
podemos entender que Deus concordaria com este modo de pensar ?
Novamente, precisamos nos transpor para dentro do contexto bíblico.
Naquela época, era muito fácil acontecer de vinganças que excediam em muito o
prejuízo causado inicialmente. Quando alguém perdia um dente
em uma briga, por exemplo, o vingador certamente desejava quebrar todos os
dentes do seu ofensor. Por isto é que a Lei dizia: “ Olho por
olho, dente por dente” (21:24), a fim de evitar desgraças maiores e reações
sucessivas cada vez mais violentas, que poderiam desencadear até uma guerra,
com a conseqüente perda da vida de diversas pessoas.
Para
melhor resumirmos a que veio a Lei do Talião, considerar o seguinte:
a) Antes da chegada de Lei Mosaica, as relações entre pessoas muitas vezes
descia a níveis animalescos. Basta olharmos para os
povos bárbaros – e por que rotulamos de atos de barbaridade quando coisas
terríveis que vemos que acontecem? Esta é também chamada a “Lei do cão”,
ainda nos dias de hoje.
b) A Lei de Moisés veio a elevar o povo de Israel a um nível mais humano, muito embora em nossos dias
não o reputamos como o padrão ideal. Temos, porém, de ponderar que
ainda hoje existem barbáries acontecendo, pois muitos nem ainda saíram do nível
animalesco. A moral dessa Lei seria “não dê largas à imaginação,
pois esta o levará ao pecado e a fazer coisas injustas”.
c) A Lei de Cristo é “levarmos as cargas uns dos outros”(Gálatas 6:2). Esta lei da
Nova Aliança nos eleva ao nível de Cristo, ou seja, somos elevados a reagir no
nível que Cristo reagiria, em cada situação – e assim somos trazidos do nível
humano para o divino. Esta nova
lei nos faz lembrar que Jesus nos comprou com o seu sangue, livrando-nos do
nosso fardo do pecado. Como dele agora somos, a Ele pertencemos, e
como servos seus, todos os nossos direitos estão nas Suas mãos. Por
isso é que Ele nos manda que voltemos o outro lado da face para quem nos quiser
ferir.
Infelizmente,
como já abordamos o fato, o coração do povo hebreu ainda estava muito
endurecido para entender a plena vontade de Deus, e por isso é que a Lei teve
de prever casos em que teria de haver a sentença capital. Isto seria
para ensinar o povo qual não era a vontade de Deus, e que alguns crimes
chegavam ao conhecimento de Sua Santa Presença como um ato detestável, que
precisaria ser coibido. Esta foi a razão das sentenças previstas
nos versículos 17, 18, 19, 20 e 23 do capítulo 22 de Êxodo.
Capítulo
23: Na seção dos versos 1-9, vemos que o
Senhor, que é Deus de justiça, também se interessa que procedamos de forma a
refletir essa Sua justiça. Devemos dar o devido peso a
cada circunstância e a cada situação. Não devemos perverter o
juízo – a inocência não deve ser punida como a iniqüidade, e vice-versa.
O ANO DO DESCANSO E O SÁBADO - Quanto
ao Sábado, já temos comentado. A ênfase, aqui, seria o
descanso. Seis dias temos para realizarmos negócios, cuidarmos de
nossas coisas, e o Senhor esta dizendo que o 7º dia é um princípio colocado na
natureza: todos precisam do descanso das obras: tanto homens, como
animais.
Sabe-se
que os outros povos tinham também seus dias de celebração aos seus
deuses. A quantidade de deuses espalhada sobre a terra foi tão
grande, que todos os dias da semana estariam ocupados, e os povos não teriam
deixado espaço para que o Senhor Deus fosse cultuado. O dia do
sábado, porém, veio como uma das marcas registradas de Javé.
Com o advento da Lei Mosaica, os dias de sábado deveriam ser separados para o
descanso.
O descanso era também marcado no tocante à terra utilizada para o plantio
(v.11,12). Seis anos a terra poderia ser
cultivada. No sétimo ano, porém, o que viesse a se produzir
espontaneamente seria destinado aos pobres e aos animais do campo.
As vinhas e os olivais assim também deveriam ser tratados.
AS TRÊS FESTAS: O
Senhor pediu também que houvesse celebração, 3 vezes ao ano:
1)
Por ocasião da Páscoa, a festa dos pães asmos.
2)
Por ocasião da colheita dos primeiros frutos do trabalho (Primícias). Também chamada de festa das Semanas (34:22), da qual fazia parte o dia de
Pentecoste (50 dias após a Páscoa).
3)
Por ocasião da colheita de cada ano, também chamada de Festa dos Tabernáculos, ou Festa das Cabanas (Lv. 23:34) .
DEUS PROMETE ENVIAR UM ANJO: De
todas as promessas do Antigo Testamento, esta é uma das mais
entusiasmadoras. Deus promete enviar um anjo para guardar o seu povo
no caminho que leva à Canaã.
Um
Anjo, um ser especialíssimo, teria sido designado por Deus para aparecer nos
períodos de movimentação, de caminhada a ser percorrida, para guiar todo o
povo.
Esta
promessa foi dirigida a Moisés, portanto o anjo não era o profeta, mas um ser
celestial. Pouco fala a Bíblia a respeito de sua aparência, mas esta
certamente não era algo comum. Seu porte deveria ser notável de alguma
forma, para que o povo pudesse distingui-lo com facilidade, para que não o
irritasse. Leve-se em consideração que o povo ainda era um
povo recentemente liberto da escravidão egípcia, ainda um povo muito rude, e
que precisava ser trabalhado, cinzelado e polido pelo Senhor.
Qualquer rebelião contra aquele ser seria tratada com rigor.
Esse
anjo, disse o Senhor, tinha o nome de Deus (23:21). O nome pelo qual Deus
Se identificou perante Moisés e o povo hebreu é Javé, o grande Eu
Sou. Este detalhe nos dá a pista para sabermos quem Ele é.
Ele tem o mesmo nome do Deus de Israel. Esta foi uma maneira muito
peculiar de Deus apresentar alguém. Notar que os anjos têm
seus nomes próprios – Gabriel é um deles (Lucas 1:19), e Miguel, um outro
(Daniel 12:1; 10: 20, 21). O Anjo que guiou o povo durante o Êxodo,
porém, era diferente – possuía o nome de Javé. Ele mesmo é
Javé. Comparemos estes dados com João 8:58.
Como
já temos visto em João 1: 18, Deus não se deixou ver face a face por ninguém, a
não ser alguém que estivesse morrendo. Nem Moisés o viu (EX.
33:20), mas Ele Se revelou na pessoa de Jesus Cristo.
Para
melhor esclarecermos esta questão, vamos observar que:
a) A palavra “anjo” vem do grego “angelos”, que significa “mensageiro”,
sendo o mesmo significado do hebraico “mal’quiah”. São estes que têm contacto direto com
Deus, e como ministros seus, obedecem às suas ordens.
b)
Alguns anjos não se identificaram pelos seus nomes.
c) Malaquias 3:1 faz uma referência a Jesus, chamando-O de Anjo da
Aliança, e também a João Batista, usando o termo
“anjo”.
d) Jesus, algumas vezes, no Antigo Testamento, é chamado de “O
Anjo do Senhor”, o que nos dá mostras de ser o caso de Êxodo
23. Outras mostras disso podemos encontrar nas passagens: Josué
5:13-15 (o Anjo do Senhor é adorado por Josué e não houve nenhuma
reprimenda); Gên. 18:1, 13, 14 (3 anjos
visitam a Abraão e ele se ajoelha diante de um deles e o chama de Senhor – o
escritor do texto depois emprega o tetragrama sagrado, Javé, para esclarecer de
que se tratava do Senhor); e Daniel 3:25 (o quarto homem na fornalha da Babilônia, que Nabucodonozor o
descreveu como “semelhante ao Filho dos deuses” – quase acertando, pois que
seria o Filho de Deus).
e)
Também os pastores líderes de
igrejas são chamados de anjos em Apoc. 2 e 3.
Quão
maravilhoso é podermos contar com a presença do Anjo do
Senhor. Os anjos santos são enviados de Deus, para entregar
uma mensagem ou para operar algum ato poderoso. Que o Anjo do
Senhor nos valha sempre que a Deus lhe aprouver, e sejamos sempre felizes ao
ressaltar a glória de Deus.
Capítulo
24: O
Senhor ordena, e Moisés, Arão, Nadabe, Abiu e mais 70 anciãos se aproximam do
monte Sinai, e então, ao pé do monte, próximo dos 12 marcos memoriais (das 12
tribos), edificou-se um altar, onde sacrificaram bezerros, e dedicaram essa
oferta a Deus.
Nessa
oportunidade foi que Moisés escreveu, provavelmente num papiro ou pergaminho,
aquelas palavras iniciais que o Senhor lhes falara, e leu-as ao povo todo
ouvir. O povo repete outra vez: – “Tudo o que o Senhor tem falado,
faremos e obedeceremos” (Ex. 24:19).
Moisés
asperge o sangue dessa oferta sobre o povo, dizendo ser o sangue do concerto
que o Senhor tem dito.
Então
subiram Moisés, Arão, Nadabe, Abiu e os 70 anciãos ao monte de Deus, e VIRAM o
Deus de Israel. Puderam notar que debaixo de seus pés havia algo
semelhante à safira e como o céu na sua claridade (24:10). O
Escrito Sagrado diz que viram a Deus, e ali comeram e beberam.
Certamente que, pela descrição que fizeram, não puderam contemplar o rosto do
Senhor.
O Senhor disse então a Moisés para subir mais acima no Monte Sinai, onde Ele
iria lhe entregar as tábuas de pedra. Moisés subiu com Josué,
seu assistente, e os demais desceram para o arraial. Uma nuvem veio então
a cobrir o pico do Monte, que assim ficou por 6 dias. No sétimo, o
Senhor chamou Moisés para entrar na nuvem. O povo via de longe que
a glória do Senhor tinha a aparência de um fogo consumidor. Moisés entrou no
meio daquela nuvem, e ali permaneceu por 40 dias.
Capítulos
25 a 31: Estes
capítulos têm um estilo e forma descritivos. Descrevem-se
neles o Tabernáculo, o altar, e outras coisas com detalhes, versando inclusive
sobre os utensílios que deveriam ser colocados naquelas dependências
sagradas. São minúcias dos itens que faziam parte do todo
cerimonial instituído pela Dispensação da Lei dada a Moisés.
Importante
é notar que cada detalhe descrito tinha uma razão de ser que se nos revela
hoje, dentro da visão da Dispensação da Graça do Senhor Jesus
Cristo. Hoje, cremos, Deus não mais exige que os rituais do
A.Testamento ainda sejam obedecidos, porque Cristo, o nosso Messias e Salvador
os cumpriu de modo plenamente aceitáveis aos olhos do Pai.
Todo
este cerimonial, porém, nos dá mostras de que existe um modo, uma maneira
através da qual poderemos nos achegar a Deus. Não devemos nos
apresentar a Ele de qualquer forma, de mãos vazias, sem levar em conta que Ele
é diferente de nós, é santo, e para nos achegarmos a Ele, precisamos esquecer
as nossas origens, desapegarmo-nos de coisas deste mundo, e seguirmos os
passos que Ele nos aponta à nossa frente.
Antes
de tudo, o Senhor diz que deseja que o povo lhe faça um santuário, pois deseja
habitar no meio deles.
Em
I Cor. 3:16 Paulo diz que NÓS somos o Templo de Deus e que o Espírito Santo
habita dentro de nós.
No Capítulo 25 de Êxodo, Deus fala a Moisés que o povo deveria trazer ofertas
em espécie para contribuir com a construção do Tabernáculo: ouro, prata,
cobre, tecidos, peles, madeira, óleo e pedras preciosas. Tudo isso
teve custos, envolveu dedicação, devoção, mas sempre vale a pena ofertarmos
para Deus .
ALEGORIAS DO LIVRO: As
descrições que passaremos a tecer sobre a Tenda da Congregação poderemos ver
que estarão cheias de mensagens subliminares, que atingem diretamente nossas
almas, sem passarem pelo nosso entendimento. Isto porque estas
trouxeram imagens de coisas que nos levam inconsciente ou subconscientemente a
outras coisas ou seres que são reais no campo do espírito.
Passaremos
a escavar, e tentar fazer brotar à tona as verdades e os princípios espirituais
que ficaram embutidos no texto, alguns deles despercebidos às nossas mentes.
Vamos nos prender a algumas
figuras dos elementos que compuseram a Tenda do Tabernáculo do deserto.
Os israelitas ofereceram estes materiais, a fim de que, através destes, pudesse
ser erigido o mesmo:
1. Ouro: metal que é provado e purificado no fogo, restando puro após ser submetido a este processo. Devido à sua pureza e valor acentuados, detém um alto padrão aquisitivo; somado ao fato de não ser tão abundante como a prata, este simboliza a santidade de Deus, que deve ser dada também aos homens que o busquem, mesmo que através de muitas provas e tribulações.
2. Prata: metal já não tão valioso, mas usado para negociações de menor valor que o ouro, também serviu como moedas. Se o ouro, pois, simboliza a santidade divina, a prata, quando utilizada em artefatos juntamente com o metal mais nobre, simboliza a humanidade que aceita e recebe a obra e os padrões santos de Deus. As estacas que sustentavam erguido o tabernáculo e as cortinas do pátio adjacente eram feitas de acácia, forradas de ouro, e tinham bases de prata (essas bases que se fixavam na terra, simbolizando que devemos receber o ouro (a santidade de Deus) sobre nós, e manifestá-la como prata, com o nosso testemunho sobre a terra.
3. O bronze já era um metal menos valioso que os dois acima, mas este foi usado para construir o altar dos holocaustos, e o mar (totalmente de bronze), sustentado por adornos de touros do mesmo material. Por ser mais rígido que os anteriores, era utilizado para contato direto com o fogo e com a água. O bronze também era usado para fabricar armas de guerra, servindo, portanto, de símbolo de destruição (do pecado, pelo fogo, no caso do altar), e de purificação (pela água, como no caso do mar de bronze).
As pedras preciosas seriam usadas na estola sacerdotal. Isto é sinal de que Deus quer que O reverenciemos com tudo o que temos, dando-Lhe o maior valor acima de todos os demais desta terra.
Quanto à madeira de acácia, leia-se o comentário feito abaixo, sobre a Arca do Concerto.
Quanto às cores, remetemos ao comentário sobre o Lugar Santo, ou Santo dos Santos.
A ARCA DO CONCERTO: Em Êxodo 25:10 vemos que o Senhor ordena a construção da Arca da Aliança. A madeira a ser utilizada para isto deveria ser de cetim (acácia), a qual, depois de devidamente preparada, seria coberta de ouro puro.
Nisto reside um sentido espiritual. A acácia é uma árvore que cresce no deserto. O clima desértico lhe infringe severas condições, nas quais esta árvore sobrevive, mas apresentando um quadro dramático: ela cresce com formas irregulares, tortuosas, retorcidas, mostra-se aparentemente seca, às vezes parece estar morta, e ainda coberta de espinhos.
No deserto deste mundo sobrevivemos e mostramos, através de nossos nós e espinhos, que refletimos aquilo que o mundo nos tem oferecido: uma vida seca, torta, rude, tipicamente resultante de uma maldição lançada sobre este mundo de pecado.
O Senhor, contudo, nos toma pela mão, e vai trabalhando conosco, muitas vezes ferindo as Suas mãos, vertendo o Seu puro sangue para que nos transformemos em tábuas retas, aplainadas, lixadas e alisadas. Passamos a ser úteis para Ele. Ele vai unindo a Sua Igreja, assim como a Arca é feita da reunião de diversas tábuas de acácia para formar a sua estrutura básica. Ele vê que, apesar de todo o trabalho aparando nossas arestas, ainda nos falta o brilho de Sua glória, e então nos reveste do ouro da Sua santidade, a fim de que possamos brilhar neste mundo, assim como a Arca reluzia do ouro que a revestia.
A Arca, porém, tem outros detalhes: ela teria que portar dentro de si 3 objetos: (1) as tábuas da Lei; (2) a vara de Aarão que floresceu; e (3) uma amostra do Maná do Deserto. Estes três itens deveriam ficar dentro da Arca.
Isto quer dizer que temos que guardar as palavras do Senhor dentro de nossos corações, tal e qual a Arca deveria portar as tábuas da Lei.
Também significa que em Cristo, somos nação santa e sacerdócio real. Assim como a vara de Aarão foi a única que floresceu, assim somos escolhidos para sermos seus sacerdotes.
O Maná também foi ali depositado, mostrando-nos que somos milagrosamente amados e sustentados pelo Senhor, que nos alimenta diariamente com o Seu pão do céu. Jesus disse: Eu sou o pão que desceu do céu (João 8:35). Temos que trazer Jesus dentro de nossos corações e nossas almas.
O PROPICIATÓRIO: Êxodo 25:17-22: Por fim, a Arca da Aliança deveria ser tampada com uma peça denominada de Propiciatório.
Em sua parte exterior, deveriam ser colocados dois querubins, com seus rostos voltados para a tampa, em sinal de adoração, e também de humilhação. Suas asas cobririam o propiciatório, como que guardando a Arca e protegendo-a – assim como somos nós também guardados e protegidos por Deus, e contamos para isso com a ajuda de Seus santos anjos.
O Senhor prometeu que ali, de sobre a tampa, do meio dos dois querubins, Ele falaria com Seu ungido, deixando-lhe as próximas ordenanças.
A MESA DOS PÃES: Êxodo 25:23-30: Um outro móvel é adicionado à lista dos que o Senhor estava estabelecendo. Lembramos que Ele desejava ali habitar com os israelitas, e por isso é que Ele mesmo é Quem estava dizendo como é que desejava que aquela Sua habitação fosse decorada.
Ele solicitou uma mesa para a colocação dos pães da proposição. Esta mesa também seria de acácia, revestida em ouro puro, com um remate de ouro em volta dela. Teria também uma franja de ouro com seu remate.
A mesa seria colocada à frente da Arca da Aliança, no Lugar Santo. Sobre a mesa estariam sempre os pães sagrados, que são oferecidos ao Senhor. No versículo 29 vemos que são mencionados copos, taças e jarras, as quais deveriam conter as ofertas de vinho.
Os pães da proposição são pré-figuras de Cristo, o Pão que desceu do céu, e que foi oferecido a Deus como se fora um alimento, e o vinho, certamente, o sangue de Jesus (João 6:55) , mas de fato, um substancioso Alimento espiritual.
Estes elementos podem ser vistos ainda hoje, de uma maneira menos cerimoniosa, na mesa da Ceia do Senhor Jesus. A presença do pão e do vinho nos fazem lembrar de Seu sacrifício, do qual todos temos que fazer parte. Se alguém não quiser fazer parte dessa mesa, e da Ceia que Ele nos pediu que celebrássemos toda vez que nos reuníssemos, não terá parte com Ele. Somos chamados para beber do Seu precioso sangue e comer de Sua carne (João 6:53).
1. Ouro: metal que é provado e purificado no fogo, restando puro após ser submetido a este processo. Devido à sua pureza e valor acentuados, detém um alto padrão aquisitivo; somado ao fato de não ser tão abundante como a prata, este simboliza a santidade de Deus, que deve ser dada também aos homens que o busquem, mesmo que através de muitas provas e tribulações.
2. Prata: metal já não tão valioso, mas usado para negociações de menor valor que o ouro, também serviu como moedas. Se o ouro, pois, simboliza a santidade divina, a prata, quando utilizada em artefatos juntamente com o metal mais nobre, simboliza a humanidade que aceita e recebe a obra e os padrões santos de Deus. As estacas que sustentavam erguido o tabernáculo e as cortinas do pátio adjacente eram feitas de acácia, forradas de ouro, e tinham bases de prata (essas bases que se fixavam na terra, simbolizando que devemos receber o ouro (a santidade de Deus) sobre nós, e manifestá-la como prata, com o nosso testemunho sobre a terra.
3. O bronze já era um metal menos valioso que os dois acima, mas este foi usado para construir o altar dos holocaustos, e o mar (totalmente de bronze), sustentado por adornos de touros do mesmo material. Por ser mais rígido que os anteriores, era utilizado para contato direto com o fogo e com a água. O bronze também era usado para fabricar armas de guerra, servindo, portanto, de símbolo de destruição (do pecado, pelo fogo, no caso do altar), e de purificação (pela água, como no caso do mar de bronze).
As pedras preciosas seriam usadas na estola sacerdotal. Isto é sinal de que Deus quer que O reverenciemos com tudo o que temos, dando-Lhe o maior valor acima de todos os demais desta terra.
Quanto à madeira de acácia, leia-se o comentário feito abaixo, sobre a Arca do Concerto.
Quanto às cores, remetemos ao comentário sobre o Lugar Santo, ou Santo dos Santos.
A ARCA DO CONCERTO: Em Êxodo 25:10 vemos que o Senhor ordena a construção da Arca da Aliança. A madeira a ser utilizada para isto deveria ser de cetim (acácia), a qual, depois de devidamente preparada, seria coberta de ouro puro.
Nisto reside um sentido espiritual. A acácia é uma árvore que cresce no deserto. O clima desértico lhe infringe severas condições, nas quais esta árvore sobrevive, mas apresentando um quadro dramático: ela cresce com formas irregulares, tortuosas, retorcidas, mostra-se aparentemente seca, às vezes parece estar morta, e ainda coberta de espinhos.
No deserto deste mundo sobrevivemos e mostramos, através de nossos nós e espinhos, que refletimos aquilo que o mundo nos tem oferecido: uma vida seca, torta, rude, tipicamente resultante de uma maldição lançada sobre este mundo de pecado.
O Senhor, contudo, nos toma pela mão, e vai trabalhando conosco, muitas vezes ferindo as Suas mãos, vertendo o Seu puro sangue para que nos transformemos em tábuas retas, aplainadas, lixadas e alisadas. Passamos a ser úteis para Ele. Ele vai unindo a Sua Igreja, assim como a Arca é feita da reunião de diversas tábuas de acácia para formar a sua estrutura básica. Ele vê que, apesar de todo o trabalho aparando nossas arestas, ainda nos falta o brilho de Sua glória, e então nos reveste do ouro da Sua santidade, a fim de que possamos brilhar neste mundo, assim como a Arca reluzia do ouro que a revestia.
A Arca, porém, tem outros detalhes: ela teria que portar dentro de si 3 objetos: (1) as tábuas da Lei; (2) a vara de Aarão que floresceu; e (3) uma amostra do Maná do Deserto. Estes três itens deveriam ficar dentro da Arca.
Isto quer dizer que temos que guardar as palavras do Senhor dentro de nossos corações, tal e qual a Arca deveria portar as tábuas da Lei.
Também significa que em Cristo, somos nação santa e sacerdócio real. Assim como a vara de Aarão foi a única que floresceu, assim somos escolhidos para sermos seus sacerdotes.
O Maná também foi ali depositado, mostrando-nos que somos milagrosamente amados e sustentados pelo Senhor, que nos alimenta diariamente com o Seu pão do céu. Jesus disse: Eu sou o pão que desceu do céu (João 8:35). Temos que trazer Jesus dentro de nossos corações e nossas almas.
O PROPICIATÓRIO: Êxodo 25:17-22: Por fim, a Arca da Aliança deveria ser tampada com uma peça denominada de Propiciatório.
Em sua parte exterior, deveriam ser colocados dois querubins, com seus rostos voltados para a tampa, em sinal de adoração, e também de humilhação. Suas asas cobririam o propiciatório, como que guardando a Arca e protegendo-a – assim como somos nós também guardados e protegidos por Deus, e contamos para isso com a ajuda de Seus santos anjos.
O Senhor prometeu que ali, de sobre a tampa, do meio dos dois querubins, Ele falaria com Seu ungido, deixando-lhe as próximas ordenanças.
A MESA DOS PÃES: Êxodo 25:23-30: Um outro móvel é adicionado à lista dos que o Senhor estava estabelecendo. Lembramos que Ele desejava ali habitar com os israelitas, e por isso é que Ele mesmo é Quem estava dizendo como é que desejava que aquela Sua habitação fosse decorada.
Ele solicitou uma mesa para a colocação dos pães da proposição. Esta mesa também seria de acácia, revestida em ouro puro, com um remate de ouro em volta dela. Teria também uma franja de ouro com seu remate.
A mesa seria colocada à frente da Arca da Aliança, no Lugar Santo. Sobre a mesa estariam sempre os pães sagrados, que são oferecidos ao Senhor. No versículo 29 vemos que são mencionados copos, taças e jarras, as quais deveriam conter as ofertas de vinho.
Os pães da proposição são pré-figuras de Cristo, o Pão que desceu do céu, e que foi oferecido a Deus como se fora um alimento, e o vinho, certamente, o sangue de Jesus (João 6:55) , mas de fato, um substancioso Alimento espiritual.
Estes elementos podem ser vistos ainda hoje, de uma maneira menos cerimoniosa, na mesa da Ceia do Senhor Jesus. A presença do pão e do vinho nos fazem lembrar de Seu sacrifício, do qual todos temos que fazer parte. Se alguém não quiser fazer parte dessa mesa, e da Ceia que Ele nos pediu que celebrássemos toda vez que nos reuníssemos, não terá parte com Ele. Somos chamados para beber do Seu precioso sangue e comer de Sua carne (João 6:53).
Os pães da proposição nos remetem para o
episódio em que Davi e seus homens, ao chegarem a Nobe, foram recebidos pelo
sacerdote da cidade, e ali solicitou alimento. O sacerdote
perguntou se os homens, que com ele vieram, estavam separado sexualmente de
suas mulheres, o que lhe foi respondido que sim – e então aqueles homens
comeram dos pães da mesa sacerdotal, com a aprovação do sacerdote, como prova
de que os detalhes cerimoniais da Lei não eram os fatos mais importantes desta.
O
mais importante é que a Mesa dos Pães, que ficava no Tabernáculo, representava
simbolicamente a Cristo.
O CANDELABRO de OURO:
Êxodo
25:31-40: Para a confecção desta peça, foi usado
um Talento de ouro. O Talento foi assim chamado para designar uma
medida de peso, que poderia ser de 30 ou de 60 Kg.
Teria de ser
uma peça muito bem artesanalmente fabricada, na verdade, uma obra de arte.
Ele teria uma haste de sustentação que se firmaria sobre uma
base, e desta haste, seis ramos se ergueriam para que, em suas extremidades
superiores sustentassem lâmpadas que se acenderiam queimando óleo, e assim se
acenderia a luz no Lugar Santo da Tenda.
Tudo isto tem
um significado subjacente: Jesus, certa vez, cremos que pouco antes
de ter curado um cego de nascença, disse:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
Num outro momento, disse Jesus:
“Vós sois a luz do mundo…. e: Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mat.5:14 e 16.
Agora
vamos olhar para o candelabro: este possuía uma haste central, de onde saíam os
ramos. Diremos que Jesus está prefigurado na haste central do
candelabro, que sustenta e de onde saem os demais ramos.
Quem
está em Cristo, estará ligado a Ele, e assim como a Lâmpada principal é
incendiada com fogo no óleo, o Grande Sacerdote fará com que todos os ramos de
Seu candelabro também se incendeiem juntamente, para oferecer a Sua luz ao mundo.
O óleo é símbolo do Espírito Santo de Deus. Zacarias 4:1-6, quando
o anjo mostra ao profeta a visão de um candelabro de ouro e um vaso de azeite
no cimo, com suas 7 lâmpadas, com duas oliveiras por cima, uma em cada lado do
castiçal, deixou a mensagem de:
“Não por força, e nem por violência,
mas pelo Meu Espírito”.
Por isso
está escrito em João 15:5: “Eu sou a Videira, vós as vara; quem
está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis
fazer.”
Confirmando esta palavra, leiamos o que está
escrito em Apocalipse 1:12-13:
Capítulo
26: AS
CORTINAS DO TABERNÁCULO: Êxodo 26: 1-14:
O Tabernáculo era revestido de vários
tipos de cortinas.
1) De linho fino retorcido, azul, púrpura e carmesim – estas deveriam ter sido colocadas na parte de dentro da Tenda.
1) De linho fino retorcido, azul, púrpura e carmesim – estas deveriam ter sido colocadas na parte de dentro da Tenda.
2)
De peles de
cabras, tintas de vermelho – símbolo do sacrifício de Cristo, que foi o
Cordeiro de Deus que expiou os pecados do mundo. (26:14).
3)
Por cima das peles de cabras, uma outra cobertura de peles: de texugos (conf.
Ed.Rev.Corrigida de J. F. Almeida). A versão Rev. Atualizada de
Almeida traduz esse termo TAHAS (hebr.) como animais marinhos.
Esses animais marinhos se referem ao Dugão, mamífero pertencente à família do
peixe-boi. Tanto o texugo, como o dugão, ambos possuem pele
acinzentada, e assim ficaria a cobertura externa do Tabernáculo, que não
aparentava nenhuma beleza ou atratividade para quem o observava do lado de fora.
Quem
olhava para aquela Tenda da Congregação pelo lado de fora, não contemplava
nenhuma beleza, assim como ninguém pode contemplar a beleza de Cristo se
estiver fora dEle. Daí lembrarmos que NÓS somos o corpo de Cristo hoje
nesta terra, e assim como é o Cabeça, assim deverá ser o Seu
corpo. Isto nos aponta para a humildade que precisamos ter,
assim como Jesus foi humilde (e, vale frisar, ainda hoje o é).
Nossa
aparência exterior não deve se mostrar de modo a chamar muito a atenção, porque
esta é uma característica do mundo, que valoriza a exterioridade e as meras
aparências. As aparências, muitas vezes, nos enganam.
Olhemos
para Jesus. Isaías 53:2 diz que ”não tinha parecer e nem formosura …
nenhuma beleza víamos olhando nós para ele, para que o desejássemos”.
Este trecho das Sagradas Escrituras nos descreve Jesus na cruz.
Quem
almeja ser discípulo de Jesus deve procurar proceder como Ele (I Jô.2:6).
O
Tabernáculo, pois, é um retrato de Cristo, e daqueles que estão em Cristo – a
Sua igreja, o Seu corpo.
Se,
porém, Jesus e seus discípulos podem não parecer atraentes exteriormente,
vejamos as cores do Tabernáculo por dentro
- Branco, simbolizando a pureza de coração
- Branco, simbolizando a pureza de coração
- Azul,
apontando para as regiões celestiais;
- Carmesim,
a cor do sangue de Jesus, que encobre toda a cor de nossos pecados e assim
sobrepuja a nossa condição de pecadores;
-Púrpura.
É um prateado brilhante. Esta cor denota cor de vestes reais.
Em Daniel 5 e Juízes 8:26, evidencia a realeza. Marcos 15:17, 18,
nos mostra que Jesus foi vestido de um manto desta cor, quando recebido por
Herodes.
Visto
por dentro, pois, o Tabernáculo mesclava estas cores, mostrando uma beleza
incrível, mas para que os sacerdotes pudessem contemplar melhor essa beleza,
eles teriam de olhar para o teto. Quando exaltamos a Santa Presença,
louvando-O quanto Ele bem merece, mais o Senhor revela-nos a Sua beleza.
O
VÉU E O SANTO DOS SANTOS: Êxodo 26:31-34 -
Uma vez que o Tabernáculo é um retrato de
Cristo encarnado, as cortinas que constituíam o véu de separação da
dependência do Santo dos Santos, que também eram em azul, púrpura, carmesim e
de linho fino retorcido (branco), vamos ver como ficam estas cores em relação a
Jesus.
O
BRANCO, pela sua qualidade de revelar toda e qualquer sujeira de uma
roupa, ou sua total pureza quando não tem nenhuma impureza ou mancha a
contrastar com ele, esse é muito simbólico. Jesus humanizado não
teve nenhum pecado, vivendo a vida perfeita diante de Deus e dos céus.
O
AZUL celeste é a cor que indica a origem celestial de Cristo. Ele veio
dos céus. Jamais poderemos nos esquecer de que Ele se fez carne, e
habitou entre nós, meros mortais, mas Ele veio dos céus. Ninguém na
terra ou nos céus é como Ele, que deixou sua glória porque não havia outro que
nos pudesse salvar. Esta é a razão porque Ele se fez carne.
Ele é o homem celestial de Daniel 7:13.
A
PÚRPURA nos fala da realeza de Jesus, e porisso é que não podia deixar de estar
presente ali. Como Ele mesmo Se declarou rei, os judeus, nem
os romanos O entenderam, e não O glorificaram, ficaram irados com Ele, zombaram
dessa maravilhosa verdade que se escondia por dentro de sua carne, sua humanidade
– mas desde o Tabernáculo, sua realeza estava testificada.
O
ESCARLATE nos mostra o principal objetivo de Cristo quando Se encarnou.
Esta cor se refere ao Seu bendito sangue que lava os nossos pecados.
Assim, o véu escarlate nos lembra de nossa condição de pecadores,
irreconciliáveis se não nos valesse o poder redentor do sangue do nosso Senhor.
Leiamos II Cor. 5:21:
“Aquele que não conheceu pecado, Ele o
fez pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus.”
O OURO também era
visto nos ganchos que sustentavam o véu, revelando a divindade do Senhor
Jesus. Ainda que encarnado, Ele sempre sustentou que não deixou de
ser Deus.
Para que esses
ganchos pudessem suster o peso dos tecidos do Véu, havia quatro colunas de
madeira de acácia, revestidas em ouro. Essas colunas eram
firmadas no chão com bases de prata. Vejamos uma coisa:
Se as colunas traziam os traços da humanidade atingida pela maldição do pecado
na madeira de suas estruturas, o ouro que as revestia retratava a glória de
Deus – e como essas colunas eram inseridas dentro de uma base de prata, logo
vemos que a pura prata era uma referência à humanidade sem mácula do Senhor
Jesus, condição que O facultou a pousar seus pés sobre esta terra corrompida
pelo pecado.
É também de se notar que quando Jesus morreu
na cruz, aconteceu algo inédito: o Véu do Templo se rasgou em dois, de
alto a baixo (Mat. 27:51), significando algo. O que quereria
isto dizer? Leiamos Hebreus 10:20. O véu é visto como
uma pré-figura da carne de Cristo, que foi cortada na cruz, abrindo um novo e
vivo caminho para o Santo dos Santos.
Como foi rasgado de cima para baixo, isso nos mostra que a iniciativa do Novo
Concerto, ou Nova Aliança foi exclusivamente de Deus. Nenhum sacerdote
homem era tão alto ao ponto de poder alcançar a borda superior daquela
cortina. Assim também, ninguém poderia tirar a vida de
Cristo, a não ser que Deus mesmo o fizesse.
O véu, que era o corpo de Cristo em carne, perdeu sua utilidade quando Jesus
morreu. Os sacerdotes que tanto combateram a Jesus e Sua
doutrina, que não podiam sequer entrar no Lugar Santíssimo senão uma vez ao
ano, e nem tampouco poderiam olhar para ali dentro, onde estava a Arca e
o Propiciatório, mas naquele dia, tudo isso ficou à mostra, e eles não
morreram. Nem assim tal acontecimento os demoveu de sua
incredulidade,
O ALTAR DE INCENSO
- Êxodo 30:1-10
- Cristo é o nosso Intercessor, que é mais uma vez
representado por um objeto considerado sagrado para o povo israelita.
O
altar do incenso é o último mobiliário que teria de ficar dentro do Lugar
Santo, defronte o véu que fazia separação entre este Lugar e o Santo dos
Santos.
UMA
CRUZ imaginária se nota quando traçamos uma linha reta que viria desde o altar
de bronze, passando-se pela pia , pelo altar do incenso e a arca sob o
propiciatório, linha esta que seria cruzada por uma outra que viria do
Candelabro até a Mesa dos Pães da Proposição.
Mais
uma vez vemos que esta outra peça do Lugar Santo deveria ser feita com uma
estrutura de madeira, de acácia, o que revela a natureza humana, revestida da
glória de Deus (esta representada pelo ouro que cobriria a mesa do Altar).
É por isso mesmo que Jesus é um Sacerdote Eterno, que sabe compreender as
fraquezas humanas, porque Ele também já foi humano. Conhece, portanto,
todas as nossas fraquezas, nossas lutas, nossos desafios, sofrimentos, dores e
tentações que afligem as nossas almas.
Leiamos
Hebreu 4:14-16:
“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que
penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
Porque não temos um sumo sacerdote eu
não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo
foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com
confiança ao Trono da Graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”
Ora,
o Sacerdote é um mediador. Um ponto de convergência, uma
referência, um ponto de apoio, conforto e esperança nas misericórdias do
Senhor. Quanto a isto, Paulo fala para Timóteo que… “… há um só mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo homem.” (I Timóteo 2:5).
Se,
agora compreendemos que Jesus é o Único Mediador entre Deus e os homens, logo,
cremos que ficou mais fácil entendermos por que Ele é também o nosso
Intercessor.
Como
Intercessor, temos a dizer que Jesus é acompanhado por uma outra Pessoa.
Pelo Espírito Santo. Diz-nos Paulo em Romanos 8:26 que :
“Também o Espírito, semelhantemente,
nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém; mas o
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”
O ALTAR DE BRONZE
- Êxodo 27:1-8
- Este era também feito de uma estrutura
de madeira de acácia e coberto de bronze. Não fazia parte da tenda da
congregação, mas muito embora estivesse ali à parte, estava dentro do pátio da
Congregação, e fazia parte do dia a dia dos sacrifícios contínuos que eram
prestados a Deus com o auxílio dos sacerdotes.
O
sistema sacrifícial sobre altares era já praticado antes da Lei.
Em
Gên. 8:20, Noé e sua família sacrificaram a Deus. Antes destes,
Abel e Caim também trouxeram ofertas ao Deus que tratara dos pecados de seus
pais.
O
altar de bronze foi então instituído porque veio a ser um ícone da remissão dos
pecados. Ali os pecados do povo eram julgados e os pecadores
absolvidos. Havia morte de animais, para que os pecadores pudessem
continuar a viver.
Neste momento, precisamos ler Hebreus 10:1,
4-11, 12. Leram? Então viram que o
Altar de Bronze nos mostra mais uma vez a Cristo, e este, então,
crucificado. É Ele quem derramou o sangue precioso que nos limpa de
todo pecado. É nEle que vemos cair o julgamento e a justiça
de Deus, fazendo-o verter o Seu sangue miraculoso. Não eram aquelas
criaturinhas: bodes, cordeiros, bezerros, pequenas pombas, que uma vez mortas, tinham
o poder de afastar dos homens a ira, o desgosto e a mágoa de Deus por causa do
pecado. Estas apenas faziam parte de uma representação, uma
revelação por sombras do verdadeiro sacrifício que nos levam à justificação
perante Deus mesmo.
A
PIA DE BRONZE - Êxodo 30:17-21 - RESUMO SOBRE A TENDA DA CONGREGAÇÃO: Primeiramente,
o fiel caminhava para lá, trazendo suas ofertas de sacrifício perante Deus, e
as entregava aos sacerdotes.
PARA
ali chegarem, antes teriam de passar pela porta. Perguntamos:
Quem é a Porta das Ovelhas?
Estes sacerdotes então as imolavam, e as
colocavam sobre o altar, onde eram queimadas.
Depois
disso, os sacerdotes iam até a pia de bronze a ali se lavavam para se purificar
do sangue e das impurezas da carne dos animais.
No
dia Nacional da Expiação, o povo vinha perante Deus até o pátio, e ali
observavam o Sumo Sacerdote se dirigindo ousadamente, mas debaixo de estrita
obediência à Palavra de Deus, ao Lugar Santo.
Ali,
os sacerdotes comiam dos pães da Proposição, debaixo da luz do Candelabro, e o
Sumo Sacerdote tomava um pouco do calor da queima de incensos do incensário que
ficava defronte ao véu do Santuário.
Passo
seguinte, ele entrava ali no Santo dos Santos, para interceder pelo povo,
depois que se sacrificavam vítimas pelos seus próprios pecados e pelos do
povo.
Imaginemos a Cruz de Jesus ali na entrada do
pátio. Se
todas aquelas coisas eram sombras do que havia de vir, reparemos
bem onde é que essas sombras irão pousar. Imaginemos essa sombra pousando sobre o altar dos holocaustos, depois se estendendo por
sobre a pia de cobre, e depois entrando no Lugar Santo, abrindo os seus braços
para pousar sobre o Candelabro e a Mesa dos Pães. Depois,
prossigamos ainda pela mesa do Altar do Incensário, e entremos ousadamente no
Santo dos Santos, e contemplemos ali a glória de Deus, que com o brilho de Sua
glória, cobriu a madeira de acácia da Arca, escondendo toda a maldição do
pecado de tal forma que esta não mais se vê ali.
Todas
estas coisas eram apenas sombras de Cristo, que Se tornou nosso amado Salvador,
Redentor, nosso Remidor, aquele que nos comprou com o Seu amor pelas nossas
almas, pagando preço de sangue, à custa de sua própria vida.
AS VESTES SACERDOTAIS
- Êxodo 28:3-35
- A LÂMINA DE OURO PURO
Êxodo 28:36-43- As
cores das vestes sacerdotais também eram: ouro, estofo azul, púrpura, carmesim
e linho fino, cores que já temos comentado anteriormente.
Digno
de nota seriam as duas pedras de ônix, as quais seriam colocadas nas ombreiras
da estola sacerdotal. Nelas seriam gravados os nomes dos 12 filhos
de Israel, e assim Aarão levaria os nomes dos 12 filhos de Jacó, representando
as 12 tribos, perante o Senhor.
Revelando
esta mesma representação, como que recebendo uma procuração para que o Sumo
Sacerdote os representasse perante Deus, ainda sobre a estola, seria colocado
um peitoral quadrado, feito com as mesmas cores já mencionadas, medindo um
palmo de cada lado. Neste peitoral seriam colocadas pedras
divididas em 4 grupos: (1) sárdio, topázio e carbúnculo; (2) esmeralda,
safira e diamante; (3) jacinto, ágata e ametista; (4) berilo, ônix e
jaspe. Todas elas tinham engastes de ouro, e estariam sobre o peitoral,
que nunca se separaria da estola.
Em
Êxodo 28:30, vemos que Aarão levaria em seu peito, também, penduradas,
duas placas de ouro, que se denominavam de URIM e TUMIM (Hebr: As luzes e as
revelações). Seriam usadas para que o sacerdote pudesse receber uma
palavra de Deus para quem a ele viesse a fim de consultar ao
Senhor. Um certo sinal não bem identificado seria dado, como a
resposta de Deus para a pessoa interessada. Este recurso revelativo
foi usado por Davi em algumas ocasiões (I Samuel 23:2-4; 30:7-8).
Êxodo
28:36 ainda nos fala de uma lâmina de ouro que seria fixada na mitra de
Aarão. Nesta pequena lâmina, haveria algumas palavras
gravadas: “SANTIDADE AO SENHOR”.
Estas
palavras, bem como toda a indumentária sacerdotal, o Tabernáculo, e ainda o
altar de bronze, a pia, e as peças que teriam de ser ali colocadas, nos
mostram que o Senhor estava para coabitar com o povo de Israel, mas para que
não fossem cometidas injustiças contra o Deus que os tirou das garras da
escravidão, e nem os seus adoradores tomassem atitudes incorretas, não
solicitadas, irreverentes, que os levassem a um desagrado, todos esses itens de
um cerimonial foram exigidos. Eles precisavam entender que o Senhor
os amava, e que Ele também tem sentimentos, e poderia Se irar, em casos de
desobediência ou mesmo displicência.
O
significado de cada item estipulado por Deus nos dá mostras de que para tudo
aquilo, havia uma razão que estava dentro do coração dEle.
Poder-se-ia não entender o porquê de tantos detalhes, mas o que é essencial, o
que é mais importante é que o Seu povo precisa ser zeloso para fazer a Sua
santa vontade. Por isso é que obedecer é mais excelente do
que sacrificar.
O
AZEITE DA SANTA UNÇÃO -Êxodo 30:22-39 - Convém mencionarmos também algo sobre esse
azeite. O azeite seria o de oliveiras. Um him de azeite seria
usado para isto (= 3,15 litros).
Para começar, o mesmo deveria ser misturado com perfumes especiais. Esses perfumes seriam compostos de:
500 siclos de mirra fluída (50% dos perfumes)
250 de cálamo aromático (25%)
250 de cássia (25%)
(cada siclo mesopotâmio mais comumente usado pesava 8,4 gramas)
Para começar, o mesmo deveria ser misturado com perfumes especiais. Esses perfumes seriam compostos de:
500 siclos de mirra fluída (50% dos perfumes)
250 de cálamo aromático (25%)
250 de cássia (25%)
(cada siclo mesopotâmio mais comumente usado pesava 8,4 gramas)
Note-se
que ninguém mais do povo poderia se perfumar com essas essências, pois do
contrário, seria extirpado do meio do povo. Este azeite representa
a unção sacerdotal. Especial para Deus, e especial para seus
servos sacerdotes.
CAPÍTULO 32: Este capítulo que se inicia,
deixa transparecer um dos episódios mais desagradáveis da História de Israel.
Moisés
estava bem no alto do monte Horebe. A nuvem do Senhor estava
envolvendo-o, e vários dias já se haviam passado. Passaram-se
uma semana, duas, três, quatro e cinco, e mais alguns dias.
O
povo de Israel, que havia passado toda a sua vida até a 1ª. Páscoa no Egito na
escravidão, e na idolatria, em vez de lembrar-se das
obras terríveis, maravilhosas, e sem precedentes, tanto no Egito como ali no
deserto, olhar para o monte sagrado, para a nuvem, lembrar-se de que Moisés
estava ali, recebendo a Lei do Senhor durante vários dias …
Em
vez de esperar no Senhor, de repente resolveram deixar retornar às suas vidas as
lembranças de seus contactos com
ídolos. No Egito, um desses era um bezerro.
Um começou a falar com o outro, e a dizer que eles precisavam, não mais de um
Deus e de um profeta ausente (!!!), mas de algo mais palpável.
Visível. Como um deus egípcio. Não
olharam para o cimo do monte onde lhes apareceu o Senhor
Jeová, mas olharam só para baixo, para o deserto, para as suas coisas do dia a
dia. Tiraram os olhos de sobre o monte de onde ouviram Jeová
lhes falar. Esqueceram-se do Senhor que os tirou do Egito.
As maravilhas no Egito, a rocha de onde verteu água, onde beberam, o maná que
ainda era colhido seis vezes por semana nas areias do deserto a cada manhã, o
Anjo que os guiara pelo caminho, a coluna de nuvens que os abrigava em sua
sombra, e a de fogo que ainda os aquecia, as manifestações terríveis que se
fizeram ver e sentir quando o Senhor descera até a montanha, o som das trombetas
e a voz de Deus que os fizera tremer, tudo aquilo ainda não os tinha alcançado
na profundidade de seus corações.
Com
um espírito
corrompido, uma fé enfraquecida e talvez até mesmo morta,
quiseram abandonar tudo, jogar para os ares, virar a mesa, voltar atrás e
vieram com grande pressão falar com Aarão. Desprezaram ao Deus vivo, mesmo estando ali, à beira do monte onde o Senhor
estava. Foi uma terrível decisão, de rejeição, e mostra de
que não foram fiéis ao trato com que haviam concordado em Êxodo 19:8 e 24:3, e
não eram dignos de confiança.
Arão então, ouvindo ao povo reunido em seu redor,
sentiu a pressão, e acabou cedendo aos apelos daquela gente
idólatra. Parece até que ele também estava desanimado com Deus que
os libertara, e disse ao povo que as mulheres que tivessem brincos e pendentes
de ouro, os trouxessem para que fosse feito um ídolo. Pronta a obra de artesão, o
povo inicia sua infeliz trajetória de desagrado ao Deus de Moisés.
Dizia
o povo em aclamação: - “Estes são teus deuses, ó Israel, que
te tiraram da terra do Egito”.
Arão
então toma o bezerro de ouro e o coloca sobre um altar, e ainda diz: “amanhã
será festa ao Senhor” (mas quem era o Senhor de quem ele falava?).
De madrugada ofereceram holocaustos, e daí, foi só mais um passo para que o
povo começasse a comer e beber, e depois a fazer tudo o que lhes era objeto de
desejo. Havia muitos gritos de exaltação de
ânimo. Algumas pessoas se puseram nuas perante o povo
para praticar atos de libertinagem, como era o costume pagão daqueles idólatras
contemporâneos (Êxodo 32:25). Parecia uma festa do inferno no meio
do deserto.
O Senhor
Jeová, porém, lá no monte, que os observava, em certo momento contou tudo a
Moisés que o ouvia atentamente, e finalizou:
“Agora, pois deixa-Me, que o meu furor
se acenda contra eles, e os consuma; e eu farei de ti uma grande nação.” (Ex. 32:10)
Moisés,
porém, começa a argumentar com Deus, humildemente suplicando, e pedindo que a
Sua ira não fosse mortal contra o povo. Naquela hora, era um
grande mediador, alguém que se colocou no lugar do povo, e um intercessor que teve
misericórdia daquela nação.
Toda
razão assistia a Deus. Na verdade, a palavra que o Senhor dissera a Moisés era algo que
deixava transparecer que Ele tem sentimentos, e que Seu caráter de santidade
não suporta os atos irresponsáveis que não correspondam em absoluto, com todo o
carinho e trabalho que Ele sempre teve, e tem, para trazer Israel a um bom fim.
A
infidelidade de Israel se Lhe tornara muito pesada para deixar aquilo passar em
branco. A Sua declaração de morte ao povo, deixando
somente Moisés como Sua semente de fé nesta terra, demonstra claramente que Ele se magoou com o povo. Ele tem sentimentos, e estes foram
desprezados, machucados pelo episódio do bezerro de ouro. Não
é bom negócio magoar o coração de Deus, além de ser muito
perigoso. A alma que peca, essa mesma receberá a sentença de morte
– isto é patente em toda a Bíblia (Ezequiel 18:20; Romanos 6:23), e este é o
motivo por que vemos todos os dias as portas dos cemitérios abertas para
receber os mortos em suas covas.
Por
outro lado, o problema se tornou em um drama. Um
impasse. Um problema para Deus, que não queria decepcionar a
Moisés, o qual tanto se afeiçoou e se apegou a Ele. Ele sabia que Moisés não teria
um coração aberto para receber a mesma promessa dada a Abraão, de abençoar a
sua descendência, e por isso mesmo é que o povo não foi instantaneamente
fulminado.
Moisés
logo se levanta, então, como se fora um advogado de defesa, porque em sua mente não cabia
que Deus tivesse feito tantos sinais, prodígios e maravilhas sob os olhos de
todos, provando ser o Único Deus digno de glória, o qual usara o Seu profeta
para tanto, para quê? Para chegar a ter de matar ali, então àquele povo,
homens, mulheres, crianças, com seus animais e pertences, ali, naquele
deserto. Que diriam os outros povos, ao verem que teriam sido
destruídos e desapareceram da terra (32:12)? Que Moisés mentiu para o povo, e que o seu Deus, muito embora
poderosíssimo, não teve a capacidade de o levar à terra que lhes prometeu?
Este
é um dos paradoxos que vemos na Pessoa Divina. Ele tudo
pode, mas não quer e não obriga aos homens curvarem-se diante dEle para Lhe
prestar adoração. Ele queria um amor de noiva para com o seu
Noivo, de filhos dignos para com seu Pai, e não um exército de soldados
rebeldes que Lhe obedecem por não lhes restar outra opção. Ele
espera nossas reações diante do Seu tratamento, para que possamos progredir na
nossa caminhada ao Seu lado, sob Sua direção. Por este motivo, Ele
preferiria ver a nossa própria destruição, fato que Lhe pesaria muito em Seu
coração, a ver que o homem, criado à Sua própria imagem e semelhança, se
tornaria um autômato, um zumbi, alguém sem vontade, sem capacidade de
ponderação e poder de decisão. Ele tudo pode, e deixou que as
regras do jogo corressem assim mesmo, mas a cada escolha que fazemos, temos uma
paga. O caminho a tomarmos é de nossa livre escolha, mas não podemos
desfazer o processo do que já foi feito quando sentirmos que “aquilo” não foi
bom.
Como
resultado disso, cerca de 3.000 homens do povo foram mortos pela espada de seus
próprios patrícios.
Aintercessão de Moisés é muito
veemente. Moisés fala com Deus, pedindo-Lhe que aquele povo seja
perdoado, e retomada seja a Aliança. O profeta pediu-Lhe até que ele
mesmo fosse riscado do Livro do Senhor! Esta é uma prova de um amor muito grande de Moisés para com seus
irmãos de sangue (32:32), tal como o de Paulo, que preferia ser separado de
Cristo, se isso pudesse resultar na salvação de Israel (Rom.9:3).
Que
este exemplo de abnegação pessoal nos inspire para quando tivermos a
oportunidade de sermos intercessores de um povo a quem Deus amou e chamou,
apesar das falhas e pecados que possam apresentar.
A
justiça de Deus, porém, é individual. A fé não é de todos, e as
recompensas da fé só podem ser dadas a quem a cultiva.
O reverso da medalha também é verdade. Se o justo viverá por sua
fé, também o ímpio morrerá pelo seu pecado de falta desta.
Vd. Rm.14:23. A sentença de morte não passará do réu – este é um princípio do
direito, direito do qual o Senhor abriu mão e assumiu nossas culpas quando as
imputou sobre os lombos de Jesus, na cruz. Somente Ele, Deus
poderia tomar tal decisão e fazer isso, e o fez na Sua santa soberania.
Esta é a grande diferença feita entre as Alianças da Lei e da Graça.
Capítulo
33:
DEUS resolve, então, deixar o povo
vivo, mas por ora. Cada qual seria penalizado do seu pecado
no dia da sua visitação (32:34). No decorrer da história da peregrinação pelo deserto, veremos que:
· Deus conduziu o povo pecador para pouco a pouco ir
morrendo pelo caminho.
· Deus não iria mais Se fazer manifestar visivelmente
no meio do povo, para que este não seja fulminado instantaneamente.
· Em Seu lugar, um anjo iria adiante para conduzir o
povo
· Moisés tomou sua tenda, e mudou-se para fora do
arraial, para ali Deus poder Se manifestar e falar com o profeta. Ali passou a pousar a coluna de
nuvem, e o Senhor falava com Moisés face a face.
Moisés
começa, então, a desenvolver tal comunhão com o Senhor, que pôde pedir-Lhe que
Deus não o abandonasse. O Senhor graciosamente Lhe concedeu esta
bênção. Moisés percebe que Deus tem um amor todo especial por
Seu profeta, e sente-se com liberdade de pedir-lhe que possa ver a Sua
face. Na verdade, Moisés já havia visto o brilho da glória de
Deus, juntamente com Aarão, Nadabe, Abiu e ainda 70 anciãos (Ex. 24:9), mas não
puderam contemplar TODA a Sua glória, com todos os seus detalhes.
Isto significa que não puderam ver A FACE do Senhor. Moisés queria
mais intimidade com Deus. Isso é um bom desejo, e o Senhor Se agrada
disso, mas temos que compreender que temos limitações em nossa carne, as quais
só serão superadas quando o nosso espírito abandonar este corpo, e recebermos a
nossa glorificação.
Deus
não atendeu a este pedido da forma como foi feito, mas permitiu que Moisés
fosse colocado numa fenda de uma rocha, onde a mão do Senhor taparia a visão do
profeta quando Ele passasse. Assim foi que então Moisés viu a
Deus quando Ele já havia passado, e pôde contemplá-Lo pelas costas
(34:6). Só Moisés pôde ter este privilégio, pois todo o povo e até
mesmo os animais tiveram de se afastar de defronte do monte de Deus.
Capítulo
34: O Senhor ordena a Moisés que desta vez o profeta lavrasse duas
pedras como aquelas que tinham sido recebidas diretamente das mãos de anjos, e
sobe novamente ao monte, para ali passar outros 40 dias de jejum e oração
(34:28).
Deus
reafirma o pacto com seu povo.
Ao descer do monte, o rosto de Moisés
resplandecia. Era um tipo de efeito osmose, absorção da luz
que ele recebera do Senhor enquanto conversavam durante aquele
período. Ele estava cada vez mais parecido com o Deus, com quem estava
cada vez mais íntimo. Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais
da Sua glória nos é conferida.
O povo percebeu a diferença havida, e
começou a temer aproximar-se de Moisés, de tal forma que o profeta teve de
colocar um véu sobre o seu rosto, para poder falar e tratar com
este. Este véu é, tal e qual o véu do Tabernáculo, figura da
humanidade do Cristo feito carne. Quando Moisés falava com
Deus, tirava o véu de seu rosto.
O
Senhor nos conhece por completo, não temos necessidade de véu para entrar em
Sua presença, mas temos, sim, necessidade de sermos transformados de glória em
glória, até a Sua próxima vinda. Que cada um de nós seja contemplado com tamanha
bênção, cada vez que nos aproximamos verdadeiramente dEle.
Capítulos
35 a 40: Esta parte final repete detalhes descritivos
do Tabernáculo, o altar, a pia de cobre, as vestes sacerdotais, e outros
detalhes, porque o Senhor determinou que dois artífices, Bezalel e Aoliabe,
trabalhassem a fim de providenciar-se a construção das peças que constituiriam
o Tabernáculo, e, conforme iam sendo fabricadas, também eram descritas..
Por
já termos estudado esses detalhes, passaremos ao final do livro.
No
capitulo 39, lemos que os artífices entregaram as peças desmontadas do
Tabernáculo e seus acessórios, com todas as especificações solicitadas por
Deus, nas mãos de Moisés.
No
capítulo 40, vemos que todos os utensílios foram ungidos, as peças todas foram
montadas, levantado o Tabernáculo, e inseridos nele os mobiliários exigidos
conforme as especificações que o Senhor apontou a Moisés.
É valioso frisar que os sacerdotes, quando
tinham de entrar no Santo dos Santos, tinham de estar santificados como Deus
exigia, caso contrário ali mesmo morreriam. Eles passavam a noite
anterior lendo as Escrituras da Torá, a fim de não acontecer de chegarem a
pecar durante seu sono. E quando estavam para entrar no Lugar
Santíssimo, levavam o incensário na mão, com seus polegares das mãos e pés
molhados no sangue exigido (para os justificar perante Deus), e engatinhando
colocavam primeiramente o incensário em chama à sua frente, a fim de que o
Senhor não tivesse de encará-los frente à frente, sem uma cortina de fumaça
para os esconder. Excelente é comparecermos perante o Senhor, mas é
necessário que estejamos nas condições aceitáveis aos Seus olhos, a fim de não
sermos consumidos, como o foram Nadabe e Abíú.
Como
resultado disso, no dia indicado, primeiro dia do primeiro mês, já no início do
segundo ano da saída do Egito, com tudo pronto, a nuvem do Senhor
cobriu a tenda e encheu o todo o Tabernáculo. Nem Moisés podia mais
entrar.
Dali
para diante, pousava sobre o tabernáculo a coluna de nuvem durante os dias, e o
fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de todo o Israel.
Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo então era hora de se
levantar do acampamento e reiniciar-se uma nova caminhada pelo deserto.
Que
em nossas caminhadas, tenhamos sempre a glória do Senhor a nos guiar, como a
coluna de nuvem e o Seu fogo a nos proteger e aquecer durante as noites.
Que os
nossos corações sempre reservem o lugar de adoração merecido, devido ao Senhor,
onde possamos conversar com Ele, confessar nossos pecados, sermos visitados por
Seu Santo Espírito, e deixarmos ser transformados de fé em fé, de degrau em
degrau, para caminharmos de glória em glória, pois um dia haveremos de
abandonar o nosso tabernáculo terrestre e perecível (o nosso corpo), para
passarmos a um outro eterno, indestrutível, imperecível, imaculado, e perfeito,
como Cristo é perfeito. Seremos semelhantes a Ele! Glórias a
Deus !