segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Lutar pela verdade é preciso.

Lutar pela verdade é preciso. 

Enganam-se os que pensam que a Igreja Cristã deveria esquecer as questões doutrinárias e os tema teológicos polêmicos e dedicar-se somente à pregação simples do Evangelho e ao amor ao próximo. Iludem-se, ao tomar Jesus como exemplo de que devemos aceitar a todos e a tudo, como o Galileu amoroso teria supostamente aceitado a todos de sua época.

A luta pela pureza da fé, a defesa dos pontos fundamentais da revelação de Deus, o conflito com falsos mestres e seus ensinos marcaram não somente o relacionamento de Jesus Cristo para com fariseus e saduceus de sua época, como também os primórdios da Igreja que levou seu nome. É impossível ler o Novo Testamento sem perceber a tremenda luta que os apóstolos enfrentaram para manter a Igreja nascente na verdade revelada e ensinada pelo Senhor.

Os livros do Novo Testamento são, em sua grande maioria, resultado dos esforços de seus autores para alertar os primeiros cristãos contra interpretações diferentes da pessoa e da obra de Jesus Cristo feitas por pessoas nem sempre movidas de boas intenções. O apóstolo João escreveu seu Evangelho no contexto da infiltração dos ensinamentos do gnosticismo incipiente do século I. Sua primeira carta claramente combate uma versão do Cristianismo que negava a plena humanidade de Jesus. Judaizantes, libertinos, gnósticos, seguidores de Balaão e de Jezabel infestaram as primeiras comunidades de cristãos com idéias e versões sobre Jesus sutilmente diferentes do Cristo anunciado pelos apóstolos. Foi para combater estes falsos mestres que grande parte do Novo Testamento foi escrito.

Foi a luta de Paulo contra os judaizantes que nos deu as grandes cartas onde encontramos a doutrina da justiça pela fé, Gálatas e Romanos. Longe de aceitar a interpretação legalista daqueles judeus supostamente convertidos à fé cristã, Paulo combateu-os a ferro e fogo, considerando que a sobrevivência da Igreja dependia diretamente de uma compreensão correta da obra de Cristo.

Ao iniciar sua carta, Judas – não o Iscariotes – convoca os seus leitores a batalharem pela fé cristã, diante da introdução dissimulada de libertinos em suas igrejas (Judas 3-4). Judas considerava a doutrina dos libertinos, não um entendimento diferente e aceitável da obra de Cristo, mas como uma perigosa heresia que arruinaria as igrejas e a fé de muitos. A fé cristã, ou seja, aquele conjunto de verdades no qual depositamos a nossa fé, já havia sido entregue aos santos, aos cristãos, e era necessário militar ardorosamente para que não fosse corrompida por falsos ensinamentos. É a mesma atitude que encontramos nos demais escritos neotestamentários.

A luta da igreja apostólica foi apenas o início. Até o dia de hoje a Igreja Cristã sofre ataques advindos das mais variadas fontes, cujo objetivo é distorcer o Evangelho de Cristo conforme nos foi ensinado por seus apóstolos. A luta pela manutenção da verdade do Evangelho sempre marcou a história da Igreja. Hoje, não é diferente.

Dada as complexidades teológicas destes ensinamentos destoantes, sua sutileza e apelo às mentes vacilantes e corações fracos, o trabalho dos pastores e líderes evangélicos deveria incluir prioritariamente o ensino das Escrituras, com práticas sadias de interpretação, exposição bíblica e confrontação paciente e amorosa dos erros e equívocos entre aqueles sob seus cuidados. E acima de tudo, encorajá-los e fortalecê-los nas grandes doutrinas fundamentais do Evangelho de Cristo. 

Que Deus levante pastores e mestres assim.

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