terça-feira, 5 de setembro de 2017

Como Devo Interpretar a Bíblia?

"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies ? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne." (Colossenses 2:20-23)

Ouço não poucas vezes, pessoas dizerem entenderem que a interpretação escriturística deve ser de acordo com o pensamento de cada um, e pior, que não faz-se necessário estudar Teologia,  pois tal estudo nos deixa críticos demais... A minha resposta tem sido básica e objetiva, digo-lhes que tais pessoas estão precisando ler mais Bíblia,  pois o cerne do Evangelho é conhecer mais a Jesus Cristo (Jo 17:3). E não existe possibilidade alguma de conhecermos a Deus , senão pela  Revelação Especial  (A Bíblia) que Ele mesmo nos preparou. Temos inúmeras referências bíblicas para corroborar tal pensamento,  dentre elas : (Ed 7:10; Os 4:6; Mt 22:29; Jo 5:39 ...dentre outros).
A Bíblia nos ensina o modo de entendê-la. Uma das regras básicas da Hermenêutica bíblica é que a Bíblia interpreta a própria Bíblia. A hermenêutica,  a exegese e a semântica , são instrumentos para podermos interpretar corretamente não só a Bíblia,  mas também qualquer literatura,  seja histórica, jurídica ou religiosa, e essas ferramentas não nos permite fazer interpretações a nosso bel  prazer,  usando nossas mentes férteis e cauterizadas pelo pecado, distantes do Criador. Veja abaixo uma básica explicação dessas ferramentas acima descritas:

"Semântica" (do grego σημαντικός, sēmantiká, plural neutro de sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, e semiótica.

"Hermenêutica" é um ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode referir-se tanto à arte da interpretação, ou a teoria e treino de interpretação. A hermenêutica tradicional - que inclui hermenêutica Bíblica - se refere ao estudo da interpretação de textos escritos, especialmente nas áreas de literatura, religião e direito. A hermenêutica moderna, ou contemporânea, engloba não somente textos escritos, mas também tudo que há no processo interpretativo. Isso inclui formas verbais e não-verbais de comunicação, assim como aspectos que afetam a comunicação, como proposições, pressupostos, o significado e a filosofia da linguagem, e a semiótica. A hermenêutica filosófica refere-se principalmente à teoria do conhecimento de Hans-Georg Gadamer como desenvolvida em sua obra "Verdade e Método" (Wahrheit und Methode), e algumas vezes a Paul Ricoeur. Consistência hermenêutica refere-se à análise de textos para explicação coerente. Uma hermenêutica (singular) refere-se a um método ou vertente de interpretação.

"Exegese" é a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico ou literário. A exegese como todo saber, tem práticas implícitas e intuitivas. A tarefa da exegese dos textos sagrados da Bíblia tem uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos. Isto é, os textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os exegetas na tarefa de interpretar e dar seu significado. A palavra exegese é oriunda do grego exegeomai, exegesis: ex tem o sentido de retirar, derivar, ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por e "hegeisthai" o de conduzir, guiar.
Por isso, o termo exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano, mas a prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos. Exegese, portanto, é a denominação que se confere à interpretação das Sagradas Escrituras desde o século II da Era Cristã. Orígenes, cristão egípcio que escreveu nada menos que 600 obras, defendia a interpretação alegórica dos textos sagrados, afirmando que estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo. O termo exegese ficou ligado à interpretação alegórica, ensejando abusos de interpretação, a ponto de alguns autores afirmarem, ironicamente, que a Bíblia seria um livro onde cada qual procura o que deseja e sempre encontra o que procura.
Ser exegeta é contextualizar o que foi escrito com a cultura da época e extrair os princípios morais para o tempo presente.

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