terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Perdoado e Perdoando!!!

     O perdão ilimitado -

O perdão é um dos temas mais sensíveis abordados nas Escrituras. Uma vez que não somos uma pessoa perfeita nem lidamos com pessoas perfeitas, não deve causar-nos estranheza, que ocasionalmente, tenhamos queixas uns dos outros. A questão não é se devemos perdoar, pois isso o requer a própria convivência humana. A questão é: até onde podemos ir? Até quando podemos perdoar? Essa foi a pergunta de Pedro. Destacaremos aqui três pontos oportunos:

Em primeiro lugar, é possível que irmãos nossos pequem contra nós (Mt 18.21). Não vivemos num paraíso. Ainda estamos sujeitos a fraquezas. É certo que as pessoas nos decepcionarão e que nós decepcionaremos as pessoas. Os conflitos interpessoais podem ser vistos em toda a história bíblica e desde os primórdios da humanidade. Mesmo homens de Deus como Paulo e Barnabé tiveram suas tensões, e porque tinham pontos de vistas diferentes sobre determinada questão tiveram não pequena desavença. O propósito de Deus é que vivamos em paz com todos os homens, mas se conflitos surgirem, devemos lidar com essas questões biblicamente.
Em segundo lugar, o perdão limitado não expressa o ensino das Escrituras (Mt 18.21)Quando Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”, estava, em sua perspectiva, sendo muito generoso. O ensino dos rabinos é que o perdão devia limitar-se, no máximo, a três vezes. O que passasse disso, era abuso e não devia ser mais considerado. Os rabinos colocaram um limite no perdão e Pedro mesmo sendo mais compassivo, esticando essa cifra de três para sete, ainda colocava um limite no perdão que devemos oferecer ao irmão que pecou contra nós. O ensino claro das Escrituras, entretanto, é que Deus perdoa os nossos pecados e deles não mais se lembra. Perdoa-os e lança-os nas profundezas do mar. Perdoa-os e os afasta de nós como o Oriente afasta-se do Ocidente. Perdoa-os  e os desfaz como a névoa. Esse perdão é completo e para sempre. Deus nunca mais lança em nosso rosto os pecados que ele nos perdoa. Assim, é que devemos, também, perdoar uns aos outros.
Em terceiro lugar, o perdão que devemos dar aos nossos irmãos que pecam contra nós deve ser ilimitado (Mt 18.22). Quando Jesus fala de perdoar até setenta vezes sete, está falando não de uma cifra, mas de um emblema. O perdão horizontal deve ter a mesma proporcionalidade do perdão vertical. Assim como o perdão de Deus para nós é ilimitado, assim deve ser também nosso perdão oferecido ao irmão que peca contra nós. Jamais podemos fechar a porta da misericórdia àqueles que, arrependidos, nos procuram buscando perdão. Jesus foi ainda mais enfático nessa questão, quando disse: “Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lc 17.4). Jesus levanta uma questão hipotética e até mesmo improvável, de uma pessoa pecar contra nós, sete vezes num mesmo dia e vez por vez, recorrer ao pedido de perdão. Mesmo numa situação tão inusitada quanto esta não podemos sonegar perdão. A medida do perdão que recebemos de Deus é a medida do perdão que devemos conceder ao nosso irmão arrependido. O apóstolo Paulo escreve: “… assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).
O perdão não é uma opção, é uma ordem divina. Todos os que foram salvos pela graça, foram perdoados e aqueles que receberam perdão de Deus, devem conceder perdão aos seus irmãos!

PERDOADOS E PERDOADORES:



A parábola do credor incompassivo, registrada em Mateus 18.23-35 ilustra o ensino de Jesus sobre o perdão (Mt 18.21,22). Devemos perdoar nosso irmão na mesma medida que fomos perdoados por Deus. Porque fomos perdoados de uma dívida impagável, devemos, semelhantemente, perdoar aos nossos irmãos. Pedro pergunta a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”. Jesus respondeu-lhe: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. É claro que não se trata aqui de um cálculo matemático. Setenta vezes sete é um emblema. Devemos perdoar ilimitadamente, como Deus em Cristo nos perdoou.
A referida parábola ensina-nos algumas lições importantes sobre perdão:
Em primeiro lugar, temos uma dívida impagável diante de Deus. Nossa dívida é impagável. Jesus ilustrou essa realidade, dizendo que o servo que foi trazido para ajustar contas com o rei, devia-lhe dez mil talentos. Esse é um valor astronômico. Um talento são trinta e cinco quilos de ouro. Trata-se, portanto, de trezentos e cinquenta mil quilos de ouro. Ninguém podia dever tanto naquele tempo. Naquela época, o salário de um trabalhador era um denário por dia. Para um indivíduo amealhar essa vultosa quantia, ganhando esse salário, precisaria trabalhar cento e cinquenta mil anos. Por que Jesus usou essa cifra exagerada? Para mostrar o tamanho da nossa dívida com Deus. É uma dívida impagável!
Em segundo lugar, somos perdoados por causa da graça de Deus. O perdão não é merecimento, é graça. O servo devedor não exige nada, apenas suplica misericórdia. Não reivindica seus direitos, roga seu favor. Mesmo tendo uma dívida impagável, foi perdoado pelo rei. De igual modo, Deus nos perdoa não por quem nós somos, mas por quem ele é. A base do perdão não é o mérito humano, mas a graça divina.
Em terceiro lugar, somos perdoados para perdoarmos. Os perdoados devem perdoar. Os que receberam graça, devem ser canais da misericórdia. Os que receberam perdão, não podem sonegar perdão. O rei ficou irado com o servo perdoado que se recusou a perdoar o seu conservo. Nunca teremos justificavas para não perdoar, pois devemos perdoar assim como Deus em Cristo nos perdoou.
Em quarto lugar, sonegar perdão é ser entregue aos flageladores. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. O servo perdoado que não perdoou foi entregue aos flageladores. Reter perdão é viver numa masmorra. É ser atormentado pelo azorrague da culpa. É alimentar-se de absinto. É envenenar o coração. Quem não perdoa não tem paz. Quem não perdoa não pode orar nem ofertar. Quem não perdoa não pode ser perdoado.
Em quinto lugar, sonegar perdão ao irmão é privar-se do próprio perdão de Deus. O servo que se recusou a ter compaixão de seu conservo, como ele próprio fora alvo da misericórdia, provocou não apenas a ira de seu senhor, mas, também, atraiu tormentos para sua própria vida.  Quem entrega o servo sem compaixão aos verdugos é o próprio rei. Até quando esse servo impenitente será atormentado? Esse flagelo não tem fim, pois o texto diz: “… até que lhe pagasse toda a dívida”. Jesus conclui a parábola, dizendo: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”. Sem o exercício do perdão, não existe o recebimento de perdão. Quem nega perdão ao irmão, não recebe perdão do Pai. O perdão não pode ser apenas um discurso de palavras vazias, mas uma expressão sincera que emana do íntimo. Só entra no céu os perdoados; só tem comunhão com Deus e com os irmãos os perdoadores!

Perdão: cura e restauração dos relacionamentos familiares -




Referência: Mt 18.23-35, Lc 17.3-6, Cl 3.12-14
1. C. S. Lewis disse que é mais fácil falar sobre perdão do que perdoar. É fácil falar sobre perdão até ter alguém para perdoar. Amar a todos é fácil, o desafio é amar quem nos persegue. Alguém disse: “Eu amo a humanidade, o que eu não tolero são as pessoas”.
2. Isso é um fato: decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. As pessoas são ladrões da nossa alegria. Sofremos mais por causa das pessoas do que pelas circunstâncias adversas. Exemplo: a mulher que foi abusada sexualmente pelo pai.
3. Vivemos num mundo ferido, doente e cheio de mágoas: entre as nações, entre tribos, entre famílias. Hoje, o divórcio já atinge 50% dos casamentos. O divórcio é fruto da dureza de coração, ou seja, incapacidade de perdoar.
4. O pecado mais presente na igreja é o pecado da mágoa. Exemplos: a mulher da igreja de São Paulo e o pastor da igreja de Toronto.
5. Quem não perdoa adoece. O drama que vivi em 1982 com o assassinato do Hermes.
I. POR QUE DEVEMOS PERDOAR?
1. Porque faz parte da natureza do povo de Deus perdoar – Cl 3:13
Ser cristão é ter uma nova natureza, uma nova mente, um novo coração, uma nova vida. Quem não perdoa é porque ainda não pertence a família de Deus.
2. Porque temos queixas uns contra os outros – Cl 3:13
Ainda não chegamos ao céu. Aqui falhamos uns com os outros e precisamos exercitar perdão.
3. Porque temos sido muito perdoados – Cl 3:13
A igreja é a comunidade dos perdoados. Como Deus nos perdoou: Completamente (de tudo), eternamente (para sempre). Deus apagou, afastou, desfez, esqueceu, sepultou do fundo do mar os nossos pecados.
Jesus ilustrou esse perdão na parábola do credor incompassivo. Comparar os 10.000 talentos com 100 denários.
4. Porque a recusa de perdoar traz sérios prejuízos
4.1. Quem não perdoa não pode orar – Mc 11:25; 1 Pe 3:7
4.2. Quem não perdoa não pode adorar – Mt 5:23-24
4.3. Quem não perdoa não pode ser perdoado – Mt 6:12
4.4. Quem não perdoa adoece – Tg 5:16
4.5. Quem não perdoa é flagelado pelos verdugos – Mt 18:34; 2 Co 2:10
II. A TERAPIA DO PERDÃO
1. Há pessoas doentes emocionalmente porque nunca se perdoaram – Fp 3:13
A mulher que viveu 60 anos do cativeiro.
Paulo teve suas memórias curadas.
Doralice – a jovem que tomou soda cáustica
2. Há pessoas doentes porque vivem cativas da mágoa –
A enfermeira de Patrocínio
No dia 7 de dezembro de 1941 Mitsuo Fuchida comandou o ataque à frota americana no Porto Pearl Harbour. Jack de Shaze se dispôs a vingar. Foi preso em Tóquio. Torturado. Converteu-se. Voltou aos Estados Unidos. Preparou-se e voltou para o Japão como missionário. Encontrou Fuchida e o evangelizou. Ambos pregaram em praça pública no Japão. O poder do perdão que reconcilia.
III. OS PRINCÍPIOS DO PERDÃO
1. Cautela – Lc 17:3
Precisamos ter cautela para não sermos injustos e esmagarmos a cana quebrada.
A mulher adúltera foi apanhada pelos fariseus como um objeto, mas foi tratada por Jesus como uma pessoa que merecia seu amor.
Jesus restaurou Pedro não condenando-o ou expondo-o ao ridículo, mas perguntando-o: tu me amas?
2. Confrontação – Lc 17:3
O tempo não é um santo remédio para curar as feridas – Os irmãos de José depois de 22 anos ainda estavam atormentados pelo pecado cometido.
O silêncio não é a voz do perdão – Davi adulterou, tramou, matou, mentiu e silenciou o seu pecado, mas o silêncio o adoeceu. Enquanto não confessou não foi liberto. Sepultar um problema vivo não ajuda. Não adianta tentar afastar a culpa. É preciso arrancar o problema pela raiz. Paulo alertou para o perigo de deixar o sol se pôr sobre a ira.
O confronto precisa ser feito com atitude de amor – A palavra “repreende” é chamar ao lado para consolar. Gálatas 6:1 mostra como devemos confrontar uns aos outros.
3. Arrependimento – Lc 17:3
A mesma língua que feriu, deve passar o bálsamo de Gileade. O arrependimento é mudança de mente, de emoção e de atitude.
4. Perdão – Lc 17:3
Perdoar é esquecer e esquecer não é amnésia, mas não cobrar mais a dívida do outro. É não lançar mais no rosto do outro o que se perdoou.
Perdoar é ficar livre e deixar o outro livre – Exemplo: Corrie Ten Boon.
IV. OS CARACTERES DO PERDÃO
1. O perdão deve ser ilimitado – Lc 17:4
O perdão de Deus é nosso limite. Ele é obra da graça de Deus em nós. Pedro certa feita ficou intrigado não sobre a necessidade do perdão, mas sobre o limite do perdão. E Jesus mostrou que o perdão deve ser ilimitado, como o perdão que recebemos de Deus (Mt 18:21).
O perdão de Deus é o nosso referencial – “Perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores” (Mt 6:12). O profeta Oséias demonstrou o amor e o perdão de Deus ao povo de Israel perdoando sua esposa Gômer.
2. O perdão é restaurador – Lc 17:4
O perdão às vezes é unilateral – A pessoa quer o nosso perdão. Então, nós tiramos a farpa da mágoa do nosso coração e não nos deixamos azedar.
O perdão restaura os laços quebrados – O perdão não apenas zera as contas do passado, mas restaura plenamente o relacionamento no presente – Exemplo: O filho pródigo foi restaurado pelo pai.
3. O perdão é transcendente – Lc 17:5
Só o Senhor pode nos capacitar a perdoar – Só Jesus pode curar o nosso coração da mágoa.
Precisamos pedir a Jesus que aumente a nossa fé – Uma pessoa que tem uma fé trôpega não consegue perdoar. A fé vem pelo ouvir a Palavra.
Todos nós estamos aquém do padrão de Deus – “Senhor, aumenta-nos a fé”.
V. O PROCESSO DO PERDÃO
1. Rejeite idéias de desforra – Rm 12:17,21
Jesus não revidou ultraje com ultraje (I Pe 2:21-23; Is 53:7).
José do Egito – Gn 50:20
2. Tome a iniciativa para a solução do problema
Não importa se você é o ofensor ou o ofendido, cabe-lhe a iniciativa de desencadear o processo da cura pelo perdão (Mt 5:23-24).
A experiência de Jonathan Gofforth em Xangai e o avivamento chinês.
3. Evite as desculpas e racionalizações
a) Ninguém é perfeito, errar é humano – É justamente porque somos imperfeitos é que precisamos pedir perdão.
b) A ofensa foi tão pequena – Os grandes problemas conjugais são formados de pequenos problemas não resolvidos. São as rapozinhas que devastam a vinha.
c) Aconteceu há tanto tempo – O tempo não cura memórias amargas – Esaú e Jacó – depois de 20 anos a consciência de Jacó ainda estava pesada.
d) A outra pessoa estava mais errada do que eu – O perdão concentra-se no nosso erro e não no erro do outro.
e) Eu estava errado, mas você também estava – O mais provável é que em vez de curar a relação, ela fique ainda mais ferida.
f) A pessoa não vai me entender – Vai sim, se você for com a atitude correta e com as palavras certas. A palavra branda desvia o furor.
g) Envolve dinheiro que eu não tenho – Perdão envolve restituição (Zaqueu).
h) A pessoa envolvida já mudou – Telefone, escreva, visite.
i) Vou deixar para depois – A procrastinação adoece ainda mais a relação.
j) Nunca mais farei isto: basta a minha disposição – Isso é meio arrependimento: O que encobre as suas transgressões jamais prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.
4. Formas erradas de pedir perdão
a) Desculpe-me qualquer coisa – Na prática esta expressão significa: “Não estou vendo nenhum problema, mas como você é uma pessoa cismada e rancorosa, resolvi perdão do que não fiz”.
b) Desculpe-me, foi sem querer – Se foi sem querer não carece de perdão, a menos que a outra pessoa tenha ficado magoada.
c) Eu estava errado, mas você também estava – A ideia básica de pedir perdão é um ato de contrição e arrependimento. Essa atitude reacende as paixões.
d) Se eu estava errado, desculpe-me – Essa atitude não tem convicção de pecado. Ela representa: “Eu sei que não estou errado. A dúvida é sua, não minha.”
CONCLUSÃO
1. Não envolva outras pessoas – Não transforme em fofoca aquilo que poderia ser um exercício de privacidade e perdão. Não jogue uma pessoa contra a outra. Espalhar contendas entre os irmãos é o pecado que Deus mais abomina.
2. Seja breve, claro. Não se justifique – Vá direto ao assunto. O filho pródigo ensaiou o seu pedido de perdão.
3. Não seja esnobe – Seja humilde. Não exalte suas virtudes.
4. Não exija justiça, exerça misericórdia – Perdão é um ato de graça. Sofra o dano. Estêvão orou: “Senhor Jesus, não lhes imputes este pecado”.

Perdão, a cura para os relacionamentos feridos:




O perdão é o melhor remédio para a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a alforria do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato de misericórdia e manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E isso, por várias razões:
1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros. Nós não somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao redor.
2. O perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus. Quem é receptáculo do perdão precisa transformar-se em canal do perdão. Aqueles que retêm o perdão ao próximo fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe uma pessoa salva que não tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os perdoados. Logo, é impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos perdoar assim como fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também perdoar uns aos outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido por Deus, não temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida com Deus era impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados por mérito, mas por graça. Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor solícito da misericórdia.
3. O perdão é necessário porque por meio dele restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas. O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo.
4. O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que nutre mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é autodestruição. Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma.

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