terça-feira, 14 de maio de 2013

FAMÍLIAS EM PERIGO


- FAMÍLIAS EM PERIGO -  Referencia Malaquias 2.10-16 - 


INTRODUÇÃO: FAMÍLIAS EM PERIGO é um tema que está nas manchetes dos grandes jornais. Este é um tema atual, oportuno e urgente. A maior crise que estamos vivendo é a crise da família. O que é casamento? O que Deus diz sobre casamento misto? E o divórcio, como Deus o encara? Este texto tratará sobre essas questões vitais. Antes de avançarmos, precisamos definir dois importantes parâmetros.
Primeiro, a teologia determina a vida. Os sacerdotes deixaram de ensinar a Palavra e o povo se corrompeu. Práticas erradas são frutos de princípios errados. Eles estavam lidando de forma errada uns com os outros, porque estavam lidando de forma errada com Deus.
Segundo, a família determina a igreja. Os casamentos mistos estavam ameaçando a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação, e o divórcio estava colocando em risco a integridade das famílias. O abandono do cônjuge estava ameaçando o desmoronamento do lar em Israel. Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas.
 
I. O CASAMENTO É UMA ALIANÇA DE AMOR (2.14)
E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança (2.14). Malaquias, no versículo 14, trata de dois pontos fundamentais sobre o casamento:
1. Malaquias fala dos limites da aliança conjugal. Quatro verdades são ressaltadas aqui.
1.1 A primeira verdade destacada por MalaquiasO casamento é uma união heterossexual (2.14). É a união entre um homem e uma mulher. Este é o princípio da criação, conforme Gênesis 2.24: “Por isso, deixa o homem seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Essa verdade é basilar. Está aqui o alicerce da relação conjugal, o princípio que deve reger todo e qualquer relacionamento matrimonial, em todos os lugares, em todas as culturas, em todos os tempos.
Depreendemos, portanto, que a união homossexual é algo estranho ao princípio divino. O ensino bíblico é claro: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação” (Lv 18.22). O apóstolo Paulo diz que a união homossexual é um erro, uma torpeza, uma paixão infame contrária à natureza (Rm 1.24-28).
O homossexualismo não pode cumprir o propósito de Deus para a família. Além de ser eticamente condenado pelas Escrituras, a prática homossexual não pode gerar filhos nem criá-los segundo os padrões da sã doutrina e da ética sustentável. A união homossexual não pode ser vista como uma união de amor, mas como uma paixão infame. O amor procede de Deus, mas o pecado é uma ofensa a Deus. O homossexualismo corrompe os valores morais e traz o juízo de Deus.
Vemos com perplexidade a espantosa apologia que se faz hoje do homossexualismo. Em alguns países, a união homossexual já foi legalizada. Todavia, por mais popular que essa prática possa ser, ela sempre será vista como coisa abominável aos olhos de Deus. Os costumes mudam, mas Deus não. Os homens, na sua miopia espiritual e torpeza moral, podem justificar e sancionar o homossexualismo e até mesmo validá-lo pela lei civil, mas a eterna Palavra de Deus sempre condenará essa prática como um terrível mal, capaz de provocar a santa ira de Deus.
1.2 A segunda verdade destacada por Malaquias: o casamento é uma união monogâmica (2.14).  O casamento é a união entre um homem e uma mulher. A monogamia foi instituída na criação, sancionada na lei, reafirmada na graça. A incidência da poligamia no Antigo Testamento foi fruto da desobediência e trouxe graves consequências. 
Apesar de muitos homens de Deus no Antigo Testamento terem praticado a poligamia, o propósito original de Deus quanto ao casamento jamais foi alterado. A monogamia é o padrão de Deus para a humanidade em todas as gerações. O apóstolo Paulo afirma: “Cada um [singular] tenha a sua própria esposa, e cada uma [singular], o seu próprio marido” (1Co 7.2).
Os argumentos contra a poligamia no Antigo Testamento.
Primeiro, a monogamia foi ensinada por precedência, ou seja, Deus deu a Adão apenas uma mulher e a Eva apenas um homem. Esse princípio deve reger toda a humanidade em todos os tempos.
Segundo, a monogamia foi ensinada por preceito. Deus falou a Moisés: “Tampouco para si multiplicará mulheres” (Dt 17.17). 
Terceiro, a monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério. Assim diz a lei de Deus: “Não cobiçarás[...] a mulher do teu próximo [singular]” (Êx 20.17). 
Quarto, a monogamia foi ensinada através das severas consequências decorrentes da poligamia. Todas as pessoas que praticaram a poligamia no Antigo Testamento sofreram amargamente por isso. Salomão é um clássico exemplo (1Rs 11.4).
1.3 A terceira verdade destacada por Malaquias: o casamento é uma união monossomática (2.14).  O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo, é puro, é deleitoso. A união conjugal é a mais próxima e íntima relação de todo relacionamento humano. A união entre marido e mulher é mais estreita do que a relação entre pais e filhos. Os filhos de um homem são parte dele mesmo, mas sua esposa é ele mesmo. O apóstolo Paulo diz que quem ama a sua esposa a si mesmo se ama (Ef 5.28).
O vínculo do casamento é mais sagrado que o vínculo que prende os filhos aos seus pais. Nada, a não ser a morte, deve separá-los. O casamento é uma aliança em que deve existir lealdade e fidelidade. A infidelidade conjugal atenta contra a santidade dessa aliança. O cônjuge precisa ser um jardim fechado, uma fonte reclusa.
1.4 A quarta verdade destacada por Malaquias: O casamento é uma união indissolúvel (2.14).
O casamento deve ser para toda a vida. No projeto de Deus, o casamento é indissolúvel. Ninguém tem autoridade para separar o que Deus, uniu. Marido e mulher devem estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade. Só a morte pode separá-los (Rm 7.2; 1Co 7.39). A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Jesus claramente afirmou: “o que Deus uniu não o separe o homem” (Mt 19.6).
2. Malaquias fala sobre a natureza da aliança conjugal. Três verdades fundamentais são aqui ressaltadas sobre a natureza da aliança conjugal.
2.1 O casamento é uma aliança voluntária de amor entre um homem e uma mulher (2.14). O casamento não é compulsório, antes é uma escolha voluntária. Ninguém obriga duas pessoas a se casarem. Quando elas se unem nessa aliança, devotam amor um ao outro. Elas aceitam entrar debaixo do mesmo jugo. Elas fazem uma aliança, um pacto de pertencerem um ao outro, de cuidarem um do outro, de serem fiéis um ao outro. O casamento é um pacto (Pv 2.17). A Bíblia exorta o marido a alegrar-se com a mulher da sua mocidade (Pv 5.18).
2.2 A segunda verdade sobre a natureza do casamento é que ele é uma aliança de companheirismo (2.14).
O casamento não foi criado para os cônjuges competirem, mas para cooperarem. Eles devem cuidar um do outro, como cuidam de si mesmos. Eles são companheiros, ou sejam, devem estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade.
Existem dois tipos de casamento: o casamento tipo tênis e o casamento tipo frescobol. O casamento tipo tênis é uma fonte de raiva e ressentimentos e geralmente termina mal. O casamento tipo frescobol é uma fonte de alegria e tem grandes chances de ter uma vida longa. Tênis é um jogo agressivo. O objetivo do jogo é derrotar o adversário, e a derrota se evidencia quando o adversário erra, isto é, não é capaz de devolver a bola. Assim, a pessoa joga para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para esse ponto que ele vai dirigir a sua cortada. O prazer do tênis está em colocar o adversário fora do jogo, por não ter mais condições de continuar jogando. No fim, sempre vemos a alegria de um e a tristeza do outro.
Frescobol é bastante parecido com tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para que o jogo seja bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se um jogador envia a bola meio torta, o outro sabe que não é de propósito e faz o maior esforço do mundo para fazer uma boa devolução, de forma que o outro possa alcançá-la. Não há adversário nesse jogo, porque nenhum dos jogadores sai derrotado: ou os dois ganham, ou ninguém ganha. Ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro no frescobol é um acidente lamentável, que não deveria ter acontecido. O jogador que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas isso não é importante, pois eles reiniciam o jogo sem nenhum problema, já que ninguém marca pontos.
Alguns casamentos são como uma partida de tênis, outros como um jogo de frescobol. O casamento deve ser como um jogo de frescobol e não como um jogo de tênis.
2.3 A terceira verdade sobre a natureza do casamento é que ele é uma aliança testemunhada por Deus (2.14).  Deus é o arquiteto, o fundamento e o sustentador do casamento. Ele está presente como a testemunha principal. O casamento foi instituído por Ele e é feito na presença Dele. Em toda cerimônia de casamento, é costume os nubentes convidarem testemunhas. Muitas vezes essa prática não passa de uma convenção social. Essas pessoas ilustres, acabada a cerimônia, voltam à sua rotina e não mais acompanham a vida do casal. Todavia, Deus é uma testemunha sempre presente. Nada acontece no relacionamento conjugal sem que Ele saiba. Ele vela pelos cônjuges, reprova a infidelidade e odeia o divórcio.
II. O CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS (2.10-12)
Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho. O Senhor eliminará das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao Senhor dos Exércitos (2.10-12).
O profeta Malaquias elenca quatro fortes razões para provar que o casamento misto conspira contra o propósito de Deus.
1. O casamento misto é uma deslealdade à paternidade de Deus (2.10).  Deus é o Pai do Seu povo de uma forma especial (1.6). Ele fez Israel o povo de Sua possessão. Deus chamou Israel para ser o Seu povo particular (Os 11.1). Nós pertencemos à família de Deus, fomos adotados por Deus e também gerados pelo Espírito de Deus. Somos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4). Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso Deus e sermos o Seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade.
O casamento misto, porém, leva à idolatria e à adoração de outros deuses. O casamento com pessoas não judias estava ameaçando a sobrevivência da fé da aliança (2.10,11; Ed 9.1,2; Ne 13.1-3). Ele era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da aliança (Êx 34.11-16; Nm 25; Nm 13.23-29). O apóstolo Paulo pergunta: “Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2Co 6.15,16).
O casamento misto é uma porta de entrada para o desvio da fé. Foi assim na geração antediluviana. A decadência da geração antediluviana foi devido ao casamento entre os filhos de Deus com as filhas dos homens, ou seja, de uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus. Foi assim também entre a geração que possuiu a Terra Prometida. Conforme Números 25, o relacionamento com as jovens moabitas preparou o caminho para a idolatria. Os casamentos mistos foram o fator principal da apostasia religiosa de Israel. Salomão e Acabe são exemplos tristes desse fato. De igual modo, aconteceu com a geração pós-cativeiro. O casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Ed 9.1,2), Neemias (Ne 10.30; 13.23-27) e Malaquias (Ml 2.10-16).
2. O casamento misto é a quebra da aliança feita pelos pais (2.10).  Quando o povo recebeu a lei de Deus no Sinai, ele prometeu a Deus que não daria seus filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Êx 34.16; Dt 7.3). A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos (2.11). O problema não era racial, mas religioso, pois a Bíblia menciona o casamento de Boaz com Rute, uma moabita. Embora estrangeira, ela foi convertida ao Deus de Israel e tornou-se membro da árvore genealógica de Cristo (Mt 1.5). Hoje, quando uma pessoa crente se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico (1Co 7.39; 2Co 6.14-17).
3. O casamento misto implica em infidelidade a Deus (2.11). Três são as razões que provam esse ponto.
A primeira razão é que o casamento misto atenta contra o propósito da família de viver para a glória de Deus. A família deve ser a escola da vida conforme os preceitos do Eterno. É no lar que devemos aprender a amar a Deus e a obedecê-Lo (Dt 11.19). A vida cristã deve ser vivida exclusivamente para a glória de Deus. O casamento deve ser uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja. O lar precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Uma casa dividida não pode prevalecer. O profeta Amós pergunta: “Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?” (Am 3.3).
A segunda razão é que o casamento misto conspira contra a criação dos filhos no temor do Senhor (2.15). Um casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos. Ele constitui-se num sério obstáculo à criação dos filhos na disciplina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Os filhos passam a falar meio asdodita (Ne 13.24). Uma casa dividida não pode manter-se em pé. Os filhos que nascem e crescem num contexto de casamento misto são puxados de um lado para o outro, ouvindo ensinos contraditórios, com exemplos contraditórios. As maiores vítimas do casamento misto são os filhos.
A terceira razão é que o casamento misto é uma declarada desobediência ao mandamento de Deus (2.11). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo para o casamento misto. Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7.3,4; 2Co 6.14-17).
Em quarto lugar, o casamento misto é um alvo certo do juízo de Deus (2.12). A desobediência traz juízo. Deus não premia a desobediência. As consequências podem ser amargas para aqueles que entram na contramão da vontade de Deus. A linguagem faz lembrar o juízo que atingiu Eli, cuja família foi eliminada do sacerdócio por causa da sua negligência e por causa das maldades cometidas por seus dois filhos (1Sm 2.29-35).
III. O DIVÓRCIO É UMA QUEBRA DA ALIANÇA CONJUGAL (2.13-16)
Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis (2.13-16).
Três verdades solenes são acentuadas por Malaquias acerca do divórcio:
1. A natureza do divórcio. O profeta destaca três fatos sobre a natureza do divórcio.
Primeiro, o divórcio não foi instituído por Deus (2.16).
Deus regulamentou o divórcio, mas não o instituiu. O divórcio é uma inovação humana. Deus instituiu o casamento e não o divórcio. O casamento é fruto do coração amoroso de Deus, o divórcio é fruto do coração endurecido do homem. A permissão para o divórcio presente na lei mosaica (Dt 24.1-4) era para proteger a esposa de um marido mau e não uma autorização para ele se divorciar dela por qualquer motivo. A interpretação de Jesus, o divórcio não é uma ordenança e sim uma permissão (Mt 19.3-9).
Em Segundo lugar, o divórcio não é da vontade de Deus (2.16).
Embora o divórcio seja permitido em caso de infidelidade e abandono, ele não é obrigatório. Melhor que o divórcio é o perdão e a restauração. O divórcio é uma evidência clara de pecado, o pecado da dureza de coração. Malaquias é enfático: Deus odeia o divórcio (2.16)! Homem nenhum tem autoridade para separar o que Deus uniu: nem marido, nem esposa, nem juiz, nem o sacerdote religioso.
Em Terceiro lugar, o divórcio é a quebra de uma aliança feita na presença de Deus (2.14,15).
O divórcio é a apostasia do amor. É rejeitar alguém que um dia foi desejado. É descumprir com promessas feitas na presença de Deus. Malaquias diz que o divórcio é a quebra da aliança com a mulher da mocidade (2.14,15); com a companheira (2.14) e com a mulher da aliança (2.14). O divórcio é perjúrio abominável.
2. A causa do divórcio. Duas são as causas apontadas pelo profeta.
A primeira causa do divórcio é a falta de cuidado de si e do cônjuge (2
.15,16). O casamento é como uma conta bancária, se sacarmos mais que depositamos, vamos à falência. Se investíssemos mais no casamento, teríamos menos divórcios (Mt 19.3-9). Quem ama o cônjuge, a si mesmo se ama (Ef 5.28).
Quais são os cuidados que precisamos ter? Andar em sintonia com Deus e Sua Palavra; não deixar o casamento cair na rotina; não guardar mágoa; não se descuidar da comunicação; suprir as necessidades emocionais e sexuais do cônjuge; administrar sabiamente a questão financeira.
A segunda causa do divórcio é a falta de bom senso: “Ninguém com um resto de bom senso o faria”. No v.15, O texto fala da criação. Pois Deus fez apenas um homen, para uma única mulher, embora pudesse ter criado mais e não o fez, pois queria uma descendência. Daí, a exortação do profeta: “Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade”. Antes de divorciar, uma pessoa precisa ter bom senso para pensar nas consequências: consequências espirituais, emocionais e econômicas; consequências para os filhos, para a igreja e para a sociedade.
3. As consequências do divórcio.
O divórcio não é indolor. O divórcio é a mais destrutiva das crises emocionais; ele é uma dor que corta como faca. Ele é um ato de violência contra o cônjuge e contra os filhos. A violência psicológica e emocional precede ao divórcio. O divórcio é desinstalador, é como um terremoto, provoca grandes estragos. O divórcio é o colapso dos sonhos, o naufrágio da esperança e a desistência deliberada de uma aliança firmada na presença de Deus.
Quais são as consequências do divórcio apontadas pelo profeta Malaquias?
A primeira consequência do divórcio é que ele provoca profunda dor na pessoa abandonada (2.13).
Esse choro era dos homens que se chegavam a Deus sem ter suas orações respondidas e também das mulheres abandonadas. Os judeus choravam e gemiam no culto (2.13), mas o chorar não salva, pois Deus quer a obediência da fé. Quando as esposas abandonadas iam ao altar e derramavam suas lágrimas, isso tocava o coração de Deus a ponto de Ele não aceitar as orações dos maridos que as abandonavam. O divórcio, às vezes, dói mais do que o luto para o cônjuge abandonado e para os filhos órfãos de pais vivos. A psicóloga Diane Medved afirma que alguns casais chegaram à conclusão de que o divórcio é mais perigoso e destrutivo do que tentar permanecer juntos.
A segunda consequência do divórcio é que ele traz graves problemas para os filhos (2.15). A poligamia e o divórcio não são compatíveis com a criação de filhos no temor de Deus.81 E, em última instância, essas práticas não eram proveitosas para obter a semente piedosa na árvore genealógica do Messias prometido. Ninguém poderia divorciar-se, casando-se com uma idólatra e ainda esperar uma santa posteridade atrás de si. Uma pesquisa de âmbito nacional entrevistou dezessete mil filhos divorciados com até dezessete anos de idade, e chegou aos seguintes resultados:
1) Filhos que vivem com a mãe e o padrasto, ou com a mãe divorciada, têm um risco de 20% a 30% maior de sofrer acidentes graves.
2) Filhos que vivem apenas com a mãe como cabeça do lar são 50% mais susceptíveis a doenças psicossomáticas.
3) Filhos que vivem com a mãe como cabeça do lar, ou com a mãe e o padrasto, têm uma tendência 40% a 70% maior de repetir de ano na escola.
4) Filhos oriundos de casamentos quebrados são responsáveis por mais de 70% dos casos de suspensão ou expulsão escolar.
A terceira consequência do divórcio é que ele provoca uma crise espiritual e uma quebra da comunhão com Deus na vida da pessoa que abandona seu cônjuge (2.13b).
Os contemporâneos de Malaquias estavam subestimando o pecado do divórcio (2.13). Eles choravam, mas não obedeciam. Quando Deus não aceita o ofertante, Ele rejeita a oferta. No primeiro capítulo de Malaquias, Deus recusa-se a aceitar os sacrifícios porque os animais eram defeituosos (1.8,10,13); agora, Deus os rejeita por causa do divórcio dos ofertantes. A Bíblia diz que se há iniqüidade no coração, Deus não ouve as orações (Sl 66.18). O apóstolo Pedro diz que se o marido não vive a vida comum do lar, suas orações são interrompidas (1Pe 3.7). Deus não aceita o culto desses homens porque Ele não aceita a quebra da aliança conjugal deles.
É comum algumas pessoas usarem artifícios para driblarem a própria consciência buscando justificativas para o divórcio. Algumas pessoas dizem: “eu vou me divorciar, porque meu casamento não foi Deus quem fez”; outros dizem: “eu vou me divorciar, porque eu não consultei a Deus para me casar”. Há aqueles que, simplesmente dizem: “Eu vou me divorciar porque não amo mais o meu cônjuge ou encontrei uma pessoa mais interessante”. Multiplicam-se os motivos que levam às pessoas ao divórcio. É importante ressaltar que Deus comparece a todo casamento como testemunha. Quando duas pessoas se casam, mesmo que elas não tenham buscado a Deus, o Senhor ratifica a aliança. O quebrar dessa aliança é um perjúrio às promessas firmadas diante de Deus. Josué firmou uma aliança com os gibeonitas sem consultar a Deus. Eles dissimularam e mentiram para Josué. Este, apressadamente firmou com eles um pacto e Deus ratificou esse acordo (Js 9). Trezentos anos depois, o rei Saul violou aquela aliança e um juízo divino veio sobre a nação. Mesmo quando não levamos a aliança que fazemos a sério, Deus leva.
A quarta consequência do divórcio é que ele provoca o repúdio de Deus (2.16). 
Deus odeia o divórcio e repudia aquele que age com violência com o cônjuge abandonado. Para Deus, o divórcio é como cobrir de violência as suas vestes. De fato, toda vítima do divórcio é violentada psicologicamente. Os golpes psicológicos precedem à separação física. O divórcio não é algo de somenos para Deus. Numa época em que o divórcio campeia tão célere, precisamos inclinar os ouvidos a estas solenes palavras de Deus!
CONCLUSÃO:
Concluindo, precisamos reafirmar que o povo de Deus, aliançado com Ele, não deve entrar em aliança com aqueles que não pertencem à família de Deus.
Precisamos, ainda, afirmar que o clamor dos feridos é mais alto aos ouvidos de Deus do que as orações daqueles que ferem. As lágrimas dos oprimidos são mais preciosas para Deus do que as ofertas daqueles que oprimem.
Precisamos, de igual forma, dizer que Deus é a testemunha de toda cerimônia de casamento, e também será a testemunha de toda violação desses votos.
Finalmente, precisamos alertar que o pecado do divórcio é uma coisa abominável que Deus odeia sempre.

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