terça-feira, 3 de junho de 2014

CONTINUAÇÃO DOS 50 PAÍSES DE MAIOR PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA :

CONTINUAÇÃO DOS 50 PAÍSES DE MAIOR PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA :

26º Jordânia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Segundo a tradição, escrita pelo historiador da Igreja, Eusébio, após a guerra judaica 66-70 d.C na qual o templo judeu foi destruído e os judeus e cristãos foram dispersos, estes últimos fugiram da Palestina para uma cidade chamada Pella, que fica a leste do rio Jordão, onde hoje é a Jordânia.

Portanto, os primeiros cristãos chegaram ao país durante a época dos apóstolos, e seus descendentes resistiram até os dias de hoje, mantidos pelo zeloso clero ortodoxo. As cidades de Husn, no norte, e Fuheis, perto de Aman, a capital, são predominantemente cristãs.

As cidades de Madaba e Karak, ambas ao sul da capital, também têm populações cristãs importantes. Eles estão em todos os grupos da sociedade jordaniana, mas especialmente entre os comerciantes e trabalhadores.

A Perseguição

Na constituição do país, o Islamismo consta como religião oficial, mas garante o livre exercício de outras crenças e proíbe a discriminação religiosa. A liberdade religiosa no país piorou entre 2007 e 2008. O governo abriu casos judiciais contra apóstatas (pessoas que abandonaram o islamismo) e expulsou cerca de 30 obreiros cristãos estrangeiros.

Membros de grupos religiosos não-registrados e ex-muçulmanos sofrem discriminação legal e correm o risco de perder seus direitos civis. Alguns indivíduos, e até famílias inteiras, têm sido ameaçados.

Os tribunais regidos pela sharia (lei islâmica) têm autoridade de processar evangelistas e pessoas que abandonam o islamismo. Quando um muçulmano se converte ao cristianismo, o ato não é legalmente reconhecido pelas autoridades, de modo que ele continua a ser tratado como muçulmano perante a lei. Os filhos menores de um muçulmano do sexo masculino que se converte ao cristianismo continuam sendo legalmente muçulmanos.

Como o cristianismo é uma religião reconhecida e os não-muçulmanos podem professar e praticar a fé cristã, as igrejas devem receber reconhecimento legal do governo. Elas precisam disso para ter direito à posse de um terreno e para ministrar os sacramentos, inclusive o matrimônio. As igrejas e outras instituições religiosas solicitam o registro ao primeiro-ministro.

O governo leva em conta os seguintes critérios para reconhecer as igrejas cristãs: a fé não deve contradizer a natureza da Constituição, nem a ética, os costumes ou as tradições públicas; deve ser reconhecida pelo Conselho de Igrejas do Oriente Médio; não deve se opor à religião nacional; e o grupo deve ter alguns jordanianos como membros. O Governo não interfere no culto público da minoria cristã.

História e Política

Jordânia não tem saída para o mar, exceto por uma diminuta faixa costeira no Golfo de Aqaba. Seu território é majoritariamente constituído por áreas desérticas. Na parte oeste do país há uma região montanhosa e a grande falha de Rift (um complexo de falhas tectônicas), que separa as margens leste e oeste do Rio Jordão.

A maior parte da margem leste do Jordão é desértica e árida. O Mar Morto, que a Jordânia compartilha com Israel, é a região mais baixa de todo o planeta, situando-se a mais de 400 metros abaixo do nível do mar. O nome do país deriva do rio Jordão, que corta parte de seu território. Em latim, o nome era Jordanes ou Jordanis. Em hebraico, Yarden, do verbo yarad, que significa "descer", aludindo ao declive apresentado pelo rio.

Considerada uma das regiões mais antigas do mundo, lar de diversos povos e dominada por muitos impérios, a Jordânia conta com uma rica história, demonstrada através das ruínas de cidades como Petra. Muitos povos citados na bíblia habitaram as terras da atual Jordânia, como os Edomitas, Moabitas e Amorreus. Suas terras foram dominadas pelos grandes impérios da antiguidade, como os assírios, babilônios, persas e sírios selêucidas.

Ao final do século II a.C., tornou-se província do Império Romano e, no século VII d.C., foi conquistada pelo árabes. No século XVI a Jordânia foi dominada pelos turco-otomanos e assim permaneceria até a primeira Guerra Mundial, quando os britânicos a tomaram. Nesse período, a área que hoje corresponde a Israel, Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jordânia foi denominada de Emirado da Transjordânia.

A Jordânia envolveu-se em três conflitos árabe-israelenses e perdeu todos. No entanto, foi a Guerra do Golfo em 1990 que provocou o maior impacto negativo no país, devido ao grande fluxo de refugiados e à deterioração da economia. A enorme população palestina pressiona o governo jordaniano para que mostre um interesse maior no processo de paz entre árabes e israelenses.

A Jordânia se tornou independente em 1946. Atualmente é uma monarquia constitucional, governada pelo rei Abdullah II.

População

A Jordânia é o lar de grande número de refugiados. Dos iraquianos que fugiram da guerra, entre 250 e 450 mil estão no país, muitos dos quais não têm documentos ou vistos de turismo. Os refugiados palestinos, fugindo da ocupação israelense, já somam 1,8 milhão. A maioria dos jordanianos é muçulmana, principalmente de tradição sunita.

Existe um pequeno grupo de alavitas (seita de tradição xiita), que habita a região fronteiriça com a Síria.

Economia

A economia da Jordânia está entre as mais fracas do Oriente Médio. É muito dependente da exploração de fosfatos, carboneto de potássio, turismo e da comercialização de fertilizantes. O país sofre com o alto nível de desemprego, pobreza e inflação.

O país tem reservas insuficientes de água, petróleo e outros recursos naturais. A pobreza, o desemprego e a inflação são os principais problemas. A taxa de desemprego oficial é de 13%, mas outras fontes estimam que, na realidade, seja de 30%. Tais condições de pobreza e a derrocada geral da economia têm gerado conflitos políticos no país.

27º Omã

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Embora as comunidades cristãs já estivessem presentes na antiga Arábia desde o primeiro século da era cristã, é muito pouco provável que alguma delas tenha se estabelecido em Omã já naquela época. No século VII, o triunfo do islamismo resultou na total erradicação do cristianismo na região e, assim, Omã só foi receber seus primeiros missionários, um grupo de padres católicos do Iêmen, em 1841.

As missões protestantes chegaram ao país com Samuel Zwemer, missionário presbiteriano norte-americano, em 1889. Hoje, a comunidade cristã no país é quase que inteiramente formada por estrangeiros e o número de cidadãos omanis convertidos ao cristianismo é estimado em apenas vinte. Não há igrejas ou comunidades cristãs omanis estabelecidas no país e os omanis cristãos mantêm poucas relações uns com os outros, porque precisam manter a sua fé em sigilo.

A Perseguição

O governo declara o islamismo como a religião oficial do país e a Sharia (lei islâmica) como base de sua legislação. A religião está descrita na certidão de nascimento dos cidadãos omanis. Há uma minoria que pratica o hinduísmo, composta principalmente de indianos, paquistaneses e cingaleses que trabalham nos campos de petróleo.

Assim como nos Emirados Árabes Unidos, a liberdade religiosa é amplamente assegurada aos profissionais estrangeiros que vivem no país. Há cultos de várias denominações em diferentes idiomas e não há restrições à evangelização de estrangeiros, o que tem possibilitado um constante movimento de conversões entre os asiáticos. Infelizmente, a evangelização de muçulmanos é estritamente proibida. Além disso, os omanis não podem assistir aos cultos cristãos e são proibidos de se converter a outras religiões.

Embora seja bastante provável que a liberdade religiosa para os estrangeiros persista nos próximos anos, tudo indica que o preço a ser pago por ela continuará sendo o mesmo que se paga hoje, ou seja, a evangelização de omanis ainda terá de ser feita no mais absoluto sigilo. Portanto, é pouco provável que os cristãos de cidadania omani ultrapassem uma ou duas centenas de pessoas antes de 2050.

História e Política

Tendo os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e o Iêmen como vizinhos, Omã é uma nação montanhosa localizada na Península Arábica. Uma área estratégica da Península de Musadem também pertence ao território omani, que, assim, controla a entrada do Golfo Pérsico.

As características naturais de Omã e o isolamento de seu interior pela região montanhosa próxima ao Golfo de Omã transformaram o país em uma das mais distintas culturas da região do Golfo Pérsico. Não se sabe ao certo a origem do nome Omã, mas é provável que faça referência a uma cidade na península árabe que se chamava “Omana”. Há ainda a possibilidade de o nome ser uma homenagem aos seus fundadores, já que todos eles tinham Oman como seu primeiro nome.

A história de Omã remonta a tempos muito antigos: os sumérios a chamavam de Magan. Os primeiros árabes a habitar seus territórios chegaram por volta do século II a.C., devido à migração de tribos da atual região do Iêmen. Omã foi um dos primeiros povos da península arábica a abraçar a religião islâmica já no primeiro século de sua existência (século VII).

Os primeiros europeus a chegar a Omã foram os portugueses, no século XVI, que conquistaram a região costeira do país. No século XVIII, Omã foi alvo da rivalidade existente em franceses e britânicos, que tinham interesse em controlar o comércio marítimo na região. Apesar de ter se tornado um protetorado britânico ao final do século XVIII e obtido sua independência formal apenas em 1951, Omã tem mantido sua independência, em princípio, desde 1650.

Em 1970, o príncipe herdeiro Qaboos bin Said depôs seu pai e assumiu o poder, transformando o país em uma monarquia absolutista, sistema que perdura até hoje. Partidos políticos não são permitidos, embora exista uma considerável liberdade individual. Omã é o único país no Golfo Pérsico cujo chefe de estado é um sultão.

População

Omã possui aproximadamente 3 milhões de habitantes, em sua maioria de origem árabe - embora ainda exista um grupo considerável de baluchis paquistaneses presente no país. Uma substancial parcela da população e mais de 70% de sua força de trabalho são constituídas por estrangeiros.

Economia

A economia omani é dominada pela produção petrolífera, seguida pela agricultura e comércio, mas o governo tem se esforçado para investir sua riqueza em programas de desenvolvimento e na diversificação de sua indústria e agricultura.

28º Índia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo está no país desde o ano 52. Segundo a tradição, o discípulo Tomé foi à Índia nessa época, levou alguns indianos a Jesus e estabeleceu sete igrejas na região conhecida agora como Kerala, além de outras em Madras. Ele foi martirizado e sua sepultura ainda está em São Tomé de Meliapor.

Nos séculos XV e XVI os portugueses chegaram à Índia e consigo levaram as missões cristãs, que teriam tanto uma função administrativa quanto religiosa na região. Quando lá chegaram, encontraram os cristãos de São Tomé, que tinham ritos e liturgias orientais. Os portugueses, então, tentaram passar aos cristãos locais a forma católica romana de cultuar a Deus. A construção da primeira igreja cristã pelos portugueses aconteceu do estado de Goa, em 1510.

As primeiras missões protestantes chegaram à Índia no século XVIII, através dos luteranos da Alemanha. Desde então, diversas igrejas foram estabelecidas no país. Hoje há três correntes do cristianismo na Índia: protestante (igrejas tradicionais), independente e católica romana.

Os cristãos formam 2,3% da população (cerca de 24 milhões de fiéis); mais da metade deles é católica. Os protestantes também formam um grupo grande e se dividem em anglicanos, ortodoxos, batistas, presbiterianos e luteranos. Os independentes são igrejas que não estão filiadas às tradicionais e incluem as pentecostais.

A Perseguição

A tensão entre hindus, siques, muçulmanos e cristãos é grande. Há muitos relatos de ataques a igrejas, raptos, detenção e intimidação feitos por extremistas hindus. Essas ações são particularmente dirigidas aos líderes das igrejas.

Oito estados têm leis anticonversão, que impedem a conversão de hindus ao cristianismo. Mesmo assim, muitos dalits pobres têm se convertido. Os dalits formam a casta mais baixa da sociedade hindu. Eles são conhecidos comumente como "intocáveis", pois sua posição os torna indignos de ser tocados por pessoas de castas mais altas.

Empregos e empréstimos governamentais são negados àqueles que se convertem ao cristianismo, e o monitoramento dos cristãos tem aumentado. No entanto, alguns casos recentes de perseguição tornaram-se públicos e resultaram em uma atenção maior do governo, para proteger os direitos e liberdade dos cristãos. Grande parte da perseguição é realizada por alas radicais de hindus e muçulmanos, que têm oprimido, atacado e até assassinado cristãos.

O ano de 2011 foi muito dificil para a igreja indiana, constantes ataques foram feitos contra os cristãos nas mais diferentes partes do país. Oito cristãos foram presos no estado de Andhra Predesh sob a acusação de radicais hindus de que estavam pregando e forçando as pessoas a se converterem ao cristianismo, quando na verdade estavam apenas orando reunidos na rua.

História e Política

A Índia é o sétimo maior país do mundo em extensão. Sua área corresponde a um terço do Brasil. Localizada na região centro-sul do continente asiático, a Índia é delimitada ao norte pelo Himalaia, a cadeia de montanhas mais alta do mundo, fazendo fronteira com Paquistão, China, Nepal, Butão, Bangladesh e Mianmar.

A vasta planície central é caracterizada pela presença de três rios: Ganges, Indo e Brahmaputra. No extremo sul do país, uma grande região é ocupada pelo planalto do Decão. Seu nome faz referência ao rio Indo, que vem do persa Hindu, que, por sua vez, provém do sânscrito Sindhu. No idioma hindi, o nome do país é Bharat, que pertencia a um antigo reino local. Uma invasão ariana, ocorrida entre 1500 e 1200 a.C., foi responsável pelo início da urbanização.

O budismo surgiu no país no século V a.C., quando imperador Ashoka, adepto da religião, unira os povos do sul da Ásia. Os persas arquemênidas, no século VI a.C., e depois os gregos, no século IV a.C., com Alexandre, o Grande, dominaram a Índia. O primeiro império hindu instalou-se no norte por volta de 321 a.C. e contribuiria para o florescimento da ciência, arte e cultura indiana que permanecem até hoje.

A invasão árabe ocorreu no século VIII da era cristã e, através de várias dinastias, os muçulmanos permaneceram no poder até que as companhias de comércio surgiram em cena. A mais notável delas foi a Companhia Inglesa das Índias Orientais, que tomou o poder e dominou os muçulmanos, controlando a Índia a partir da segunda metade do século XVIII.

A Índia se tornou independente do domínio britânico em 1947, com a importante participação do líder político e ideológico Mahatma Gandhi. Devido às muitas tensões e conflitos sectários que ocorriam entre hindus e muçulmanos, resolveu-se criar um novo Estado, que abrigasse a imensa população islâmica das regiões leste e oeste da Índia: esse Estado é o Paquistão.

População

A Índia abriga a segunda maior população do globo: mais de um bilhão de habitantes. Por volta de 2050, é provável que a Índia ultrapasse a China e se torne a nação mais populosa do planeta, com quase 1,6 bilhão de pessoas.

Muitos indianos vivem em grandes aglomerados urbanos, sendo Mumbai (ex-Bombaim) o maior deles, com mais de 15 milhões de habitantes. Há, no entanto, outras dez cidades com populações superiores a um milhão. Nova Déli, com mais de 10 milhões de pessoas, é a capital do país.

A idade média da população é 25 anos, e 31% dos indianos têm menos de 15 anos de idade. Com uma população tão jovem, o governo tem sérias dificuldades para fornecer educação, saúde e alimentação adequadas ao povo. Problemas como analfabetismo, proliferação de doenças e mortalidade infantil abundam no país.

A Índia sempre foi uma nação extremamente religiosa e milhares de deuses são adorados em todo o país. O hinduísmo representa a maior parte da população, seguido pelos muçulmanos e cristãos.

Economia

A economia da Índia é a décima maior do mundo, a terceira maior da Ásia e cresce em ritmo acelerado. O crescimento da economia nos últimos dez anos fez a pobreza retroceder no país. A agricultura e a indústria são muito importantes: diamantes, joias e roupas são importantes produtos de exportação.

A variada economia indiana abrange a agricultura tradicional e moderna, artesanato, uma ampla diversidade de indústrias modernas e inúmeros serviços. O país é o segundo maior produtor de produtos agrícolas nos setores da flora, pescaria e madeiras. A agricultura e setores afins representam certa de 52% da força de trabalho da Índia. Os serviços são a fonte principal do crescimento econômico, responsável por mais da metade da produtividade do país, mas usando menos de um terço da sua força de trabalho.

29º Sri Lanka

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Diz a tradição que Tomé, o apóstolo, foi o primeiro a evangelizar a ilha. Relatos de visitantes, feitos anteriormente ao século VI, reportam a existência de inúmeras igrejas e convertidos.

Com a chegada dos portugueses, em 1505, houve a introdução do catolicismo no país. Já no século XVII, os holandeses introduziram o cristianismo reformado e, no século XIX, os britânicos trouxeram o anglicanismo.

Atualmente, os católicos são o maior bloco cristão, correspondendo a 90%. As novas igrejas independentes do Sri Lanka (não associadas às denominações existentes) são frequentadas por 1,3% dos habitantes do país. Essas novas igrejas são formadas principalmente por ex-budistas e ex-hindus.

A Perseguição

O crescimento da Igreja tem suscitado reações das comunidades budistas e hindus. Para conter sua expansão, foram introduzidas leis que fazem das conversões um crime punido por lei.

Em consequência, a propaganda anticristã tem aumentado substancialmente na mídia, acompanhada de acusações contra igrejas, exigências de restrições mais severas e, em casos mais extremos, do incêndio criminoso de templos cristãos, que são realizados por extremistas budistas, inspirados por relatos de conversões forçadas de budistas ao cristianismo. Desde 2004 circula uma proposta de lei "anticonversão" criada pelo partido Jathika Hela Urumaya (JHU). Tal lei tornaria crime conversões realizadas de maneira antiética. A lei já foi revisada duas vezes e enviada ao Parlamento para nova aprovação.

Em fevereiro de 2008, o pastor protestante Neil Samson, 37 anos, foi assassinado em Ampara. Ele foi baleado por dois homens que estavam em uma motocicleta. Sua esposa, Shiromi, de 31 anos, estava presente e ficou seriamente ferida. O pastor recebeu um tiro no tórax, e sua esposa, no estômago. Seu filho, que também presenciou a situação, entrou em estado de choque.

Para a cúpula anglicano, é provável que a morte esteja relacionada com as tensões sectárias que aumentaram em Ampara, assim como pelo trabalho missionário do casal. O pastor Neil trabalhava há anos na Fundação de Igrejas Domésticas e sofria acusações de "converter pessoas". Ele já havia sido vítima de um atentado em sua própria casa, em novembro de 2007.

De acordo com uma circular de notícias da Christian Solidarity Worldwide, mais de mil líderes de igrejas no Sri Lanka estiveram no funeral do pastor Neil. A polícia prendeu quatro pessoas suspeitas de envolvimento com o assassinato. Dois desses presos são membros do grupo Guardas de Casa, estabelecido pelo governo para ajudar a polícia e o Exército em questões de segurança e outros deveres.

História e Política

O Sri Lanka, antigo Ceilão, é uma ilha localizada a cerca de 30 quilômetros da costa da Índia. Montanhas dominam a região centro-sul e algumas delas fazem parte de roteiros de romarias e peregrinações cumpridas por adeptos de várias religiões. Planícies se estendem da região montanhosa até a faixa costeira ao norte do país. Grande parte da ilha é coberta por florestas tropicais. Seu nome significa em sânscrito*  “terra santa” (Sri= santa, Lanka= terra). Antigamente o país era conhecido como Ceilão. Segundo alguns arqueólogos, as terras do Sri Lanka são habitadas há mais de 10 mil anos por povos conhecidos como Vedas. Os primeiros registros conhecidos sobre os habitantes desse país são do século VI a.C., quando os cingaleses migraram para o subcontinente indiano**.

No século III a.C., a religião budista chegou ao país através do rei Arahath Mahinda, o que mudou a história dessa ilha. Durante o reinado do Rei Kassyapa (477-495 a.C.), foi construída a cidade de Sigiriya, conhecida como “fortaleza de pedra” e considerada patrimônio histórico mundial. Sigiriya é a antiga capital do Sri Lanka, mas durante toda a sua história o país foi um conglomerado de reinos fragmentados e teve diversas capitais.

Os portugueses chegaram à ilha no século XVI e a dividiram em três diferentes reinos. No século seguinte, foi a vez de os holandeses exercerem influência política e militar sobre o país. Por último, no século XVIII o império britânico derrotou os holandeses, dominando a ilha e unificando os reinos sob seu poderio político-militar. Além disso, os ingleses introduziram no país o cultivo de chá, café e borracha. O Sri Lanka tornou-se independente do domínio colonial britânico em 1948 mediante tratados militares com os ingleses.

Em 1983, a etnia minoritária Tâmil reivindicou a independência da região noroeste do país, denominada por eles de “pátria tâmil”. Tal fato gerou uma guerra civil no país que se encerrou em 2009, com a vitória do exército do Sri Lanka sobre os Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (grupo revolucionário separatista) e cujo saldo foi de mais de 70 mil mortes. Até os dias de hoje, a população do Sri Lanka sofre com ataques terroristas dos Tigres em regiões isoladas do país e com os contra-ataques do governo.

No final de dezembro de 2004, o tsunami matou 31 mil pessoas, deixando mais de 6.300 desaparecidos e 443 mil desabrigados. O desastre afetou também a pequena economia do país. Os gastos do governo com a reconstrução do país diminuíram o crescimento econômico da nação.

*Sânscrito (संस्कृतम् saṃskṛtam [səskɹ̩t̪əm] , originalmente संस्कृता वाक् Samskrta vak ", fala refinada"), é uma histórica língua indo-ariana e a principal língua litúrgica do hinduísmo , jainismo e budismo mahayana .

**O subcontinente indiano é a região peninsular do Sul da Ásia, onde se situam os estados da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão. Por razões culturais e tectônicas, a ilha do Sri Lanka e as Maldivas podem também considerar-se como pertencentes ao Subcontinente.

População

O povo cingalês está bastante dividido em etnias. A maioria da população (74%) é da etnia cingalesa, que chegou à região no século VI a.C. Os demais grupos são etnias minoritárias: 18% de tâmis; 7% de "mouriscos do Ceilão" (descendentes de mercadores árabes); 1% de burgher (descendentes de colonos holandeses e portugueses); maleses (originários da Malásia) e veddas (aborígines).

Cada uma dessas etnias tem uma língua própria. Mais de 90% da população é alfabetizada e o desemprego é pequeno. Cerca de 800 mil cingaleses trabalham no exterior, 90% deles no Oriente Médio.

Pode-se dizer que o Sri Lanka é uma nação predominantemente budista. O budismo não é a religião oficial, mas é bastante estimado pelo governo.

Economia

A economia do Sri Lanka é baseada na exportação de produtos primários como chá, coco, borracha, grafite e produtos têxteis. Sua privilegiada posição geográfica faz do país um dos principais portos do Oceano Índico. O turismo é outra importante fonte econômica do país, mesmo após a guerra civil e o tsunami terem devastado o país.

30º Tunísia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou ao território da Tunísia no final do século I d.C., tendo sido profundamente marcado pelo cisma donatista, um importante movimento herético desencadeado pelo bispo Donato de Cartago no século IV. Acredita-se também que um dos mais importantes personagens da Igreja no mundo antigo, Santo Agostinho de Hipona, viveu e estudou na atual Tunísia. A antiga cidade de Cartago foi a capital africana do Império Bizantino, ou seja, o centro do cristianismo nesse continente, pelo menos até o século VII.

Embora o islamismo tenha varrido a Tunísia no século VII, o cristianismo ainda conseguiu sobreviver na região por mais 300 anos. No século XIII, uma nova igreja foi implantada no país por missionários franciscanos e dominicanos.

A maioria dos cristãos existentes no país hoje é composta de católicos franceses e refugiados libaneses; já os cristãos tunisianos somam uma parcela muito diminuta da população. O cristianismo é a segunda maior religião do país, com aproximadamente 25 mil membros, 88% católicos romanos.

A Perseguição

A constituição prevê a liberdade e prática de ritos religiosos, mas determina o islamismo como a religião oficial do Estado, tanto que o presidente do país deve ser muçulmano.

O governo não permite o estabelecimento de partidos políticos com base na religião. É estritamente proibido o proselitismo entre os muçulmanos; os muçulmanos que se convertem a outras religiões enfrentam o ostracismo e a exclusão social.

O governo considera legítimas as igrejas fundadas antes da independência do país em 1956, mas as que foram fundadas após esse período enfrentam duras restrições.

História e Política

A Tunísia situa-se entre a Líbia e a Argélia, na costa mediterrânea africana. Suas montanhas na região norte - algumas com mais de 1.500 m de altitude - são entremeadas por vales e planícies férteis. Caminhando em direção ao sul do país, as montanhas dão lugar a um planalto que, gradualmente, perde altitude até alcançar uma série de lagos de água salgada. A metade sul do território tunisiano faz parte do deserto do Saara.

O norte do país possui um clima mediterrâneo que se torna gradativamente mais quente e seco, à medida que se caminha em direção ao sul. Possivelmente o nome, Tunis, deriva da palavra fenícia Tanith, em referência a uma deusa lunar fenícia. Há também a hipótese de que seu nome viria do árabe, tenese, que significa “acampamento noturno ou pousada”.

Os fenícios colonizaram a Tunísia por volta do ano 1000 a.C., estabelecendo na cidade de Cartago um importante entreposto comercial para o Mediterrâneo. Cartago foi por séculos a maior potência marítima do Mediterrâneo, tendo se desenvolvido nas artes, na ciência e nos assuntos político-militares; é considerada pelos historiadores da antiguidade como um dos maiores rivais militares que o Império Romano enfrentou. Por volta de 146 a.C., os romanos conquistaram Cartago através das conhecidas guerras púnicas (os romanos chamavam os cartagineses de Punici, ou seja, aqueles de ascendência fenícia), anexando-a ao seu império, o que permitiu, mais tarde, que o cristianismo chegasse à Tunísia pouco tempo depois de seu surgimento.

Os exércitos islâmicos dominaram a região e grande parte do norte da África no século VII, pouco tempo depois de seu surgimento na península arábica, transformando a cidade de Tunis (capital do país) o mais importante centro religioso islâmico do norte da África e erradicando quase completamente toda a influência cristã naquela área.

O domínio muçulmano perdurou por vários séculos, até que os conflitos com nações europeias tiveram início. No século XVI, a Tunísia foi anexada ao Império Turco-Otomano e, no século XIX, tornou-se protetorado francês.

Após a Segunda Guerra Mundial, o sentimento nacionalista floresceu no país, que conseguiu dos franceses a sua independência em 1956. Nos primeiros anos de sua independência, a Tunísia declarou-se como uma república e entrou em conflito com a França inúmeras vezes. Com o passar do tempo, a estabilidade foi finalmente alcançada e o país pôde dar continuidade à sua aproximação do mundo árabe.

As revoltas (conhecidas como “revolução jasmim e posteriormente como primavera árabe”) ocorridas no mundo árabe nos últimos meses tiveram início na Tunísia, resultando na queda do então presidente do país, havia 24 anos, Ben Ali.

Atualmente, a Tunísia é uma república com forma mista de governo, ou seja, possui um presidente, um primeiro-ministro e uma Assembleia Nacional. O atual presidente do país é Moncef Marzouki.

População

Aproximadamente 10,6 milhões de pessoas vivem na Tunísia e 67% da população concentra-se nos centros urbanos. Túnis é a capital e a maior e mais populosa cidade do país. Quase três quartos da população habitam as regiões costeiras, enquanto os desertos ao sul abrigam somente 30% dos tunisianos, apesar de compreender 70% do território. Etnicamente, a maioria da população é árabe, mas há a presença de minorias berberes e europeias.

Aproximadamente um terço dos habitantes tem idade inferior a 15 anos. A educação é gratuita e a Universidade de Túnis tem mais de 100 mil estudantes. Apesar disso, mais da metade da população adulta não possui educação formal e o índice de analfabetismo chega a quase 30%. Praticamente todos os tunisianos são muçulmanos, a maioria de tradição sunita. Ainda assim, há minorias de judeus e de cristãos.

Economia

A economia da Tunísia é composta de diversos setores, como agricultura, mineração, energia, turismo e manufaturas, mas, como a maioria dos países localizados no norte da África, a economia da Tunísia é dominada pelo petróleo. O subemprego e o desemprego são graves problemas sociais. Espera-se que, com o novo governo, sejam implementadas reformas econômicas e o desemprego e a desigualdade social diminuam.

31º Butão

Os cristãos são forçados a se reunir secretamente. Aqueles que se convertem ao cristianismo enfrentam oposição da família e da comunidade
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O Butão permaneceu fechado ao cristianismo até 1965. Pelo testemunho fiel de cristãos no interior do país e na fronteira com a Índia, o número de convertidos cresceu de forma considerável nos últimos 25 anos. Infelizmente, o aumento nas conversões trouxe restrições.

Em 1969, a Assembleia Nacional aprovou uma resolução que afirma que nenhuma outra religião, além do budismo e o hinduísmo, seria reconhecida no país. Uma década depois, ela aprovou a legislação que proíbe outras religiões de evangelizar, embora as atividades privadas sejam permitidas.

Desde outubro de 2000, o governo do Butão parece ter empreendido uma campanha contra a minoria cristã no país.

Como os templos para igrejas são ilegais, os cristãos reúnem-se em casas. As pesquisas variam quanto à estimativa da população cristã. Acredita-se haver entre 7 e 10 mil convertidos no país, cuja maioria está na capital, Timphu. Enquanto a maioria deles é pentecostal, as igrejas domésticas e as redes às quais pertencem são independentes umas das outras.

Poucos esforços evangelísticos são realizados para com a etnia drukpa, que compreende 68% da população. Há poucos convertidos entre eles; um líder cristão afirma haver não mais que 700 drukpas convertidos no país. Os poucos grupos e igrejas missionários que operam no Butão estão mais concentrados na etnia lhotshampa, mais receptiva – etnia de ascendência nepalesa.

Infelizmente, desunião e desconfiança flagelam a Igreja butanesa. Há a formação de zonas de influência e também existe suspeita entre os grupos das Igrejas. Alguns praticam o chamado "roubo de ovelhas", fazendo discípulos entre os que já são convertidos. Há grande necessidade de líderes treinados.

A Perseguição

A perseguição no Butão não é sistemática. Atrocidades, como agressões físicas e prisões, são esporádicas. Existe discriminação das autoridades para com obreiros cristãos, mas não é elevada. Os cristãos butaneses sofrem pressão a partir de três fontes principais: o governo, a sociedade e o budismo. Atualmente, esta vertente budista Drukpa Kagyupa ainda é a religião oficial do país. Ela vigora no Butão desde o século XIII.

Os inúmeros mosteiros com seus milhares de monges desempenham um papel importante de centros da mais elevada cultura, mantendo vivas as tradições. Os monges são requisitados para atuar como médicos e para celebrar a maioria dos eventos sociais, como casamentos e funerais. Além disso, eles também são convocados para analisar horóscopos e para realizar os importantes rituais religiosos ligados a cada detalhe da vida cotidiana butanesa.

A influência dos mosteiros e dos monges na sociedade cria uma barreira cultural ao evangelho. Divulgar qualquer outra religião sob qualquer forma é um ato ilegal. O governo pressiona os cristãos para que se convertam ao budismo. Aqueles que se recusam são discriminados e passam por um tempo difícil, quando têm seus documentos ou licenças retidos. As crianças cristãs também sofrem na escola por causa de sua fé. Além de ser marginalizada socialmente, a Igreja butanesa é alvo frequente da perseguição do governo.

Só se permite que os convertidos pratiquem sua fé em reuniões particulares nas casas, mas não a ponto de propagar a fé, nem de construir templos. Os edifícios das igrejas podem ser derrubados sem nenhum motivo e acusações falsas às vezes são feitas contra cristãos. Pastores e evangelistas já foram detidos, encarcerados, torturados e mortos.

A maior parte da perseguição acontece em áreas onde os monges budistas opõem-se à presença de cristãos. Isto tem forçado os convertidos a reunir-se de forma secreta, limitando suas atividades para não despertar a raiva dos monges budistas.

História e Política

Conhecido como Druk-Yul ou "A Terra do Dragão Rugidor", o pequeno reino do Butão está localizado no alto da Cordilheira do Himalaia, em uma encosta, seis mil metros abaixo das altas montanhas cobertas de neve que o separam do Tibete, uma das cinco regiões autônomas da China. O nome Butão significa “País Alto” no idioma local.

A ocupação do Butão ocorreu ao longo dos séculos, a partir de uma série de ondas migratórias provenientes das áreas vizinhas, especialmente do Tibete. A tradição situa o início da história do Butão no século VII, quando o rei tibetano Songtsen Gampo construiu os primeiros templos budistas nos vales de Paro e de Bumthang. No século VIII, introduziu-se o budismo tântrico*  pelo Guru Rimpoche, "O Mestre Precioso", considerado o segundo Buda na hierarquia tibetana e butanesa. Os séculos IX e X são de grande turbulência política no Tibete e muitos aristocratas vieram instalar-se nos vales do Butão, onde estabeleceram o seu poder feudal.

A história do país está intrinsecamente ligada às atividades religiosas. No Butão estabeleceram-se duas correntes do budismo, embora antagônicas. A sua coexistência foi interrompida pelo príncipe tibetano Ngawang Namgyel, que, fugindo do Tibete, no século XVII, unificou o Butão com o apoio da seita Drukpa, tornando-se o primeiro Shabdrung (título atribuído aos grandes líderes) do Butão – "aquele a cujos pés todos se prostram". Ele mandou construir as mais importantes fortalezas do país, que serviram para impedir as invasões mongóis e tibetanas. A partir do seu reinado estabeleceu-se um sistema político e religioso que vigorou até 1907, em que o poder foi administrado por duas entidades, uma temporal e outra religiosa, sob a supervisão do Shabdrung.

Um desses governadores, o "Penlop" de Tongsa, Ugyen Wangchuck, que já controlava o Butão central e oriental, conseguiu dominar os seus opositores de Thimbu e, assim, implantar a sua influência sobre todo o país. Em 1907 foi coroado rei do Butão, após consultas ao clero, à aristocracia e ao povo, e com a aliança dos ingleses. Foi assim criada a monarquia hereditária que hoje vigora.

Em 1950 a China Comunista invadiu o Tibete, reclamando para si o reino do Butão, por considerá-lo parte integrante do Tibete. A Índia discordou desse posicionamento do governo chinês, assegurando dessa forma a independência política do reino do Butão. O país viveu isolado do mundo durante muitos séculos, como uma forma de preservar a cultura budista de influências estrangeiras.

Atualmente o Butão está em um período de transição entre a monarquia budista absoluta e a democracia multipartidária. Entretanto, muitos butaneses gostariam que o rei Jigme permanecesse no poder.

Segundo uma pesquisa feita em 2005 pelo Centro de Estudos do Butão, 68% da população está muito satisfeita com sua vida.

A primeira Constituição do país foi ratificada em julho de 2008. Ela é baseada em princípios budistas, e sua teologia se materializa na forma de um compromisso do Estado em maximizar "a felicidade geral da nação". Direitos e responsabilidades expressos na Constituição são provenientes, em sua maioria, da cultura budista.

*O Budismo Tântrico surgiu no século VI e tem como base os textos conhecidos como Tantras. As suas bases fundamentais são a meditação, o ritual, o simbolismo e a magia.

População

A população divide-se em quatro culturas principais: tibetana, indiana, sul-asiática e nepalesa. Na década de 1990 eclodiram conflitos étnicos no país, quando seus habitantes de origem nepalesa reivindicaram direitos iguais aos demais cidadãos butaneses.

Nas décadas de 1980 e 1990, milhares de butaneses de origem nepalesa praticantes do hinduísmo se refugiaram na Índia e no Nepal, devido à pressão do governo, que, de maneira arbitrária, impunha sobre a população a cultura, costumes e religião butaneses. Essa etnia compõe atualmente cerca de 35% da população butanesa.

Economia

A área central do Butão é seu coração cultural e econômico. A política governamental segue a receita de um desenvolvimento sustentável que permite a preservação dos recursos naturais.

Quase toda a população está envolvida na pecuária e na agricultura de subsistência, sendo o arroz a principal cultura. No que concerne ao meio ambiente, o país tem sido considerado um dos mais ricos do mundo, mas isto não repercute em sua economia.

Montanhas pedregosas dominam o terreno e dificultam a construção de estradas e outros tipos de infraestrutura.
A economia butanesa é alinhada à da Índia, através de forte comércio e laços monetários. O Butão também depende da assistência financeira da Índia.

32º Argélia

Os cristãos evangélicos são vistos como um perigo para o país
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou à Argélia ainda no século I e alguns dos mais proeminentes teólogos da Igreja primitiva vieram deste país: Tertuliano, Cipriano e Agostinho. Disputas, revoltas berberes e ataques de vândalos enfraqueceram a Igreja argelina no século V. Já no ano 700, a invasão dos exércitos islâmicos reduziu a Igreja de maneira significativa, mas a chegada dos colonizadores franceses, no início do século XIX, permitiu um rápido crescimento. No entanto, com a saída dos franceses do país, a Igreja novamente entrou em declínio.

Atualmente, cerca de um terço dos cristãos da Argélia é estrangeiro. Apesar de haver milhares de cristãos argelinos, eles representam menos que 0,5% da população e organizam cultos em reuniões secretas nos lares.

Por motivos de segurança, principalmente durante a guerra civil, os cristãos se concentraram majoritariamente nas cidades de Oran e Anaba (conhecida como Hipona, cidade onde faleceu Santo Agostinho), na metade da década de 1990.

O evangelismo fez crescer a comunidade cristã na Cabília, norte do país. Notoriamente cresceu o número de igrejas domésticas, nas casas de membros da comunidade cristã, onde os cristãos se reúnem secretamente, por medo de se expor ou por não possuir dinheiro para construir uma igreja. Relatos sugerem que os cidadãos, não os estrangeiros, organizam suas atividades de evangelismo na Cabília.

A perseguição

O islamismo de tradição sunita é a religião oficial do país e testemunhos cristãos não são permitidos. Em março de 2006, foi aprovado o Decreto 06-03, que restringe cultos não islâmicos.  A constituição do país prevê a liberdade de crença e de opinião, permitindo aos cidadãos estabelecer instituições cujos objetivos incluem a proteção das liberdades fundamentais do cidadão.

Essa mesma Constituição, porém, declara o Islã como religião do Estado, proibindo as instituições de comportamentos incompatíveis com a moral islâmica de atuarem no país. Outras leis e regulamentos preveem aos não muçulmanos a liberdade de praticar sua religião, contanto que esteja de acordo com a ordem pública, a moralidade e o respeito aos direitos e às liberdades fundamentais de outrem. A lei proíbe a conversão de muçulmanos a outras religiões.

Autoridades do governo afirmam que o decreto-lei destina-se a aplicar aos não muçulmanos as mesmas restrições que o código penal impõe aos muçulmanos. Radicais muçulmanos perseguem e ameaçam a segurança pessoal de alguns dos convertidos ao cristianismo. Terroristas islâmicos continuam a se referir a interpretações dos textos religiosos para justificar o assassinato de membros das forças de segurança e civis. Líderes religiosos muçulmanos e políticos criticam publicamente os atos de violência cometidos em nome do Islã.

História e Política

O nome do país deriva de Al-Djaza' ir, que significa "cavalo com a pata dianteira branca". A região já era habitada e disputada desde o segundo milênio antes de Cristo. Os primitivos habitantes de lá, os berberes, aliaram-se aos fenícios e cartagineses para deter as sucessivas invasões que vinham da África do Norte. Nessa troca entre berberes e civilizações ocidentais, os primeiros forneceram soldados e elefantes de guerra, tendo aprendido a cultivar oliva e videiras para a produção de azeite e vinho com os fenícios e cartagineses. Na Antiguidade, as planícies férteis do litoral da Argélia atraíram muitos invasores.

A cidade de Cartago - que hoje faz parte da Tunísia - era um importante centro cívico e cultural, que sucumbiu com toda aquela área diante do Império Romano, ao final das guerras púnicas, no ano de 146 a.C. Lá, Roma estabeleceu duas províncias, Numídia e Mauritânia, onde hoje é o país argelino. Os romanos transformaram o norte da África na região mais rica do Ocidente e a dominaram até o século V, quando vândalos, e depois bizantinos, tomaram o poder. Sob o domínio dos bizantinos o cristianismo foi introduzido na Argélia. No século VII, o islamismo espalhou sua influência por todo o norte da África. Durante esse período, a população argelina tornou-se nômade, com o aumento de imigrantes beduínos. Em 1536, os turco-otomanos estabeleceram-se no poder.

Em 1830, a França invadiu a Argélia, com a intenção de dominar o seu litoral. Do interior do país veio a resistência, sob o comando do emir Abd el-Kader. Ele reconquistou algumas cidades que estavam sob domínio francês, mas foi posteriormente derrotado, em 1853, tendo se exilado em Damasco. A França consolidou o domínio da Argélia, onde permaneceu como colonizadora. Depois de mais de um século de regimento francês, os argelinos lutaram pela independência durante a maior parte da década de 1950, para finalmente alcançá-la, em 3 de julho de 1962. O primeiro partido político da Argélia, a Frente de Libertação Nacional (FLN), tem dominado desde então.

O sucesso da Frente para Libertação Islâmica (FIS) no primeiro turno das eleições de 1991 levou o Exército argelino a intervir e adiar o segundo turno, de forma a prevenir o que a elite secular temia: um governo extremista no poder. O Exército começou a pressionar o FIS, o que levou seus apoiadores a atacar lugares públicos.

Posteriormente, o governo permitiu eleições, apresentando partidos pró-governistas e religiosos moderados. Mas ele não conteve os ativistas, que intensificavam seus ataques. A luta contra eles virou rebelião, culminando na guerra civil de 1992-1998, que resultou em mais de cem mil mortes –  muitas delas atribuídas aos extremistas, que massacravam vilas.

População

Embora quase todos os argelinos sejam de origem berbere (não árabe), apenas uma minoria se identifica como berbere: cerca de 15% da população total. Essas pessoas vivem principalmente na região montanhosa de Cabília, leste de Argel (capital do país). Os berberes também são muçulmanos, mas se identificam muito mais com sua cultura berbere do que com a árabe. Cerca de 99% da população argelina é muçulmana.

Economia

A economia da Argélia continua sendo em grande parte controlada pelo Estado, assim como foi em seu período de governo socialista. Após a queda do comunismo, na década de 1990, houve uma maior abertura da economia do país, mas nos últimos anos o governo impôs novas restrições à privatização de empresas estatais.

A Argélia tem a oitava maior reserva de gás natural e é o quarto maior exportador do mundo nesse gênero. O setor de hidrocarbonetos é o pilar da economia argelina, responsável por 30% do PIB e 95% da exportação do país. O governo tem se esforçado para diversificar a economia do país, tirando o foco da indústria de hidrocarboneto, para atrair investimentos financeiros estrangeiros e domésticos, diminuir a pobreza e o desemprego entre os jovens.

33º Mali

Mali 07º

História e Política

País da África Ocidental, o Mali faz fronteira com Mauritânia, Argélia, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Burkina Faso e Níger. O que se sabe sobre a história desse país é que ele foi palco de antigos reinos africanos como o Império Gana. Populações teriam migrado do deserto do Saara para a região do vale do Níger há 5 mil anos. No século 11 os berberes almorávidas começaram a islamizar a África Ocidental. Nos séculos 15 e 16 desenvolve-se na região o Império Songhai que se tornaria um dos centros de difusão islâmica. Seu território foi dominado pelos franceses no século 19 e torna-se parte do "Sudão Francês".

O país se torna independente do domínio francês e é transformado em uma república em 1960. De 1968 a 1991 o país fica sob o comando ditatorial de Moussa Traoré. A década de 1990 seria particularmente difícil para a população mali devido aos diversos conflitos entre forças do governo e rebeldes tuaregs que lutam por seus direitos. As primeiras eleições democráticas do país foram realizadas em 1992.

Atualmente o Mali enfrenta duas grandes ameaças. A primeira diz respeito aos grupos separatistas que querem dividir o país entre sul (rico e desenvolvido) e norte (pobre). A segunda ameaça são os grupos radicais islâmicos que atuam na região do Sahel. No início de 2012 vários grupos rebeldes lutaram no norte do Mali pela independência de seus territórios ou por uma maior autonomia.

Esses conflitos resultaram na queda do então presidente Amadou Toumani Touré (golpe de Estado) quando os militares tomaram o poder alegando que Touré era incapaz de barrar as revoltas rebeldes e os ataques de grupos terroristas. O novo presidente do país é Ibrahim Boubacar Keita, eleito democraticamente em agosto de 2013.

População

O Mali é um país de composição multiétnica, há pelo menos 5 grandes grupos étnicos dentro do país, o que por um lado é bom por ter uma cultura diversificada, mas por outro é um fator de estranhamento e conflito entre os grupos quando seus interesses políticos e econômicos são diferentes. Cerca de 65% de sua população vive em áreas rurais e o maior centro urbano do país é a capital Bamako com mais de 1,5 milhões de habitantes. O Mali tem uma das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo, pouco mais de 10%. O Francês é o idioma oficial do país, mas o mais falado é o Bambara um dialeto local.

34º Territórios Palestinos

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo existe na região desde a época de Cristo. Os primeiros "cristãos" foram os judeus que viviam na Palestina (Judeia) e creram em Jesus; depois, foram os convertidos que se mudaram para a "Terra Santa". Sob a autoridade islâmica, os cristãos sempre foram uma minoria, mas com o direito de viver e praticar sua religião.

Do trabalho de missões estrangeiras no Oriente Médio nasceu a igreja evangélica, que difere das igrejas tradicionais no que diz respeito à pregação do evangelho. As igrejas tradicionais não tentam evangelizar os muçulmanos, ao passo que as evangélicas creem que o evangelho deve ser compartilhado com todos.

Integrar-se às igrejas tradicionais não é fácil. Assim, os convertidos acabam se reunindo em congregações separadas, quase sempre fazendo seus cultos em secreto.

A Perseguição

A perseguição que os cristãos sofrem nos Territórios Palestinos se deve mais à guerra e ao aumento do radicalismo islâmico por grupos como o Hamas.

A Autoridade Nacional Palestina não possui Constituição, mas a Lei Básica respeita a existência de outros grupos religiosos e a liderança geralmente considera isso também. Contudo, a Lei Básica afirma que o islamismo é a religião oficial e que os princípios da Sharia (lei islâmica) devem ser a principal fonte da legislação. O mesmo ocorre nos territórios dominados pelo Estado de Israel: a Lei Básica Israelense respeita a existência de outros grupos religiosos, mas na prática favorece grupos judeus ortodoxos, em detrimento de outras minorias religiosas, declarando-se um "Estado Judeu Democrático".

A situação em Gaza é mais difícil do que na Cisjordânia. Além das difíceis condições de vida, os cristãos sentem-se ameaçados pelo governo do Hamas.

A Igreja Batista de Gaza, dirigida pelo pastor Hanna, foi pega em meio ao fogo cruzado. Ela já foi invadida pelo Hamas nos conflitos de 2007 contra o Fatah e bombardeada durante os conflitos entre Israel e Hamas, em 2008-2009.

História e Política

O território conhecido hoje como Palestina, ou Territórios Ocupados Palestinos, é formado por duas regiões distintas: a Cisjordânia, ao norte do Mar Morto, fazendo fronteira com a Jordânia; e a Faixa de Gaza, na costa do Mar Mediterrâneo, fazendo fronteira com o Egito. Seu nome deriva do grego Palaistine ou Philistia, que significa "invadir", em referência aos filisteus, que, na antiguidade, invadiram e habitaram (século XII a.C) o território pertencente aos cananeus. Os romanos adotaram a terminologia para se referir à sua província judaica, anteriormente conhecida como Judeia, mas a chamavam de Siria-Palaestina, por considerá-la parte da província da Síria. Após a perda da "terra santa" pelos cruzados europeus, a região ficou conhecida como Palestina*.

A história da Palestina é geralmente ligada à dos fenícios, sírios e hebreus. Essa região foi conquistada e habitada por diversos povos, como egípcios, filisteus, hebreus assírios, babilônios, persas, macedônios, sírios selêucidas, Império Romano, bizantinos (Império Romano do Oriente) e pelos árabes muçulmanos no século VII d.C. Devido à sua posição estratégica de passagem entre a Ásia e a África, essa região tem sua história marcada por conflitos e disputas entre impérios. Durante os séculos I e II d.C., sob o domínio romano, diversas revoltas aconteceram na Palestina, o que levou à dispersão do povo judeu para outras regiões (diáspora) dominadas pelo Império Romano e à destruição do segundo templo em Jerusalém. Do século XVI ao início do XX, a Palestina foi dominada pelo império Turco-Otomano, tendo ficdo sob a administração da Grã-Bretanha ao final da Primeira Guerra Mundial.

No final do século XIX, imigrantes judeus começaram a chegar à Palestina, impulsionados principalmente pelo movimento Sionista**  de retorno à terra dos seus antepassados e patriarcas da fé judaica. Após a Segunda Guerra Mundial, em que milhares de judeus foram brutalmente perseguidos e assassinados na Europa pelos nazistas, a pressão sobre as grandes potências pela criação de um Estado-Nação para os judeus aumentou significativamente. Em maio de 1948 foi criado o Estado de Israel.

Desde então, ocorreram várias guerras e conflitos entre árabes e israelenses (1948 - Guerra de Independência; 1967-Guerra dos Seis Dias e 1973 - Guerra do Yom Kippur), nas quais diversas potências árabes tiveram participação ativa (Egito, Síria, Líbano, Transjordânia). Além disso, diversas resoluções da ONU foram criadas e acordos, traçados (Camp David), para solucionar o impasse que gira em torno da questão da divisão do território entre palestinos e judeus. Nos últimos 30 anos, as intifadas e revoltas geradas por grupos extremistas têm sido o principal pesadelo de Israel, dificultando os acordos de paz. O fato é que há intransigência tanto de um lado quanto de outro.

Depois de uma série de acordos assinados entre 1994 e 1999, Israel transferiu à Autoridade Palestina a responsabilidade pelas áreas povoadas por palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

As negociações para determinar o status permanente dessas duas regiões, entretanto, culminaram na intifada (revolta) dos palestinos, em setembro de 2000, porque forças israelenses reocuparam áreas controladas por palestinos. Depois da morte do líder palestino Yasser Arafat, em 2004, Mahmud Abbas, do partido Fatah, foi eleito presidente da Autoridade Palestina em janeiro de 2005.

Um ano depois, o Movimento de Resistência Islâmico, Hamas, ganhou o controle do Conselho Legislativo Palestino. A comunidade internacional recusa-se a aceitar o governo do Hamas, que não reconhece o Estado de Israel, não abre mão da violência e não honra acordos de paz previamente feitos entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina. O relacionamento entre o governo de Mahmud Abbas (presidente da Autoridade Nacional Palestina) e o Hamas tem sido marcado por conflitos e acordos desrespeitados, o que tem custado caro aos civis palestinos, que acabam feridos e até mortos durante os embates.

A data proposta para se firmar esse acordo de status permanente foi adiada indefinidamente por causa da violência e de acusações feitas por ambos os lados envolvidos.

*Historicamente o termo Palestina abrange todo o território que hoje está dividido entre o Estado de Israel e as áreas habitadas por árabes palestinos, "Faixa de Gaza e Cisjordania", respectivamente sob o governo do Hamas e da Autoridade Nacional Palestina.

**Sionismo deriva da palavra Sião ou Zion, que é um dos termos bíblicos dados à cidade de Jerusalém. Portanto, o principal objetivo desse movimento era o retorno dos judeus a Sião (Palestina), que histórica e culturalmente pertencera a seus antepassados, antes de destruição do primeiro templo judeu em 586 A.C e do exílio na Babilônia. SHLAIM, Avi. A Muralha de Ferro.
Segundo a definição do Wikipédia: O Sionismo é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel).

População

A população nos Territórios Palestinos está dividida em dois principais grupos étnicos: os judeus e os árabes. A demografia foi dividida em dois territórios distintos: a  Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A população da Cisjordânia (senso 2004) é estimada em 2.535.927.

Estima-se que 187 mil colonos israelenses estão na Cisjordânia, nos chamados assentamentos judeus. A taxa de crescimento da população, de acordo com o senso de 2007, é 2,98%. Os árabes constituem 83% da população; os judeus compreendem 17%. O Islã é a religião predominante e 75% da população são os seguidores do Islã; 17% são judeus e 8%, cristãos.

Na Faixa de Gaza, a população total é de 1.080.000. A taxa de crescimento populacional é 3,71%. Principais grupos étnicos são os árabes palestinos, que compõem 99,4% da população, e judeus, que constituem os restantes 0,6%. Na população, 98,7% são muçulmanos, 0,7% são cristãos e os judeus são 0,6%.

Economia

A situação de conflitos constantes entre israelenses e palestinos gera ao governo palestino muitos problemas, impedindo seu crescimento econômico. O setor mais expressivo da economia palestina é o da produção de alimentos, mas sua economia é muito dependente de ajuda financeira externa. O comércio palestino é muito prejudicado pelo rígido controle

*Os Territórios Palestinianos compreendem três regiões não contíguas - a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Após a extinção do Mandato Britânico da Palestina, esses territórios foram capturados e ocupados pela Jordânia e pelo Egito durante a Guerra árabe-israelense de 1948. Durante a Guerra dos seis dias (1967), foram ocupados por Israel.

35º Emirados Árabes Unidos

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo teria chegado ao país quando da dominação portuguesa, no século XVI, mas isso não é comprovado historicamente.

Praticamente 100% dos cristãos nos EAU são estrangeiros. Há 33 igrejas no país - evangélicas, católicas e ortodoxas - onde esses cristãos podem se reunir. Essas igrejas foram construídas em terrenos doados pelas famílias que governam os emirados. Ao receber essa doação, a denominação adquire o reconhecimento do governo.

Em alguns casos, os templos são construídos próximos uns dos outros, ou em lugares distantes da zona residencial onde os membros das congregações vivem. Isso afeta a participação das pessoas nos cultos. Mesmo assim, algumas igrejas ficam superlotadas em ocasiões especiais e têm de realizar o culto a céu aberto, dadas as limitações de espaço. Quatro emirados têm escolas cristãs de ensino fundamental e médio.

O Emirado de Abu Dhabi e o de Dubai doaram terrenos para a construção de cemitérios cristãos.

A perseguição

A Constituição prevê liberdade religiosa; o governo, de modo geral, respeita esse direito. No entanto, há algumas restrições. O islamismo é a religião oficial dos sete emirados. Há dois sistemas legais: o da sharia (lei islâmica) para as varas criminal e familiar; e o secular para a vara civil. As igrejas não têm permissão para exibir uma cruz ou colocar sinos fora de sua propriedade. Entretanto, o governo não interfere no terreno que a igreja ocupa.

As congregações aceitam convertidos de todas as religiões, exceto do islamismo, porque a lei não reconhece e nem permite conversão de muçulmanos a outra crença. De acordo com a sharia, homens muçulmanos podem se casar com cristãs ou judias. Entretanto, mulheres muçulmanas não podem se casar com não-muçulmanos, a menos que eles se convertam.

Como o islamismo não valida o casamento entre um não-muçulmano e uma muçulmana, as duas partes podem estar sujeitas a detenção, julgamento e prisão sob o delito de fornicação. Entretanto, não há relatos de tais penas sendo aplicadas. A importação de materiais religiosos não-islâmicos é proibida. As autoridades alfandegárias, porém, mostram-se mais tolerantes com a importação de itens cristãos do que com os de outras religiões.

É proibida qualquer atividade religiosa que possa interferir no islamismo, como a distribuição de folhetos evangelísticos perto de uma mesquita ou em outros lugares públicos designados. O único provedor de internet do país, o Etisalat, ocasionalmente bloqueia sites que contêm informação religiosa, como dados sobre a fé baha"i, críticas negativas sobre o islamismo e testemunhos de muçulmanos que se converteram ao cristianismo.

História e Política

Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são uma federação formada por sete Estados Árabes, cada um deles chefiado por um Emir* , daí o nome do país. Eles se encontram na Península Arábica e são banhados tanto pelo Golfo Pérsico como pelo Golfo de Omã. Quase toda a extensão dos Emirados está no deserto de Rub al-Khali. Na zona costeira está localizada a maior parte das jazidas de petróleo. Os sete estados que formam os Emirados são: Abu Dhabi, Dubai, Ajman, Fujairah, Ras al-Khaimah, Sharjah e Umm al-Qaiwain.

A primeira ocupação humana na região data de aproximadamente 7.500 anos. Seus habitantes tinham contato com outros povos da região, especialmente do norte, com quem possivelmente comercializavam cobre. À medida que o clima se tornava mais favorável, investiam na agricultura. Ao mesmo tempo, a descoberta de novas técnicas de irrigação (irrigação falaj) possibilitou a irrigação extensiva de áreas agrícolas, resultando numa verdadeira explosão de fixação humana na região no decorrer de sua história.

Por volta do primeiro século d.C., o tráfico terrestre entre a Síria e cidades do sul do Iraque começou, seguido pela viagem marítima ao importante porto de Omana (hoje em dia, chama-se Umm al Qaywayn) e, daí, para a Índia, sendo uma alternativa para a rota do Mar Vermelho usada pelos romanos. Pérolas haviam sido exploradas na região durante milênios, mas nesse momento, o comércio atingiu novos patamares. Viagens marítimas também foram um apoio e feiras importantes foram feitas em Dibba, trazendo mercadores de regiões longínquas, como a China.

Os árabes chegaram à região por volta do ano 630 d.C. e, com eles, o islamismo. Em pouco tempo a região tinha aderido à nova religião. No século XVI os portugueses, através das grandes navegações, dominaram essa região. O domínio português durou cerca de 150 anos. Em 1820, a Grã-Bretanha entrou em atrito com vários líderes na área para proteger os seus navios no Golfo e no Oceano Índico, o que gerou grandes batalhas navais entre os britânicos e os árabes. No final do século XIX, um tratado entre a Grã-Bretanha e os principais xeques do golfo Pérsico deu aos britânicos o controle sobre os Emirados.

Havia pouco interesse na região, até que as jazidas de petróleo foram descobertas em Abu Dhabi, em 1958. Dez anos mais tarde, a Grã-Bretanha retirou suas tropas da região. Os xeques se uniram e, em 1971, os EAU se tornaram um Estado independente.

A política de governo dos Emirados é dividida em: Conselho Supremo, Conselho de Ministros, Conselho Nacional Federal e Sistema Judiciário Federal. O Conselho Supremo é composto pelos governantes de cada um dos Emirados e é o responsável pela escolha do presidente. O Conselho de Ministros é a autoridade executiva do país, encabeçado pelo primeiro-ministro. O Conselho Nacional Federal desempenha uma função mais legislativa e o Sistema Judiciário Federal atua como o equivalente ao poder judiciário.

*Emir (por vezes escrito como Amir, do árabe comandante) é um título de nobreza historicamente usado nas nações islâmicas do Médio Oriente e Norte da África. Originalmente foi um título de honra atribuído aos descendentes de Maomé; séculos depois tornou-se utilizado em vários contextos, para se referir a chefes e nobres, por exemplo, como no caso dos Beduínos da Arábia e do Império Otomano.

População

A população é eminentemente urbana, concentrando-se nas cidades do litoral e em alguns oásis do interior. Os principais núcleos urbanos são a capital, Dubai e Sharja. Os grupos étnicos que compõem os Emirados Árabes Unidos consistem de várias tribos do Sul da Ásia, que formam quase metade da população. Além deles, há muitos ocidentais e asiáticos no país, que compreendem quase 8% da população total.

Os emiratis e outras tribos árabes, iranianos e seus clãs também constituem uma parte importante da população do país, cerca de 30 a 40%.  Há também os palestinos, jordanianos e egípcios. A fusão de variados costumes, culturas e tradições dos grupos étnicos nos Emirados Árabes Unidos fizeram o ambiente cultural do país extremamente rico. 96% da população do país é muçulmana, 78%, alfabetizada e 88% é urbana.

Economia

Desde a descoberta de poços de petróleo na década de 1950, o desenvolvimento econômico cresceu a passos largos; o país é muito rico em reservas de petróleo e gás natural. Os Emirados Árabes Unidos dedicam especial importância ao desenvolvimento de suas relações econômicas com os outros países do mundo.

O país investe pesado na infraestrutura, construção de prédios e hotéis suntuosos, que fazem do turismo importante fonte de renda. Um dos grandes problemas enfrentados pelos Emirados é a dependência da força de trabalho estrangeira, cerca de 90%. Novos investimentos na indústria têm impulsionado a construção civil, naval, a energia e o varejo.
A população e a indústria local não pagam impostos. Apenas bancos e companhias de energia estrangeiros são taxados.

36º Mauritânia

Os cristãos evangélicos são vistos como um perigo para o país. Muitos líderes de igrejas acreditam que a perseguição irá aumentar em breve
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou à Mauritânia no início do século XX por meio de padres católicos e missionários. Os cristãos não chegam a 1% da população, somando apenas cerca de mil pessoas. Há protestantes na capital, mas eles não têm sido capazes de iniciar nenhum trabalho de peso no país. A maior parte da atividade evangelística é dirigida a trabalhadores imigrantes da África subsaariana.

Não há igreja liderada por mauritanos. Os cristãos do país não conhecem muito do cristianismo e têm princípios bastante influenciados pelo islamismo. Há missionários no país. Todos eles estão envolvidos com o trabalho de organizações não governamentais (ONGs), ou possuem um emprego secular para garantir seu sustento.

A Perseguição

A constituição de 1991 define a Mauritânia como uma nação islâmica; seu artigo 5 afirma: “O Islã é a religião do povo e do Estado”. A lei islâmica (Sharia) é a base da jurisdição em todos os aspectos da sociedade do país. O governo se encarrega de manter o cristianismo longe do povo, proibindo o proselitismo e a impressão e distribuição de materiais cristãos ou mesmo de qualquer outra religião que não a islâmica. A conversão de muçulmanos a outras religiões é estritamente proibida.

A lei diz que a apostasia (abandono do islamismo) resultará na morte do convertido, embora essa sentença não tenha sido executada (formalmente) nos últimos anos. Há também artigos na lei de imprensa que restringem a impressão, a distribuição e a importação de materiais religiosos não islâmicos, embora a posse pessoal desses materiais não seja ilegal.

A divisão da sociedade em tribos e castas dificulta ainda mais a vida dos convertidos. A tribo da qual o indivíduo faz parte é mais importante do que o país, pois as tribos existem bem antes de o país se formar. A atitude de se converter ao cristianismo é vista pela tribo como uma negação dos valores e da identidade do grupo. Isso faz com que alguns não queiram se converter e que os convertidos não queiram revelar sua nova fé.

Novos convertidos são rejeitados pela família e pela tribo, e membros da tribo podem ser encontrados em praticamente qualquer lugar. As pessoas de origem cristã também sofrem opressão severa em sua comunidade.

História e Política

Banhada pelo Atlântico Norte, a Mauritânia está localizada no noroeste da África, entre o Senegal e o Saara Ocidental, possuindo ainda fronteiras com a Argélia e o Mali. O território da Mauritânia abrange mais de um milhão de quilômetros quadrados, uma área equivalente a quatro vezes o Estado de São Paulo. O relevo mauritano é caracterizado principalmente pelas áridas planícies do deserto do Saara, ocorrendo algumas formações montanhosas. O nome do país significa em latim “terra dos mouros”.

Por volta do século III da Era Cristã, tribos de berberes nômades migraram do Marrocos para a Mauritânia. Com a chegada do islamismo ao país no século VII, os berberes foram convertidos à nova religião. Do século VII ao XI, a Mauritânia foi incorporada ao império de Gana; após esse período, o país passou a ser liderado por guerreiros muçulmanos. A islamização da Mauritânia foi um processo gradual que durou certa de 500 anos. Assim como em outros países, o comércio com os árabes muçulmanos foi um facilitador para isso.

No século VIII, os árabes-mouros conquistaram parte da península ibérica, uma região conhecida como Andaluzia; a civilização mouro-muçulmana foi predominante durante a Idade Média nessa região. Seu domínio na Europa acabou quando os reis católicos Isabel de Castela e Fernando de Aragão reconquistaram a cidade de Granada e expulsaram o último remanescente de mouros na região. O termo “mouro” é utilizado não só para se referir aos habitantes do noroeste da África, que são muçulmanos ou falam árabe, mas também a muçulmanos de origem espanhola.

No início do século XIX, a França passou a dominar o rio Senegal e a costa da Mauritânia; no começo do século XX, o país foi declarado protetorado francês. Após a Segunda Guerra Mundial, uma série de reformas no sistema colonial francês levou à independência da Mauritânia (1960) e de países da África Ocidental. A Mauritânia é considerada o último país do mundo a abolir a escravidão, em 1982. De 1976 a 1991, o país se envolveu na guerra do Saara Ocidental: a Mauritânia anexou a parte sul do Saara, enquanto a parte norte ficou sob o domínio do Marrocos. Um grupo nacionalista chamado Frente Polisário se revoltou contra a ocupação de ambos os países, mas devido aos altos gastos com o conflito, a Mauritânia se retirou da guerra em 1979.

Após alguns golpes militares, o país aprovou uma nova constituição em 1991, estabelecendo o multipartidarismo. Atualmente a Mauritânia é uma república, com eleições presidenciais a cada 5 anos.

População

A população da Mauritânia é composta por diferentes grupos étnicos: dois quintos são negros africanos, 30% é composta por mouros descendentes diretos dos berberes e, por último, existem no país os árabes, que são, em sua maioria, nômades, representando dois terços da população.

Economia

A economia da Mauritânia está dividida entre o setor agrícola e uma indústria moderna de mineração. A maior parte da população do país sobrevive através da agricultura e da pecuária; cerca de 60% dependem de cultivo de plantações e da pastagem do gado.

O país é muito rico em minério e ferro, representando quase 50% das exportações do país. A descoberta de poços de petróleo em 2001 trouxe ao país uma nova fonte de renda e a possibilidade da criação de mais empregos.

37º China

A perseguição ao cristianismo abrange desde multas e confisco de Bíblias até destruição de templos. Evangelistas são detidos, interrogados, aprisionados e torturados
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Pouco se sabe sobre a história do Cristianismo na China, o que se sabe é que nestorianos* , cristãos da Igreja do Oriente, vieram da Pérsia para a China, pela Rota da Seda. Eles foram os primeiros a apresentar o cristianismo à Dinastia Tang, em 635 d.C.

Um jovem escocês chamado Robert Morrison  foi o primeiro missionário a ir para a China para evangelizar o país. Morrison se empenhou durante toda a sua vida na tradução da bíblia do inglês para o mandarim e na criação de um dicionário inglês-mandarim, que facilitaria a aprendizagem do idioma chinês a outros missionários.

Outro missionário cristão muito importante para a história da igreja chinesa foi Hudson Taylor, inglês que viveu por 51 anos no país e, enquanto esteve lá, empenhou-se na assídua evangelização e ensino da palavra de Deus, principalmente nas áreas mais remotas do país (interior da China). A década de 1950 viu o advento do Movimento Patriótico das Três Autonomias (MPTA), a fim de controlar a Igreja. Os missionários estrangeiros continuaram a sofrer perseguição até saírem completamente da China, em 1952. Muitos líderes cristãos chineses foram enviados a prisão ou campos de trabalho, destinados a executar tarefas humilhantes e degradantes.

*O Nestorianismo é uma doutrina de estudos cristológicos que analisa, sobretudo, a natureza divina de Cristo, fazendo separação entre o Cristo homem e o Cristo Deus, sem, contudo, negar ambas. O criador dessa doutrina foi o monge Nestório de Alexandria (380-451 d.C.), que se tornara Patriarca de Constantinopla em 428 d.C. Nestório foi considerado herege pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.), por afirmar que Maria não era a mãe de Deus, mas apenas de Jesus.

A perseguição

Teoricamente, os cristãos chineses têm direito à liberdade religiosa, mas o espaço para evangelização é limitado. A Constituição afirma que os cidadãos chineses "gozam de liberdade de crença religiosa." Ao mesmo tempo, o Estado proíbe organizações públicas de qualquer religião. Os cristãos não podem se reunir em templos não-registrados e tampouco evangelizar publicamente, não sendo os únicos a ser perseguidos. Em alguns casos, muçulmanos e budistas têm recebido o mesmo tratamento rigoroso dado aos cristãos e é comum que muitas seitas ou grupos religiosos de menor expressão sejam extintos.

O objetivo principal do governo é manter a estabilidade e o poder. Esta é a principal motivação que está por trás do controle populacional, da reforma econômica e da política religiosa chinesa, que consiste em domínio e opressão. O Movimento Patriótico das Três Autonomias (MPTA), também conhecido como Igreja dos Três Poderes, é a Igreja oficial, controlada pelo Partido Comunista. As igrejas não-registradas recebem ataques esporádicos do governo. A perseguição depende principalmente do grau de perigo que o governo enxerga em cada grupo religioso.

A perseguição ao cristianismo abrange desde multas e confisco de Bíblias até destruição de templos. Evangelistas são detidos, interrogados, aprisionados e torturados. Além da perseguição governamental, as tentativas de evangelizar muçulmanos no extremo noroeste do território chinês têm enfrentado resistência e alguns ataques.

As leis religiosas que entraram em vigor em 1º de março de 2005 aumentaram a pressão sobre grupos não-registrados, exigindo que se legalizassem ou se preparassem para sofrer as consequências. Além disso, em vez de facilitar o registro, novas emendas dificultaram o processo.

As Olimpíadas de 2008 afetaram de certa forma o modo de o governo lidar com a Igreja. As medidas de segurança introduzidas nessa época foram tão bem-sucedidas, que o governo pode decidir continuar a utilizá-las por tempo indeterminado. Nesse período, a repressão a reuniões de igrejas não-oficiais e aos seus líderes aumentou em muitas províncias, bem como o número de relatos de estrangeiros sendo detidos ou deportados.

O ano de 2008 foi marcado por detenções em massa de membros de igreja e processos contra pastores.

História e Política

A China é o terceiro maior país do mundo e possui a maior população do planeta. Além disso, as maiores altitudes do globo encontram-se em seu território. A maior parte da população chinesa vive na região leste, concentrada principalmente em 42 grandes cidades, todas com mais de um milhão de habitantes. O nome do país se origina de Ch'in (ou Ts'in), nome da dinastia que unificou o país no século III a.C. No entanto, Frei Gaspar da Cruz informou, no século XVI, que China era o nome pelo qual  indianos e habitantes do sul denominavam o país, porém os nativos chamavam a terra de Tame e seus habitantes de Tamgin.

Embora seja uma antiga civilização, não há muitos registros das origens de sua História, como do mundo greco-romano, egípcio ou mesopotâmico. Só em tempos bem recentes, descobertas arqueológicas permitiram traçar um esboço das origens chinesas. Sabe-se que foi habitada por hominídeos, 200 ou 500 mil anos atrás. Foram descobertas cerâmicas pintadas, com data de 4.000 a.C., ou seja, do fim do período Neolítico. Foi no século III a.C. que a China construiu a famosa Grande Muralha, como forma de tentar conter as invasões dos povos do norte. Mesmo assim, os mongóis invadiram e dominaram o país. Genghis Khan e seu neto, Kublai Khan, governaram a China de 1276 até 1368, por intermédio da dinastia Yuan. Nesse período, a China era parte de um poderoso império que ia do Rio Danúbio, na Europa, até a Coreia.

Considerada uma das culturas mais antigas do mundo, durante séculos a China manteve-se como uma civilização de liderança, ultrapassando o resto do mundo nas artes e nas ciências. Atribui-se aos chineses a criação de artigos muito importantes para a civilização mundial, como: a tecelagem da seda, o chá, a pólvora, a bicicleta, os instrumentos de medição astronômica, a tinta, o papel, as Artes Marciais e esportes como o Polo, dentre outros. Mas no século XIX e início do XX, o país foi assolado por conflitos civis, fome, importantes derrotas militares e ocupação estrangeira.

Uma sucessão de dinastias governou o país até 1911, quando o médico Sun Yat-sen derrubou a dinastia que detinha o poder e foi proclamado presidente. Na década de 1920, Chiang Kai-shek, do Partido Nacionalista, chegou ao poder. No entanto, o Partido Comunista, fundado em 1921, entrou em luta contra o partido de Chiang pelo controle do país. Por um breve período, as duas facções promoveram uma aliança para combater a invasão japonesa, mas retomaram o conflito após a rendição do Japão na II Guerra Mundial. Mao Tsé-tung e os comunistas alcançaram a vitória em 1949, estabelecendo um sistema socialista autocrático, que, assegurando a soberania da China, impôs controles estritos sobre a vida cotidiana e custou a vida de dezenas de milhões de pessoas.

Depois de 1978, o sucessor de Mao, Deng Xiaoping, e outros líderes focados e orientados para o mercado de desenvolvimento econômico (Socialismo de Mercado), abriram as portas da China para o mundo ocidental. Para grande parte da população, os padrões de vida melhoraram significativamente, mas os controles políticos permaneceram apertados. A China, desde o início de 1990, aumentou seu alcance global e participação em organizações internacionais.

População

Centenas de grupos étnicos viveram na China ao longo de sua história. Atualmente o maior grupo étnico da China é o Han, que corresponde a cerca de 92% da população total do país e é considerado também a maior etnia do mundo. Essa etnia é dividida em diversos subgrupos, variando suas origens culturais, genéticas e linguísticas.

Os chineses se comunicam em mais de 600 dialetos e se dividem em quase 200 grupos étnicos, dos quais 55 são oficialmente reconhecidos. Mais de 90% da população é alfabetizada.

A população chinesa atual tem sido formada por uma geração mais jovem, que não conheceu a Revolução Cultural, e também por uma população rural cada vez mais descontente.

As vítimas de exploração e abuso do poder têm se tornado mais conscientes dos seus direitos, tanto humanos como legais. Além dessas coisas, o aumento de desastres naturais e ocupacionais também preocupa o governo. Mais da metade dos chineses dizem não ter religião. Da outra metade, 36,6% professam crenças locais e o budismo. Os cristãos são estimados em aproximadamente 11%.

Economia

O país começou a se preparar para a abertura econômica em 1978, quando Deng Xiaoping chegou ao poder. Em 1979, Xiaoping trocou os dogmas de Karl Marx (Socialismo) pelos de Adam Smith (Liberalismo), dando uma guinada nos interesses do país, que incluiu a abertura de zonas comerciais nas províncias costeiras, o aumento de investimentos estrangeiros e a liberalização do comércio e do mercado agrícola, tendo como ingredientes fartos subsídios, mão-de-obra barata e repressão brutal à oposição.

Foi quando sob o bordão “Enriquecer é glorioso” que o então país de Mao começou a experimentar os desafios e prazeres da livre iniciativa na economia. O princípio básico do comunismo, a propriedade estatal, começou a cair por terra em 1997, quando o Congresso chinês anunciou um gigantesco programa de privatização. Dois anos depois, os chineses comemoraram cinquenta anos de comunismo ao mesmo tempo em que realizavam uma manobra histórica: depois de treze anos de negociações, fecharam um acordo para a esperada abertura de sua economia à globalização.

Em menos de uma década o país se transformou numa das maiores economias do mundo. A China é hoje o país que mais cresce economicamente, com projeção de se tornar em alguns anos a maior e mais importante economia do mundo.

38º Kuwait

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Acredita-se que existem cristãos onde hoje é o Kuwait desde os tempos do apóstolo Paulo, mas o primeiro cristão de que se tem notícia no Kuwait foi um católico norte-americano que chegou ao país em 1795. A maioria das igrejas, no entanto, foi construída em anos mais recentes.

A história da comunidade cristã no Kuwait começou no início do século XX (1910), quando missionários da Igreja Reformada da América foram ao país realizar trabalhos humanitários e tiveram a oportunidade de compartilhar o evangelho com os kwaitianos. A primeira igreja do país foi a Igreja Evangélica Nacional do Kuwait, construída em 1931.

A descoberta dos poços de petróleo na década de 1950 atraiu milhares de cristãos estrangeiros ao país, o que contribuiu para o crescimento da comunidade cristã ali, além de mais duas igrejas: a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Copta.

Estima-se que o número de cristãos no Kuwait seja de 400 mil pessoas, quase todos trabalhadores estrangeiros, em sua maioria indianos, filipinos, europeus, americanos e libaneses; a maioria pertence à Igreja Católica. Estima-se haver pouco mais de 200 cristãos nativos.

A Perseguição

A Constituição de 1962 estabelece o islamismo como religião oficial do Estado e utiliza a sharia (lei islâmica) como principal base de sua legislação: há leis contra a blasfêmia, apostasia e evangelização de muçulmanos. No entanto, o texto também assegura a liberdade e a livre prática religiosa.

Em comparação com muitos países islâmicos, o Kuwait mantém uma postura moderada no que se refere a outras religiões. Os cristãos residentes no país podem se reunir livremente e estabelecer igrejas, e as relações entre muçulmanos e cristãos são abertas e amistosas. O governo não permite conversões de muçulmanos a outras religiões. Quando isso acontece, é de forma muito discreta. Se a conversão é descoberta, o indivíduo encontra hostilidade: perde o emprego, sofre danos em sua propriedade, é intimado repetidas vezes à delegacia, preso, abusado física e verbalmente, monitorado pela polícia.

Fora das quatro denominações reconhecidas (anglicana, copta ortodoxa, evangélica nacional e católica romana), igrejas são proibidas de expor sinais exteriores, como a cruz ou o nome da congregação. Também não podem realizar atividades públicas. Igrejas sem recursos financeiros para alugar um espaço podem se reunir em escolas nos fins de semana, embora os representantes das igrejas informem que as escolas foram pressionadas a impedir tais reuniões.

Não há uma lei específica que proíba estabelecer templos não muçulmanos; contudo, na prática, os poucos grupos que solicitaram licenças para construir novos templos não as obtiveram. Para alguns grupos religiosos, isso mostra que é impossível conseguir licença para um novo templo.

História e Política

Em pleno Oriente Médio, o Kuwait situa-se entre o Iraque e a Arábia Saudita, na Península Arábica, desfrutando de grande importância devido às suas substanciais reservas petrolíferas. Formado por terreno desértico, apenas 0,84% do território do Kuwait é arável. Seu nome deriva do diminutivo da palavra árabe "kut", que significa "forte" (fortaleza) ou “fortaleza construída perto da água”.

É possível que pessoas da idade da pedra tenham habitado a região onde hoje está o Kuwait: arqueólogos descobriram ferramentas da pedra lascada de aproximadamente 10 mil anos atrás; fragmentos de cerâmicas, facas e pérolas indicam que o local foi usado por povos que habitaram a antiga Mesopotâmia. Durante a Idade do Bronze (3000 a.C.), a região foi dominada pelo Império Dilmun, que se desenvolveu através do comércio marítimo.

No século III a.C., Failaka (atualmente a maior das nove ilhas do Kuwait) foi dominada por Alexandre, o Grande; escavações recentes na região demonstram as evidências da dominação helenística, tendo sido descobertas ruínas dos templos dedicados aos deuses Ártemis e Apolo. Os gregos utilizaram o Golfo Pérsico como uma importante passagem da Mesopotâmia à Índia. Os árabes muçulmanos chegaram à região no século VII, impondo sua religião e cultura aos povos ali presentes. Os portugueses foram os primeiros a chegar ao país, no final do século XV, impulsionando a economia da região através do comércio marítimo. Após os portugueses, vieram os holandeses e os ingleses.

A partir da segunda metade do século XVIII o país ficou sob o domínio da família Al Sabah – dinastia fundada pelo xeique Sabah Abdul Rahaim, em 1756, que governa o país até os dias atuais. Em 1938 houve a descoberta do petróleo no país, fato que revolucionou completamente sua economia. Quem se beneficiou disso foi a Grã-Bretanha, que tinha o Kuwait como seu protetorado e que, após a invasão da Rússia pela Alemanha, em 1941, aumentou ainda mais seu poder político sobre o Kuwait e também sobre o Iraque, temendo perder espaço para os alemães. O país se tornou independente da convenção anglo-otomana de 1913 em 19 de junho de 1961.

No início da década de 1990, o país foi invadido pelo Iraque de Saddam Hussein, sob a alegação de que o território do Kuwait pertencera historicamente ao Iraque. Com a ajuda dos EUA e seus aliados, o Kuwait conseguiu expulsar de seus territórios os iraquianos, saindo vitorioso da chamada “Guerra do Golfo”. As manifestações sociais que derrubaram ditaduras no mundo árabe também chegaram ao Kuwait e foram reprimidas com violência.

População

Com exceção das tribos nômades que habitam as areias do deserto, praticamente toda a população vive nos centros urbanos. Mas, dessa população, mais de 1 milhão é composta de imigrantes palestinos, egípcios, jordanianos, iranianos, paquistaneses, indianos, bengaleses e filipinos.

Embora a expectativa de vida seja de 77 anos, somente 2,9% da população ultrapassa os 65, e 72% têm entre 15 e 64 anos de idade. Com estudo obrigatório e escolas públicas, 93% de toda a população adulta kwaitiana é alfabetizada. Um programa de saúde nacional assegura o acesso gratuito ao atendimento médico.

Na prática, todos os cidadãos kwaitianos são muçulmanos sunitas, enquanto os estrangeiros muçulmanos que trabalham para o governo são majoritariamente xiitas.

Economia

Aproximadamente 10% de todas as reservas conhecidas de petróleo pertencem ao governo: a economia do país é dominada pelo ouro negro, correspondendo a 90% das receitas de exportação do país. Quase toda a população é de funcionários públicos. São os imigrantes que fazem o trabalho pesado: 80% da força de trabalho é formada por não-kwaitianos.

Grande parte dos alimentos que o país consome é importada, embora exista alguma atividade agrícola e pesqueira. O país sofre com a falta de água potável.

39º Cazaquistão

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Nos séculos VII e VIII, o nestorianismo  espalhou-se pelo sul do Cazaquistão e chegou a influenciar os líderes. Estabeleceram-se sedes episcopais na região.
Tamerlão, o último dos grandes conquistadores nômades da Ásia Central, erradicou o cristianismo no século XIV. Na sua luta para conquistar o mundo, Tamerlão matou infiéis porque não eram muçulmanos, e muçulmanos porque não eram fiéis. Durante o "Grande Expurgo" - período em que o ditador soviético Josef Stalin perseguiu seus opositores políticos - muitos cidadãos foram deportados para o Cazaquistão, entre eles cristãos ortodoxos, católicos e protestantes.

Sacerdotes também foram deportados e enviados a campos de concentração no Cazaquistão. Uma vez soltos, eles iniciaram um ministério clandestino. A Igreja cresceu principalmente entre os não-cazaques. Após a independência, luteranos russos de origem alemã saíram do Cazaquistão com destino à Alemanha, à Rússia e a outros países. A influência cristã diminuiu, mas a independência trouxe mais liberdade religiosa ao país. Missionários e evangelistas levaram milhares de cazaques a abraçar o cristianismo. Nasceu, então, uma forte Igreja no Cazaquistão.

A perseguição

A constituição prevê a liberdade de religião, mas as leis do governo sobre religião limitam a proteção legal da liberdade religiosa.

Existe também a pressão da sociedade: para os cazaques, abraçar o cristianismo significa perder a identidade nacional. Um convertido comentou: "A maioria dos meus amigos cazaques toma álcool e não pratica os rituais islâmicos. Mas eles se consideram muçulmanos. Para eles, quem se torna cristão é um traidor que rejeitou os costumes nacionais". Isso acontece porque, como em outros países da Ásia Central, o cristianismo é considerado como a religião dos russos. Especialmente no sul do país, perto da fronteira com o Uzbequistão, recém-convertidos têm problemas com seus parentes, clérigos ou patrões. Alguns perdem o emprego e são expulsos de casa.

Aproximadamente 65% da população professa a fé islâmica. Algumas etnias do país, como os uzbeques, os uigures e os tártaros, são historicamente muçulmanos sunitas. A maior concentração de muçulmanos praticantes está na região sul, que faz fronteira com o Uzbequistão. Havia 2.369 mesquitas registradas, a maioria filiada à Associação Espiritual dos Muçulmanos do Cazaquistão (SamK), uma organização nacional com laços estreitos com o governo.

Cerca de 70 mesquitas não são filiadas à SamK. Os russos, que representam aproximadamente 24% da população, e etnias menores de ucranianos e bielorrussos, são cristãos ortodoxos de tradição russa. Estima-se que 1,3% da população alemã do país seja de católicos romanos ou luteranos. O governo informou ter 83 igrejas católicas registradas e outras organizações afiliadas em todo o país.

As autoridades oprimem a Igreja de diversas formas. O registro das comunidades religiosas é compulsório, sob risco de multa. Forças de segurança interrompem cultos cristãos, filmando os participantes e recolhendo informações pessoais. Isso intimida os membros da igreja e outras pessoas que se interessem em participar dos cultos. Os cristãos protestantes sofrem mais que os outros, pois o governo desestimula a associação a grupos religiosos não-tradicionais (como a Igreja católica e a ortodoxa). Muitos consideram os cristãos protestantes como membros de grupos não-tradicionais. A Igreja Batista é considerada uma seita. Além disso, os meios de comunicação controlados pelo governo geralmente os retratam como ameaça à segurança e à sociedade.

Andrei Blok, um pastor batista da cidade de Esile, próxima à capital, foi processado por atividade religiosa não-registrada. A Igreja que pastoreia não é registrada - e nem quer o registro. Por dirigir uma congregação não-registrada, o pastor Andrei foi multado. No entanto, ele se recusou a pagar a multa.

Em outubro de 2008 teve início seu julgamento. Os membros de sua igreja temiam que ele fosse sentenciado a seis meses de prisão. O juiz que presidiu o caso puniu Andrei com 150 horas de trabalho obrigatório. Sua família comenta: "Se não fosse pelos inúmeros telefonemas internacionais que o tribunal e as autoridades receberam, Andrei teria sido sentenciado a alguns meses de prisão".

História e Política

O Cazaquistão é um enorme país, cujo território é do tamanho de toda a Europa Ocidental. Ele possui vastos recursos minerais e grande potencial econômico. A paisagem varia de regiões montanhosas e bastante povoadas do leste às planícies do oeste, pouco habitadas, mas ricas em recursos naturais. O industrializado norte é marcado por vegetação e clima siberiano; o centro tem suas estepes áridas e vazias, e o sul é fértil. O nome do país vem da palavra kazaj (casaques), que significa "aventureiros, homens livres".

A ocupação de seu território vem da Idade do Bronze (2000 a.C.), quando tribos ali desenvolveram agricultura e pastoreio, pois o clima e o território são apropriados para essas práticas. Por volta da metade do primeiro milênio antes da Era Cristã, muitas tribos ali se uniram, que inclusive conheciam a escrita. Já no século V d.C., Átila, com seus hunos, invadiu aquelas terras, anexando-as ao seu império. Posteriormente, os turcos otomanos assumiram o controle da região. Com os turcos, veio o Islã, religião dominante até hoje.

A consolidação política do território só aconteceu no século XIII, após a invasão mongol. Várias tribos bárbaras disputaram o controle daquela região, até que, no século XV, tribos cazaques se unificaram. No século seguinte, começou a se forjar a identidade étnica do Cazaquistão, embora ainda não houvesse ali um poder central, somente tribos unidas em torno dos khans – chefes que se consideravam descendentes do lendário imperador mongol Genghis Khan.

Em 1848, a Rússia anexou o território cazaque e seus cidadãos passaram a ser considerados russos. Com a Revolução Comunista de outubro de 1917, o Cazaquistão exigiu a sua independência, mas em 1936 ele se transformou em uma das repúblicas da antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Para lá Stalin deportou muitos de seus críticos e adversários políticos. Em 1991, com a fragmentação da URSS, o Cazaquistão se tornou independente. Nursultan Nazarbayev está na presidência desde 1º de dezembro de 1991. Nazarbayev tomou o poder em 1989, no cargo de primeiro secretário do Partido Comunista do Cazaquistão. Ele foi eleito presidente no ano seguinte. Ele foi reeleito depois da queda da União Soviética, em 1991. Nazarbayev concentra amplos poderes e é acusado pela oposição de reprimir dissidentes. Embora diga que defende a democracia, alerta que uma mudança rápida pode colocar a estabilidade em risco.

Um referendo em 1995 estendeu seu mandato e em 1999 ele foi reeleito. Seu oponente foi proibido de participar por detalhes técnicos. O parlamento aprovou, em 2007, que Nazarbayev ficasse no poder por um número ilimitado de mandatos. Quando ele sair do poder, terá lugar permanente no conselho de defesa e o cargo de chefe da assembleia popular. As forças políticas de oposição e os meios de comunicação independentes têm suas atividades restringidas. O governo controla a imprensa, algumas estações de rádio e televisão.

População

A etnia cazaque é uma mistura de turcos e mongóis, tribos nômades que migraram para a região no século XIII.

O país é diverso etnicamente. Os cazaques, a etnia original, compõem mais de metade da população. Os russos são 28% e o restante é de outros povos do leste europeu. Esses grupos étnicos geralmente vivem em harmonia.

O Cazaquistão é um país bilíngue. A língua cazaque, falada por 64,4% da população, tem o status de "idioma estatal". O russo é declarado a "língua oficial" e é usado nos negócios. A educação é compulsória até o fim do ensino médio. A taxa de alfabetização é 99,5%. O país tem um alto índice de viciados em drogas e de infectados como o vírus HIV.

Economia

O Cazaquistão, geograficamente a maior das antigas repúblicas soviéticas, excluindo a Rússia, possui enormes reservas naturais de fósseis de combustível e suprimentos abundantes de outros minerais e metais, tais como urânio, cobre e zinco. Ele também tem um grande setor agrícola, com gado e grãos.

Em 2002 o Cazaquistão tornou-se o primeiro país da antiga União Soviética a receber uma avaliação de risco de crédito de grau de investimento; de 2000 a 2007, a economia do Cazaquistão cresceu mais de 9% ao ano. Indústrias extrativas, particularmente de hidrocarbonetos e mineração, têm sido os motores desse crescimento. No entanto, as limitações geográficas e a infraestrutura decadente apresentam sérios obstáculos. Sem litoral, com acesso restrito ao alto mar, o país depende de seus vizinhos para exportar seus produtos, especialmente petróleo e gás. Embora os portos do Mar Cáspio e as linhas ferroviárias que transportam petróleo estejam atualizados, a aviação civil tem sido negligenciada.

Apesar dos sólidos indicadores econômicos, o governo percebe que sua economia sofre de uma dependência excessiva do petróleo e das indústrias extrativas, a chamada "doença holandesa". Diante disso, o Cazaquistão tem investido em um ambicioso programa de diversificação, que visa desenvolver setores como transportes, produtos farmacêuticos, telecomunicações, petroquímica e processamento de alimentos.

40º Malásia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Segundo a tradição, cristãos nestorianos  comerciantes persas e turcos, chegaram à região já no século VII d.C. No século XV, os portugueses chegaram ao território da atual Malásia e introduziram o cristianismo católico e, em 1641, os holandeses levaram o protestantismo ao país, que continuou a ser implementado com o domínio político dos britânicos nos séculos seguintes. O pentecostalismo só se tornou mais influente no país a partir da década de 1970.

Atualmente o cristianismo é a segunda maior corrente religiosa do país e a que mais cresce. Os protestantes e católicos somam mais de meio milhão de membros. Muitas igrejas estão sob total liderança nativa. Os cristãos mantêm inúmeros ministérios na Malásia, incluindo hospitais, emissoras de rádio e programas de implantação de igrejas. É provável que em 2050 a Igreja venha a contar com mais de 3 milhões de membros, chegando a mais de 10% da população.

A Perseguição

A constituição do país prevê liberdade religiosa, mas concede aos governos federal e estadual o poder de “controlar e ou restringir a propagação de qualquer doutrina ou crença religiosa entre os muçulmanos”. Além disso, a constituição predefine todos os cidadãos malaios como muçulmanos.

Grupos de minorias religiosas têm permissão para praticar sua fé, mas nos últimos anos estão reclamando da parcialidade das leis do país, baseadas na sharia (legislação islâmica), que, ao ser aplicadas, principalmente em questões religiosas e familiares, favorecem mais aos muçulmanos do que aos não muçulmanos. Mesmo os muçulmanos que por alguma razão se desviaram dos princípios do islamismo sunita são submetidos a períodos de “reeducação ou reabilitação” em centros de ensino sustentados pelo governo.

A população respira certa liberdade política, embora esta liberdade seja gozada mais pelos muçulmanos do que por outros grupos. A legislação malaia proíbe que um muçulmano se converta a outra religião. Qualquer pessoa que for flagrada testemunhando a um muçulmano pode ser multada e presa por um período de até dois anos. Os malaios, que são o maior grupo étnico, são muçulmanos em sua maioria e têm o direito de receber instrução religiosa islâmica nas escolas, enquanto nenhuma outra religião pode ser ensinada.

A perseguição poderá se intensificar na forma de tentativas esporádicas de controlar e restringir o crescimento da igreja.

História e Política

A Malásia está localizada no sudeste do continente asiático e sua área abrange uma península e um terço da Ilha de Bornéu. O relevo do país é caracterizado por planícies costeiras que se elevam vagarosamente, até tornar-se colinas e montanhas. Densas florestas cobrem quase dois terços do país. O antigo nome do território da Malásia era Malayur, que significa “cidade do morro ou da montanha”.

A região da atual Malásia foi dominada por reinos hindus do ano 100 a.C. a 1400 d.C., período esse durante o qual a cultura, a economia, a religião e as políticas indiana e chinesa introduzidas através do comércio foram dominantes, influenciando a cultura dos povos que ali habitavam. Tal influência pode ser comprovada através dos sítios arqueológicos existentes no país, como o do Vale Bujang. As caravanas de comerciantes árabes chegaram ao país por volta do século X d.C., mas o islamismo só se estabeleceu como religião dominante a partir dos séculos XIV e XV, quando uma série de sultanatos ascendeu ao poder: o mais famoso deles foi o sultanato de Malacca.

Os primeiros europeus a chegarem à Malásia foram os portugueses, no século XV; em seguida os holandeses, em 1641 e, finalmente, os britânicos, no século XIX (1824). A Malásia tornou-se independente da Grã-Bretanha em 1957. Os territórios de Sabah e Sarawak, localizados na Ilha de Bornéu, foram anexados em 1963, formando a atual Malásia, uma federação de 13 estados.

A história contemporânea do país tem sido caracterizada pelos esforços da maioria de etnia malaia (que detém o poder político) em ampliar sua influência sobre as outras etnias (que abrangem quase metade da população), na vida econômica, educacional e religiosa.

O crescente poder dos partidos políticos fundamentalistas islâmicos tem polarizado ainda mais a nação, resultando em conflitos étnicos e religiosos. O governo da Malásia é uma monarquia parlamentarista com base na lei comum inglesa. O país já teve suas participações em guerras, mas na atualidade enfrenta principalmente tensões internas entre os grupos étnicos e religiosos.

População

A população soma 28 milhões de habitantes e cerca de 30% possuem idade inferior a 15 anos. Aproximadamente 50% dos residentes no país são de etnia malaia, enquanto 23% têm etnia chinesa e 7%, indiana.

A população urbana corresponde a pouco mais da metade da população do país. A maioria da população adulta é alfabetizada, atuando tanto na indústria como na agricultura.

Quase metade dos habitantes pratica o islamismo, mas há minorias significativas de hindus, budistas e praticantes de crenças tradicionais animistas.

Economia

A economia malaia está crescendo em um ritmo acelerado e a renda per capita anual atinge os US$ 11 mil. O nível de desemprego é baixo e estimado em menos de 3%. O petróleo é o produto mais exportado, mas o país também exporta uma grande variedade de outros bens manufaturados, destacando-se os eletrônicos.

41º Bahrein

Os cristãos sofrem muito preconceito no país. O culto é permitido, mas não é possível evangelizar muçulmanos
A Igreja e a Perseguição Religiosa

No século III um bispado cristão foi estabelecido no país. Após a chegada do Islamismo, o Cristianismo passou a ser associado aos estrangeiros e não mais aos nativos.

A Constituição afirma que o Islã é a religião oficial e que a lei islâmica é a principal fonte de legislação. A constituição prevê a liberdade de religião e outras leis e políticas contribuíram para a prática livre da religião em geral, a liberdade de consciência, a inviolabilidade de culto e a liberdade para executar ritos religiosos e realizar paradas religiosas e reuniões, de acordo com os costumes observados no país. No entanto, o governo colocou algumas limitações ao exercício desses direitos.

Aos cristãos estrangeiros é garantido o direito à liberdade de culto, porém não é permitida a evangelização de muçulmanos. Ao mesmo tempo, porém, os cristãos e algumas de suas atuações e organizações são extremamente respeitados e bem aceitas, especialmente o Hospital Missionário Americano. Há também uma livraria que vende literatura cristã ao público em geral.

História e Política

O nome do país significa “dois mares” ou “entre dois mares”, em referência aos seus vizinhos do norte e do sul, Irã e Arábia Saudita respectivamente.

O território do Barein é formado por 30 ilhas pequenas no Golfo Pérsico. Devido à sua posição geoestratégica, as ilhas foram cobiçadas por diversos povos ao longo de sua história, que tinham como objetivo o domínio das rotas comerciais na região do Golfo Pérsico. Na realidade, o Barein tem uma história muito mais antiga, que remonta às origens da civilização humana. O arquipélago foi habitado pelo homem desde a pré-história.

No III milênio a.C., foi a sede do império comercial de Dilmun, sobrevivendo durante cerca de 2000 anos. A epopeia de Gilgamesh descreve a ilha principal como um verdadeiro paraíso, onde os heróis tinham o dom da imortalidade. Segundo alguns estudiosos, em Barein se encontrava o bíblico Jardim do Éden. No curso dos séculos, a região foi conquistada pelos gregos e sucessivamente pelos árabes. No século XVI foram os portugueses que se apoderaram do Barein, utilizando as ilhas como escala para o comércio.

Em 1783, Ahmad ibn Khalifa, oriundo da Arábia Saudita, obteve a independência e fundou a dinastia reinante até hoje. No século seguinte, foi a vez da dominação persa e, entre 1810 e 1970, o arquipélago foi um protetorado britânico. Em 1971, foi o primeiro país do Golfo Pérsico a alcançar a independência. Nos anos setenta teve início uma forte expansão econômica e financeira ligada aos grandes recursos petrolíferos.

Hoje, o Barein é um país que concilia de forma perfeita a história milenar com a modernidade e o progresso, sendo particularmente interessante para os turistas.

População

Cerca de 50% da população é formada por imigrantes que trabalham na indústria petrolífera. Esses trabalhadores vêm, em maior número, do sul da Ásia e de outros países árabes.

Desses imigrantes, metade não é muçulmana. São cristãos (católicos romanos, protestantes, ortodoxos siríacos e Mar Thoma, do sul da Índia), hindus, baha"is, budistas e siques. A maior parte das pessoas vive nas cidades. A capital, Manama, é a maior delas, com aproximadamente 155 mil habitantes.

Apesar da pequena extensão, o Barein é densamente povoado (mais de 500 habitantes por quilômetro quadrado). As maiores cidades são Manama, a capital, situada no noroeste da ilha principal, e Muharraq, na ilha de mesmo nome. As duas estão unidas por um cais e constituem, na verdade, uma só aglomeração urbana.

A população é árabe na maioria, embora haja uma pequena presença de técnicos europeus e americanos. Uma considerável proporção da mão-de-obra se compõe de trabalhadores imigrantes, na maior parte, egípcios, paquistaneses e indianos.

A religião majoritária é a muçulmana, professada nas variantes xiita e sunita. A população do Barein converteu-se ao islamismo no século VII d.C. Os xiitas, em geral, descendem da população persa que ocupou a ilha no passado, enquanto que os sunitas são árabes e constituem a classe política e economicamente dominante, ligada à dinastia que governa o país.

Economia

Em 1932 descobriu-se petróleo em Awali, no centro da ilha de Barein; a extração, originariamente controlada por empresas americanas, passou em grande parte para a jurisdição da Barein Petroleum Company (BAPCO). A extração de petróleo e de gás natural adquiriu importância fundamental na economia do país. Além de centro produtor, o arquipélago é notável ponto de refinação e embarque do óleo cru procedente da vizinha Arábia Saudita, que o envia ao Barein por um oleoduto submarino.

A riqueza petrolífera estimulou nas ilhas a criação de outras indústrias, como as de cimento e alumínio, além da construção naval, muito enraizada na tradição artesanal do país. As antigas atividades semipiratas dos nativos do arquipélago foram substituídas pelo tráfego de uma moderna frota mercante. Por outro lado, o desenvolvimento das atividades bancárias e de serviços transformou o Barein num dos principais centros comerciais e financeiros do Oriente Médio, fortalecido pela moderna rede de comunicações e importante aeroporto internacional, situado na ilha de Muharraq.

42º Comores

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou ao país no século XVI através dos franceses. A maioria dos cristãos são católicos. Há praticamente duas Igrejas no país: a Igreja Evangélica Internacional (na capital) e a Igreja clandestina, formada por convertidos comorenses que se reúnem nas casas.

A Igreja Evangélica Internacional foi fundada na década de 1970. Embora haja pessoas de outras nacionalidades que frequentem essa Igreja, ela foi e continua a ser frequentada majoritariamente por indivíduos e famílias malgaxes. Essa Igreja, tradicionalmente, é voltada apenas aos seus membros e não tenta evangelizar os comorenses. Isso se deve, primariamente, ao medo de ser expulsa da ilha, caso alguém seja apanhado compartilhando o cristianismo com os nativos. Entretanto, nos últimos dois anos, houve uma mudança significativa na perspectiva e atuação das áreas humanitária e espiritual.

Já a Igreja clandestina começou quando o primeiro comorense entregou sua vida ao Senhor, no final da década de 1970. Embora o número de convertidos continue a ser pequeno, ele é crescente em quantidade e qualidade de compromisso. Grupos de comorenses convertidos continuam a se reunir com regularidade nas casas, a fim de estudar a Bíblia. Assim como na maioria dos países muçulmanos fechados, a conversão vem acompanhada de dificuldades.

A perseguição

A constituição do país prevê liberdade religiosa, mas o código penal proíbe de forma estrita o proselitismo de outras religiões que não o islamismo. Um referendo constitucional de 2009 afirma que “o Islã é a religião oficial do Estado”. Os grupos cristãos que fazem trabalhos humanitários no país não podem fazer proselitismo.

Os líderes cristãos africanos dizem que Comores é a região do mundo mais difícil para se evangelizar. O evangelismo é terminantemente proibido e quem for pego evangelizando pode ser preso e multado. Os cristãos são discriminados em todos os setores da sociedade, mas não há restrições quanto à prática religiosa particular.

História e Política

Comores é formado por três das quatro ilhas vulcânicas do Arquipélago de Comores, localizadas entre o continente africano e a ilha de Madagascar, e por outras ilhotas. Seu território é extremamente rochoso e inadequado para a agricultura. A vida marinha, no entanto, é bastante rica e variada.

As quatro ilhas do arquipélago foram povoadas por volta do século V, por um fluxo de migração indonésio. Entretanto, as Comores permaneceram isoladas até o século XII, quando muçulmanos (Comores foi rota comercial dos árabes) vindos de Kilua se instalaram nas ilhas, alcançando relativo desenvolvimento. As ilhas Comores foram colonizadas pelos árabes no início do século XIV e tornaram-se islâmicas no XV.

No século XVI, portugueses invadiram as ilhas, promoveram saques e destruíram a economia local. O sultão de Omã expulsou os lusitanos de lá, anexando o território a Zanzibar. Somente no século XIX, com a separação de Zanzibar do sultanato de Omã, houve movimentação nas Comores.

A França ocupou as ilhas, especialmente a de Mayotte, em 1843, onde está até hoje. Por sua produção de especiarias e especialmente por seu posicionamento geográfico estratégico, as demais ilhas também caíram sob domínio colonial francês. Somente em 1974 os habitantes das demais ilhas votaram em plebiscito pela independência. A exceção foi Mayotte, que, com sua maioria cristã, votou contra a adesão das outras ilhas, principalmente islâmicas, à independência. Hoje, Mayotte continua sendo um território ultramarino francês. A partir de 1975 ficou constituída a República Federal e Islâmica das Comores.

O país suportou 19 golpes, ou tentativas de golpes, desde sua independência. Em 1997, as ilhas de Nawani (ex-Ajouan) e Mwali (ex-Mohéli) declararam sua independência de Comores. Em 1999, o Coronel Azali Assoumani tomou o poder, prometendo resolver a crise de secessão por meio de um arranjo co-federal, chamado Acordo de Fomboni. Em dezembro de 2001, aprovou-se uma nova Constituição e as eleições presidenciais aconteceram em 2002. Cada ilha do arquipélago elegeu seu próprio presidente, e um novo presidente da União foi empossado em 26 de maio de 2002.

Em 2006, houve as primeiras eleições presidenciais democráticas, legais, pacíficas e abertas.

População

A maioria dos comorenses possui ascendência étnica afro-árabe e malgaxe (de Madagascar), sendo que 28% da população vivem em áreas urbanas, cujo crescimento tem sido marcado por taxas impressionantes. A proporção de homens e mulheres é praticamente a mesma e 41,6% da população têm idade inferior a 15 anos.

A expectativa de vida no país é de 63 anos de idade. A pobreza se reflete na qualidade de vida dos habitantes. Apenas 56,5% da população é alfabetizada, com um quarto de todas as crianças com menos de 5 anos de idade  subnutridas. A maioria da população é muçulmana, pertencente à facção shafiita* . Existem centenas de mesquitas e quase toda a população educada do país teve de frequentar uma escola corânica em algum momento.

Uma minoria constituída de algumas centenas de bahaístas**  também vive nas ilhas.

*O termo Shafiita surgiu a partir de Al Shafii (820 d.C), um dos de Malik. Shafii exerceu uma grande influência no desenvolvimento da jurisprudência islâmica e teve uma participação relevante no processo de definição da sharia, a lei islâmica.
*Praticantes da fé Baha’í, religião monoteísta cujos princípios são: a unicidade de Deus, a unidade da humanidade e a unidade da religião.

Economia

Comores está entre as nações mais pobres do mundo. A economia está estagnada e a maioria do povo é formada por agricultores e pescadores de subsistência. A agricultura emprega 80% da força de trabalho e garante a maior parte das exportações.

Mesmo assim, o país não é autossuficiente na produção de alimentos, embora seja o maior produtor mundial de ylang-ylang (essência usada na perfumaria) e grande produtor de baunilha. Sua renda per capita é de U$$ 1,000 (mil dólares). O baixo nível educacional da população contribui para um número elevado de desemprego. A agricultura, a pesca e a caça são os principais setores da economia comorense.

43º Quênia

Cerca de 11% da população de 43 milhões do Quênia é muçulmana, 45 % são protestantes, 33% são católicos romanos e 12% aderem a credos indígenas e outros
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou ao território queniano no final do século 14 através das navegações e comerciantes portugueses que trouxeram consigo o catolicismo romano. As missões protestantes só chegaram ao país no século 19 através dos colonizadores britânicos. Estes introduziram no Quênia as igrejas anglicanas, metodistas e presbiterianas. As igrejas batistas e pentecostais começaram a entrar no país no início do século 20. A princípio, a fé cristã era vista apenas como uma ferramenta de dominação dos colonizadores, mas após a saída dos europeus o evangelho se espalhou com ainda mais eficiência e rapidez. Em 1900, apenas 0,2% da população era cristã, noventa anos depois os cristãos já chegava aos 80% da população total.

Atualmente a população cristã do Quênia aproxima-se dos 83% divididos entre católicos e protestantes. Apesar de ser um país majoritariamente cristão, a perseguição tem crescido ali.

A perseguição

A Constituição prevê a liberdade religiosa, e o Governo de maneira geral respeita esse direito na prática. No Quênia a perseguição aos cristãos acontece por conta do radicalismo de alguns grupos islâmicos. Certos grupos tendem a dominar determinadas regiões do país, por exemplo, a Província do Nordeste de maioria étnica somali onde residem 15% da população muçulmana do país. Sessenta por cento da população muçulmana vive na área costeira o que representa 50% da população total do local. As áreas ocidentais da Província da Costa são compostas de uma maioria cristã. A parte centro-norte do país é o lar de 10% dos muçulmanos, tornando-se assim o maior grupo religioso dessa região. O restante do país é em grande parte cristão.

Nas regiões de maioria muçulmana os cristãos sofrem pressão de todos os lados, os mais atacados são os cristãos ex-muçulmanos e aqueles que pregam o evangelho para muçulmanos. O aumento da perseguição no Quênia tem relações diretas com as ações de grupos radicais islâmicos como o Al-Shabab, cujas ações estão voltadas para a criação de um Estado teocrático na vizinha Somália e que atuam na fronteira entre os dois países. Alguns especialistas acreditam que os constantes ataques do Al-Shabab, no Quênia, resultam das investidas do exército queniano contra a milícia islâmica em território somali, o que os forçou a fugir da Somália para o norte do Quênia. Além disso, os radicais islâmicos teriam a intenção de separar a região costeira do resto do país (Quênia) e transformá-la, juntamente com outros países da região, num “sultanato islâmico”. Por isso, embora o Quênia seja considerado um país de maioria cristã, as áreas dominadas por muçulmanos (Nordeste e em algumas partes da zona costeira) têm um alto índice de intolerância e hostilidades contra os cristãos.

A Igreja queniana experimentou momentos de intensa insegurança em 2012. Colaboradores da Portas Abertas no campo informaram que “em ataques que tinham os cristãos como alvo”, 22 cristãos (incluindo agentes de segurança) foram mortos. Muitos outros (mais de 100) foram gravemente feridos ou completamente mutilados. Os incidentes foram rotulados pelo governo como “ataques gerais” praticados pelos insurgentes do al-Shabab. No entanto, ficou claro que os atentados com armas de fogo contra indivíduos e com granadas contra igrejas nas horas de culto, tinham os cristãos como principais alvos. "Mais de 10 igrejas foram queimadas, destruídas por bombas ou granadas, saqueadas ou  tiveram seus bens destruídos, principalmente no nordeste e nas zonas costeiras do país. Mas em algumas outras cidades, como Nairóbi, isso também aconteceu. Alguns cristãos fugiram das denominadas áreas islâmicas, para evitar novos ataques.

O futuro da Igreja no Quênia é preocupante. O nível de medo entre os cristãos está crescendo rapidamente. A unidade islâmica é diversificada e forte. De acordo com especialistas da Portas Abertas, "O governo está com medo, não sabe como lidar com a unidade islâmica e, portanto, tem uma tendência a ceder facilmente às suas exigências, às vezes em detrimento das igrejas."

História e Política

O Quênia é um país da África Oriental, banhado pelo Oceano Índico e faz fronteira com Tanzânia, Etiópia, Somália, Uganda e Sudão do Sul. Seu nome significa “Montanha Brilhante” fazendo referência ao monte Kilimanjaro, o ponto mais alto da África. País de riquezas naturais incríveis, Selvas, planícies, savanas, desertos, costas, mar e montanhas, bosques sombrios, vegetação exótica e animais selvagens como: leões, leopardos, elefantes, rinocerontes, hipopótamos, girafas, gazelas, hienas, crocodilos, e uma enorme quantidade de aves, répteis, anfíbios, etc.

De acordo com alguns fósseis encontrados em seu território a região foi habitada há milhares de anos por hominídeos, mas o primeiro registro histórico que se tem, data do século VIII d.C, quando os árabes se misturaram à etnia Bantos e teriam criado a civilização suaíle. Em sua bandeira atual, o preto representa a cor de seu povo, o vermelho o sangue dos antepassados, o verde representa a terra queniana, as listras brancas significam a esperança na paz e as armas tradicionais ao centro, as ferramentas de combate ao domínio imperial britânico.

Os árabes e persas chegaram ao território do Quênia e através da construção de portos na costa fizeram a região prosperar comercialmente. No século 16 os portugueses chegaram à região com o intuito de dominar as rotas comerciais do leste africano. A partir da segunda metade do século 19, o Quênia foi dominado pelos britânicos que o transformaram em uma de suas colônias e fundaram Nairóbi, atualmente capital do país. Até 1920 o território tinha o nome de Protetorado Leste Africano, só a partir daí passou a se chamar Quênia. De 1952 a 1959, o país foi cenário de inúmeras rebeliões e revoltas contra o domínio colonial britânico, mas só conseguiu a sua independência em 1963 quando foram realizadas as primeiras eleições livres do país, no ano seguinte transformou-se numa república.

Da década de 1970 até 2002 o país esteve sob a ditadura de Daniel Moi, sucedido por Mwai Kibaki que está no poder, desde então.

População

A população do Quênia é composta por diversas tribos étnicas, muitas das quais vivem da agricultura e pastoreio na região sul do país. Algumas tribos, como os nômades Masai que migraram do Sudão, vivem apenas do pastoreio e não comem carne. Mas a tribo mais numerosa do país é a dos Kikuius que migraram do norte da África e que têm a agricultura como principal fonte de renda, atualmente eles controlam os principais órgãos do poder no país. Muitas dessas etnias mantêm suas tradições e costumes tribais até hoje. A expectativa de vida no país gira em torno dos 63 anos. Aproximadamente 87% da população do Quênia é alfabetizada.

Economia

Embora seja o centro de comércio e finanças na África Oriental, o Quênia tem sofrido com a corrupção e com a dependência de várias matérias-primas cujos preços permaneceram baixos. O baixo investimento em infraestrutura ameaça, a longo prazo, a posição do Quênia como a maior economia do Leste Africano. O FMI suspendeu os empréstimos que faria ao país em 2001, quando o governo não conseguiu instituir medidas anticorrupção. A agricultura é o principal setor da economia do país, representa cerca de 25% do seu PIB e gera empregos para aproximadamente 80% da população. A produção industrial no país inclui o refino de petróleo, produtos alimentícios, montagem de veículos, têxteis e papel. Cerca de 50% dos investimentos no setor são estrangeiros, principalmente britânicos.

44º Marrocos

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O Cristianismo chegou ao Marrocos ainda no primeiro século da Era Cristã, quando os povos berberes que ali habitavam abraçaram a doutrina copta monofisista*, numa época em que suas terras estavam sob o domínio do Império Romano. Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelas Igrejas, ao final do século II d.C. já estavam estabelecidas no Marrocos diversas dioceses.

No século XIII, uma nova tentativa de cristianizar o país foi colocada em prática pelos franciscanos, mas a evangelização foi suprimida.

Hoje há aproximadamente 200 mil cristãos no país, além de minorias judaicas e bahaístas, mas as fatias da população representadas por esses grupos têm apresentado um declínio constante, principalmente devido à perseguição e, no caso dos judeus, à emigração para Israel.

*O Monofisismo era uma doutrina da igreja copta que defendia a natureza única de Jesus Cristo, segundo a qual a sua humanidade era absorvida por sua divindade. O Monofisismo era contrário às doutrinas da Igreja Ocidental e de outras Igrejas Orientais e por isso foi considerado herético.

A Perseguição

O primeiro ato de perseguição registrado em território marroquino teria acontecido quando um cristão e centurião romano, chamado Marcelo de Tânger (Tânger ou Tingis é uma cidade do norte do Marrocos), recusou-se a participar das comemorações de aniversário do imperador Maximiano e, consequentemente, de oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Por essa afronta, Marcellus (Marcelo) foi morto ao fio da espada e considerado pela Igreja um mártir.

A constituição marroquina assegura liberdade de religião e, embora o islamismo seja a religião oficial do país, os estrangeiros podem praticar livremente sua fé. Eles frequentam cultos religiosos sem quaisquer restrições ou temor de represálias. Em 1998, o governo criou uma cadeira para o estudo de religiões comparadas, incluindo o estudo de latim e hebraico, na Universidade de Rabat. E, no passado, o governo organizou numerosos simpósios entre o clero, padres, rabinos, imãs e outros líderes religiosos, para examinar formas de reduzir a intolerância religiosa e promover o diálogo entre as crenças.

O rei Mohammed VI ordenou pessoalmente a realização de uma cerimônia inter-religiosa na catedral Católica de Rabat, em memória das vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. A cerimônia, à qual esteve presente o primeiro-ministro e a maior parte do seu gabinete, teve preletores religiosos muçulmanos, cristãos e judeus.

Os esforços públicos para o proselitismo são desencorajados pela sociedade, apesar de a livre expressão da fé islâmica e a discussão acadêmica e teológica de religiões não islâmicas serem aceitas na televisão e no rádio. A maioria dos cidadãos vê tais atos públicos como ameaças provocativas à lei e à ordem num país esmagadoramente muçulmano.

Qualquer tentativa para converter um muçulmano é ilegal. De acordo com o artigo 220 do código penal, qualquer tentativa para interromper uma ou mais pessoas do exercício de sua crença religiosa ou frequência aos seus cultos é ilegal e pode ser punida com três a seis meses de prisão e uma multa de 10 a 50 dólares. O artigo se aplica a qualquer um que empregue estímulos com o objetivo de abalar a fé de um muçulmano ou convertê-lo a outra religião.

História e Política

O Marrocos situa-se no extremo noroeste do continente africano, a poucos quilômetros do sul da Espanha. Metade dos habitantes do país tem idade inferior a 15 anos e menos de um terço é alfabetizado. Setenta por cento dos marroquinos são de etnia árabe, enquanto o restante da população é composto de berberes e pequenas minorias europeias.

O atual território marroquino foi objeto de várias batalhas entre as antigas tribos da região e diversos impérios mundiais. A diversidade de objetos e a escrita líbia dos berberes, encontradas nos sítios arqueológicos do país, datam do início da história do Marrocos, por volta do ano 800 a.C. No ano 42 d.C., os romanos dominaram a região e geraram um significativo desenvolvimento urbano e econômico (comércio e agricultura), mas em 429 a região foi dominada pelos Vândalos; em seguida vieram os bizantinos e, por fim, os visigodos, que acabaram definitivamente com o domínio romano.

Os árabes invadiram o Marrocos em 682 d.C. e, em pouco tempo, quase todos os habitantes da região adotaram a religião islâmica, com exceção dos judeus. Os berberes do Marrocos foram então recrutados e utilizados na subsequente invasão e ocupação da Península Ibérica, em 711 d.C. O poder político do país permaneceu sob domínio do Islã, desde a ocupação árabe até o século XV, quando os europeus começaram a invadir a região. Portugueses, espanhóis e franceses travaram uma disputa armada pelo controle do país, que acabou dividido entre a França e a Espanha.

Após a II Guerra Mundial, nacionalistas iniciaram um movimento pela independência do país. A França rejeitou essa tentativa até 1956, quando, finalmente, tanto ela como a Espanha acabaram por reconhecer a independência do Marrocos, então reunificado em uma única nação. Em 1957, o sultão Muhammad V autoproclamou-se rei.

Atualmente, o Marrocos é governado por uma monarquia constitucional. Sua nova constituição, aprovada em 1996, promoveu certa abertura democrática, pois o parlamento passou a ser eleito inteiramente pelo voto popular. Entretanto, juntamente com as reformas de caráter mais democrático, assegurou-se a supremacia do rei.

População

A principal etnia do Marrocos é a dos árabes-berberes, que compõem 99% da população. Praticamente todos os marroquinos são muçulmanos. O Islã é a religião oficial e os preceitos do islamismo estão profundamente arraigados na sociedade. Com raras exceções, a maioria dos muçulmanos marroquinos é de tradição sunita.

Economia

Os principais recursos da economia do Marrocos são a agricultura, o fosfato e o turismo. A produção de têxteis é um importante setor da indústria marroquina e que tem se desenvolvido bastante nos últimos anos.

45º Tajiquistão

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou ao Tajiquistão nos primeiros séculos da era cristã, trazido por missionários da Igreja Apostólica do Oriente. No entanto, sua presença na região foi dizimada pelos exércitos muçulmanos de Tamerlão, gerando um vazio espiritual que veio a ser preenchido pelo islamismo.

Atualmente, pouco mais de 2% da população tajique é cristã. Apesar das igrejas que vêm sendo construídas e dos bons resultados da evangelização no país, ainda resta muita coisa a ser feita. O maior grupo de cristãos pertence à Igreja Ortodoxa Russa.

A Perseguição

A constituição do país prevê a liberdade religiosa, mas outras leis e algumas medidas políticas colocadas em prática pelo governo impõem restrições: todas as comunidades religiosas devem ser registradas para que suas atividades sejam reconhecidas pelo governo. O governo teme e proíbe grupos religiosos considerados extremistas. Mesmo os muçulmanos, que representam a maior fatia religiosa da população, têm de seguir as normas impostas pelo governo.

Apesar da liberdade religiosa existente no país, o cristianismo enfrenta oposição por parte dos muçulmanos. A difusão do islamismo tem o apoio da propaganda iraniana e, ocasionalmente, dos soldados afegãos.

Há inúmeros casos de tajiques que abraçaram o cristianismo e enfrentaram forte oposição de suas próprias famílias. O parlamento do Tajiquistão aprovou, recentemente, duas novas leis que podem proibir crianças de participar de atividades religiosas. A Lei de Responsabilidade Parental, junto com novas alterações no código penal, pode afetar muitas organizações religiosas, incluindo as igrejas do país. evangelho. A Lei de Responsabilidade Parental vai proibir que crianças menores de 18 anos participem de atividades religiosas e o Escritório de Direitos Humanos do Tajiquistão disse que a nova lei é necessária para que os pais não percam o controle dos seus filhos para grupos religiosos.

História e Política

O território do Tajiquistão, localizado na Ásia Central, é dominado pelas cordilheiras do Pamir-Alay. Áreas férteis podem ser encontradas nos vales localizados entre as cordilheiras, cortados por inúmeros rios. Algumas montanhas têm seus picos permanentemente congelados e cobertos de neve.

O território do atual Tajiquistão é povoado desde o segundo milênio antes de Cristo. No século VI a.C., suas terras, que eram conhecidas como Bactria e Sogdiana, foram anexadas ao Império Persa Arquemênida. Já no século IV a.C., os macedônios liderados por Alexandre, o Grande, dominaram a região. O Tajiquistão foi, na antiguidade, uma importante passagem da conhecida Rota da Seda entre a China, Oeste e o Sul, tendo recebido influência de várias religiões, como budismo, cristianismo, zoroastrismo e maniqueísmo.

No início do século VIII, as caravanas árabes começaram a divulgar o Islamismo nas terras tajiques; no século seguinte a religião islâmica já era predominante na região. O Tajiquistão fora também invadido pelos mongóis, liderados por Genghis Khan, no século XIII.

Desde o domínio persa no século XII até a ocupação russa no século XIX, o Tajiquistão esteve sob o controle de forças estrangeiras durante grande parte de sua história. Em 1860, o país foi ocupado pelo Império Russo. Com a revolução bolchevique ocorrida na Rússia, o Tajiquistão passou a fazer parte da União Soviética (URSS) em 1922. Quando o Império Soviético entrou em colapso, o país mergulhou em uma grande guerra civil, que terminou apenas em 1993.

O atual sistema de governo no Tajiquistão é uma república presidencialista e quase todos os poderes administrativos estão concentrados na esfera executiva. O atual presidente, Imamali Rahmonov, pertence ao ainda influente Partido Comunista e está no poder desde 1994.

População

A população tajique é estimada em mais de 7 milhões de pessoas, das quais 35% possuem idade inferior a 15 anos. Os muitos grupos étnicos presentes no país incluem iranianos, russos, ucranianos, alemães e armênios. A língua oficial do país é o tajique, mas o russo também é amplamente utilizado nos negócios e na administração pública.

O estudo é obrigatório e o analfabetismo praticamente não existe no Tajiquistão. Desde a independência do país, a qualidade da assistência médica tem piorado e a crescente poluição tem causado uma incidência maior de doenças. A grande maioria dos tajiques é muçulmana, mas há minorias que seguem o cristianismo ou outras religiões.

Economia

O Tajiquistão é uma nação pobre, com uma baixa renda per capita anual. A economia divide-se equilibradamente entre a agricultura, a indústria e o setor de serviços. Ainda que a taxa de desemprego seja baixa, a economia tajique está enfrentando um período de retração, pois o preço do algodão, seu principal produto agrícola, está em declínio no mercado mundial.

46º Djibuti

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

A história da igreja no Djibuti se iniciou quando padres católicos chegaram ao país junto com os franceses, no final do século XIX, mas a diocese de Djibuti só foi estabelecida em 1955. As primeiras igrejas protestantes foram formadas entre 1940 e 1960. Existem hoje diversas igrejas católicas e um grupo reduzido de igrejas protestantes e ortodoxas.

A maioria dos cristãos constitui-se de trabalhadores estrangeiros. Um pequeno número de grupos missionários estrangeiros opera no país.

A perseguição

Embora haja liberdade religiosa e de evangelização, esta última não é encorajada: é estritamente proibido pregar para muçulmanos. O governo requer que os grupos religiosos se registrem no Ministério do Exterior, submetendo-lhe um pedido. Esse Ministério, junto com o Ministério do Interior, investiga o grupo requerente. Uma vez aprovado, o requerente assina um acordo de dois anos, detalhando suas atividades.

Os que se convertem ao cristianismo enfrentam pressões sociais. Viagens recentes de correspondentes a Djibuti revelaram muitos exemplos de discriminação e perseguição, como atesta o seguinte relato: "Certa noite, nosso líder, um evangelista, dirigia uma reunião de oração em sua casa. Cerca de 20 muçulmanos armados de paus e pedras invadiram abruptamente o local e atacaram os cristãos. O evangelista foi esfaqueado na perna. Após a agressão, os criminosos fugiram, deixando-o semimorto."

"Em outra ocasião, estávamos em nossa sala de estar orando com outras pessoas. A polícia federal cercou e invadiu o local. Ela revistou o lugar, apreendendo documentos, livros e alguns materiais da igreja. As pessoas que participavam da reunião de oração foram presas. Na delegacia, um policial agrediu um dos cristãos com uma barra metálica, deixando-o seriamente ferido. Ele foi levado a um hospital e ficou internado por um longo período. Como Paulo e Silas haviam feito na prisão, o grupo começou a cantar e a louvar o Senhor. Alguns dos outros presos se juntaram a eles. Seis pessoas se converteram naquela cadeia. O grupo ficou preso por três dias."

"Muçulmanos convertidos também sofrem com a perseguição. Nossa comunidade foi compelida a persegui-los e eles acabaram excomungados. Perderam seus empregos e agora não têm casa nem comida. Há ainda outros casos de perseguição, mas o Senhor Jesus nos ensina a permanecer firmes em meio ao sofrimento. Ele também nos mostra que sempre estará por perto para nos ajudar. Jesus Cristo nos preserva do medo da perseguição. Prezado irmão em Cristo, ore para que o nosso Deus nos encha de coragem e nos ajude a alcançar os que ainda não conhecem a Cristo no Djibuti.

História e Política

O Djibuti ocupa um planalto quente e árido no nordeste do continente africano, região conhecida como Chifre da África. Seu território é repleto de lagos de água salgada e acomodam diversas cadeias montanhosas, algumas com altitudes superiores a 1.600 m; é considerado o menor país da África Subsaariana. O nome do país possivelmente significa “Terra de Tehuti” ou “Terra de Toth”, o deus egípcio da lua. A presença das tribos somalis Issa e Afar na região data de mais de mil anos; essas tribos comercializavam peles em troca de especiarias da China, Índia e Egito. Por seu contato muito próximo com a Península Arábica, foi um dos primeiros países da África a aderir à religião islâmica no século IX.

Devido à corrida neocolonialista que tomou conta das grandes potências europeias no século XIX, a França passou a ocupar a região do chifre da África na primeira metade do século XIX. Ao final da década de 1880, o Djibuti tornou-se parte da Somália Francesa, tornando-se a sua capital. O Djibuti tinha na época um importante porto natural, que atraía comerciantes do leste da África e da Somália. Desde então, o país foi administrado pelos franceses, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial.

Após 1957, o governo francês concedeu maior autonomia política ao Djibuti, mas o governo local continuava prestando contas ao governo central em Paris. Em referendo de 1958, a Somália Francesa optou por tornar-se território ultramarino francês, com direito a representação no Parlamento. Em referendo popular promovido em 1967 pelo Governador-Geral, registrou 60% de votos favoráveis à permanência do Djibuti como território ultramarino francês. A partir de 1975, as reivindicações pela independência voltaram a intensificar-se e a Lei de Cidadania foi modificada, para adequar-se não somente à minoria afar, mas também à maioria dos issas somalis.

A independência do país foi proclamada em junho de 1977, quando Hassan Gouled Aptidon foi eleito presidente, tendo governado o país até renunciar, em 1999. No final da década de 1980 e início da década de 1990, surgiu no país uma poderosa facção armada denominada Frente Pela Restauração da Unidade e da Democracia (FRUD), formada por grupos rebeldes da minoria étnica afar e apoiada pela vizinha Etiópia, mas o grupo sofreu fragmentação política em 1994, sendo que parte negociava a paz e a outra parte defendia a luta armada contra o governo central de Gouled. Em 1999, o FRUD, em conjunto com a RPP (União Popular pelo Progresso), conseguiu eleger Ismael Omar Guelleh como presidente do país, substituindo Hassan Gouled Aptidon.

A nação ainda é unipartidária e seu presidente mantém fortes laços com a França, que conserva uma presença militar significativa no país. A única base militar norte-americana na África subsaariana também fica no Djibuti.

População

A população divide-se majoritariamente entre dois grupos étnicos: os issas, de origem somali (60%), e os afares, de ascendência etíope (35%). Como idiomas oficiais, o país adota o árabe e o francês, mas os dialetos somalis e o afar são muito utilizados. Dois terços da população do país vivem na capital, Djibuti; o restante é composto de pastores nômades.

Economia

A economia do Djibuti é baseada em atividade de serviços relacionados com a sua localização estratégica no chifre da África, favorecendo o comércio marítimo. O clima árido e seco e a falta de chuvas dificultam a produção de culturas como frutas e legumes, por isso muitos alimentos têm de ser importados. O Djibuti desempenha importante papel como porto de trânsito para importações e exportações do seu vizinho, a Etiópia.

O país é muito dependente de ajuda externa para equilibrar sua balança financeira, financiando projetos de desenvolvimento e pagamentos de dívidas, já que seus recursos naturais são escassos e sua indústria é pouco desenvolvida. O país enfrenta uma alta taxa de desemprego nas áreas urbanas: cerca de 60% da população está desempregada.

47º Indonésia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

A presença do Cristianismo na região foi relatada por volta do ano 650 d.C., mas só se estabeleceu de fato na Indonésia através dos Jesuítas e Dominicanos que chegaram com os portugueses, em 1511. Esses grupos atuaram na região das Molucas, Sulawesi e Timor. Contudo, com a chegada de missionários protestantes holandeses no século XVII, acompanhando os colonizadores, os missionários católicos foram expulsos do país e a Igreja Reformada Holandesa Calvinista foi a única influência cristã no país por 300 anos. O cristianismo continua a ser uma religião forte no leste do país.

Estima-se que há aproximadamente 48 milhões de cristãos no país, incluindo católicos. Desses cristãos, 12,6% são protestantes e 7,2%, católicos. Embora hoje a Igreja enfrente sérios desafios, ela continua a crescer. Alguns acreditam que a taxa de crescimento anual dos evangélicos seja de 4%: 504 mil ao ano.

A Igreja indonésia está dividida em quase 400 denominações. Aproximadamente cem delas foram registradas na Aliança de Igrejas da Indonésia, a maior organização cristã do país. O governo reconhece a instituição como representante nacional dos cristãos. Contudo, muitas igrejas se mostram descontentes com ela, pois a Aliança não consegue canalizar a aspiração dos cristãos, mostrando-se reservada quando o assunto é a religião no país.

O governo fez regras estritas para o trabalho de missionários estrangeiros no país. A exceção é para as pessoas que tenham grau de mestrado e queiram contribuir para o desenvolvimento dos indonésios. Há organizações cristãs que realizam ministérios de ajuda humanitária e ação social na Indonésia.

A Perseguição

A Constituição reconhece a liberdade religiosa e o governo geralmente a respeita. Igrejas podem ser edificadas e escolas podem ter cursos cristãos no currículo. Até alguns feriados cristãos são celebrados nacionalmente. Entretanto, existe um claro favorecimento aos muçulmanos. Na posição de país com a maior população islâmica do mundo, as autoridades se veem obrigadas a atender aos desejos das entidades e líderes islâmicos.

Alguns desses líderes usam de meios legais para oprimir a Igreja. Isso fez com que várias congregações fossem fechadas. Há uma lei que diz que, se a comunidade se opõe a uma igreja, esta pode ser fechada.

Além disso, há os radicais muçulmanos que incitam a violência contra os cristãos, atacando-os com violência. O governo tem lutado contra grupos extremistas, levando a julgamento aqueles que comentem atos terroristas contra as comunidades cristãs ou a população em geral. Há uma forte pressão para que a sharia (lei islâmica) seja implementada no país. Atualmente, Aceh é a única província autorizada a usar a sharia, mas governos fora da província promulgaram leis incorporando elementos da sharia, o que suprimiu os direitos das mulheres e das minorias religiosas. O governo central não usou sua autoridade constitucional em assuntos religiosos para rever ou derrubar essas leis regionais.

As pessoas de minorias religiosas, como os cristãos, experimentam discriminação em serviços públicos, como emissão de certidão de nascimento, casamento e carteira de identidade. Os ex-muçulmanos são o grupo que mais sofre. Eles se tornam alvos fáceis da hostilidade de familiares, da sociedade e de funcionários públicos. A sociedade, em geral agitada pelos muçulmanos fundamentalistas, apresenta uma tolerância cada vez menor às pessoas que abandonam o islamismo por outra religião.

Mais ao leste, a cidade-ilha de Ambon e outras partes da província de Molucas são palco de recentes choques e distúrbios sectaristas. No início de 1999, o adolescente Roy Pontoh, de apenas 15 anos, foi esquartejado na frente dos membros de sua igreja, durante um retiro. A Indonésia tem uma longa tradição de violência religiosa entre muçulmanos e cristãos. A região de Poso, cujos conflitos deixaram mais de mil mortos e deslocaram milhares de pessoas, transformou-se em um campo de batalha entre os anos de 1999 e 2001. Nos últimos anos, os cristãos têm sofrido mais pressão. O islamismo avança no país.

História e Política

A Indonésia está localizada no sudeste do continente asiático e é o mais extenso arquipélago do planeta, estendendo-se desde o Oceano Índico até o Pacífico. Abrange cerca de 13.700 ilhas, das quais seis mil são inabitadas. Em geral, as ilhas apresentam planícies costeiras e montanhas no interior. Densas florestas estão presentes em dois terços do território indonésio. Seu nome significa “ilhas das Índias”, por causa da sua proximidade com a Índia, e teria sido dado por um etnólogo alemão.

Estima-se que a presença humana na região data de cerca de 4 mil anos a.C., mas foi encontrado em Java um fóssil de cerca de 1,5 milhão de anos, denominado Homem de Java. A partir do século V d.C., reinos budistas e hindus passaram a se revezar no poder, até que comerciantes muçulmanos começaram a divulgar o Islã na Indonésia, nos séculos VIII e IX. No século XIII já havia estados islâmicos estabelecidos ali. Os portugueses chegaram ao país em 1511, através das grandes navegações, e passaram a controlar o comércio marítimo na região, mas logo (final do século XVII) foram substituídos pela Companhia das Índias Orientais holandesas, que dominaram e colonizaram as ilhas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Indonésia foi dominada pelos japoneses. Com a derrota deles na guerra, o país se viu livre para declarar sua independência do julgo holandês. A independência do país só foi reconhecida pelos holandeses em 1949, após confrontos militares entre ambos os países.  Em 1979, a Indonésia invadiu o Timor Leste, aproveitando-se da saída dos portugueses do país. O Timor ficou sob domínio indonésio até 1999.

Em 2005, a Indonésia chegou a um acordo de paz histórico com separatistas armados de Aceh, o que levou às eleições democráticas em dezembro de 2006. A história recente do país é marcada por desastres. O tsunami de 2004 matou 167.700 pessoas. Em 2006, o país foi sacudido por um terremoto na província de Yogyakarta, que deixou mais de cinco mil mortos e 32 mil feridos. No mesmo ano, um "vulcão de lama", causado por um acidente industrial, começou a tomar conta da cidade de Sidoarjo e desalojou mais de 11 mil pessoas.

População

Mais de 237 milhões de pessoas vivem no país. A Indonésia é considerada o lar da maior população muçulmana do mundo. A população varia de agricultores de subsistência na zona rural à moderna elite na zona urbana.

Cerca de 300 tribos originárias da Ásia se espalharam pelas ilhas e habitaram o arquipélago. Hoje há mais de 300 etnias, que falam mais de 500 dialetos diferentes. As ilhas mais densamente povoadas da Indonésia são Java, Bali e Madura, onde vive mais de 60% da população. As pessoas geralmente vivem ao longo da costa dessas ilhas ou nos vales banhados por rios.A maioria desses grupos ainda não foi alcançada pelo evangelho.

Economia

A economia da Indonésia é considerada a maior do sudeste asiático e uma das maiores emergentes do mundo. Tem uma economia de mercado na qual o governo desempenha um papel central, contando com mais de 160 empresas estatais. Atualmente, o país se esforça para diminuir a pobreza, evitar o terrorismo, consolidar a democracia (depois de quatro décadas de autoritarismo), implementar reformas no setor econômico e conter a corrupção.

48º Bangladesh

Os cristãos enfrentam oposição de seus familiares e comunidade. A polícia discrimina os cristãos e os pastores são vítimas de ameaças e violência
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Entre os primeiros cristãos que chegaram a Bangladesh, no século XVI, já figuravam missionários católicos. Entretanto, foi o ministério do missionário protestante William Carey, iniciado em 1795, que impactou profundamente o país. Hoje em dia, no entanto, o número de cristãos bengaleses é muito pequeno, apesar do extenso trabalho de vários missionários cristãos ao longo de décadas.

O governo bengalês prudentemente decidiu não colocar em risco a ajuda ocidental que recebe, não adotando um processo aberto de islamização do país. Mas países islâmicos participam do programa nacional de ajuda humanitária, afetando políticas em detrimento dos convertidos e de outras organizações cristãs. Apesar de os muçulmanos fundamentalistas constituírem uma minoria, eles se esforçam para pressionar o governo atual a adotar o rigoroso cumprimento da sharia (lei islâmica). Eles são a maior fonte de opressão à Igreja. Isso poderia afetar drasticamente os direitos civis dos cidadãos não muçulmanos. A maior parte da perseguição se dá na zona rural.

A influência dos clérigos muçulmanos é forte em muitas dessas comunidades. Novos convertidos tornam-se, então, vítimas da perseguição e são socialmente marginalizados. Em muitos casos são agredidos, proibidos de ter acesso aos poços artesianos das vilas e coagidos a renunciar à sua fé. Nessas comunidades, eles ainda podem ser pressionados pela família.

A perseguição

A Constituição estabelece o Islã como religião oficial do Estado. Prevê-se o direito de professar, praticar ou propagar todas as religiões, sujeito à lei, à ordem pública e à moralidade. A constituição também afirma que cada comunidade religiosa ou denominação tem o direito de estabelecer, manter e gerir as suas instituições religiosas.

Embora o governo tenha apoiado publicamente a liberdade de religião, os ataques a minorias religiosas e étnicas continuam a ser um problema.

História e Política

O território de Bangladesh localiza-se a leste da Índia e ocupa as planícies cortadas pelos rios Ganges e Brahmaputra. Em consequência de sua localização, o país recebe grande quantidade de chuvas e está sujeito a inundações constantes. O nome do país significa “país dos bengalis”.

A primeira referência histórica que se tem da região onde hoje é Bangladesh é um império que existiu cerca de 1000 anos a.C., conhecido como Vanga ou Banga. O budismo foi a religião dominante até o século X d.C., quando o hinduísmo passou a ser majoritário, mas no século XVI, ao tornar-se parte do Império Mongol, o islamismo passou a ser a religião predominante. No final do século XVIII, a região foi dominada pela Companhia Britânica das Índias Orientais, sob a administração britânica. Bangladesh pertencia ao território da Índia e era conhecido como Bengala Oriental.

Tanto o Paquistão quanto Bengala Oriental eram territórios muçulmanos e, durante o período em que fizeram parte da Índia, muitos conflitos étnico-religiosos eclodiram, tendo sido de fundamental importância para a independência desses países. Em 1947, o Paquistão tornou-se uma nação independente e incorporou o território bengalês. A partir de então, Bengala Oriental passou a ser conhecido como Paquistão Oriental. Em 1971, o país se tornou independente do Paquistão, passando a se chamar Bangladesh. Atualmente a política de estado de Bangladesh constitui-se em uma Democracia Parlamentar.

População

Cerca de 160 milhões de pessoas vivem no país, tornando-o a sétima nação mais populosa do planeta. A maior parte do povo bengalês vive nas regiões rurais: menos de 30% dos habitantes reside nas cidades. Um terço da população tem idade inferior a 15 anos. Apenas 2% da população é constituída de grupos minoritários, sejam tribais ou estrangeiros. Os outros 98% são de pessoas da etnia bengali. No que se refere à religião, os bengaleses dividem-se em muçulmanos e hindus. Cerca de 85% da população professa o islamismo e a maioria dos muçulmanos é sunita.

Os hindus correspondem à quase totalidade dos 15% restantes. Porém ainda existem pequenos grupos de budistas, animistas e cristãos. Os hindus sofreram severas baixas, devido a mortes e fugas de refugiados durante a guerra civil de 1971, mas, apesar de sua desvantagem numérica, eles continuam sendo uma minoria influente e de voz ativa.

Economia

Com uma má administração política, Bangladesh ainda é um dos países mais pobres e mais povoados do mundo. Cerca de 45% da população bengalesa vive da agricultura, especialmente das plantações de arroz.

49º Tanzânia

País de duas grandes religiões monoteístas, cristianismo e islamismo, há em suas ilhas, Zanzibar e Ilhas Pemba, um forte impulso islâmico para transforma-las na "Casa do Islã".
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo chegou à Tanzânia em 1499, através dos portugueses com a finalidade de dominar os portos e o transporte marítimo no leste da África. Logo após sua chegada os portugueses trataram de introduzir as missões católicas no país com a finalidade de evangelizar os nativos. Mesmo após a saída dos portugueses, duzentos anos depois, e sem nenhuma igreja para se reunirem, alguns cristãos permaneceram no país.
Em 1844, os missionários e exploradores alemães, Johann Krapf e Johan Rebmann, chegaram à área como representantes da Sociedade da Igreja Missionária, fundada na Inglaterra. Desde aquela época até hoje, a Igreja foi estabelecida, mas nunca cresceu. Isso aconteceu por causa da presença histórica do islâmismo.

A perseguição

Segundo estudos, a Tanzânia tem uma população de maioria cristã (62%), contra uma população muçulmana de (35%), porém o fato de ser uma religião majoritária no país não impediu que a perseguição religiosa aumentasse. Contudo, o arquipélago de Zanzibar (região semiautônoma) que pertence à Tanzânia, tem uma população esmagadoramente muçulmana (97%).  A situação é muito pior no país para os ex-muçulmanos e os cristãos, de maneira geral, são vítimas de frequentes hostilidades, particularmente nas áreas denominadas muçulmanas. Nessas áreas, os cristãos migrantes ("Cristãos Migrantes" são os cristãos que vêm de outras partes do país, e se instalaram em áreas de maioria muçulmana) enfrentam muita hostilidade. Tudo isso tem produzido um quadro múltiplo de unidade islâmica para fazer da Tanzânia a “Casa do Islã”, isso significa: (1) promover a disseminação do Islã (extremista) no continente através de uma combinação de ações terroristas e infiltração estratégica nos principais setores da sociedade; (2) separar Zanzibar e as Ilhas Pemba da Tanzânia continental para tentar reviver o sultanato de Zanzibar, incluindo a área costeira da Tanzânia, e a zona costeira do Quênia.

A pressão que os cristãos enfrentam na Tanzânia é muito menor na esfera privada e familiar do que na comunitária, tanto como indivíduos quanto como Igreja. Talvez isso ajude a compreender por que a hostilidade contra ex-muçulmanos no país não é tão extrema quanto em outros países. A perseguição na Tanzânia não é um fenomeno nacional, já que o governo não tem o Islã como sua religião oficial, mas se dá em áreas majoritariamente islâmicas do país como Zanzibar e Ilhas Pemba.

Em Zanzibar houve uma série de atos violentos liderados pelo movimento radical jovem “Vugu vugu la uamsho” que pode ser traduzido como “Movimento de Avivamento pela Preservação do Islam”. Esse grupo, apoiado por lideranças muçulmanas, causou violência e destruição de igrejas e suas propriedades. Muitos cristãos foram mortos.

O que se pode esperar para o futuro da Igreja na Tanzânia? Colaboradores de campo da Portas Abertas observam: "Tendo visto a agressividade com que os muçulmanos estão trabalhando no sentido de rever a Constituição do país, muitos cristãos estão com medo de que o país se torne um Estado islâmico. Eles disseram que os muçulmanos são muito unidos em suas agendas políticas, enquanto os cristãos ainda estão divididos. "Se o impulso para a divisão do país for bem-sucedido, a presença da Igreja em Zanzibar e nas Ilhas Pemba pode ser reduzida a (quase) zero. Para a Igreja, isso significa que tempos difíceis virão.

História e Política

País da África oriental banhado pelo oceano índico, a Tanzânia faz fronteira com Moçambique, Malauí, Zâmbia, Burundi, Ruanda, República Democrática do Congo, Uganda e Quênia. O nome Tanzânia é a junção da primeira sílaba de Tanganica - nome do grande lago da região, que significa "lugar do encontro das águas" no dialeto local - com a primeira de Zanzibar - nome do arquipélago no Oceano Índico defronte ao litoral do país e que significa "costa negra" em árabe. Não se sabe ao certo quem foram os primeiros habitantes das terras da Tanzânia, mas a descoberta de fósseis em um de seus vales atesta que a região foi ocupada há milhares de anos.

Os primeiros registros históricos de presença humana no atual país datam do século 7 d.C, quando comerciantes árabes chegaram à costa oriental da África e com eles levaram sua língua, religião e costumes. No final do século 15 os portugueses chegaram com suas grandes navegações, mas se estabeleceram ali por pouco tempo não obtendo êxito em seus planos de colonizar o país. Em 1884 os alemães conquistaram Tanganica (antigo nome do país) e a transformaram em sua colônia, mas após a 1ª Guerra Mundial, da qual os alemães saíram derrotados, o país passou a ser controlado pala Grã-Bretanha.

Tanganica tornou-se independente em 1961, e a ilha de Zanzibar em 1963. Em janeiro de 1964, uma onda de revoltas da população não muçulmana derrubou o sultão de Zanzibar e massacrou a sua comunidade árabe. Três meses depois Tanganica e Zanzibar se unem para formar a atual Tanzânia.
A Tanzânia ficou sob uma rígida ditadura de partido único de 1964 a 1995, neste ano foram realizadas as primeiras eleições democráticas da história do país.

População

A Tanzânia é composta por mais de 120 diferentes grupos étnicos, destes o maior em número é o Sukuma que compõe aproximadamente 13% da população do país. A família exerce uma função primordial na sociedade do país, os anciãos são muito respeitados e às vezes venerados por representarem sabedoria. A expectativa de vida no país é de apenas 53 anos, e somente 63% da população é alfabetizada, além do alto nível de desnutrição infantil que chega aos 17%.

Econômia

A Tanzânia é um dos países mais pobres do mundo em termos de renda per capita, no entanto, a média de crescimento do PIB foi de 7% ao ano entre 2000 e 2008, com a forte produção de ouro e turismo. A economia depende fortemente da agricultura, que responde por mais de um quarto do PIB,  85% das exportações, e emprega cerca de 80% da força de trabalho.

50º Níger

Os cristãos do Níger enfrentam diariamente o desafio de dar bom testemunho e resistir às pressões em um país 98% muçulmano
A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O Cristianismo chegou ao Níger no século 7, quando cristãos berberes migraram para o sul depois de serem expulsos do norte da África pelo Islã emergente. Isolado de outros cristãos, a fé enfraqueceu-se gradualmente e cristianismo desapareceu do Níger até o século 20.

Os missionários protestantes foram os primeiros a chegar no Níger.  A Igreja no Níger é pequena e enfrenta uma enorme pressão do Islã, religião oficial do país. No entanto, os cristãos do país têm uma visão crescente de plantação de igrejas e evangelismo.

A perseguição

Constitucionalmente o Níger é um Estado laico e que respeita a liberdade religiosa, e apesar da maioria islâmica (O Níger é um país 98% islâmico), a religião é tida como algo a ser praticado na esfera privada e separada da política. Mas há um fator principal que gera a perseguição aos cristãos no país, que é o extremismo islâmico. Estima-se que haja no país, atualmente, entre 50 e 150 mil cristãos. A pressão na vida privada e do quotidiano da igreja é menor do que nas esferas da vida familiar e comunitária. Os pais e parentes podem opor-se à conversão de seus entes queridos ao cristianismo ainda que, o governo e as leis, não façam o mesmo. No entanto pode haver uma mudança nisso. Ao contrário da política laicista do país, no gabinete do presidente há uma frase “o Islã é a nossa religião”. Há indicações de que o governo mesmo funcionando no contexto de um Estado laico não mantenha distância suficiente de líderes islâmicos e vice-versa.

No Níger, há um grupo radical islâmico chamado Izala. Assim como os Izalas da Nigéria e do Benin, os Izalas do Níger rejeitam o Islã de procedência Sufi e outras práticas consideradas por eles, não islâmicas. Os Izalas são conhecidos por suas campanhas eficazes de base proselitista. A criação de um Conselho Nacional Islâmico (NIC), em 2003, recebeu um amplo apoio dos líderes sufis que viram isso como uma ferramenta para controlar os Izalas que estiveram envolvidos em uma série de incidentes violentos ao longo dos últimos anos. O principal perigo de movimentos, como o Izala, são os seus esforços para esmagar tudo aquilo que eles consideram "perdição para muçulmanos", isso inclui religiões minoritárias, como o cristianismo. Como a história recente tem evidenciado, a violência ainda faz parte do padrão de atuação do grupo.

O futuro da Igreja no Níger é preocupante. A dinâmica geral do país aponta um potencial crescimento da pressão e violência. Uma parte considerável do sul do país parece propensa às hostilidades islâmicas. O aumento do radicalismo islâmico no norte da Nigéria e do Mali também contribui para o agravamento da situação religiosa no Níger. Além disso, as igrejas não estão preparadas para uma maior pressão do extremismo Islâmico.

História e Política

Localizado na porção centro-oeste do continente africano, o Níger não possui saída para o mar, faz fronteira com a Líbia (ao norte), o Chade (a leste), a Nigéria (ao sul), Benin e Burkina Faso (a sudoeste), o Mali (a oeste) e a Argélia (a noroeste). Aproximadamente 65% de seu território é coberto pelo deserto do Saara, sendo o restante (35%) situado em zona semidesértica denominada Sahel. As poucas áreas cultiváveis estão sendo afetadas pelo rápido processo de desertificação. O nome Níger se origina do latim e significa Negro. A palavra passou a ser comumente usada pelos romanos em referência a Caio Pescênio Níger, que usurpou o título de imperador em 193 a.C.

Do século 5 ao 17 o território do Níger era divido entre diversos impérios como os Hausa ao sul, os Songhay a oeste, os Bornu a leste e os Tuaregs ao centro. O islâmismo foi introduzido na região em meados do século X e se tornou a religião das elites. No século 19, toda a população já estava islamizada, mantendo até hoje, porém, tradicionais crenças animistas. No século 17 começaram as expedições do colonialismo europeu, ingleses e franceses passaram a disputar o domínio sobre as terras do Níger.

Somente em 1922 o Níger foi declarado colônia da África Ocidental Francesa. O Níger conseguiu se livrar do jugo colonial francês em 1960, quando o primeiro ministro Hamani Diori, proclamou a independência do país e se tornou o seu primeiro presidente, este ficou no poder até 1974 quando sofreu um golpe de Estado. Seu substituto, o General Kountché estabeleceu uma ditadura e aboliu todos os partidos políticos ficando no poder até 1987, quando faleceu de uma hemorragia cerebral.

A década de 1990 foi muito conturbada para o Níger devido às tensões políticas entre os presidentes que estiveram à frente do país, os insatisfeitos militares e os rebeldes tuaregs que lutavam pela autonomia política das regiões por eles habitadas. Atualmente o Níger é uma República com liberdade política e eleições presidenciais a cada 4 anos.

População

O Níger tem uma população muito diversificada, com diversas etnias ocupando seu território. A maior etnia é a dos Hausa representando 55% da população do país, são em sua maioria agricultores. Outros grupos que compõem o país são: os Songhay, os Tuaregs, etc. Entre todos esses grupos há pastores nômades que criam gado, ovelhas e cabras. O artesanato é também uma característica notável nas comunidades rurais do país. Ao visitar o Níger é possível encontrar esculturas e desenhos em tigelas, cerâmicas, instrumentos musicais feitos de couro, etc. A expectativa de vida no país é de 53 anos, há um alto índice de mortalidade infantil em torno de 89% e apenas 29% da população é alfabetizada.

Economia

O Níger é uma nação cuja economia gira em torno das culturas de subsistência, criação de animais, e alguns dos reservatórios mais importantes do mundo em urânio. A agricultura contribui com cerca de 40% do PIB e proporciona sustento para cerca de 80% da população. O Níger tem também reservas consideráveis de petróleo e produção de petróleo, o refino e as exportações deverão crescer significativamente até  2016. Secas, desertificação, e o forte crescimento da população têm minado a economia. O Níger compartilha uma moeda comum, o franco CFA, e um banco central comum, o Banco Central dos Estados Oeste Africano (BCEAO), com sete outros membros da União Monetária do Oeste Africano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário