terça-feira, 29 de maio de 2012

Pragmatismo

O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia estabecelecida no final do século XIX, com origem no Metaphisical Club, um grupo de especulação filosófica liderado pelo lógico Charles Sanders Peirce, pelo psicólogo William James e pelo jurista Oliver Wendell Holmes, Jr., congregando em seguida acadêmicos importantes dos Estados Unidos da América. Esta doutrina metafísica é caracterizada por considerar o sentido de uma ideia como correspondendo ao conjunto dos seus desdobramentos práticos. A questão que distingue o pragmatismo do pragmaticismo reside principalmente no entendimento dado a esta locução, "desdobramentos práticos". Segundo a máxima pragmática de Peirce, o sentido de todo símbolo ou conceito depende da totalidade das possibilidades de formação de condutas deliberadas a partir da crença na verdade deste conceito ou símbolo. Neste leque, incluem-se desde os efeitos mais prosaicos até as condutas mentais mais remotas. Neste aspecto, porque o pragmatismo daria relevância apenas às evidências empíricas e às práticas mais vantajosas para o sujeito individual, pode ser considerado uma doutrina filosófica menos exigente que o pragmaticismo. O pragmatismo se aproxima do sentido popular segundo o qual um sujeito "pragmático" é aquele que tem o hábito mental de reduzir o sentido dos fenômenos a avaliação de seus aspectos úteis, necessários, limitando a especulação aos efeitos práticos, de valor utilitário, do pensamento. (Peirce, aliás, justifica invenção do desajeitado termo "pragmaticismo" justamente como meio para tornar sua concepção de pragmatismo "feia demais para seus captores", ou seja, para evitar que também este conceito tivesse seu sentido psicologizado. Segundo ele, é o que haveria lamentalvelmente acontecido com o pragmatismo depois de saído do Metaphisical Club.) Os seus representantes mais conhecidos são Charles Peirce e William James. A concepção de pragmatismo de James, por sua vez, serviu como base para o Instrumentalismo de John Dewey. A "Filosofia do Processo" (ou "Filosofia do Organismo") desenvolvida nos anos 30 e 40 por Alfred North Whitehead, mesmo sem contato direto com os Collected Papers peirceanos, mostra-se convergente com a cosmologia do pragmaticismo. Em ambos os casos, o universo é concebido como um agregado emergente de eventos e não mais, como na perspectiva filosófica moderna (inclusive a implícita à filosofia da linguagem iniciada por Wittgenstein), como uma coleção de fatos. Recentemente, esta convergência entre a filosofia do processo e o pragmaticismo foi explorada pelo filósofo holandês Guy Debrock. A partir delas, Debrock sintetiza o que ele chama de pragmatismo processual. Também recentemente, o projeto realista do pragmatismo foi reformulado por Richard Rorty.[1] Nas palavras de William James: "O método pragmatista é primariamente um método de terminar discussões metafísicas que de outro modo seriam intermináveis. O mundo é um ou muitos? Livre ou destinado? Material ou espiritual? Essas noções podem ou não trazer bem para o mundo, e suas disputas são intermináveis. O método pragmático nesse caso é tentar interpretar cada noção identificando-se as suas respectivas consequências práticas. Se nenhuma diferença prática puder ser identificada, então as alternativas significam praticamente a mesma coisa, e disputa é toda inútil. [1] Índice 1 História 2 Filosofia 2.1 Definição de verdade 2.2 Epistemologia 3 Instrumentalismo 4 Críticas 5 Pragmatismo X Pragmática Para William James, Sócrates era um adepto do pragmatismo, Aristóteles o usava metodicamente e Locke, Berkeley e Hume fizeram contribuições para a verdade por esse meio.[2] O Pragmatismo foi a primeira filosofia estadunidense elaborada autonomamente. Inspirada em Ralph Waldo Emerson, seus fundadores foram Charles Sanders Peirce, com seu artigo How to make our ideas clear, e William James, que retomou as ideias de Peirce, popularizando-as em sua coletânea "O Pragmatismo". Durante o início do século XX o Pragmatismo espalhou-se rapidamente pela cultura estadunidense, e foi além até outras culturas e povos. O pragmatismo se impôs nos EUA como corrente dominante antes da Segunda Guerra Mundial, sofrendo posteriormente um longo eclipse, dada a dominação do estilo analítico. Seu ressurgimento deveu-se sobretudo à obra de Richard Rorty. Egresso da corrente analítica mas extremamente original, Rorty foi criticado por suas ideias acerca do fim da filosofia e por seu pretenso relativismo. Considerava-se principalmente um discípulo de Dewey, mas também fortemente inspirado pelos grandes nomes da "filosofia continental" - Hegel, Nietzsche, Heidegger, Foucault e Derrida. Até hoje o pragmatismo é bastante popular e difundido nos EUA e tem um forte impacto sobre sua cultura. [editar]Filosofia Para Peirce o significado de qualquer conceito é a soma de suas todas consequências possíveis. [3] Para William James a utilidade da filosofia deveria ser investigar apenas o que realmente faz diferenças na nossa vida prática. Assim, ele vai contra as reflexões filosóficas abstratas e insuficientes, princípios fixos e absolutos, sistemas fechados e teorias sobre origens.[1] Dewey defende que teorias são instrumentos e não respostas para enigmas, pois respostas nos permitem descansar tranquilos enquanto instrumentos somente são úteis quando utilizados com finalidades práticas. [editar]Definição de verdade Nas palavras de William James e Francis Schaeffer, o Pragmatismo aborda o conceito de que o sentido de tudo está na utilidade - ou efeito prático - que qualquer ato, objeto ou proposição possa ser capaz de gerar. Uma pessoa pragmatista vive pela lógica de que as ideias e atos de qualquer pessoa somente são verdadeiros se servem à solução imediata de seus problemas. Nesse caso, define-se como Verdade o conjunto de todas suas consequências práticas relativas a determinado contexto. Por exemplo: uma religião é somente boa quando sua consequência seja indivíduos mais generosos, pacíficos e felizes. O que torna verdade que ela é boa são suas consequências. E a filosofia deve estudar o que faz ela gerar essas consequências e como usá-las para tornar a sociedade um lugar melhor. A verdade relativa, tomada por base no que se está vivendo ou necessitando no momento resume o que seja Pragmatismo, que vem originalmente contra o Pluralismo que constitui-se da adoção dos princípios absolutos, sendo este um conceito no qual a verdade tende a seguir os moldes mais justos, onde neste caso, tenta-se chegar a um consenso do que seria certo ou errado em determinadas situações onde há diferenças de pensamentos e atitudes em relação a solucionar-se um mesmo assunto; já que a verdade é individual e o que possa ser de interesse a alguém pode passar a ser destrutivo ou prejudicial a outrem que por ventura venha a ser atingido por aquela decisão unilateral tomada por um pragmatista.[carece de fontes] O pragmatismo refuta a perspectiva de que o intelecto e os conceitos humanos podem, só por si, representar adequadamente a realidade. Dessa forma, opõe-se tanto às correntes formalistas como às correntes racionalistas da filosofia. Antes, defende que as teorias e o conhecimento só adquirem significado através da luta de organismos inteligentes com o seu meio. Não defende, no entanto, que seja verdade meramente aquilo que é prático ou útil ou o que nos ajude a sobreviver a curto prazo. Os pragmatistas argumentam que se deve considerar como verdadeiro aquilo que mais contribui para o bem estar da humanidade em geral, tomando como referência o mais longo prazo possível.[carece de fontes] [editar]Epistemologia O pragmatismo original é contra a ciência pela própria ciência. Para ele um estudo só se justifica caso tenha alguma utilidade social, mesmo que a longo prazo, mas dando preferência ao que tiver utilidade imediata. E, ao mesmo tempo, defende que uma teoria só pode ser comprovada pelas suas evidências práticas, tendo assim semelhanças com o empirismo. Também existem muitas semelhanças entre a filosofia pragmática de William James e a análise do comportamento fundada pelo psicólogos Skinner. [4] É importante lembrar que William James foi um dos fundadores da psicologia moderna portanto provavelmente influenciou Skinner diretamente na fundação do comportamentalismo. [editar]Instrumentalismo Já o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey, a partir de uma releitura de Emerson, elaborou o pragmatismo como uma nova filosofia que chamou Instrumentalismo. Em Dewey, o pragmatismo se aproxima da filosofia social ou mesmo de uma prática da pesquisa política. Na sua obra "Reconstrução em filosofia", Dewey sugere, por exemplo, que a filosofia deva reproduzir, na área sócio-política, o que a ciência moderna realiza na área tecnológica. [editar]Críticas O filósofo nobelista Bertrand Russell considera a filosofia pragmatista demasiado estreita. "Roubando da vida tudo que lhe dá valor, ela torna o próprio homem menor, desprovendo o universo de todo seu esplendor."[5] Ou seja, para Russell o pensar no mundo sem precisar se preocupar com as consequências práticas dessa reflexão torna a vida mais valiosa, o homem mais profundo e o universo mais esplendido de se observar. Max Horkheimer, em Eclipse da razão, faz uma crítica semelhante e acrescenta que ao definir todo meio apenas pelo fim que ele almeja atingir, o pragmatismo formenta uma sociedade que não dá valor para a reflexão e a meditação. E também defendeu que foi por isso que foi fundado e tão popularizado nos Estados Unidos. Dewey revidou as críticas defendendo que o objetivo do pragmatismo não é chegar a um objetivo último supersantificado, isso é absolutismo, pelo contrário, o objetivo é justamente levar a reflexões sobre o que é o melhor para a humanidade refletindo sobre as mudanças necessárias para se adequar ao contexto dinâmico das nossas sociedades. [6] [editar]Pragmatismo X Pragmática Não se deve confundir pragmatista com linguagem pragmática, ou seja, o estudo da linguagem pela forma que ela é interpretada em contextos práticos e levando em conta o contexto.

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